Hoje venho partilhar convosco
este meu trabalho “A Ressurreição”. Trata-se de um trabalho que
iniciei em Novembro de 2003 e já estamos em 2012. será que já está
completo?
Não acho, pois há sempre
novidades sobre este tema surgindo. Pelo menos, nesta altura,
parece-me que está o mais atualizado que nos é possível.
Espero
que seja importante na vida de cada um de vós.❐
“A Ressurreição”
de Maria de Portugal
Apresentação do tema
Ouvi um astrólogo dizer que em
2004 se inicia uma nova era cósmica, a Era
da Espiritualidade, Era da Verdade
porque se inicia o signo astrológico Aquário, que é do Ar, para a
humanidade e, portanto tudo o que é falso será descoberto.
Interessante!
Este
tema “A
Ressurreição”
é o tema que me proponho trabalhar durante o ano de 2004.
Assim
começo a escrever sobre este tema que é muito aliciante. Desde as
civilizações antigas que há povos que crêem na vida para além da
morte, crêem na existência da alma ou na existência do espírito,
mas pouco mais se sabia e a compreensão deste mistério religioso
tem estado sempre relacionado com o corpo físico. Este terceiro
milénio trouxe mais alguns esclarecimentos e é à luz desses
conhecimentos que tenciono traçar a evolução deste tema no
conhecimento humano na minha condição de leiga.
Lagos, 20 de Novembro de 2003
Venho
atualizar este trabalho e publicá-lo neste meu blogue “Conviver
e Acreditar”
para o partilhar com aqueles e aquelas que, por algum motivo, talvez
porque estes temas também lhes sejam importantes, vão lendo o que
vou pensando, reflectindo, escrevendo e partilhando pela necessidade
que todos os que escrevem, têm de partilhar.
São
mais umas boas-novas sobre o Senhor Jesus Cristo que passei a
conhecer e gostaria de partilhá-las com todos aqueles e aquelas para
quem estes temas são importantes.
Lagos,
03 de Maio de 2012
Índice
Apresentação
do tema .......................................1
Introdução .............................................................. 2
A
Ressurreição no Antigo Testamento ............ 2
A
Ressurreição segundo a Palavra de Jesus Cristo ............................................................................... 5
1-
Percurso de Jesus Cristo .............................5
2-
Jesus Cristo segundo S. João 44
A
Ressurreição no tempo da Igreja Primitiva 53
Cartas
de S. Paulo 58
Cântico
do Amor 63
A
prática cristã dos baptizados 67
Carta
de S. Tiago
…..................................74
Cartas
de Pedro 75
Cartas
de S. João
…..............................
76
Carta
de Judas
….................................
77
Problemas
da Igreja Primitiva 77
A
Ressurreição nos textos apocalípticos 78
O
terceiro milénio e a ressurreição 80
Epílogo
…...........................................
81
Introdução
Todos nós temos consciência
que se iniciaram novos tempos com o início do Terceiro Milénio.
Houve uma grande luta que certamente não está terminada, mas
inauguraram-se os tempos da espiritualidade porque agora JESUS CRISTO
é Senhor e Rei da humanidade e Deus reina sobre a Sua Criação.
Os
novos tempos, da Espiritualidade,
implicam uma abertura para o conhecimento do ser humano na sua
essência: o seu interior. Nos finais do século passado, tantas
vezes se afirmou que os seres humanos conhecem tanto de tudo o que os
rodeia, mas é tão grande a sua ignorância relativamente a si
próprios. É verdade; mas cá está a oportunidade para se
conhecerem. No entanto, continuam a ser verdade as palavras
proferidas por Jesus Cristo e parafraseadas por mim agora: quem
é de Deus pára, escuta, raciocina sobre o assunto, aceita. Quem não
é de Deus, recusa tudo e não há testemunho ou milagre que o
converta porque a conversão é sempre interior;
só
para quem abre o coração, esse está pronto para a mudança.
Os outros mudarão sempre para pior, pois ninguém fica como está.
Primeiro,
há que compreender o que é a ressurreição. Esta é condição
sine qua non.
Ressurreição
– acto de ressurgir ou de reaparecer vivo depois de ter morrido;
ressurgimento.
Reanimação
– acto ou efeito de fazer com que o coração, que deixou à pouco
de trabalhar, volte a funcionar; fazer recuperar o uso dos sentidos.
A
partir daqui há que tentar perceber o ser complexo que cada um de
nós é. Muitos mal-entendidos há porque havia necessidade de
compreender e praticar outras coisas primeiro como a relação com o
outro,
com a natureza
e com Deus;
a Família de Deus; humildade e dignidade; justiça, perdão e
penitência, misericórdia, Amor-do-coração e Amizade, Paz e
Concórdia, Respeito pelo semelhante independentemente da raça, cor,
religião, estatuto social, sexo, ... Pode-se saber muito sobre o ser
complexo que nós somos e a ressurreição; mas sem isto ninguém se
salva.
É
sobre isto que este tema será trabalhado. Nunca ficará tudo dito.
Nem Deus, o Pai, Jesus Cristo pretendem isso de mim. Este trabalho é
apenas um pontapé de saída. A partir daqui cada um fará as suas
reflexões; terá as suas vivências, chegará às conclusões que o
seu nível de desenvolvimento lhe permitem. Deus, o Pai e muita da
Sua Família habitam em todos os que se interessam por estes assuntos
e com todos querem comunicar e a todos querem informar. Só das
trocas de impressões entre todos nós, chegaremos a uma Verdade mais
global, mas nunca acabada. Isso Deus, guarda para Si.
Mãos
à obra, meus amigos!
Lagos,
26 de Novembro de 2003
A Ressurreição no Antigo Testamento
- “Reuniram-se todos os anciãos de Israel e vieram ter com Samuel a Ramá. Disseram-lhe: - Estás velho e os teus filhos não seguem as tuas pisadas. Dá-nos um rei que nos governe como têm todas as nações.
Samuel
pôs-se em oração. O Senhor disse-lhe:
-
Ouve a voz do povo
em tudo o que te disser, pois não é a ti que eles rejeitam, mas
a Mim para que Eu não reine mais sobre eles.
Fazem o que sempre têm feito: abandonam-Me para servir divindades.
Atende-os, mas expõe-lhes solenemente os direitos do rei que reinará
sobre eles.
Referiu
Samuel todas as palavras do Senhor ao povo que lhe pedia um rei e
disse-lhes:
- Eis como será o poder do rei que vos há-de governar:
- tomará os vossos filhos para guiar os seus carros e a cavalaria e para correr diante do seu carro;
- fará deles chefes de mil e chefes de cinquenta, empregá-los-á nas suas lavouras e nas suas colheitas, na fabricação das suas armas e dos seus carros;
- tomará as vossas filhas como suas perfumistas (serão massagistas?), cozinheiras e padeiras;
- há-de tirar-vos também o melhor dos vossos campos, das vossas vinhas e dos vossos olivais e dá-los-á aos seus servidores;
- cobrará o dízimo das vossas searas e das vossas vinhas para o dar aos seus cortesãos e ministros;
- tomará os vossos servos e as vossas servas, os melhores de entre os vossos mancebos e os vossos jumentos para os colocar ao seu serviço;
- cobrará também o dízimo dos vossos rebanhos e vós próprios sereis seus servos.
Então
clamareis por causa do rei que vós mesmos escolhestes, mas o SENHOR
não vos ouvirá.
O
povo não quis ouvir Samuel e disse:
-
Não! Precisamos de ter o nosso rei! Queremos ser como todas as
outras nações. O nosso rei administrará a justiça; marchará à
nossa frente e combaterá por nós em todas as guerras.
Samuel
comunicou ao SENHOR e o SENHOR disse-lhe:
- Faz o que te pedem e dá-lhes um rei.”(1 Samuel 8,4-22)
- “Pilatos perguntou ao povo que se encontrava reunido:
-
Qual quereis que vos
solte: Barrabás ou Jesus chamado Cristo?
Os
sumos sacerdotes e os anciãos persuadiram a multidão a pedir
Barrabás e exigir a morte de JESUS CRISTO. O povo respondeu:
-
Barrabás!
Pilatos
pergunta-lhes: - Que
hei-de fazer de JESUS chamado CRISTO?
- Seja crucificado! – respondeu o povo.
- Que mal fez Ele? – pergunta-lhes Pilatos.
- Seja crucificado! Seja crucificado! Que o Seu sangue caia sobre nós e sobre os nossos filhos! – respondeu-lhe o povo judaico.” (S. Mateus 27,15-26)
- “Tu, malvado, pretendes arrancar-nos a vida presente, mas o Rei do Universo ressuscitar-nos-á para a vida eterna, se morrermos fiéis às Suas leis.
(...)
Vale a pena morrermos às mãos dos homens quando temos a esperança
em Deus de que Ele nos ressuscitará; mas tu, ó rei, não
ressuscitarás para a Vida.”
(II Macabeus 7,1-14)
- “Nesse tempo virá a salvação para o teu povo, para aqueles que estiverem inscritos no Livro de Deus. Muitos dos que dormem no pó da terra acordarão
(esta
expressão não está correcta porque não corresponde aos mortos
para o mundo da Alma. Para o mundo da Alma estão vivos aqueles que
pensam e raciocinam, isto é, têm os respectivos espírito (do mundo
das almas) e alma juntos. São livres. Estão mortos aqueles que têm
a alma no Hades (sem espírito – só alma, mas fazem a sua vida)
porque são autómatos, isto é, obedientes a toda a ordem do
Presidente. A criatividade é do Espírito de Deus. As outras almas
foram destruídas, as que viveram para o prazer e/ou para o ter no
seu egoísmo.)
Uns acordarão para a
vida eterna; outros para a vergonha e o horror eterno.
(Isto
é, aqueles que estão mortos no Hades voltarão a nascer com alma
nova, mas o mesmo espírito numa oportunidade de conseguirem passar a
sua vida na Terra sem vícios. Se o conseguirem, ressuscitam e ficam
com Jesus Cristo e Maria no Mundo da Liberdade e Amizade e Comunhão.
Se não conseguirem, as suas almas serão destruídas. Não haverá
mais Hades.)
Os sábios
(os possuidores da
Sabedoria) resplandecerão
como a luz do firmamento
(os
que, vivendo fisicamente na Terra, forem dignos de ser habitados por
pessoas celestes da Nova Criação – filhos de Deus – recebem uma
alma nova e uma pessoa e nascerá uma estrela para cada um que os
guiará e alimentará a sua fé e cada estrela resplandecerá
eternamente no firmamento)
e os que tiverem
ensinado a muitos o caminho brilharão como estrelas por toda a
eternidade.
(Daniel 12,1-3)
- “... reza-se ainda hoje: não haverá injustiças nos Seus dias porque todos serão santos e o seu Rei será o Ungido do Senhor. É a esperança messiânica intacta na chegada do filho de David, na reedificação de Jerusalém e na expectativa da reunificação de todos os que andam dispersos.” (texto do documentário “Nas Pegadas de Cristo” da Rádio Televisão Italiana)
Comentário:
Deus não tem de cumprir os nossos planos; nós, sim, devemos cumprir
o plano de Deus para todos e cada um de nós se realmente queremos a
salvação de todo ou de parte de cada um de nós e a sua reunião
com Jesus Cristo e Maria e confiados a Deus e ao Pai.
Deus
é Misericordioso porque perdoa todas as nossas faltas desde
que nós queiramos e
aceitemos nos converter para o Bem e transformar a nossa maneira de
ser e de agir. DEUS é Justo; Ele é o Rei do Universo. Após a
conversão, todos os convertidos se sentem sempre justiçados porque
entregam a Deus todo o mal e todo o bem que lhes fazem.
Todos
serão santos
– Sabemos que a superfície da Terra é para homens e mulheres com
seres interiores de várias proveniências e de vários níveis de
evolução. Estamos todos em estágio, vivendo uma oportunidade de
crescermos interiormente pelo sofrimento. Uns conseguirão resistir
aos maus com o auxílio de Jesus Cristo e de Deus; outros conseguirão
resistir aos vícios com o auxílio de Jesus Cristo e de Deus; outros
não conseguirão porque não têm fé e viverão revoltados e serão
destruídos. Todos
serão santos
– deve ser uma afirmação relativa aos vivos do mundo dos Vivos
que coexiste com este mundo material da Terra e nos vários níveis
da atmosfera. Todos são santos porque vivem sem vícios; os casais
unem-se para procriar e vivem em paz, harmonia e amizade.
- “Mais vale uma vida sem filhos possuindo a virtude, pois a imortalidade está na virtude.(...)
Tendo-se
tornado agradável a Deus, foi amado por Ele e, como vivia entre
pecadores, foi transferido por Deus. Foi arrebatado a fim de que a
malícia não lhe corrompesse a alma. (...) chegado rapidamente à
perfeição, atingiu a plenitude de uma longa vida (celeste).
A sua vida era agradável ao Senhor, por isso Ele se apressou a
tirá-lo do meio do mal.”
(Livro da Sabedoria
3,4,5)
Comentário:
O objectivo primeiro de qualquer ser humano é transmitir vida, pois
só assim a espécie consegue existir e progredir. Agora há várias
maneiras de transmitir vida: pela procriação (ou pela Palavra ou
pela adopção) e aqui também há duas maneiras: pela via do ser
natural ou pela via do ser celeste. Quem escolhe a via do ser
natural, fica preso à Terra; passa a pertencer-lhe. Quem abdica
desta procriação, após a menopausa pode aceitar que o seu ser
celeste procrie e aí passa a pertencer ao céu porque deu vida
(novos seres humanos) ao céu. Também pode ser mãe de adopção
natural e depois da menopausa o ser corpo celeste ser mãe.
A Ressurreição segundo a Palavra de Jesus Cristo
1 – Percurso de Jesus Cristo
Acho
que devo começar esta parte reflectindo sobre o testemunho que Jesus
Cristo nos dá de Si. As informações são reunidas a partir do
Evangelho de S. Mateus principalmente por este ter sido a testemunha
ocular e íntimo de Jesus Cristo e também porque me parece que Jesus
Cristo escolheu Levi, depois Mateus, para que este escrevesse e desse
testemunho de tudo o que presenciou e escutou de Jesus Cristo. Levi
era publicano, isto é, cobrador de impostos (para os romanos) e foi
no seu local de trabalho que Jesus Cristo o chamou. A resposta de
Levi foi imediata e alegre e ofereceu um banquete em sua casa em
honra de Jesus Cristo e para festejar a sua nova vida, de discípulo
de Jesus Cristo. Não era feliz devido ao desprezo dos seus irmãos
de raça.
Como
apóstolo saiu da Palestina para anunciar a Boa Nova na Etiópia onde
foi martirizado. As suas relíquias encontram-se depositadas na
cripta da famosa catedral de Salerno em Itália. S. Mateus escreveu o
seu evangelho entre os anos 70 – 80 da nossa era.
Parece-me
que cada um dos apóstolos foi escolhido para uma missão
completamente diferente.
Percorramos
o evangelho de S. Mateus:
1.Em
menino, Jesus Cristo, com certeza, terá frequentado a escola da
sinagoga. Não esquecer que Maria teve a anunciação do Anjo, as
manifestações de pessoas credíveis como Simeão e Ana e sabia que
o Seu Filho era o Filho de Deus, não poderia deixá-l’O analfabeto
e Ele deveria conhecer as coisas de Deus, Seu Pai
- “José e Maria regressaram aflitos ao Templo de Jerusalém e passados três dias foram-no encontrar sentado entre os doutores da Lei a conversar com eles. (...)Jesus Cristo respondeu-lhe: - Por que me procurastes? Não sabeis que Eu devo estar na casa de Meu Pai?” (S.Lucas 2,41-52)
Com
certeza Jesus Menino frequentou a escola da sinagoga.
Na
verdade, Jesus Cristo foi gerado pelo poder do Espírito Santo, mas
José, esposo de Maria, registou-O e aceitou-O como seu filho, como
se tivesse sido gerado por ele, José.
Maria
era uma mulher jovem e casada pela lei judaica com José; tinha
obrigação de cumprir os seus deveres de esposa e ambas as famílias
a pressionavam para isso. Só passados quatro a cinco anos após o
casamento, este se terá consumado.
Pensando
sobre o Natal de Jesus Cristo, tenho andado a pensar naquela viagem
de três dias de Nazaré a Belém que José e Maria fizeram para o
recenseamento, pois Jesus Cristo nasceu no ano do recenseamento
romano na Palestina.
Começando
pelo princípio: Maria
era uma jovem de dezassete anos segundo o calendário lunar usado na
época, virgem, como era obrigatório naquela época para jovens
solteiras. Vivia com Zacarias,
sacerdote, irmão de sua mãe, Ana, (que já tinha falecido e o seu
marido, Joaquim, também) e Isabel,
sua esposa, e viviam em Ain-Karim, a 6 km de Jerusalém1.
José,
apesar de viver em Nazaré, era de Belém e as famílias de Zacarias
e de José eram ainda familiares. José mostrou-se interessado em
Maria, pedindo-a em casamento e Zacarias aceitou. O compromisso
estava firmado.
Então
Maria recebe a visita do Anjo Gabriel e fica grávida por graça do
Espírito Santo. Enquanto Maria continuava a viver com os seus tios,
José estava a viver temporariamente em Jerusalém, em casa de
familiares e só de vez em quando aparecia em Ain-Karim porque os
transportes, naquela altura, não eram nada que se assemelhasse aos
atuais e olha para o ventre de Maria e acha-o volumoso e, nervoso,
pergunta-lhe o que se passa. Maria, a pouco e pouco e cheia de
lágrimas, vai-lhe narrando o que lhe tinha vindo a acontecer desde
os esponsais. José fica mesmo desorientado, sem saber se acreditar,
que dizer, que fazer e a maldizer tudo e todos. Perguntou a Maria se
os seus tios sabiam e ela disse que não. Então decidiu não pedir
reparação a Zacarias e fala com ele o seu desejo de levar Maria
consigo para Nazaré, para a sua casa. Zacarias aceitou radiante e lá
partiram os dois e Jesus Cristo já no ventre de Maria. José, não
mencionando nada a Maria, ia com muita raiva de tudo o que estava a
acontecer e decide repudiá-la em silêncio2.
José não tinha tido relações sexuais com Maria e não iria ter; o
Anjo também tinha comunicado com José, mas durante o sono «José,
não temas receber Maria como tua esposa, pois o que ela concebeu é
obra do Espírito Santo.»
Assim perante todos, ele era o marido de Maria e o pai do bébé,
mas na intimidade seria reservado e não teria relações sexuais com
ela!
Decidiu levá-la para Jerusalém
e depois seguiria para Nazaré.
Maria
andava muito apreensiva com o seu futuro e a sua gravidez e José
quase sempre zangado sem Maria perceber porquê. O anjo Gabriel
visita Maria durante o seu sono e informa-a: "Inquietas-te
em vão. A tua tia (por
afinidade) Isabel
também concebeu um filho e já está no sexto mês de gravidez."(Lc
1,36)
Maria fica numa excitação,
conta a José e diz-lhe que tem de ir visitá-la para lhe prestar
ajuda já que ela era como se fosse sua mãe. Foi criada por ela e
por seu tio, Zacarias.
- Mas como? Há pouco tempo viemos de lá e ninguém falou no assunto. Nem tu sabias!
- O anjo disse-me e os anjos não mentem! - respondeu-lhe Maria.
José
condescende e Maria
lá segue para Ain-Karim, enquanto José permanece em Jerusalém por
causa do seu trabalho.
Durante os últimos quase três
meses até ao nascimento do bebé de Isabel, Maria permaneceu com os
tios e José foi visitá-los duas vezes.
Nasceu
um menino e foi-lhe dado o nome de João.
Maria regressou a casa, em Jerusalém. José disse-lhe:
-
Maria,
isto não pode continuar assim: viveres com um pé aqui e outro pé
na casa dos teus tios. Vamos já para Nazaré.
Assim foi. Passaram cinco meses.
Entretanto foi publicado um
édito do imperador César Augusto para que houvesse recenseamento em
todo o império romano; na Palestina, este ocorreu por volta do ano 6
a.C. quando era governador da Palestina, Herodes, o Grande, que
faleceu no ano 4 d.C. e era governador da Síria, Públio Sulpício
Quirino. Este erro sobre a data do nascimento de Jesus Cristo deve-se
a um erro de cálculo de Dionísio, o Pequeno (século VI) que é
compreensível devido à falta de documentos e instrumentos técnicos
que o pudessem apoiar neste cálculo. Nunca esquecer os perigos de
vida que corriam todos aqueles que se relacionassem com o nome de
Jesus Cristo, após a sua ascensão. Assim Jesus Cristo nasceu
exatamente por volta do ano 6 a.C..
Então
aproximava-se a data do recenseamento em Belém e era exigido a todos
os cidadãos que se recenseassem no concelho onde tinham nascido.
José pertencia à linha de David e tinha nascido em Belém. Maria
já estava com a gestação do seu bebé bem avançada, mas José não
podia deixar de comparecer para se recensear em Belém e à sua
família para bem de todos e havia datas a cumprir.
Maria
e José foram a Belém recensear-se e Jesus Cristo lá nasceu.
Narra
o Evangelho de S. Lucas que
"Maria
estava no nono mês da sua gravidez".
Logo me ocorre a diferença de calendários: S. Lucas e o nascimento
de Jesus Cristo ocorreram num tempo e num lugar de calendário lunar.
Quando estes textos foram traduzidos para português já era tempo e
lugar do calendário solar; será que os tradutores tiveram isto em
atenção?
Em segundo
lugar, ocorre-me que José gostava muito de Maria; por isso a pediu
em casamento. Ora se Maria estivesse prestes a dar à luz, por muita
vontade que José tivesse de recenseá-la, nunca a levaria numa
viagem de três dias pelo sofrimento que isso implicava para ela e
também pela atrapalhação que José passaria e falta de meios para
lhe dar assistência no parto. Era o primeiro filho para ambos, mas
José sabia que não se gostaria de ver em tal situação durante a
viagem. Ele não permitiria que Maria se metesse ao caminho, apesar
de querer muito que ela se recenseasse com ele. Não, Maria não
poderia estar com o tempo de gestação acabado; senão ela não
faria esta viagem.
Acredito
que Maria estaria aí pelo seu sétimo mês de gestação pelo nosso
calendário, talvez próximo do oitavo. Ambos imaginaram que Maria
faria a viagem sem problemas e depois esperariam o nascimento do bebé
em casa de familiares de José que dariam a assistência devida na
altura do parto. Maria levou o enxoval do bebé consigo e lá
partiram os dois com Maria montada na burrinha. Só que o tempo que
José pensou levar em viagem certamente duplicou ou triplicou porque
o andamento da burrinha no seu caminhar provocava mal-estar e dores a
Maria no seu estado de gravidez bastante avançada e a marcha
abrandava e Maria descia da burrinha para se distender um pouco no
chão e aliviar as dores. José deu consigo muitas vezes arrependido
de a ter trazido; mas que fazer? Voltar para trás seria pouco mais
ou menos o mesmo percurso que avançar e lá iam avançando e Maria
sustendo as dores quanto podia e pedindo a José para pararem quando
não aguentava mais e José cobria-se
de
suores.
Todos passavam e eles cada vez ficavam mais para trás.
Foram
dos últimos a chegar a Belém; por isso não encontraram lugar em
nenhuma hospedaria, pois quando
chegaram a Belém,
esta cidade-vila estava cheia de gente que, como o José, tinha
nascido no concelho, mas morava longe. Todas as hospedarias estavam
cheias e José não conseguiu lugar em nenhuma delas nem/ou por causa
do bebé estar prestes a nascer.
Já
nos limites de Belém e perante mais um “não”, José desesperou.
Vendo o seu desespero, o dono da hospedaria cedeu-lhes a ramada. Não
seria o lugar ideal para um bebé nascer, mas era melhor do que
acontecer na rua sem nenhum resguardo. José agradeceu e lá se
encaminhou com Maria e a sua burrinha, em cima da qual Maria fez o
percurso de Nazaré a Belém.
José
aconchegou umas palhas e Maria deitou-se tapada com as mantas que
tinham trazido, enquanto José saiu a buscar água e algum alimento
para os dois. Quando regressou, tal não foi o seu espanto quando viu
Maria com um menino ao colo embrulhado na sua roupinha trazida por
Maria. Ele não queria acreditar, mas era verdade: Maria já tinha o
seu bebé ali, à vista. Correu à hospedaria a pedir uma parteira
que a examinasse para saber se estava tudo bem com ela e com o
menino. Era
noite, seria difícil!
- disseram-lhe na hospedaria –
Mas,
pela manhã, ficasse descansado que teria uma mulher experiente para
vê-la. Tinha a sua palavra.
– disse-lhe o
estalajadeiro.
Finalmente
José dirigiu-se com calma para a ramada. A noite não estava fria,
mas húmida e lá se deitou ao lado de Maria e do Menino para ficarem
mais quentinhos.
Entretanto
uma luz brilhava no céu e não era uma estrela. Era completamente
diferente delas. Vários astrólogos a viram e pensaram:
É
este o sinal pelo qual estávamos esperando. O Rei dos reis já
nasceu. Onde terá acontecido? Quem será ele?
Os
astrólogos daqueles tempos eram pessoas muito importantes e muito
desejadas. Os reis só tomavam decisões, após ouvi-los. Na verdade,
eram eles que governavam porque os reis só faziam o que os magos
(assim se chamavam naquela época) lhes diziam e aconselhavam. Mesmo
que desejassem muito fazer o contrário, não se atreveriam porque
não queriam as consequências que o mago tinha avisado que
aconteceriam, se o rei teimasse em fazer o que queria. Os magos
viviam muito bem, eram muito respeitados e eram os cientistas da
época.
Mais
uma vez, os magos sabiam o que mais ninguém sabia: o
Rei dos reis tinha nascido
e só eles o sabiam. Aquela luz o testemunhava e aquela luz era
Cristo. Mas Cristo não avisou apenas os magos. Aquela luz apareceu
perto dos pastores com um anjo. Eram pastores que, de madrugada,
tinham saído com os seus rebanhos para passarem o dia na serra.
Disse-lhes o anjo:
-
Esta
noite, na cidade de David, nasceu-vos o Salvador que é o Messias, o
Senhor. Isto vos servirá de sinal: encontrareis um menino envolto em
panos e deitado numa manjedoura.
De
repente, os pastores que já estavam cheios de medo com a presença
daquela luz e do anjo, ouviram uma multidão de vozes, sem verem
ninguém, cantando:
-
Glória
a Deus nas alturas e paz na Terra a todos os de boa-vontade.
(S. Lucas 2, 8-15)
Os
pastores ficaram extasiados com aquela manifestação divina
(teofania) e após, decidiram ir a Belém ver o que tinha acontecido
e que o Senhor lhes dera a conhecer.
Entretanto
já era manhã cedo, Maria e José esperavam a parteira e decidiram
pôr o Menino na manjedoura perto da vaca que estava na ramada e da
sua burrinha e fizeram a sua higiene.
O
estalajadeiro saudou-os e trouxe um jarro com o qual ordenhou a vaca
e ofereceu o leite para o Menino beber e os pais também. Também
lhes ofereceu pão e chouriço. A parteira entrou e ficou com Maria,
enquanto José saiu com o estalajadeiro que se sentia uma pessoa
muito feliz.
Chegaram
os pastores e contaram ao estalajadeiro e a José o que lhes tinha
acontecido. O estalajadeiro e José ficaram estupefactos. Sai a
parteira e diz a José: -
A
sua mulher está bem e o Menino também. Ela é uma santa. Cuide bem
dela!
Quanto
lhe devo? -
pergunta-lhe José e ela diz: -
Nada!
Nada! E
sai, benzendo-se muitas vezes. José entra na ramada, preocupado.
O
que se passa, Maria?
Está
tudo bem! -
diz-lhe ela.
Podemos
entrar? Queremos ver o Menino. É o Messias!
- dizem os pastores.
Entrem!
Entrem! -
disse-lhes José. Eles ajoelharam-se em frente do Menino e as
ovelhinhas circundaram-nos balindo, contentes. Os pastores ofereceram
os queijos que tinham, pão e leite.
Chegaram
mulheres com fruta e uma sopa quente para eles e para verem o Menino
e assim foi toda a manhã.
Depois
chegaram familiares de José que acorreram para conhecer o Menino,
não sabendo que lá estava José. Reconheceram-se e ficaram muito
contentes. Levaram José, Maria e o Menino para sua casa. José
agradeceu, comovido.
Manhã
cedo da noite em que nasceu, já Jesus Cristo estava a receber
prendas; bem simples, é verdade; mas
prendas com o coração.
ramada
= abrigo feito nos campos para recolha de gado.
ordenhar
= espremer as tetas de um animal-fêmea para lhe extrair o leite.
Depois
foram viver com o Menino para Jerusalém, para casa dos familiares,
parentes que José lá tinha para que Maria tivesse todo o apoio que
necessitasse neste período pós-parto.
Ainda
viviam na casa destes familiares, em Jerusalém, quando Jesus Cristo
tinha
vinte e quatro meses,
segundo o calendário lunar, e apareceu lá um forasteiro, vidente,
vindo de Damasco que se dirigiu ao palácio real em Jerusalém,
querendo
“prestar
homenagem ao futuro rei do mundo”.
Como a família real não tinha filhos com cerca de dois anos de
idade, este forasteiro foi procurá-lo fora do palácio real e por
comunicações divinas encontrou o Menino com Maria e os familiares
de José na sua casa de Jerusalém. José não estava em casa porque
estava a trabalhar na sua actividade de carpinteiro/construtor de
barcos.
Este
forasteiro ajoelhou-se diante de Jesus Cristo, abençoou-o, abraçou-o
e entregou a Maria prendas caras, jóias que ela nunca tinha visto.
Maria não sabia que fazer e as lágrimas corriam pelo seu rosto.
Entretanto chegou José que os familiares tinham ido chamar. O
forasteiro identificou-se a José; era Isaac, rei da Síria, e pediu
que em nenhuma circunstância o identificassem fosse
a quem fosse.
Pediu a José que saísse de Jerusalém com o Menino o mais depressa
possível porque o rei Herodes preparava a morte para Jesus. José
agradeceu imenso e nessa mesma noite saíram de Jerusalém para o
Egipto3.
Durante a noite, José também fora avisado por um anjo para saírem
para o Egipto.
Como o
forasteiro não regressou ao palácio real a informar o rei Herodes
onde se encontrava o Menino que seria o rei do mundo, Herodes mandou
matar todos os meninos, do sexo masculino, de dois anos para baixo em
Jerusalém e por todo o seu território. Foi uma chacina de inocentes
como não há memória.
José,
Maria e Jesus Menino foram viver para o Egipto e lá ficaram até à
morte do rei Herodes, o Grande. Depois regressaram para Nazaré.
Aí
souberam que os tios de Maria, Isabel e Zacarias (sacerdote), já
tinham falecido e João tinha sido entregue a uma comunidade, a dos
Essénios,
na Judeia, com quem foi criado e aprendeu as Escrituras e o seu modo
de viver. Toda a sua vida, João Baptista fica ligado a esta
comunidade, saindo apenas para pregar. Nesta comunidade, Jesus Cristo
permanece algum tempo quando a Bíblia diz que Ele se retirou para o
deserto.
Assim
foi!♥
2.Até
aos trinta e três anos de idade, segundo o calendário da época e da
região, Jesus Cristo viveu em Nazaré com Maria, Sua mãe, ao Seu
cuidado porque ela era viúva e Jesus Cristo não tinha casado. Jesus
Cristo tinha dezasseis anos quando José, Seu pai adoptivo, faleceu.
Ele herdou a profissão do Seu pai adoptivo, José, como não poderia
ser de outra maneira e assim a família vivia da Sua profissão de
carpinteiro/construtor de barcos. Ele sempre fora muito perfeito no
Seu trabalho. Ao princípio, achavam-no uma criança para assumir
assim uma família. Depois, devido à qualidade do Seu trabalho,
foram continuando clientes da casa. Os irmãos, filhos de José e de
Maria, sua esposa, iam-n’O ajudando na medida das suas
possibilidades.
3.Assim
quando Jesus Cristo tem trinta e três anos, segundo o calendário
local e da época, e toma conhecimento da pregação e baptismos de
João Baptista, deixa a Sua casa e a Sua profissão. A Sua mãe fica
ao cuidado dos irmãos e Ele dirige-se ao encontro de João Baptista
e pede-lhe o baptismo. João Baptista reconhece-O como Filho de DEUS,
mas baptiza-O.
- “Tendo Jesus Cristo sido baptizado por João, o Baptista, e estando em oração, o Céu abriu-se e o Espírito Santo desceu sobre Ele em forma corpórea de pomba e ouviu-se uma voz que disse:
-
Tu és o Meu Filho muito amado; em Ti pus todas as Minhas
Qualidades.” (S.
Lucas 3,31-32)
Ambos
conversam e Jesus Cristo retira-se para o deserto. Acredito que tenha
ido viver com o mesmo grupo, os Essénios, na Judeia, que criou João
Baptista e com quem João Baptista vivia quando não estava a pregar.
Terá sido um retiro para Jesus Cristo: uma aprendizagem de uma nova
forma de vida; a possibilidade de conversar e trocar ideias com
pessoas que tinham muito em comum consigo; uma oportunidade de
cimentar as ideias que Lhe fervilham a mente. Não esquecer que Jesus
Cristo era carpinteiro/construtor de barcos, sabia ler e era
conhecedor da Torá.
Quanto
tempo terá passado com os essénios? Meses? Um ano, dois?
- Na transfiguração de Jesus Cristo “(...) ainda Pedro estava a falar, quando uma nuvem luminosa os cobriu com a Sua sombra e uma voz dizia da nuvem: - Este é o Meu Filho muito amado n’O qual pus todas as Minhas qualidades. Escutai-O.” 1) (S. Mateus 17,1-9)
- Acredito que é Deus, o Altíssimo que Se está manifestando sobre a nuvem, o Pai.
4.
Enquanto no
deserto,
- “Jesus Cristo foi tentado por Satanás e vivia com os animais selvagens e os anjos serviam-n’O.” (S. Marcos 1,12-15)
Claro
que tudo isto de que nos fala o evangelho não são seres naturais,
mas seres celestes, alguns incarnados certamente.
Naturalmente
Jesus Cristo sabe que João Baptista foi preso. Então Ele regressa
imediatamente à Galileia, a Nazaré; penso que já com ideias muito
claras sobre a maneira de organizar o Seu futuro. Jesus Cristo tinha agora trinta e seis anos.
De
seguida, vai habitar em Cafarnaúm por razões bíblicas e/ou
teológicas, sim; mas também por razões familiares. Sabemos que nas
bodas de Canaã, Jesus Cristo, já com os Seus discípulos, não
queria fazer o milagre, mas Sua mãe, Maria, pô-l’O em cheque. Por
quê essa situação? Por que é que Jesus Cristo, a partir do
momento que sai de casa, deixa de chamar a Maria, mãe, chamando-a de
mulher?
Acho
que temos de fazer aqui um intervalo e pensar nas crianças e adultos
sobredotados. Jesus Cristo era um sobredotado e isso porque era Filho
de Deus. O que é um sobredotado? É alguém a quem Deus, o Pai
dotaram com dons bastante desenvolvidos, geralmente com o intuito de
fazer a história avançar numa determinada área na Terra. Depois
claro que há os oponentes; aqueles pouco inteligentes, mas espertos
que detêm o poder na Terra a vários níveis e que fazem os
possíveis e impossíveis para conservar ou adquirir o poder em
detrimento dos mais competentes. É a luta incessante entre os filhos
das trevas e os filhos do Dia, do Bem, dos Afectos. Pois bem, o
sobredotado é bastante inteligente, criativo, com bastante
raciocínio; com “mãos
perfeitas” como diz
o povo; aquele que “quando
os outros começam a perceber, ele já está a chegar a conclusões”.
Jesus Cristo era Filho de Deus e só por isso Ele já era sobredotado
o que não significa que os sobredotados sejam filhos de Deus pelo
nascimento; não se trata disso.
O
que se passa é que é muito bom ter um sobredotado à mão para nos
orientar e ajudar no dia-a-dia, mas ... e que raiva ter um
sobredotado à mão a nos fazer sombra e a nos sentirmos ignorantes e
estúpidos ao pé dele.
Na
minha opinião de leiga, Jesus Cristo não se sentiu apenas usado e
mal amado durante a Sua vida pública, mas desde bem cedo. Ele também
demonstra essa amargura numa altura em que regressou a Nazaré depois
de ter multidões de gente a acorrer de todos os lados para
escutá-l’O, para se sentirem com dignidade ...
- “Tendo chegado à sua terra, Nazaré, ensinava os habitantes na sinagoga, de modo que todos se enchiam de assombro e diziam:
- De onde lhe vem esta sabedoria e o poder de fazer milagres?
- Não é Ele o filho do carpinteiro?
- Não se chama sua mãe Maria e seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas?
- Suas irmãs não estão todas entre nós?
- De onde lhe vem, pois tudo isto?
E
estavam escandalizados por causa d’Ele. Mas Jesus Cristo
disse-lhes: - Um
profeta só é desprezado na sua pátria e em sua casa.
E
não fez ali muitos milagres por causa da falta de fé daquela
gente.” (S. Mateus
13,54-58)
Contudo Jesus Cristo sempre
mostrou obediência a sua mãe segundo os padrões de conduta em que
foi educado, mas não satisfação. Certamente resolvia todos os
problemas da família e vizinhos desde pequeno sob as ordens da mãe.
Maria, nesta altura não era a Maria (do Céu) porque, quando Jesus
já tinha quatro anos, Maria começa a cumprir os seus deveres de
esposa, depois de muita pressão dos familiares de ambos os lados.
Era importante para José ter filhos seus, do seu sangue, segundo a
tradição judaica. Acho que Jesus Cristo não deve ter aceitado bem
esta situação. No entanto o parto de Maria (que
ocorreu em Dezembro do ano do recenseamento do imperador romano César
Augusto) não foi
natural, mas celeste, pois Jesus Cristo era Filho de Deus. Há um
cântico de Natal que nos conta que, depois de Maria estar
aconchegada no estábulo, José foi à procura de alimento e água.
Quando regressou Maria já tinha o bebé ao colo; José ficou
estupefacto. De manhãzinha, conta-se, José foi buscar parteiras
para verificarem e testemunharem que o menino tinha saído da barriga
de Maria, mas nela não havia qualquer sinal de, por onde; pois o seu
hímen estava intacto e o seu corpo também.
Há
pessoas celestes médicas e parteiras e elas fazem o parto e tiram os
seus bebés através do ventre materno com as mãos. O parto de Maria
não foi natural como já ouvi ser afirmado por pastores cristãos.
Quando
os seus outros filhos já estão com as suas vidas orientadas e
famílias formadas, Maria entra para a comunidade de Seu filho e
começa a ser discípula de Jesus Cristo; desliga-se dos outros
filhos, mas traz consigo as duas filhas mais novas; com certeza,
Maria volta, a pouco e pouco, a ser novamente Maria (do Céu) porque
pessoa nova da Nova Criação, novamente limpa de qualquer vício e
sempre mãe de Jesus Cristo.
Ao
começar a Sua vida pública, Jesus Cristo adquiriu a liberdade de já
não necessitar de ser obediente a Sua mãe, Maria. Também para se
desligar da família natural e estar totalmente com a Sua Família
Celeste. Por isso não podia continuar a chamá-la de mãe porque
tinha cortado todas as Suas ligações com a Sua família natural.
- “Estava Ele a falar à multidão, quando apareceram Sua mãe e Seus irmãos que, do lado de fora, procuravam falar-Lhe. Disse-Lhe alguém:
-
A Tua mãe e os teus irmãos estão lá fora e querem falar-Te.
Jesus
Cristo respondeu ao que Lhe falara:
- Quem é a minha mãe? Quem são os meus irmãos?
E indicando com a mão os discípulos, acrescentou:
- Aí estão minha mãe e meus irmãos; pois todo aquele que fizer a
vontade de Meu Pai que está no Céu, esse é que é meu irmão,
minha irmã e minha mãe.”
(S. Mateus 12,46-50)
A
partir do momento do Seu baptismo, Jesus Cristo conscientemente
passou a trabalhar apenas para a Família Celeste e os Seus
discípulos passaram a ser a Sua família na Terra que estava a seu
cargo e era sua responsabilidade. Assim Jesus Cristo volta a ter
laços com a Sua mãe desta vez como Sua discípula.
Seja
qual for a família natural, nunca será perfeita porque perfeita só
pode ser a grande família celeste onde todos são perfeitos. A
família natural é ecuménica do ponto de vista sobrenatural.
Construam-se
uns aos outros! –
pedem-nos Deus, Pai, Jesus Cristo.
5.Chegado
a Cafarnaúm, Jesus Cristo está feliz. Tem tudo pela frente. Tem uma
casa sua, um grupo a formar e a instruir; tem uma Mensagem a
transmitir à humanidade. Tudo está claro na Sua mente. Vai formar
um grupo de crentes em Deus, mas a Sua filosofia de vida não tem
nada a ver com a dos essénios; o Seu caminho é diferente. Jesus
Cristo não encontrou o Amor de Deus, os afectos e a Vida naquele
lugar e na disciplina daquelas pessoas. Ele sabia das Escrituras:
- “Maldito (...). Será como o cardo na estepe que nem percebe quando chega a felicidade: habitará na aridez do deserto. Bendito (...) é como a árvore plantada à beira da água.” (Jeremias 17,5-8)
Também
sabia:
- “O Senhor (...) deu-nos esta terra onde corre leite e mel.” (Deuteronómio 26,4-10)
O
Seu caminho, com todos aqueles que O aceitarem como líder, ou
melhor, como Mestre, será um caminho doce, alegre e cheio de Vida e
Amizade e Amor-do-coração como é a Vida no Pai.
- “Por que não jejuam os Teus discípulos?
-
Porque eles estão em festa; têm o Senhor consigo.”
Parafraseio
eu das palavras de Jesus Cristo. Com Jesus Cristo e Maria, os
ressuscitados, homens e mulheres, vivem, trabalham e dançam. Toda a
pessoa nova da Nova Criação vive permanentemente em festa porque
Deus, o Pai e Jesus Cristo e Maria vivem nele(a).
- “Hoje mesmo faço de ti uma cidade fortificada, uma coluna de ferro e uma muralha de bronze.” (Jeremias 1,17-19)
Assim
é!
Cafarnaúm
é uma cidade situada à beira-mar junto do Lago de Tiberíades e
passou a ser a Sua cidade e Jesus Cristo começa a pregar:
-
Convertei-vos porque está próximo o Reino do Céu!
E
caminhando ao longo do grande lago foi convidando SIMÃO,
após Pedro, e seu irmão ANDRÉ;
TIAGO,
filho de Zebedeu, e o seu irmão JOÃO.
Todos pescadores. Agora já com quatro discípulos e, portanto na
qualidade de Mestre, percorre com eles toda a Galileia lendo a Torá
nas sinagogas, explicando as leituras e ensinando os presentes. A
quem encontrava doente, curava sem receber recompensa.
- “Todos quantos tinham doentes com diversas enfermidades, levavam-lhos e Jesus Cristo impondo-lhes as mãos a cada um deles, curava-os. Também de muitos saíam demónios que gritavam e diziam:
-
Tu és o Filho de Deus. (S. Lucas 4,41)
Passou
a ser conhecido por toda a Galileia e regiões em redor até onde
pudesse chegar a notícia naqueles tempos.
- “Ao romper do dia saiu e retirou-se para um lugar solitário. As multidões procuravam-no e, ao chegarem junto d’Ele, tentavam retê-l’O para que não se afastasse delas. Jesus Cristo disse-lhes:
-
Tenho de anunciar a Boa Nova do Reino de Deus também às outras
cidades, pois para isso fui enviado.
E
foi para a Judeia ensinar nas sinagogas.” (S. Lucas 4,42-44)
Grandes
multidões passaram a segui-los, fossem para onde fossem.
- “A Sua fama espalhava-se cada vez mais, juntando-se grandes multidões para O ouvirem e para que os curasse dos seus males. Sempre que Lhe era possível, Jesus Cristo retirava-se para lugares solitários e aí entregava-Se à oração.
Um
dia, quando Jesus Cristo ensinava numa sinagoga, estavam também lá
sentados alguns fariseus e doutores da Torá, que tinham vindo de
todas as localidades da Galileia, da Judeia e de Jerusalém e o poder
do Senhor levava-O a realizar curas.
- (...) para
que saibais que o Filho do Homem tem, na Terra, o poder de perdoar os
pecados; ordeno-te – disse
ao paralítico
–
levanta-te; pega na tua enxerga e vai para a tua casa.
No
mesmo instante, o homem ergueu-se, pegou na sua enxerga e foi para
sua casa glorificando Deus. Todos ficaram estupefactos e glorificaram
a Deus, dizendo:
-
Hoje vimos maravilhas!” (S. Lucas 5,17-26)
Atualmente, aos apelos à
conversão de Jesus Cristo, a Sua Igreja – responsáveis e povo –
responde:
-
Nós somos todos pecadores: nascemos pecadores e havemos de morrer
pecadores. Não há nada a fazer! Nós somos pecadores. É da nossa
natureza!
Que
atitude e resposta daria Jesus Cristo aos responsáveis da Sua Igreja
atualmente?
- “Certa vez, era enorme a multidão que os seguia. Olhasse para onde olhasse Jesus Cristo só via gente de toda a Judeia, de Jerusalém e do litoral de Tiro e de Sídon que acorrera para O ouvir e ser curada dos seus males. Toda a multidão procurava tocar-Lhe, pois emanava de Jesus Cristo uma força que a todos curava. (O Filho de Deus estava n’Ele; Ele era o Filho de Deus) (S. Lucas 6,12-19)
Então
Jesus Cristo soube que tinha chegado o Seu momento. Reúne os Seus
numerosos discípulos, entre eles os apóstolos, e sobem ao monte.
Rodeado
pelos Seus discípulos e na qualidade de Mestre, JESUS CRISTO faz o
Seu grande discurso: O Sermão
da Montanha e
ouvindo a sua voz prolongar-se nos ecos por aqueles montes, vales e
planície, Jesus Cristo ensina toda aquela gente e todos ficam
extasiados, sem fome nem sede como se o tempo tivesse parado e só
Ele existisse:
- Felizes os pobres de espírito porque deles é o Reino dos Céus (têm um coração grande);
- Felizes os que choram porque serão consolados;
- Felizes os mansos porque possuirão a Terra;
- Felizes os que têm fome e sede de justiça porque serão saciados;
- Felizes os misericordiosos porque alcançarão misericórdia;
- Felizes os puros de coração porque estarão com Deus;
- Felizes os pacificadores porque serão chamados filhos de Deus;
- Felizes os que sofrem perseguições por causa da justiça porque deles é o Reino do Céu.
- Felizes sereis quando vos insultarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o género de calúnias contra vós por Minha causa. Exultai e alegrai-vos porque será grande a vossa recompensa no Céu; pois também assim perseguiram os profetas que vos precederam.
- Vós sois o sal da Terra e a luz do mundo. Que as vossas boas obras vos iluminem entre a humanidade e glorifiquem o vosso Pai que está no Céu.
- “Vinde até Mim, vós, todos os que estais sobrecarregados, cansados, oprimidos e Eu aliviar-vos-ei. Confiai-vos a Mim e aprendei de Mim que sou manso e humilde de coração e encontrareis a Paz.”(S. Mateus 11,28-29)
- Vim levar à Perfeição os Preceitos de Deus e os Profetas. Se não superardes os doutores dos Preceitos e os fariseus, não entrareis no Reino do Céu.
- Quem se irritar contra o seu irmão será réu perante o tribunal de Deus; quem lhe chamar imbecil será réu diante do Conselho de Deus e quem lhe chamar louco será réu da Geena do fogo.
- Com o teu adversário mostra-te conciliador, enquanto caminhardes juntos; (enquanto andardes na Terra)
- Todo aquele que olhar para uma mulher desejando-a, já cometeu adultério com ela no seu coração.
- Não jureis de maneira nenhuma. Seja este o vosso falar: sim, sim; não, não. Tudo o que for além disto, procede do espírito do mal.
- Não oponhais resistência ao mau. Se alguém te bater na tua face direita, oferece-lhe também a outra; se alguém quiser pleitear contigo para te tirar a túnica, dá-lhe também a capa; se alguém te obrigar a acompanhá-lo durante uma milha, caminha com ele duas; dá a quem te pede e não voltes as costas a quem te pedir emprestado.
- Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem. Assim tornar-vos-eis filhos do vosso Pai que está no Céu. Sede perfeitos como é Perfeito o vosso Pai Celeste.
- Quando deres esmola, que a tua mão esquerda não saiba o que faz a tua direita para que a tua esmola permaneça em segredo. (Assim Deus pode recompensar-te)
- Quando orares, entra no teu quarto mais secreto; fecha a porta e reza em segredo a teu Pai.
- Se perdoardes aos outros as suas ofensas, também o vosso Pai Celeste vos perdoará a vós. Se não lhes perdoardes as suas ofensas, também o vosso Pai Celeste não vos perdoará as vossas.(Esta é regra para todos e cada um de nós.)
- Quando jejuares, perfuma a cabeça e lava o rosto para que o teu jejum não seja conhecido dos outros.
- Não acumuleis tesouros na Terra, mas acumulai tesouros no Céu; pois onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração. (O tesouro é composto pelas boas obras que são sempre acções praticadas a favor dos outros e reproduzem-se por cem, por mil a favor daquele(a) que as pratica.)
- Se os teus olhos tiverem brilho, todo o teu corpo andará iluminado. Se os teus olhos estiverem doentes, toda a tua alma andará pelas trevas. Se os teus olhos estiverem doentes, que grandes serão as trevas em que anda a tua alma. Tu serves o dinheiro e não a Deus.
- Não vos preocupeis dizendo: - Que comeremos? Que beberemos? Que vestiremos? O vosso Pai Celeste bem sabe que tendes necessidade de tudo isso. Procurai primeiro o Reino de Deus e a Sua misericórdia e tudo o mais vos será dado por acréscimo. A cada dia, as suas preocupações.
- Não julgueis para não serdes julgados; conforme o juízo com que julgardes, sereis julgados; a medida que usardes para os outros, Deus utilizará para convosco.
- Pedi e ser-vos-á dado; procurai e encontrareis; batei e abrir-se-vos-á; pois quem pede, recebe; quem procura, encontra; ao que bate à porta, esta abrir-se-á. Se os maus dão coisas boas aos seus filhos; mais o vosso Pai dará coisas boas àqueles que lhas pedirem.
- O que quiserdes que vos façam; fazei-o primeiro aos outros, sem distinção.(A Lei do Retorno existe em Deus; o que se semeia, é o que se recolhe; há o tempo para semear e o tempo seguinte para colher tudo o que fomos fazendo aos outros: bem e/ou mal.)
- Como é estreito o caminho e apertada a porta que leva à Vida e como são poucos os que encontram esse caminho e essa porta!
- Toda a árvore boa dará bons frutos e toda a árvore má dará maus frutos. Toda a árvore que não dá bons frutos, é cortada e lançada ao fogo. (Pelas obras conhecerão os falsos cristãos. Quem pratica o mal, não é cristão.)
- Só entra no Reino do Céu, aquele(a) que faz a vontade de Meu Pai que está no Céu; aquele que escuta as Minhas palavras e as põe em prática. (S. Mateus 5,1-7,27)
- “Por que Me chamais Senhor, Senhor e não fazeis o que Eu digo?” (S. Lucas 6,46)
6.
Será
que Jesus Cristo amou? Sabemos que amou tanto os seus discípulos que
deu a vida por eles. Mas amou Ele uma mulher? Pelo que sei, amou
sim e muito!
Jesus
Cristo era homem, homem mesmo e era o Filho de Deus e, por isso Ele
era perfeito; já tinha ultrapassado a charneira das tendências do
natural, mas Deus é Amor e Jesus Cristo, sendo Filho de Deus e sendo
homem também amou uma mulher, muito!
Na
Sua adolescência, amou muito uma adolescente, Teresa, e gostavam
muito um do outro, mas mal a mãe, Maria, deu conta do que estava a
acontecer, zangou-se com ambos, separou-os e acabou o relacionamento
logo no início.
Também sabemos
que “acompanhavam
Jesus Cristo os Doze Discípulos e algumas mulheres que tinham sido
curadas de espíritos malignos e de enfermidades: Maria,
chamada Madalena, da qual tinham saído sete demónios (isto é,
estava muito doente completamente dominada pelo mal que lhe tinham
lançado para o seu corpo); Joana,
esposa de Cuza, administrador
de Herodes; Susana
e muitas outras que os serviam com os seus bens.”(Lc 8, 2-3)
Maria
Madalena (isto é, de Magdala,
localidade que fica perto de Cafarnaún, na margem do Mar de
Tiberíades), nos textos bíblicos, volta a aparecer junto à cruz
(Mt 27,56) também na sepultura de Jesus Cristo (Mt 27,61), junto do
túmulo aberto (Lc 24,10) e foi a primeira a ver Jesus Cristo
ressuscitado e a anunciá-l'O (Jo 20,11-18.17-18 nota) “Disse-lhe
Jesus Cristo: «Maria!»
Ela, aproximando-se, exclamou: «Rabbuni!»
que significa 'Mestre'. Jesus Cristo disse-lhe: «Não
me detenhas, pois ainda não subi para o Pai; mas vai ter com os meus
irmãos e diz-lhes 'Subo para o meu Pai que é o vosso Pai; para o
meu Deus que é o vosso Deus'.»
Agora
não confundamos! Esta Maria não é a mulher que se aproxima de
Jesus Cristo e O lava com as suas lágrimas e O perfuma com o perfume
de aloés do frasco de alasbastro. Esta mulher não era conhecida dos
discípulos; por isso o seu nome não aparece, não está
identificada.
Esta
Maria também não é a Maria de
Betânia,
localidade
que fica perto de Jerusalém.
Esta
Maria,
de
Magdala, era mais velha um ano e meio (segundo o calendário lunar
hebraico) do que Jesus Cristo. Quando Jesus Cristo a conheceu, ela
era viúva de um dos generais de Herodes e os seus filhos (um rapaz e
uma rapariga) já tinham as suas vidas próprias, independentes da
mãe.
Um
dia, ela estava no jardim da casa de uma amiga e surge aquele belo
homem de cabelos e olhos castanhos que lhe diz: «Como estás?
Disseram-me que estás doente e queres ser curada.»
Maria
ficou sem respiração quando olhou para Ele e saiu-lhe um 'Sim'
assim por um fio de voz. Ele deu uma gargalhada, mas estava muito
perturbado. Depois Ele curou-a e ela perguntou-lhe se poderia aderir
à comunidade.
Maria
de Magdala vendeu todos os seus bens, entregou esse dinheiro à
comunidade e passou a viver nela. Este grande amor que ambos sentiam,
fez com que ambos guardassem fidelidade um ao outro e Maria O
acompanhasse sempre para todo o lado.
Relativamente
ao primeiro marido de Maria, era treze anos mais velho do que ela e
quando faleceu a família dele prometeu-a ao seu irmão que
entretanto tinha enviuvado e era o mais velho dos irmãos. Ela
recusou-se a aceitá-lo em casamento e vivia muito pressionada.
Quando
souberam que ela tinha vendido todos os bens com o apoio dos amigos e
entrado para a comunidade, o cunhado prometido a si jurou que lhe
mataria o marido se ela voltasse a casar.
Várias
vezes Jesus Cristo a pediu em casamento, mas Maria, receando sempre a
concretização da ameaça do cunhado, nunca aceitou; preferiu
continuarem noivos, prometidos um ao outro. Jesus Cristo aceitou a
situação.
Quando
este seu cunhado morreu, Maria disse que agora já poderia casar-se
com ele, mas já não estava em idade de ter filhos. E o tempo foi
passando sem tomarem uma decisão definitiva.
Um
dia Jesus Cristo começa a dizer que o seu fim estava próximo.
Entraram todos em pânico. 'E
agora? Precisamos de um herdeiro!'
Jesus
Cristo desatou a rir à gargalhada e deixou-os nas suas conjecturas.
Eles
escolheram para esposa de Jesus Cristo, Maria de Betânia porque ela
era descendente de David e do círculo dos íntimos de Jesus Cristo.
Maria de Betânia tinha uma grande admiração, díriamos 'adoração'
por Jesus Cristo. Ela aparece nos Evangelhos “Tinha ela uma irmã,
chamada Maria,
a qual, sentada
aos pés do Senhor,
escutava a sua Palavra.” (Lc 10,39; Jo 11,1-3)
Quando
alguns discípulos falam a esta Maria sobre a possibilidade de ela se
casar com Jesus Cristo, ela deu pulos de contente. Nesta altura,
Jesus Cristo tinha quarenta e quatro anos de idade e Maria tinha
vinte e um anos, segundo o calendário lunar hebraico.
Os
discípulos pedem para falar a Jesus Cristo em privado. Expõem-lhe
tudo o que os inquieta e o seu projecto de casamento com Maria de
Betânia e a aceitação desta. Jesus Cristo ouve tudo com atenção,
pede um tempo e expõe tudo a Maria (de Magdala). Quando começa a
compreender tudo, lágrimas correm pelo rosto de Maria sem cessar e
ela mantém-se em silêncio. Jesus Cristo pergunta-lhe: 'Que
me dizes'?
Maria levanta-se, vira o seu rosto para Ele e diz-lhe: 'Faz
o que tens a fazer'
e sai para se recolher.
Jesus
Cristo não tomou nenhuma decisão. Entretanto Lázaro, irmão de
Marta e de Maria, vem pressionar Jesus Cristo para que o casamento se
realize e os seus planos, caso aconteça algo a Jesus Cristo. Jesus
Cristo aceita e vai falar com Maria de Betânia.
Jesus
Cristo não ama Maria de Betânia, mas gosta muito dela.
Foi
um casamento sem grandes festas. Foram convidados apenas os mais
próximos. Jesus Cristo pediu a Maria de Betânia para continuar a
viver com os irmãos que ele viria a casa sempre que lhe fosse
possível. Passado pouco tempo, Maria já estava grávida e Jesus
Cristo tinha no ventre de Maria um filho legítimo, seu herdeiro. Um
ano passado, este filho nasceu e Jesus Cristo deu-lhe o nome de
Samuel.
Passados
uns meses, Maria de Betânia volta a ficar grávida, mas na Páscoa
desse ano, acontece o que esperavam: Jesus Cristo é preso, morto e
ressuscita para glória de Deus e bem da humanidade. Jesus Cristo
tinha quarenta e seis anos e Maria de Betânia vinte e três.
Maria
de Betânia não se aproxima do Calvário.
Estava
combinado passarem a Páscoa todos juntos na casa onde aconteceu a
Última Ceia, mas Jesus Cristo pediu a Maria e aos irmãos para não
irem. Falou, em particular, com Lázaro e este concordou com tudo.
Nessa Páscoa foram para casa de José de Arimateia. Este estava a
par dos planos de Jesus Cristo. Quando lhes vieram comunicar que
Jesus Cristo tinha sido preso, José de Arimateia disse para Lázaro:
-
Está
na hora de partirem.
O
menino, Samuel, ficou com José de Arimateia e a sua família e Maria
de Betânia com a sua irmã, Marta, e o seu irmão, Lázaro partiram
num barco com as passagens compradas por Jesus Cristo e entregues a
José de Arimateia.
A
viagem de barco foi calma e Maria passou-a bem. Estava grávida de
4-5 meses. O destino da viagem era o porto de Lacóbriga e depois
seguirem para norte fazendo o percurso que Jesus Cristo já tinha
feito e chegarem à comunidade de Tiago, no norte. Contudo o barco
foi assaltado e levado para a Córsega. Estavam completamente
entregues a si próprios. Foi assustador, mas devido à gravidez de
Maria, uma viúva condoeu-se deles e levou-os a viver na sua
propriedade em Aix-en-Provence.
Ela era francesa, da Provença. Havia trabalho suficiente para eles.
Lázaro aceitou e lá partiram com a senhora para a sua casa.
No
caminho, ela falou-lhes da sua fé e eles aceitaram sem manifestar
que tinham uma fé idêntica. Era um começar de novo!
O
tempo foi passando; eles foram ficando. Marta casou; Lázaro casou.
Maria recusou-se sempre a voltar a casar. Vestia de negro como sinal
exterior da sua viuvez. No tempo próprio, Maria deu à luz uma linda
menina a quem deram o nome de
Sara
porque era uma mulher bíblica a quem Maria admirava. Quando a menina
começou a andar, vestia-a de negro em memória de seu pai, Jesus
Cristo, que tinha falecido e ressuscitado.
Depois
as pessoas conhecidas começaram a criticá-la por uma menina tão
novinha andar vestida de preto. Não estava certo e ela foi pensando,
foi pensando no assunto até que condescendeu e a menina passou a
andar vestida como as outras meninas. De Samuel, não teve mais
notícias. Naquele tempo os meios de comunicação e os correios não
eram o que são hoje; a perseguição era enorme quando saíram e
todos falavam em dispersar. Maria queria muito regressar para ver o
seu filho, saber como as coisas estavam; mas as incertezas e as
dúvidas eram muitas. Ali tinham uma família amiga, trabalho, um
lar. Se regressasse, que teria? E possivelmente perderia aquilo que
tinha agora.
De
Samuel, filho de Jesus Cristo e de Maria de Betânia, sabemos que
viveu na casa de José de Arimateia como sobrinho de um dos seus
filhos até à idade de quatro, cinco anos quando José de Arimateia
faleceu, mas antes contou-lhe sobre a sua identidade e entregou-lhe
documentos que ele devia guardar com muito zelo.
Alguns
membros da comunidade cristã foram ficando por ali dispersos por
propriedades rurais onde trabalhavam. Maria de Magdala estava numa
dessas propriedades como governanta e pediu para si a custódia do
menino. A princípio mostraram-se relutantes, depois aceitaram devido
ao estatuto de Maria junto de Jesus Cristo e da comunidade. Todos
tratavam Samuel com muito respeito e veneração. Aos dezasseis anos,
Samuel foi adoptado por Paulo, antes Saulo, e Paulo deu-lhe o nome de
Timóteo
e passou a acompanhar Paulo para todo o lado na evangelização,
sempre muito discreto, muito assumido no seu trabalho e muito
responsável, mas sem protagonismos. Não queria isso para si!
Quanto
a Sara, a sua família foi ganhando a pouco e pouco estatuto social
em Aix-en-Provence e também na comunidade cristã e ela foi
crescendo educada naquela fé e maneira de viver. Com dezoito anos,
Sara casou com
Manuel,
um
dos netos daquela senhora que os recolheu e que tinha um estatuto
elevado naquela sociedade e Sara teve dois filhos, a mais velha, uma
menina a quem põs o nome de
Maria
como sua avó e ao segundo filho, um rapaz, põs o nome de
Samuel
como
seu irmão de quem a mãe falava cada vez mais numa preocupação
cada vez maior.
Começaram
a surgir na Provença, evangelizadores cristãos que falavam sempre a
Maria de Betânia sobre a Palestina e sobre as comunidades cristãs,
mas de Samuel não sabiam nada até que um dia, Paulo, escutando
tantos relatos sobre a Provença e sobre Maria de Betânia e seus
irmãos, decide lá ir evangelizar com Timóteo. Maria já é uma
senhora de alguma idade, escuta-os com muita atenção e louva a Deus
sem cessar. Falece pouco tempo depois.
Lázaro
pede para falar em particular a Paulo. Fala-lhe da comunidade cristã
da Lusitânia para onde Jesus Cristo os tinha enviado, mas que não
tinham conseguido lá chegar. Conta-lhe tudo o que Jesus Cristo lhe
tinha contado e pede-lhe a mesma discrição que Jesus Cristo lhe
tinha pedido. Paulo aquiesceu com a cabeça e não mais mencionou o
assunto. Paulo e Timóteo regressam às suas viagens de evangelização
e a vida na Provença vai decorrendo normal e pacata, mas feliz para
todos.
7.S.
Lucas escreveu
um dos evangelhos sinópticos por volta dos anos 80-90. Era médico
de profissão e foi discípulo de S. Paulo. Na composição deste
evangelho, S. Lucas utilizou grande parte dos materiais comuns a S.
Marcos e S. Mateus, além dos que lhe são próprios e dos contactos
com o evangelho de S. João. Todos os materiais da tradição estão
marcados pelo trabalho do autor que se reflecte quer na sua
ordenação, quer no vocabulário, quer no estilo.
- “Jesus Cristo ensinava nas sinagogas e todos O elogiavam. Segundo era Seu costume, Jesus Cristo entrava em dia de sábado na sinagoga e levantava-se para ler. Entregavam-Lhe um livro de um profeta e, desenrolando-o, Ele lia algumas passagens. Depois, enrolava o livro, entregava-o ao responsável e sentava-se. Todos os que estavam na sinagoga tinham os olhos fixos n’Ele. Todos davam testemunho a Seu favor e se admiravam com as palavras repletas de graça divina que saíam da Sua boca porque falava com autoridade.” (S. Lucas 4,14-30)
- “Encontrava-se na sinagoga um homem que tinha um espírito maligno, o qual se pôs a bradar em voz alta: - (...) Sei quem tu és: o Santo de Deus! Jesus Cristo ordenou-lhe:
-
Cala-te
e sai desse homem!
O
demónio arremessando o homem para o meio da assembleia, saiu dele
sem lhe fazer mal algum.
Dominados
pelo espanto, diziam uns aos outros:
-
Ordena com autoridade e poder aos espíritos malignos e eles saem!
A
fama de Jesus espalhou-se por todos os lugares daquela região. (S.
Lucas 4,33-44)
- “Jesus Cristo foi para Cafarnaúm, a cidade onde morava. Um centurião tinha um servo que estava quase a morrer e enviou a Jesus Cristo alguns judeus de relevo para Lhe pedir que viesse salvar-lhe o servo.
Chegados
perto de Jesus Cristo suplicaram-Lhe insistentemente: - Ele
merece que lhe faças isso, pois ama o nosso povo e foi ele quem nos
construiu a sinagoga.
Então
Jesus Cristo decidiu-se a acompanhá-los. Não estavam já longe de
casa quando o centurião lhes mandou dizer por uns amigos: -
Não Te incomodes, Senhor, pois não sou digno de que entres debaixo
do meu tecto, pelo que nem me julguei digno de ir ter contigo. Mas
diz uma só palavra e o meu servo será curado.
(...)
Ouvindo
estas palavras, Jesus Cristo sentiu admiração por ele e disse à
multidão que O seguia: - Digo-vos:
nem em Israel encontrei tão grande fé.
Quando
os enviados chegaram à casa do centurião encontraram o servo de
perfeita saúde.”
(S. Lucas 7,1-10)
- “Quando Jesus Cristo com os Seus discípulos se dirigiam para uma cidade chamada Naim, seguidos de uma grande multidão, perto da porta da cidade, viram que levavam um defunto a sepultar, filho único de uma viúva que vinha acompanhada de muita gente da cidade. Jesus Cristo compadeceu-se dela e disse-lhe: - Não chores!
Aproximando-se
do caixão, tocou-lhe e os que o transportavam, pararam. Disse então
Jesus Cristo:
-
Jovem,
ordeno-te: - Levanta-te.
O
morto sentou-se e começou a falar e Jesus Cristo entregou-o a sua
mãe. O temor apoderou-se de todos e davam glória a Deus dizendo:
- Surgiu
entre nós um grande profeta e Deus visita o Seu povo.
A
fama deste milagre espalhou-se pela Judeia e por toda a região.”
(S. Lucas 7,11-17)
- “Um fariseu convidou Jesus Cristo para uma refeição na sua casa. Quando Jesus estava à mesa, uma mulher pecadora entrou na casa do fariseu com um frasco de alabastro com perfume para Jesus Cristo. Colocando-se por detrás d’Ele e chorando, começou a banhar-Lhe os pés com lágrimas; enxugava-os com os seus cabelos. Beijava os cabelos de Jesus Cristo ungindo-os com o perfume.
Vendo
isto, o fariseu disse para consigo: «Se
este homem fosse
profeta, saberia quem é e de que espécie é a mulher que Lhe está
a tocar porque é uma pecadora.»
Então
Jesus Cristo disse-lhe:
-
Simão, tenho uma coisa para te dizer.
- Fala, Mestre! – disse o fariseu.
- (...) Vês esta mulher? Entrei em tua casa e não Me deste água para os pés; ela, porém banhou-Me os pés com as suas lágrimas e enxugou-os com os seus cabelos. Não Me deste um ósculo; mas ela, desde que entrou, não deixou de beijar-Me os pés. Não me ungiste a cabeça com óleo e ela ungiu-Me com perfume. Por isso digo-te que lhe são perdoados os seus muitos pecados porque muito amou (muito Me ama); mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama (pouco Me ama). Depois disse à mulher:
- Os teus pecados estão perdoados.
Começaram,
então, os convivas a dizer entre si:
-
Quem é este que até perdoa os pecados?
E
Jesus Cristo disse à mulher:
-
A tua fé te salvou. Vai em paz!
(S. Lucas 7,36-50)
- “Jesus Cristo ia de cidade em cidade, de aldeia em aldeia, proclamando e anunciando a Boa-Nova do Reino de Deus. Acompanhavam-n’O os doze discípulos e algumas mulheres que tinham sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades e que os serviam com os seus bens.” (S. Lucas 8,1-3)
- “Certo dia, Jesus Cristo subiu, com os seus discípulos, para uma barca e disse-lhes:
-
Passemos à outra margem do lago.
E
fizeram-se ao largo. Enquanto navegavam Jesus Cristo adormeceu. Um
turbilhão de vento caiu sobre o lago; eles ficaram inundados e em
perigo. Os discípulos aproximaram-se d’Ele e despertando-O,
disseram-Lhe:
- Mestre, Mestre, estamos perdidos!
Jesus
Cristo levantando-se, ameaçou o vento e as águas que se acalmaram e
veio a bonança. Disse-lhes depois:
-
Onde está a vossa fé?
Cheios
de medo e admirados, diziam entre eles:
«Quem
é este homem que até manda nos ventos e nas águas e eles
obedecem-lhes?»
Quando
desceram da barca no concelho dos gadarenos1)
veio ao seu encontro um homem da cidade que estava possesso de vários
demónios e dormia nos túmulos. Ao ver Jesus Cristo prostrou-se
diante d’Ele, gritando em alta voz:
-
Que tens a ver comigo, Jesus, Filho de Deus Altíssimo? Não me
atormentes!
(...)
Jesus Cristo
perguntou-lhe: - Qual
é o teu nome?
-
Legião
– respondeu.
Certamente devido ao facto de muitos demónios terem entrado nele e
suplicavam a Jesus Cristo que não os mandasse para o abismo e os
deixasse entrar na grande vara de porcos que andavam por ali a pastar
no monte. Jesus Cristo permitiu. Os demónios saíram do homem e
entraram na vara de porcos que se lançou do alto do precipício para
o lago e afogou-se.
Ao
verem isto, os guardadores dos porcos fugiram e levaram a notícia à
cidade e aos campos. As pessoas saíram para ver o que tinha
acontecido. Vieram ter com Jesus Cristo e encontraram o homem de quem
tinham saído os demónios, sentado a Seus pés, vestido e em
perfeito juízo. Os que tinham visto contaram-lhes como o possesso
tinha sido salvo e toda
a população da região de Gádara pediu a Jesus Cristo que se
afastasse deles,
pois estavam possuídos de grande temor. Jesus Cristo subiu para a
barca e afastou-se dali. O homem, de quem os demónios tinham saído,
pediu-Lhe para ficar com Ele. Jesus Cristo disse-lhe:
-
Volta para a tua casa e conta o que Deus
fez por ti.
Então
este homem passou a anunciar tudo o que Jesus Cristo lhe fizera e
dissera por aquelas terras.
(S. Lucas 8,22-39)
1)
Se S. Lucas e S. Marcos nos dizem que eles aportaram na terra dos
gerasenos, S. Mateus diz-nos que eles aportaram na terra dos
gadarenos ou Gádara. Os factos mostram-nos que é S. Mateus que nos
conta a verdade, pois Gádara fica a este da região da Galileia,
depois de atravessarmos o Lago de Tíberíades ou Genesarei e a terra
dos Gerasenos ou Gerasa fica a norte da região da Galileia sem
qualquer relação com o Lago Generasei. É só consultarmos um mapa
da época. Jesus Cristo afirma aos discípulos que O acompanham:
Passemos à outra margem do lago!
São
as tais confusões que a oralidade provoca!
2º
- Se analisarmos o mapa da Palestina do tempo de Jesus Cristo,
verifica-se que a Galileia era governada por Herodes Antipas, segundo
filho de Herodes, o Grande e a Decápole, região onde se situava o
concelho de Gádara, pertencia à província romana da Síria e era
habitada por gentios. Então Gádara, fazendo parte da Síria, era
território estrangeiro para os palestinos, isto é, para os judeus,
pois o islamismo só surge no século VII, VIII.
3º
- O Lago de Tiberíades faz fronteira entre a Galileia a oeste e a
Decápole a Este. A cidade de Jesus Cristo era Cafarnaúm, na margem
do Lago, fazendo parte da Galileia. Ao passar para a outra margem com
os Seus discípulos, Jesus Cristo estava a passar de uma terra de
gente crente num só Deus para uma terra estrangeira crente em várias
divindades. Acredito que o vento e as águas eram guardiães dos
crentes para que não entrassem em terras pagãs, terras sem Deus
porque entregues a divindades. Outros teriam recuado e voltado para
trás. Mas Jesus Cristo tinha um propósito: lançar semente nesta
terra de gentios. Assim enfrentou o vento e as águas e estes
acalmaram.
4º
- Quando iam a atravessar o lago, Jesus Cristo adormeceu. Acho que
não foi pelo cansaço, pois o dia deveria ir alto. Adormeceu para
que o Seu Ser Celeste, a Sua pessoa irem conhecer a outra margem e
aproximar aqueles que d’Ele precisavam.
5º
- Acredito que Jesus Cristo queria evangelizar e ajudar esta gente
que precisava tanto, fazendo milagres; mas tinha a certeza de que
pelo menos um conseguiria converter e só por isso já tudo valeria a
pena. Encontrou-o logo, mal pôs os pés em terra e converteu-o. Só
que, se para os judeus os porcos são animais impuros e não lhes
tocam por nojo; para estes gentios eram riqueza e sustento. Acho que
Jesus Cristo queria mostrar a esta gente que, se os porcos eram
importantes para eles, pois Ele era muito mais importante para eles
do que os porcos que Ele enviou para o precipício e o lago.
Os
gentios, apesar da façanha de Filho de Deus, que ninguém mais tinha
conseguido; dominados pelas divindades, recusaram o que Jesus Cristo
poderia fazer por eles dando-lhes a graça de Deus. Estavam magoados
pelos porcos que tinham perdido e o dinheirinho que isso
representava. Mandaram Jesus Cristo embora E FICARAM SEM A Graça de
Deus.
Que
fez o Filho de Deus?
Não
reclamou; não (se) explicou; não se zangou; não prometeu; mas
sacudiu o pó das Suas sandálias e entrou na barca com os Seus
discípulos e voltou para a Sua terra, desiludido.
No
entanto a viagem não foi em vão: houve uma conversão que, com a
graça de Deus, daria muito fruto. Tudo tinha valido a pena!
- “Ainda estava Ele a falar, quando alguém da casa do chefe da sinagoga veio dizer: - A tua filha morreu. Não continues a incomodar o Mestre!
Mas
Jesus Cristo que tinha ouvido tudo, respondeu:
- Não
tenhas receio; crê somente e ela será salva.
Ao
chegar a casa, não deixou entrar ninguém com Ele a não ser Pedro,
João e Tiago assim como o pai e a mãe da menina. Todos choravam e
pranteavam. Jesus Cristo disse:
-
Não
choreis porque ela não está morta, mas dorme.
E
por saberem que
ela tinha morrido, troçavam de Jesus Cristo1);
mas Ele, tomando-a pela mão, chamou-a, dizendo em voz alta:
-
Menina, levanta-te!
O
espírito voltou-lhe
e imediatamente se levantou. Jesus Cristo mandou que lhe dessem de
comer. Os pais ficaram estupefactos e Ele ordenou-lhes que não
dissessem a ninguém o que tinha acontecido.
(S. Lucas 8,49-56)
1)
A judiação dos ignorantes. Apesar do conhecimento que tinham de
Jesus Cristo e de, na impotência deles, se terem socorrido d’Ele;
na altura, acharam que sabiam mais do que Ele e judiaram d’Ele.
Mais uma vez Ele não lhes deu qualquer atenção e mostrou quem
era.
8.Nesta
altura, as multidões já não os largavam e Jesus Cristo e os Seus
discípulos não conseguiam tomar as refeições nem descansar porque
as pessoas são muito egoístas e só conseguem ver as suas
necessidades.
- “Naqueles dias, Jesus Cristo foi para o monte fazer oração e passou a noite a orar a Deus. Quando nasceu o dia, convocou os discípulos e escolheu DOZE dentre eles, aos quais deu o nome de apóstolos: Simão a quem chamou PEDRO e ANDRÉ, seu irmão; TIAGO, JOÃO, FILIPE e BARTOLOMEU; MATEUS e TOMÉ; TIAGO, filho de Alfeu, e SIMÃO, chamado o zelota; JUDAS, filho de Tiago e JUDAS ISCARIOTES, que veio a ser o traidor. Dá-lhes o poder de expulsar os espíritos malignos e de curar todas as enfermidades e doenças e envia-os depois de lhes dar as instruções.” (S. Mateus 10,1-42)
Isto
é, Deus veio habitar neles; eles, cheios da graça de Deus,
tornaram-se pessoas novas da Nova Criação. Também instruiu os
apóstolos para que eles se soubessem conduzir nas novas situações
que pudessem surgir. E depois Jesus Cristo partiu, acho que
acompanhado de dois ou três dos discípulos e um deles seria Mateus,
a ensinar e pregar pelas cidades onde os apóstolos já tinham
estado. Ele nunca andaria sozinho. Um Mestre nunca anda sozinho.
Jesus
Cristo escolheu o grupo mais heterogéneo que Lhe foi possível com o
intuito de atingir os mais diversos sectores e transmitir a Sua
Mensagem ao maior número de grupos que pudesse influenciar. Ele já
sabia que “se
aprende a caminhar, caminhando”
e assim tinha a oportunidade de, a diferentes perspectivas de vida e
religião, comunicar a Boa Nova do Reino dos Céus. Poderia ser que
conseguisse mudar algumas mentalidades; abrir novos caminhos de vida
...
Ele
abriu a Porta e nunca pressionou ninguém ...
- “Não tenhais ouro, nem prata ou cobre em vossos cintos, nem alforge para o caminho, nem duas túnicas, nem sandálias, nem cajado; pois o trabalhador merece o seu sustento.” (S.Mateus 10,9-10)
Esta
frase pode ser dividida em duas partes:
1ª
parte – Qualquer viajante não deve trazer consigo nada de valor
para não despertar a cobiça de outros e pôr a sua vida em perigo e
naqueles tempos muito menos, pois só podia contar com a sua defesa.
Os discípulos de Jesus Cristo, por serem filhos de Deus, mais
estavam expostos ao perigo. Além de poderem ser atacados para os
roubarem, também estavam sujeitos a encontrar quem se divertisse a
lhes fazer mal. Por tudo isto não deviam, de maneira nenhuma, chamar
a atenção de quem os visse.
2ª
parte – os discípulos são trabalhadores do povo de Deus; então é
este povo que deve prover o seu sustento; pois eles trabalhavam a
tempo inteiro e não apenas nas horas livres.
- “Ao regressarem, os apóstolos contaram a Jesus Cristo tudo o que tinham feito. Tomando-os consigo, Jesus Cristo retirou-se para um lugar afastado, na direcção de uma cidade chamada Betsaida. Mas as multidões que tal souberam, seguiram-n’O. Jesus Cristo acolheu-as e pôs-se a falar-lhes do Reino de Deus, curando os que necessitavam. Já começava a anoitecer. Eram cerca de cinco mil homens, não contando as mulheres e as crianças. (...)
Responderam:
- Não
temos aqui senão cinco pães e dois peixes.
Disse
Jesus Cristo: -
Trazei-mos
cá!
Depois
de ordenar à multidão que se sentasse na relva, tomou os cinco pães
e os dois peixes, ergueu os olhos ao céu e pronunciou a benção;
depois partiu os pães e deu-os aos discípulos e estes
distribuíram-nos pela multidão. Todos comeram e ficaram saciados e,
com o que sobejou, encheram doze cestos.
(S. Mateus 14,13-22)
- “Se alguém quiser vir comigo, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.” (S.Mateus 16,24-28)
“renuncie
a si mesmo”
– diga não ao egoísmo que habita em si.
“tome
a sua cruz”
– aceite todos os sofrimentos de todo o tipo que lhe surjam
infligidos pelo mal, pois só assim vai deixando o egoísmo e
caminhando para a Vida e a comunhão já que o mal não quer que
ninguém faça peregrinação para a comunhão.
“siga-Me”
– aceite-Me como Mestre, Protector, Salvador, Senhor e confie-se a
Deus e ao Pai, isto é, ponha toda a sua confiança em Nós e não se
arrependerá. Eles aliviarão todos os sofrimentos causados pelo mal.
- “Não se vendem dois pássaros por uma pequena moeda? E nem um deles cairá por terra sem o consentimento de Deus.” (S.Mateus 10,24-31)
Nada
do que nos acontece é por acaso ou por causa daqueles que vemos.
Todos nós somos moradias ou dos das trevas ou dos Vivos. E nesta
luta pela sobrevivência passa-se por muito, mas passaremos sempre
por menos, se formos fiéis e atentos ao nosso Deus, ao Pai, a Jesus
Cristo, à Rainha, à Mãe do Céu (…) porque Eles sabem muito
melhor do que nós como podemos vencer esta luta da Vida e da morte.
Por que consente Deus que soframos?
Por
um lado, porque quer que cresçamos na fé; que sejamos pessoas
melhores; que estejamos cada vez mais em comunhão e é o sofrimento
que nos retira dos nossos egoísmos. No entanto, nunca estaremos
sozinhos e Deus só nos colocará à prova na medida das nossas
possibilidades.
Por
outro lado, porque Deus só nos perdoará, se nós perdoarmos tudo
que nos façam e se não fizermos mal nenhum a ninguém,
independentemente do que nos façam. Caso contrário, nada ficará
por pagar e não é Deus que castiga, mas Ele entrega cada um a quem
este escolheu para o
seu próximo pelas
obras que praticou, pelo caminho que escolheu, por aqueles que
escolheu para modelos e não há nada que justifique seja o que for.
E não há apoio ou auxílio.
- “Não vos preocupeis nem como haveis de falar nem com o que haveis de dizer. Na própria altura vos será inspirado o que tiverdes de dizer (ou fazer).” (S.Mateus 10,19-21)
Enquanto
nos for possível fazer algo e for da nossa vontade fazê-lo,
permanecemos e nada nos acontecerá. Quando já não nos for possível
isso; faleceremos e partiremos, depois do julgamento e decisão.
No
entanto este consentimento de Deus, muitas vezes, inclui muita dor.
Quando estamos desatentos e mais concentrados no nosso ego e
quebramos regras estabelecidas, Deus perde a favor das trevas. Este
mundo material, natural ou de ilusão é ecuménico e tem regras que
ambos os lados têm de cumprir; senão o outro lado exige a morte.
- ”Ou admitis que a árvore é boa e então dará bom fruto; ou admitis que a árvore é má e então dará mau fruto porque pelo fruto se conhece a árvore. A pessoa boa, do seu bom tesouro (com dons do bem), tira coisas boas (pratica o bem; faz boas obras). A má, do seu mau tesouro, só tira coisas más. Cada um será justificado ou condenado pelas palavras que foi proferindo.” (S.Mateus 12,33-37)
- ”Tudo o que entra pela boca, passa para o ventre e é expelido em lugar próprio; mas o que sai da boca, provém do coração. É o mal que provém do coração que torna o homem impuro. Do coração provêm as más intenções, os assassínios, os adultérios, as prostituições, os roubos, os falsos testemunhos e as blasfémias. É isto que torna o homem impuro.” (S.Mateus 15,17-20)
- “Se o teu irmão (semelhante) te ofender; vai ter com ele e repreende-o a sós. Se te der ouvidos, terás ganho o teu irmão.
b)
Se o teu irmão não
te der ouvidos, toma contigo mais uma ou duas pessoas para que toda a
questão fique
resolvida pela palavra de duas ou três testemunhas.
c)
Se o teu irmão se
recusar a ouvir as testemunhas, comunica a questão à Igreja.
d)
Se o teu irmão se
recusar a atender a própria Igreja, seja ele para ti como um pagão
ou um cobrador de impostos.”
(S.Mateus 18,15-18)
- “Ide aprender o que significa: Prefiro a misericórdia ao sacrifício.”(S.Mateus 9,13)
A
divindade do sacrifício é um e o Deus da misericórdia é Outro;
pois só o Amor e Amizade ficam e Deus é Amor.
- “Deita-se o vinho novo em odres novos.”(S.Mateus 9,16-17)
Deus
não pode dar-se e fazer Sua morada assim como Jesus Cristo num corpo
das trevas, pois nascemos pertencendo às trevas.
O
planeta Terra tem, em geral, quatro mundos e quatro senhores
diferentes: tem o mundos dos Vivos, da Paz, da Alegria, da Verdade,
(...) dos Afectos Tranquilos e Duradouros sobre a Terra; tem o mundo
material(terrestre) e o mundo da Ilusão, do sonho(aquático) na
Terra e tem o Mundo da escuridão ou das Trevas, do prazer sob a
Terra. Todos estes seres humanos coabitam na Terra. A partir do
momento em que somos gerados pertencemos ao mundo sob a Terra –
mundo sensual. Para nascermos pessoas novas, o invólucro – a nossa
pele sensual – é destruído e ganhamos um invólucro novo e somos
transformados interiormente ganhando por fim uma alma nova e uma
pessoa nova e a Graça de Deus e Jesus Cristo e Maria virem fazer em
nós morada. A Vida e a Amizade só se podem derramar numa alma dos
Vivos. Agape
não é caridade, mas Amizade e Amor-do-coração, cujo fruto é a
caridade.
- “Ninguém acende uma candeia para a cobrir com um vaso ou para a esconder debaixo da cama; mas coloca-a no candelabro para que vejam a luz aqueles que entrem. Não há coisa oculta que não venha a manifestar-se, nem escondida que não se saiba e não venha à luz.
Vede,
pois como ouvis porque àquele que tiver, ser-lhe-á dado; mas àquele
que não tiver, ser-lhe-á tirado mesmo o que julga possuir.”
(S. Lucas 8,16-18)
É
importante tentar compreender estas palavras de Jesus Cristo. Pede-se
o discernimento e percebe-se que há três níveis diferentes neste
texto:
1º
- Esta candeia tem a ver com a luz que brilha dentro de nós (aura)
quando Deus em nós habita pelas nossas boas obras. Então estas
palavras são para os apóstolos e discípulos. Os discípulos tinham
recebido a graça de evangelizar e curar também porque Jesus Cristo
tinha-lhes dado Vida de Si; então Deus estava em cada um deles e
cada um deles era uma candeia cheia de luz, irradiando luz. Todos os
seres celestes das trevas ou do dia vêem esta luz.
2º
- Não valia a pena eles não se quererem identificar por receio
porque no inconsciente de cada um dos outros, eles estavam
identificados e mais cedo ou mais tarde os outros ganhariam
consciência desse facto. Isto tanto vale para os que têm luz como
para os que não têm luz. Mais cedo ou mais tarde cada um deles será
identificado como realmente é porque o ser natural de cada um dos
outros ganhará essa consciência e Deus providenciará porque Ele
AMA, protege e usa de equidade e misericórdia para os
misericordiosos; não só quem é, mas o que tem feito.
3º
- Assim aquele que tem Deus em si e as suas obras dão testemunho
disso, ganhará ainda mais da graça de Deus, mais feliz será com
muitos mais. No entanto, aquele que só foi fazendo algumas boas
obras, com tibieza e outras más; a pouca graça de Deus que tem em
si, afastar-se-á porque o Senhor das trevas e do mal tomará conta
dele pelas más obras que faz, pelo seu egoísmo. O seu interior fica
em plena escuridão, a morte toma conta dele, vão surgindo a doença,
a depressão, a perda, a destruição ...; pois só Deus é
construção e renovação. Assim é! Daí o aviso aos Seus
discípulos.
- ”Disse-Lhe alguém: - A tua mãe e os teus irmãos estão lá fora e querem falar-Te. Jesus Cristo respondeu-lhe: - Quem é a minha mãe e quem são os meus irmãos? E indicando com a mão os discípulos que O acompanhavam, acrescentou:
-
Aí estão a minha mãe e os meus irmãos; pois todo aquele que fizer
a vontade de Meu Pai que está no Céu, esse é que é meu irmão,
minha irmã e minha mãe.”(S.
Mateus 12,47-50)
- “Jesus Cristo perguntou: - Quem Me tocou?
Como todos o negassem, Pedro
e os discípulos que estavam com Ele, disseram:
- Mestre,
é a multidão que Te aperta e empurra.
Jesus Cristo insistiu:
- Alguém
Me tocou, pois senti que saiu de mim uma força.
Vendo que não tinha passado
despercebida, a mulher aproximou-se a tremer e, lançando-se aos pés
de Jesus Cristo, contou, diante de todo o povo por que motivo lhe
tinha tocado e como ficara imediatamente curada. Disse-lhe Jesus
Cristo: - Filha,
a tua fé te salvou. Vai em paz!”
(S. Lucas 8,45-48)
Esta
mulher devia sentir muito frio e estar gelada porque Deus não estava
nela. Deus aquece o nosso corpo – a Vida e o Amor. Por isso, ao
tocar na aura de Jesus Cristo que devia estar bem brilhante porque
era Filho de Deus, recebeu Vida de Jesus Cristo e em abundância
porque Jesus Cristo sentiu o Seu corpo arrefecer e enfraquecer, tal
era a carência em que se encontrava a mulher. Seria possivelmente
uma pessoa que mencionava o nome de Deus, mas não rezava com temor
de Deus e atarefada com o seu dia-a-dia e praticava o mal por
pensamentos, palavras, obras e omissões. Alguém que se julgava
muito poderoso e que julgava e condenava a torto e a direito. Usava o
nome de Deus, mas queria Deus bem distante de si, apesar de acreditar
na Sua existência.
- “Um dos discípulos disse-Lhe: - Senhor, deixa-me ir primeiro sepultar o meu pai. Jesus Cristo respondeu-lhe: - Segue-Me e deixa os mortos sepultar os seus mortos.” (S.Mateus 8,21-22)
“Deixa
os mortos sepultar os seus mortos.”
– Esta afirmação tem dois mil anos; então não compreendo como
os cristãos continuam a chamar mortos àqueles que partiram? Quem
são os mortos? Certamente são aqueles que não têm fé; que não
se converteram; que não têm Vida; que têm os seus corpos sempre
com frio; que não passaram a pessoas novas da Nova Criação; que
não são Vivos; que não fazem parte do mundo dos Vivos porque não
são capazes de pensar por si e de deixar o egoísmo e a malvadez.
- “Enquanto orava, o aspecto do rosto de Jesus Cristo modificou-se e as suas vestes tornaram-se de uma brancura fulgurante. Dois homens conversavam com Ele: Moisés e Elias, os quais aparecendo rodeados de glória, falavam de Sua morte que iria acontecer em Jerusalém.” (S.Lucas 9,29-31)
Prefiro
o texto de S. Lucas ao de S. Mateus porque S. Mateus preocupa-se em
transmitir-nos Jesus Cristo Glorificado que ele conheceu após a
Ressurreição de Jesus Cristo para que haja analogia. S. Lucas é
mais narrativo mostrando-nos a situação que leva a essa
transfiguração: a oração,
isto é, Jesus Cristo fala com Seu Pai e pede-Lhe que dê a conhecer
aos discípulos da Sua confiança o Seu Ser Glorificado do mundo dos
Vivos; o Filho de Deus. Certamente com a justificação de que seria
necessário para que os discípulos acreditassem que Ele vivia, após
a Sua Ressurreição. Sem o pedido a Seu Pai, tal não aconteceria,
não seria visível n’Ele.
Outro
facto importante: além de falar a Seu Pai, Jesus Cristo fala com
Moisés e Elias. Isto quer dizer que Jesus Cristo tinha dois
conselheiros muito importantes que seriam os Seus guias: Moisés e
Elias. A Seu Pai, Jesus Cristo pede concretizações; a Moisés e
Elias, Jesus Cristo pede conselhos e orientações, pois a Sua missão
é de grande responsabilidade e Ele assumiu-a em pleno. Assim Moisés
e Elias estão no mundo dos Vivos.
- “Enquanto desciam do monte, Jesus Cristo ordenou-lhes:
-
Não conteis a ninguém o que acabastes de ver até que o Filho do
Homem ressuscite dos mortos.
Então
os discípulos fizeram a Jesus Cristo esta pergunta:
-
Então porque é que os doutores da Torá dizem que Elias há-de vir
primeiro?
Jesus
Cristo respondeu: -
Sim, Elias há-de vir primeiro e restabelecerá todas as coisas. Eu,
porém digo-vos: Elias já veio e não o reconheceram; trataram-no
como quiseram. Também assim hão-de fazer sofrer o Filho do Homem.
Então os
discípulos perceberam que se referia a João Baptista.” (S.
Mateus 17,9-13)
Na
Transfiguração Jesus Cristo revela o Filho de Deus. Quando Jesus
Cristo refere o Filho do Homem está a falar da Pessoa Celeste que
Ele é; príncipe, Filho do Homem. Está a falar do Ressuscitado que
veriam após a Sua morte. Todos os que faziam parte de Si têm o Seu
nome – JESUS.
- “Desde o tempo de João Baptista até agora o Reino do Céu tem sido objecto de violência e os violentos apoderam-se de João Baptista à força. Quer acrediteis ou não, ele é Elias que estava para vir.” (S. Mateus 11,12-14)
Parece-me
que está claro que Elias era João Baptista, isto é, o espírito de
Elias era o espírito de João Baptista, mas a alma de Elias estava e
estará no mundo dos Vivos e a alma de João Baptista também, em
níveis ou mundos diferentes, talvez.
- “Entre os nascidos de mulher não apareceu ninguém maior do que João Baptista até agora; no entanto o mais pequeno do Reino do Céu é maior do que ele.” (S.Mateus 11,11-15)
Nesta
frase está claro que João Baptista não
pertence ao mundo dos ressuscitados do Céu, ao mundo das pessoas dos
Vivos do Céu; talvez pertença ao Mundo da Luz.
- “Os discípulos aproximaram-se de Jesus Cristo e perguntaram-Lhe em particular:
- Por que é que nós não fomos capazes de expulsar o demónio e Tu foste?
♥ “Pela
vossa pouca fé. Em verdade vos digo: se tiverdes fé como um grão
de mostarda, direis a este monte: Muda-te daqui para acolá e ele
mudar-se-á. Nada vos será impossível. Esta espécie de demónios
não se expulsa senão à força de oração e jejum.” (S.
Mateus 17,14-21)
- “Deixai as crianças e não as impeçais de vir ter Comigo, pois delas é o Reino do Céu.” (S.Mateus 19,13-15)
Depois de lhes ter imposto as
mãos, prosseguiu o Seu caminho.
Por
que é que o céu é o reino das crianças?
As
crianças são puras, livres de desejo ou impulso sexuais; confiam,
acima de tudo, querem ser amadas e protegidas pela família. Assim é!
- “- Quem é o maior no Reino do Céu?
Jesus
Cristo chamou um menino, colocou-o no meio deles e disse-lhes:
♥
Em
verdade vos digo: Se não voltardes a ser como as criancinhas; não
podereis entrar no Reino do Céu. Quem, pois, se fizer humilde como
este menino será o maior no Reino do Céu. Quem receber um menino
como este em Meu nome, é a Mim que recebe.” (S.Mateus
18,1-5)
Este
parágrafo tem três pontos muito importantes para todos os crentes:
1º
- “Se não voltardes
a ser como as criancinhas, não podereis entrar no Reino do Céu.”
Assim
ficamos a saber que só entrarão no Reino do Céu, aqueles que
estiverem limpos de
vícios e limpos
dos dons do mal e
cheios dos dons do
bem, entre os quais a
plena confiança em Deus, em Jesus Cristo e Maria, que
pratiquem apenas o bem
e tenham muitos terços
rezados por eles
próprios e por todos os outros que
precisam e podem ser salvos.
2º
- “Será um dos
maiores no Reino do Céu, aquele que se fizer humilde.”
No
Reino do Céu será maior em importância, aquele
que servir mais e que
não imponha nada aos
outros, mas coopere
com os outros sempre
numa linha de igualdade e equidade.
3º
- “Recebe Jesus
Cristo, quem recebe um ou mais meninos(as) por Amor d’Ele.”
Se
todos os crentes quisessem receber Jesus Cristo num(a) menino(a) que
adoptassem, haveria muito mais crianças felizes, muito menos meninos
de rua, muito menos crianças cresceriam sem afectos em grandes
instituições e com grandes sofrimentos.
“Se
alguém escandalizar um(a) destes(as) meninos(as) que crêem em Mim,
seria preferível que lhe suspendessem do pescoço a mó de um moinho
e o lançassem nas profundezas do mar.”
(S.Mateus 18,6)
- “Livrai-vos de desprezar um(a) só dos meninos(as) que crêem em Mim, pois digo-vos que os seus anjos no Céu vêem constantemente a face de Meu Pai e é vontade de vosso Pai que não se perca nem um(a) só destes meninos(as).” (S.Mateus 18,10.14)
- “Sabeis que os chefes das nações as governam como seus senhores e que os grandes exercem sobre elas o seu poder. Não seja assim entre vós.
Pelo
contrário, quem,
entre vós, quiser fazer-se grande,
seja o vosso servo;
Quem,
no meio de vós, quiser ser o primeiro,
seja vosso servo.
Também
o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a
Sua vida para resgatar a humanidade.”
(S.Mateus 20,24-28)
- “O Filho do Homem tem de sofrer muito; ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e pelos doutores da Torá; tem de ser morto e, ao terceiro dia, ressuscitar.
Eles,
porém não entendiam aquela linguagem porque lhes estava velada e
tinham receio de O interrogar a esse respeito.”
(S. Lucas 9,22;45)
- “Como estavam a chegar os dias de ser levado deste mundo, Jesus Cristo dirigiu-se resolutamente para Jerusalém e enviou mensageiros à Sua frente. Estes puseram-se a caminho e entraram numa povoação de samaritanos a fim de Lhe prepararem hospedagem; mas não O receberam porque ia a caminho de Jerusalém.” (S. Lucas 9,51-53)
- “Depois designou outros setenta e dois discípulos e enviou-os, dois a dois, à Sua frente, a todas as aldeias, cidades e lugares aonde Ele havia de ir.” (S. Lucas 10,1-2)
- “Quem vos ouve é a Mim que ouve; quem vos rejeita é a mim que rejeita; mas quem Me rejeita, rejeita Aquele que Me enviou.” (S. Lucas, 10, 15-16)
- “Os setenta e dois discípulos voltaram cheios de alegria dizendo: - Senhor, até os demónios se sujeitaram a nós em Teu nome!
Disse-lhes
Jesus Cristo: - Olhai
que vos dou poder para pisar serpentes e escorpiões e domínio sobre
todo o poderio do inimigo; nada vos poderá causar dano. Contudo, não
vos alegreis porque os espíritos vos obedecem; alegrais-vos antes,
por estarem os vossos nomes inscritos no Céu.”
(S. Lucas 10,17-20)
- “Mestre, que hei-de fazer para alcançar a Vida eterna?
♥
Cumpre os mandamentos: não
matarás, não cometerás adultério, não roubarás, não levantarás
falso testemunho, honra teu pai e tua mãe; faz aos outros o que
queres que façam a ti.
Se
queres ser perfeito,
vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro
no Céu. Depois vem e segue-Me.
Um
discípulo disse: - Então
quem é que se salva?
♥
Os homens e as mulheres, por
si só, não conseguem salvar-se; mas a Deus tudo é possível.”
- “Se queres ser perfeito, vende tudo o que tens e dá testemunho de Mim.” (S. Mateus 19,16-21; S. Lucas 10,27)
- “Sede perfeitos como Perfeito é o Pai que está nos céus.” (S.Mateus 5,48)
- “Há eunucos que nasceram assim do seio materno;
há
os que se tornaram eunucos pela interferência dos homens;
há
aqueles que se fizeram eunucos a si mesmos por amor do Reino do
Céu.”(S.Mateus
19,10-12)
- “Pedro disse a Jesus Cristo: - Nós deixámos tudo e seguimos-Te. Qual será a nossa recompensa?
♥
No
dia da regeneração de todas as coisas, quando o Filho do Homem se
sentar no seu trono de glória, vós, que Me seguistes, haveis de
sentar-vos em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel.
Todo
aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos ou
campos por causa do Meu nome, receberá cem vezes mais e terá por
herança a Vida Eterna. Muitos dos primeiros (da
Igreja)
serão os últimos (no
Reino do Céu);
muitos dos últimos (da
Igreja)
serão os primeiros (no
Reino do Céu.)
(S.Mateus
19,27-30)
- “Os filhos deste mundo, (isto é, das trevas) casam-se e dão-se em casamento; mas aqueles que forem dignos de tomar parte na Vida futura e na ressurreição dos mortos, nem se casam nem se dão em casamento. Na verdade, já não podem morrer, pois são como os anjos e, porque nasceram da ressurreição, são filhos de Deus.” (S. Lucas 20, 27-38)
- “Entretanto a multidão tinha-se juntado a ponto de se pisarem uns aos outros.” (S. Lucas 12,1)
- “Depois de alimentar a multidão de cinco mil homens não contando com as mulheres e as crianças, Jesus Cristo obrigou os discípulos a embarcar e a ir adiante para a outra margem, enquanto Ele despedia as multidões. Logo que as despediu, subiu a um monte para orar na solidão. Chegada a noite, estava ali só. A barca encontrava-se já a várias centenas de metros de terra, açoitada pelas ondas, pois o vento era contrário.
De
madrugada, Jesus Cristo foi ter com eles na barca caminhando sobre o
mar. Ao verem-no caminhar sobre o mar, os discípulos assustaram-se e
disseram: - É
um fantasma!
E
gritaram com medo. No mesmo instante, Jesus Cristo falou-lhes,
dizendo: -
Tranquilizai-vos!
Sou Eu! Não temais!
Pedro
respondeu-Lhe: - Se
és Tu, Senhor, manda-me ir ter conTigo sobre as águas!
Jesus
Cristo disse-lhe: -
Vem!
E
Pedro, descendo da barca, caminhou sobre as águas para ir ter com
Jesus Cristo; mas sentindo a violência do vento, teve
medo e,
começando a ir ao fundo, gritou:
-
Salva-me,
Senhor!
Imediatamente
Jesus Cristo estendeu-lhe a mão, segurou-o e disse-lhe:
-
Homem de pouca fé; por que duvidaste?
E
quando entraram na barca, o vento amainou. Os que se encontravam
dentro da barca, prostraram-se diante de Jesus Cristo, dizendo:
- Tu
és, realmente o Filho de Deus!”
(S. Mateus 14,22-33)
- “Após a travessia, pisaram terra em Genesaré.1) Ao reconhecerem-n’O, os habitantes daquele lugar espalharam a notícia por toda a região. Trouxeram-Lhe todos os doentes, suplicando-Lhe que, ao menos, se deixasse tocar na orla do Seu manto. Todos aqueles que a tocaram, ficaram curados.” (S. Mateus 14,35-36)
1)
Acredito que este grande lago, a oeste chamava-se Lago de Tiberíades
pela cidade de Tiberíades situada na sua margem oeste. Por outro
lado este mesmo lago chamava-se Lago de Genesaré pela cidade de
Genesaré situada na sua margem Este.
Acredito
que este acolhimento, bem diferente do primeiro, já é o resultado
da conversão daquele homem que ficou livre da legião de espíritos.
- “Aproximaram-se então de Jesus Cristo, alguns fariseus e doutores da Torá, vindos de Jerusalém e disseram-Lhe: - Por que transgridem os teus discípulos a tradição dos antigos? Pois não lavam as mãos antes das refeições.
Respondeu-Lhes
Jesus Cristo: - E
vós, por que transgredis o mandamento de Deus, por causa da vossa
tradição. Deus, com efeito, disse:
-
Honra teu pai e tua mãe! E ainda: - Quem amaldiçoar o pai ou a mãe,
seja punido de morte. Mas vós dizeis: - Seja quem for que diga a seu
pai ou a sua mãe: os meus bens, de que poderias beneficiar, são
oferta sagrada, esse já não está obrigado a socorrer o pai ou a
mãe. E assim, em nome da vossa tradição, anulastes a Palavra de
Deus.
Os
discípulos aproximaram-se d’Ele e disseram-Lhe:
- Sabes
que os fariseus ficaram escandalizados por Te ouvirem falar assim?
Ele
respondeu: -
Deixai-os!
São cegos a conduzir outros cegos.” (S.
Mateus, 15,1-20)
- “Jesus Cristo partiu dali e retirou-se para os lados de Tiro e Sídon.” (S. Mateus 15,21-28)
- “Partindo dali, Jesus Cristo foi para junto do mar da Galileia. Subiu ao monte e sentou-se. Vieram ter com Ele numerosas multidões, transportando coxos, cegos, aleijados, mudos e muitos outros que lançavam a Seus pés. Ele curava a todos de tal sorte que as multidões ficaram maravilhadas ao ver os mudos a falar, os aleijados escorreitos, os coxos a andar e os cegos a ver. E davam glória ao Deus de Israel.” (S. Mateus 15,29-31)
- “Jesus Cristo, chamando os discípulos, disse-lhes: - Tenho compaixão desta gente porque há já três dias que estão comigo e não têm o que comer. Não quero despedi-los em jejum, pois temo que desfaleçam pelo caminho.
Jesus
Cristo perguntou-lhes:
- Quantos
pães tendes?
Responderam-Lhe:
- Sete
e alguns peixinhos.
Ordenou
à multidão que se sentasse. Tomou os sete pães e os peixes, deu
graças, partiu-os e dava-os aos discípulos e estes à multidão.
Todos comeram e ficaram saciados e com os bocados que sobejaram,
encheram sete cestos. Ora os que comeram, eram quatro mil homens, sem
contar mulheres e crianças.”
1)
(S. Mateus 15,32-38)
1)
Acredito que houve muitos mais milagres da partilha do pão e do
peixe porque houve muitas mais ocasiões propícias como estas
conhecidas.
- “Depois de ter despedido a multidão, Jesus Cristo subiu para a barca e veio para a região de Magadan.
Então
os fariseus e os saduceus aproximaram-se d’Ele e, para O tentarem,
pediram-Lhe que lhes fizesse ver um sinal do Céu.
Ele
respondeu-lhes: - Ao
entardecer vós dizeis «Vamos ter bom tempo, pois o céu está
avermelhado» e de manhã cedo dizeis « Hoje temos tempestade, pois
o céu está de um vermelho sombrio». Como se vê, sabeis
interpretar o aspecto do céu, mas quanto aos sinais dos tempos, não
sois capazes de os interpretar!
Esta
geração má e adúltera exige um sinal!
Mas
sinal algum lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas (palavra
que significa também Espírito Santo.).
E
deixando-os lá, afastou-Se.” (S. Mateus 16,1.4)
- “Quando iam a sair de Jericó, uma grande multidão seguiu Jesus Cristo. Nisto dois cegos que estavam sentados à beira da estrada, ao ouvirem falar que Jesus Cristo ia a passar, começaram a gritar: - Senhor, Filho de David, tem misericórdia de nós!
Jesus
Cristo parou, chamou-os e perguntou-lhes:
- Que
quereis que vos faça?
Responderam-Lhe:
- Senhor,
que os nossos olhos vejam!
Dominado
pela compaixão, Jesus Cristo tocou-lhes nos olhos. Imediatamente,
eles recuperaram a visão e seguiram-n’O.
9.Jesus
Cristo conta-nos:
-
A situação
estava a ficar difícil em Jerusalém, então Eu tomei um jovem
discípulo inteligente e activo de dezassete anos chamado Tiago e
partimos em viagem para a Lusitânia. Soldados romanos tinham-Me
falado dela. O objectivo era criar uma comunidade crente, firme para
que depois esta comunidade se expandisse pela península.
Embarcámos
num barco mercante e desembarcámos nesta enseada de Lagos (Praia
de S. Roque).
Todos foram tomando rumo e só nós os dois restámos na praia um
pouco à deriva. Estava a entardecer e pescadores moravam junto à
praia. Na casa mais perto, o pescador grelhava peixe e toda a família
comia. Nós olhámos para eles e eles para nós e uma rapariguinha de
dezasseis anos veio ter connosco a convidar-nos para comer com eles.
Nós aceitámos e lá fomos.
Fomos
comunicando por gestos e nos entendendo e o pescador disse-Me que era
perigoso permanecer neste lugar porque havia gente de todo o lado e
ambiciosa. Não se podia confiar em ninguém. O melhor seria partir
para norte onde poderia encontrar terras povoadas e gente letrada e
de muita fé.
Coloquei
o problema da comunicação com as gentes. Então o pescador disse-me
que a sua filha, que nos tinha ido convidar quando chegámos, iria
comigo e acompanhar-Me-ia sempre. Penso que a rapariga se terá
entusiasmado por Tiago. Tinha o cabelo escuro e pele morena. Sem ser
bela, era comunicativa e percebia-me bem além de que parecia ser
fiel. Aceitei. Ao terceiro dia iniciámos a caminhada.
Só
muito mais para norte encontrámos pessoas interessadas em nos
escutar e aderir. Também tinha por objectivo estar completamente
afastado de romanos e judeus. A zona serrana foi a ideal. Aí
conseguimos formar comunidades e comunidades vivas. Também nesta
altura já conseguia falar o suficiente para nos entendermos.
Entretanto a rapariguinha, que era companheira de Tiago, teve o
primeiro filho, de cabelos claros, que morreu com cerca de dois anos
de vida e depois teve outro menino, de cabelos escuros e tez morena,
que vingou cheio de vida e alegria. Chamava-se Tiago como o pai.
As
comunidades iam-se desenvolvendo sem quaisquer resistências e Eu
estava feliz. Os naturais do lugar já assumiam as suas comunidades.
Então estava na hora de Tiago tomar o meu lugar a supervisionar as
comunidades e transmitir a Palavra e de Eu regressar a Jerusalém.
Assim fiz. Voltei àquela praia e tomei o barco para a Palestina.
Quando lá cheguei, discípulos que estavam no porto, reconheceram-Me
e vieram abraçar-Me e imediatamente tomaram conta de Mim. Os mais
novos já questionavam os mais velhos sobre Mim. Assim foi e está
dito!
Maria
de Magdala estava tão feliz! Tinha o seu homem e Mestre de volta são
e salvo. Era uma grande Graça de Deus! Tanta orações suas, das
comunidades, tantos sacrifícios … , mas Ele tinha voltado são e
salvo com a Graça de Deus.
Quando
vieram dizer a Maria de Magdala que Jesus Cristo tinha voltado; ela
nem perguntou nada, só desatou a correr em direcção ao porto e,
quando o encontrou, desatou num choro compulsivo que não conseguia
dizer palavra. Abraçaram-se, Jesus Cristo limpou-lhe as lágrimas e
lá caminharam todos juntos em direcção a Jerusalém.
Maria
de Magdala e Jesus Cristo tiveram um filho a quem puseram o nome de
Jonas.
Nasceu um ano após terem começado a viver juntos.
Jonas
era o braço direito de Jesus Cristo e o orgulho de ambos.
Inteligente, usava sempre de sabedoria nas decisões que tinha de
tomar e todos confiavam nele. Quando Jesus Cristo faleceu e
ressuscitou, Jonas tinha oito anos quase nove, segundo o calendário
lunar hebraico da época.
Viveu,
cresceu e votou a a sua vida à comunidade cristã; primeiro em
Jerusalém e depois em Cafarnaúm, na Galileia e Maria de Magdala
estava presente. Nunca casou; considerava que era muito perigoso e
traria muito sofrimento. Fez várias viagens de evangelização com
outros membros da comunidade e manteve sempre o anonimato. Foi muito
respeitado entre os seus. Alimentava-se mal e sofria muito com as
perseguições e maus tratos que sofriam. Faleceu aos quarenta e seis
anos, como Jesus Cristo, seu pai, de tifo, tuberculoso.
Maria
de Magdala, sua mãe, sofreu muito com a perda deste filho, mas foi
acompanhando sempre a comunidade e faleceu com mais de oitenta anos
de idade. Chegou uma altura em que lhes perdeu a conta.
- “Quando já se aproximavam de Jerusalém, chegaram a Betfagé, junto do Monte das Oliveiras, Jesus Cristo enviou dois discípulos, dizendo-lhes: - Ide à aldeia que está em frente de vós e logo encontrareis uma jumenta presa e com ela um jumentinho. Soltai-os e trazei-mos. E se alguém vos disser alguma coisa, respondereis: «O Senhor precisa deles, respondereis. O Senhor precisa deles, mas logo os devolverá.» Isto sucedeu para se cumprir o que fora anunciado pelo profeta:
Dizei à filha de Sião
Aí vem o teu Rei ao teu
encontro,
Manso e montado num jumentinho
Filho de uma jumenta.
Os
discípulos assim fizeram como Jesus Cristo lhes ordenara. Trouxeram
a jumenta e o jumentinho, puseram as suas capas sobre eles e Jesus
Cristo sentou-Se em cima. Uma grande multidão estendia as suas capas
no caminho, outros cortavam ramos das árvores e espalhavam-nos pelo
chão. E todos, quer os que iam à sua frente, quer aqueles que O
seguiam, diziam em altos brados:
- Hossana ao Filho de David!
- Bendito seja Aquele que vem em nome do Senhor!
- Hossana nas alturas!
Quando
Jesus Cristo entrou em Jerusalém, toda a cidade ficou em alvoroço.
– Quem
é este? –
perguntavam. E a
multidão respondia:
- É
Jesus Cristo, o profeta de Nazaré da Galileia.
Jesus
Cristo entrou no templo e expulsou dali todos os que nele vendiam e
compravam. Derrubou as mesas dos cambistas e as bancas dos vendedores
de pombas, dizendo-lhes:
- Está
escrito: «A
Minha Casa há-de chamar-se Casa de Oração, mas vós fazeis dela um
covil de ladrões.»
Aproximaram-se
de Jesus Cristo, no templo, cegos e coxos e Ele curou-os. Perante os
prodígios que realizava e as crianças que gritavam no templo:
- Hossana
ao Filho de David!
os sumos sacerdotes e
os doutores da Torá ficaram indignados e disseram-Lhe:
-
Ouves o que eles dizem?
Jesus
Cristo respondeu-lhes:
- Sim.
Nunca lestes «Das bocas dos pequeninos e das crianças de peito,
fizeste sair o louvor perfeito?!»
Depois afastou-se
deles, saiu da cidade e foi para Betãnia, onde pernoitou.
Logo
de manhã cedo, ao voltar para a cidade, teve fome. Vendo uma
figueira à beira do caminho, aproximou-Se, mas não encontrou nela
senão folhas. Disse então:
«Nunca
mais nascerá fruto de ti!»
E naquele mesmo
instante a figueira secou.
Vendo
isto, os discípulos disseram admirados:
- Como
é que a figueira secou subitamente?
Jesus
Cristo respondeu: -
Em
verdade vos digo: se tiverdes fé e não duvidardes, não só fareis
o que Eu fiz a esta figueira, mas, se disserdes a este monte «Tira-te
daí e lança-te no mar» assim acontecerá. Tudo quanto pedirdes com
fé, na oração, haveis de recebê-lo.
De
seguida foram para o templo. Quando Jesus Cristo estava a ensinar no
templo, foram ter com Ele os sumos sacerdotes e os anciãos do povo e
disseram-Lhe: -
Com que autoridade fazes isto? E quem te deu tal poder?
Jesus
Cristo respondeu-lhes:
- Também
Eu vos faço uma pergunta. Se Me responderdes, digo-vos com que
autoridade faço isto. De onde provinha o Baptismo de João? Do Céu
ou dos homens?
Mas
eles começaram a pensar entre si:
«Se
respondermos: do Céu. Vai dizer-nos: Por que não lhe destes
crédito? E se respondermos: dos homens» ficamos com receio da
multidão, pois todos têm João por um profeta.»
E responderam a Jesus
Cristo:
-
Não sabemos.
Disse-lhes
Jesus Cristo: -
Também
Eu não vos digo com que autoridade faço isto.
Então
os fariseus reuniram-se para combinar como O haviam de surpreender
nas Suas próprias palavras. Enviaram-Lhe os seus discípulos
acompanhados dos partidários de Herodes a dizer-Lhe:
-
Mestre, sabemos que és sincero e que ensinas o caminho de Deus
segundo a Verdade, sem Te deixares influenciar por ninguém, pois não
olhas à condição das pessoas. Diz-nos, portanto o Teu parecer: «É
lícito ou não pagar o imposto a César?»
Mas
Jesus Cristo, reconhecendo-lhes a malícia, respondeu-lhes:
-
Por que Me tentais, hipócritas? Mostrai-Me a moeda do imposto!
Eles
apresentaram-Lhe um denário. Jesus Cristo perguntou-lhes:
-
De quem é esta imagem e esta inscrição?
- De César. – responderam-Lhe. Disse-lhes Jesus Cristo:
- Dai, pois a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.
Quando
isto ouviram, ficaram maravilhados e, deixando-O, retiraram-se.
Nesse
mesmo dia, os saduceus, que não acreditam na ressurreição, foram
ter com Jesus Cristo e interrogaram-no:
-
Mestre, Moisés disse: «Se algum homem morrer sem filhos, o seu
irmão casará com a viúva para suscitar descendência ao irmão.
(...)
Jesus
Cristo respondeu-lhes:
-
Estais enganados porque desconheceis as Escrituras e o poder de Deus.
Na ressurreição,
nem os
homens terão mulheres nem as mulheres, maridos; mas serão como
anjos do Céu.
E quanto à ressurreição dos mortos; não lestes o que Deus disse:
«Eu sou o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacob»; não
Deus dos mortos, mas dos Vivos é que Ele é Deus.
E
a multidão, ouvindo-O, maravilhava-se com a Sua doutrina.
Constando
que Jesus Cristo reduzira os saduceus ao silêncio, os fariseus
reuniram-se em grupo e um deles, que era legista,
perguntou-Lhe para O
embaraçar: - Mestre,
qual é o maior mandamento da Torá?
Jesus
Cristo disse-lhe: -
Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração,
com toda a tua alma
e com toda a tua mente.1)
Este é o maior e o primeiro mandamento. O segundo é semelhante:
«Amarás o teu próximo como a ti mesmo.» Destes dois mandamentos
dependem toda a Lei e os Profetas.
Perguntou-lhes
Jesus Cristo: - E
vós, que pensais do Messias? De quem é Filho?
Responderam-Lhe:
de
David. Disse-lhes
Jesus Cristo:
-
Como é então que David, sob influência do Espírito, Lhe chama
Senhor, dizendo: «Disse o Senhor ao meu Senhor: senta-te à minha
direita até que Eu ponha os teus inimigos por estrado dos Teus pés.
Ora, se David Lhe chama Senhor, como é seu filho?
Ninguém
soube responder-Lhe palavra. A partir de então, ninguém mais se
atreveu a interrogá-l’O.
Então
Jesus Cristo falou assim à multidão e aos Seus discípulos:
- Os
doutores da Torá e os fariseus instalaram-se na cátedra de Moisés.
Fazei, pois e observai tudo o que eles disserem; mas não
imiteis as suas obras,
pois eles dizem e não fazem. Atam fardos pesados e insuportáveis e
colocam-nos aos ombros dos outros, mas eles não põem nem um dedo
para os deslocar. Tudo o que fazem, é com o fim de se tornarem
notados pelos outros homens. Por isso, alargam as filactérias e
alongam as orlas dos seus mantos. Gostam de ocupar o primeiro lugar
nos banquetes e os primeiros assentos nas sinagogas. Gostam das
saudações nas praças públicas e de serem chamados Mestres pelos
outros homens.
Quanto
a vós, não vos deixeis tratar por Mestres, pois um só é o vosso
Mestre (Jesus
Cristo)
e vós
sois todos irmãos.
Na Terra, a ninguém chameis Pai porque um só é o vosso Pai; Aquele
que está no Céu. Nem permitais que vos tratem por doutores porque
um só é o vosso Doutor (médico).
O maior de entre vós, será o vosso servo. Quem se exaltar, será
humilhado e quem se humilhar, será exaltado. (...)
Ai
de vós, doutores da Torá e fariseus hipócritas! Dizeis «Se
tivéssemos vivido no tempo de nossos pais, não teríamos sido seus
cúmplices no sangue dos profetas.» Deste modo confessais que sois
filhos dos que assassinaram os profetas.
Deus
envia-vos profetas, sábios, doutores da Torá. Matais e crucificais
alguns deles, açoitais outros nas vossas sinagogas e os perseguis de
cidade em cidade.
Assim cairá sobre vós
todo o sangue inocente que tendes derramado sobre a Terra,
desde
o sangue do justo Abel passando pelo sangue de Zacarias, filho de
Baraquias, que matastes entre o santuário e o altar.” (S.
Mateus 21,1-24,2)
- coração – com todo o afecto; alma – com toda a sensibilidade; mente – com toda a criatividade.
- “Quando o Filho do Homem vier na sua glória, acompanhado por todos os Seus anjos, há-de sentar-se no Seu trono de glória. Perante Ele, vão reunir-se todos os povos e Ele separará as pessoas (segundo a sua fé e obras) em dois grupos: as que têm tesouro no céu e as que não têm. Os justos vão para a vida eterna e os outros para o suplício eterno.” (S. Mateus 25,31-46)
- “Como sabeis a Páscoa (judaica) é daqui a dois dias e o Filho do Homem será entregue para ser crucificado.
Os
sumos sacerdotes e os anciãos do povo reuniram-se no palácio do
Sumo Sacerdote que se chamava Caifás e deliberaram prender Jesus
Cristo à traição e matá-l’O e diziam: «Que
não seja durante a festa para não haver alvoroço entre o povo.»
(S. Mateus 26,1-5)
Sabemos
que Jesus Cristo sabia as traições e ingratidões por que iria
passar e sabemos que há registo disso já nos textos do Antigo
Testamento. Então, se calhar, alguns são levados a pensar que foi
vontade de Deus que Jesus Cristo, nos últimos dias da Sua vida na
Terra, passasse por tudo aquilo que passou. E eu, leiga, digo-vos: -
Não, não foi vontade
de Deus que isso Lhe acontecesse; mas Deus conhece o passado, o
presente e o futuro de qualquer tempo e sabia que o Seu Filho iria
passar por tudo aquilo, não porque Ele o quisesse; mas porque os das
trevas, dominando quase completamente os seres humanos, não
permitiriam que fosse de outra maneira. Claro que esta é a minha
opinião que sou leiga sobre o assunto.
S. Paulo deixou-nos
nas suas cartas:
- “Não sabeis que sois templos de Deus e quem destruir esse templo; Deus o destruirá.” 1)
(1ª
Carta de S. Paulo aos Coríntios 3, 16-23)
1)
Culpa mor
– destruição
da obra de Deus e do Pai.
Não há um só cabelo da cabeça que não Lhes pertença; então o
que somos e não se vê...
- “Jesus ensinava todos os dias no templo em Jerusalém e os sumos sacerdotes e os doutores da Torá, assim como os chefes do povo, procuravam matá-l’O. Não sabiam, porém como proceder, pois todo o povo, ao ouvi-l’O, ficava suspenso dos Seus lábios.
Durante
o dia, Jesus Cristo estava no templo a ensinar, mas saía para passar
a noite no Monte das Oliveiras, em Betânia. Todo o povo, de
madrugada, ia ter com Ele ao templo, para O escutar.
Os
sumos sacerdotes e doutores da Torá procuravam maneira de fazerem
desaparecer Jesus Cristo, mas temiam o povo.”
(S. Lucas 18,31-22,1)
- “Então alguns de Jerusalém comentavam: - Não é Este a quem procuravam para O matar? Vede como Ele fala livremente e ninguém Lhe diz nada! Será que realmente as autoridades se convenceram de que Ele é o Messias? Mas nós sabemos donde Ele é, ao passo que, quando chegar o Messias, ninguém saberá donde Ele vem.
Entretanto
Jesus Cristo (a quem
nada passava despercebido),
ensinando no templo, bradava:
-
Então sabeis quem Eu sou e sabeis de onde venho?! Pois Eu não venho
de Mim mesmo; há um Outro Verdadeiro que Me enviou e que vós não
conheceis. Eu é que O conheço porque procedo d’Ele e foi Ele que
Me enviou.
Procuravam
então prendê-l’O, mas ninguém Lhe deitou a mão, pois a Sua hora
ainda não tinha chegado. Porém, dentre o povo, muitos creram n’Ele
e comentavam: -
Quando
vier o Messias, será que há-de realizar mais sinais miraculosos do
que Este?
Tal
comentário do povo a respeito d’Ele chegou aos ouvidos dos
fariseus. Então os sumos sacerdotes e os fariseus mandaram guardas
para prenderem Jesus Cristo.
Entretanto
Jesus Cristo começou a dizer:
- Já
pouco tempo vou ficar convosco, pois irei para Aquele que Me enviou.
Haveis de procurar-Me, mas não Me encontrareis e não podereis ir
para o lugar onde Eu estiver.
Os
judeus, por isso, disseram entre si:
- Para
onde tenciona Ele ir que não O podemos encontrar? Tenciona ir até
aos que estão dispersos entre os gregos? Que significam estas
palavras que Ele disse: «Haveis de procurar-Me, mas não Me
encontrareis e não podereis ir para o lugar onde Eu estiver?»
No
último dia, o mais solene da festa (a
Páscoa judaica),
Jesus Cristo, de pé, bradou:
- Se
alguém tem sede, venha a Mim e quem crê em Mim que sacie a sua
sede! Como diz a escritura: «Hão-de correr do Seu coração rios de
água viva.»
Ora
Ele disse isto, referindo-Se ao Espírito que iam receber os que
cressem n’Ele. Com efeito, ainda não tinham o Espírito porque
Jesus Cristo ainda não tinha sido glorificado.
Então,
entre a multidão de pessoas que escutavam estas palavras, dizia-se:
- Ele
é realmente o Profeta.
Diziam
outros: - É
o Messias.
Outros,
porém afirmavam: -
Mas
pode lá ser que o Messias venha da Galileia?! Não diz a escritura
que o Messias vem da descendência de David e da cidade de Belém,
donde era David?
Deste
modo, estabeleceu-se um desacordo entre a multidão. Alguns deles
queriam prendê-l’O, mas ninguém Lhe deitou a mão.
Depois
os guardas voltaram até aos sumos sacerdotes e aos fariseus que lhes
perguntaram: - Por
que é que não O trouxestes?
Os
guardas responderam:
- Nunca
nenhum homem falou assim!
E
os fariseus afirmaram:
- Será
que também vós ficastes seduzidos? Porventura creu n’Ele algum
dos chefes ou dos fariseus? Mas essa multidão, que não conhece a
Torá, é gente maldita!
Nicodemos,
que antes fora ter com Jesus Cristo e era um deles, disse-lhes:
- Porventura
permite a nossa Lei julgar um homem sem antes O ouvir e sem averiguar
o que Ele anda a fazer?
Responderam-lhe
eles: - Também
tu és galileu? Investiga e verás que da Galileia não sairá nenhum
profeta!
E
cada um foi para sua casa.”
(S. João 7,25-53)
- “Jesus Cristo estava a ensinar no templo e afirmou:
-
Eu
sou a luz do mundo. Quem Me segue, não anda nas trevas, mas terá a
luz da Vida. (...)
Eu
vou-Me embora. Vós haveis de Me procurar, mas morrereis no vosso
pecado. Vós não podereis ir para onde Eu vou.
Vós
sois cá de baixo. Eu sou lá de cima. Vós sois deste mundo. De
facto, se não crerdes que Eu sou O que sou, morrereis nos vossos
pecados.
Perguntaram-Lhe:
- Quem
és Tu, afinal?
Disse-lhes
Jesus Cristo: -
Absolutamente
aquilo que já vos estou a dizer. (...) Quando tiverdes erguido ao
alto o Filho do Homem do Céu; então ficareis a saber que Eu sou O
que sou e que nada faço por Mim mesmo, mas falo destas coisas tal
como o Pai mas ensinou. E Aquele que Me enviou, está coMigo. Ele não
Me deixou só porque faço sempre aquilo que Lhe agrada.
Quando
expunha estas coisas, muitos creram n’Ele. Então Jesus Cristo
pôs-Se a dizer aos judeus que n’Ele tinham acreditado:
- Se
permanecerdes fiéis à Minha Mensagem, sereis verdadeiramente Meus
discípulos, conhecereis a Verdade e a Verdade vos tornará
livres.(...) Todo aquele que comete pecado, é servo do pecado e o
servo não fica na família para sempre; o filho é que fica na
família para sempre. Pois bem, se o Filho vos libertar, sereis
realmente livres. Eu sei que sois descendentes de Abraão; no
entanto, procurais matar-Me porque não aderis à Minha Palavra. Eu
comunico o que vi junto do Pai.
Eles
responderam-Lhe: - O
nosso pai é Abraão!
Jesus
Cristo afirmou-lhes:
- Se
fosseis filhos de Abraão, faríeis as obras de Abraão! Vós
pretendeis matar-Me, a Mim, um Homem que vos comunicou a Verdade que
recebi de Deus. Isso não o fez Abraão!
Eles
responderam-Lhe: -
Temos
um só Pai que é Deus!
Afirmou-lhes
Jesus Cristo: - Se
Deus fosse vosso Pai, ter-Me-íeis Amor, pois é de Deus que Eu saí
e vim. Por que não entendeis a Minha linguagem? Por que não podeis
ouvir a Minha Palavra?
Vós
tendes por pai o diabo e quereis realizar os desejos de vosso pai.
Ele foi assassino desde o princípio e não esteve pela Verdade
porque nele não há verdade. Quando fala mentira; fala do que lhe é
próprio porque é mentiroso e pai da mentira. Por
isso não acreditais em Mim que vos digo a Verdade.
Quem de vós pode acusar-Me de pecado? Se digo a Verdade, porque não
Me acreditais? Quem é de Deus, escuta as palavras de Deus. Vós não
as escutais porque não sois de Deus. (...)
Eu
sou o Bom Pastor. Eu sou a porta das ovelhas. Se alguém entrar por
Mim, estará salvo. Há-de entrar e sair e achará pastagem. Eu vim
para que tenham Vida e a tenham em abundância.
Eu
sou o Bom Pastor. O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas. Conheço
as Minhas ovelhas e elas conhecem-Me assim como o Pai Me conhece e Eu
conheço o Pai. Eu ofereço a Minha vida pelas Minhas ovelhas.
Tenho
ainda outras ovelhas que não são deste redil. Também estas, Eu
preciso de as trazer e hão-de ouvir a Minha voz e haverá um só
rebanho e um só Pastor.
É
por isto que Meu Pai me tem Amor; por Eu oferecer a Minha Vida para A
retomar depois. Ninguém ma tira, mas sou Eu que a ofereço
livremente. Tenho o poder de a oferecer e o poder de a retomar. Tal é
o cargo que recebi de Meu Pai. Eu e o Pai somos Um.
As
Minhas ovelhas escutam a Minha voz. Eu conheço-as e elas seguem-Me.
Dou-lhes a Vida Eterna e nem elas hão-de morrer jamais nem ninguém
as arrancará da Minha mão.
Então
os judeus voltaram a pegar em pedras para O apedrejarem.
Jesus
Cristo afirmou-lhes:
- Mostrei-vos
muitas obras da parte do Pai. Por qual dessas obras Me quereis
apedrejar?
Responderam-Lhe
os judeus. – Não
Te queremos apedrejar por qualquer obra boa, mas por uma blasfémia:
é que Tu, sendo um Homem, fazes de Ti mesmo Deus.
Jesus
Cristo respondeu-lhes:
- Não
está escrito: vós sois deuses? Se ela chamou deuses àqueles a quem
dirigiu a Palavra de Deus – e a Escritura não se pode pôr em
dúvida – a Mim, a quem o Pai consagrou e enviou ao mundo, como é
que dizeis: «Tu blasfemas.» por Eu ter dito «Sou o Filho de Deus.»
Depois
Jesus Cristo voltou a retirar-se para a margem de além-Jordão, para
o lugar onde, ao princípio, João tinha estado a baptizar e ali se
demorou. Muitos vieram ter com Ele e comentavam:
-
Realmente
João não realizou nenhum sinal milagroso, mas tudo quanto disse
deste Homem era verdade.
E
muitos ali creram n’Ele.
(S. João 8,12-10,42)
- “Até entre os chefes, muitos creram n’Ele, mas não o confessavam por causa dos fariseus para não serem expulsos da sinagoga, pois amavam mais a glória dos homens do que a glória de Deus.” (S. João 12,42-43)
- O Conselho decide a morte de Jesus Cristo e “por isso Jesus Cristo já não andava em público, mas retirou-Se de Jerusalém para uma região vizinha do deserto, para uma cidade chamada Efraim e lá ficou com os discípulos.
Estava
próxima a Páscoa dos judeus e muita gente subiu a Jerusalém antes
da Páscoa para se purificar. Procuravam então Jesus Cristo e
perguntavam uns aos outros no templo:
-
Que vos parece, Ele virá à Festa?
Entretanto
os sumos sacerdotes e os fariseus tinham dado ordem para que, se
alguém soubesse onde Ele estava, o indicasse para O prenderem.”
(S. João 11,45-57)
Uma
coisa é Jesus Cristo retirar-Se para um centro religioso talvez, com
os Seus discípulos para prepará-los espiritualmente para os tempos
de provação e perseguição que já os cercavam e preparar-Se a Si
próprio para o sofrimento, humilhação e dor por que iria passar.
Outra coisa é, perante o perigo, negar a Sua identidade, querer
salvar a vida pequena; isso nem os Seus piores inimigos, com verdade,
o podem afirmar. Em nenhuma circunstância, seja com quem for, alguma
vez, alguém pôde ser testemunha de que Jesus Cristo Se tenha negado
a Si próprio. Só ignorantes e muito insensatos podem fazer tal
afirmação acerca d’Ele!
- “Então Judas Iscariotes foi ter com os sumos sacerdotes e disse-lhes: - Quanto me dareis, se eu vo-l’O entregar?
Eles
garantiram-lhe trinta
moedas de prata. A
partir daquele momento Judas procurava uma oportunidade para entregar
Jesus Cristo.” (S.
Mateus 26,14-16)
- “No primeiro dia da festa dos Ázimos, os discípulos foram ter com Jesus Cristo e perguntaram-Lhe: - Senhor, onde queres que façamos os preparativos para comer a Páscoa?
Ele
respondeu: - Ide
à cidade, a casa de um certo homem e dizei-lhe:
-
O Mestre manda dizer «o Meu tempo está próximo. É em tua casa que
quero celebrar a Páscoa com os meus discípulos.»
Os
discípulos fizeram como Jesus Cristo lhes ordenara e prepararam a
Páscoa.
Ao
cair da tarde, Jesus Cristo sentou-Se à mesa com os Doze. Enquanto
comiam, disse: - Em
verdade vos digo: um de vós vai entregar-Me.
Profundamente
entristecidos, começaram a perguntar-Lhe:
-
Porventura serei eu, Senhor?
Ele
respondeu: - O
que mete a mão no prato coMigo
(ao mesmo tempo); esse
Me entregará. O Filho do Homem segue o Seu caminho como está
escrito acerca d’Ele; mas
ai daquele por quem o
Filho do Homem vai ser entregue. Seria melhor para esse homem não
ter nascido.
Judas,
o traidor, tomou a palavra e perguntou:
-
Porventura serei eu, Mestre?
-
Tu
o disseste. –
respondeu-lhe Jesus
Cristo.” (S.
Mateus 26,17-26)
“Era
necessário que se cumprisse o que o Espírito Santo anunciou na
Escritura pela boca de David a respeito de Judas Iscariotes, que foi
o guia dos que prenderam Jesus Cristo. Ele, efectivamente, era um dos
nossos e tinha recebido uma parte do nosso ministério. Esse homem,
depois de ter adquirido um terreno com o salário do seu crime,
(isto é, as trinta moedas de prata por ter entregado Jesus Cristo.
Então parece-me que realmente Judas não seria líder de nenhum
grupo de iluminados porque o normal seria que entregasse esta fortuna
a esse grupo, até para justificação e paz da sua consciência. Ele
fazia parte, sim, do grupo dos apóstolos; era apóstolo como os
outros onze com a função de administrar os bens e dinheiro da
comunidade. Dessa perspectiva, ele era iluminado; já que os
apóstolos eram instruídos com muito mais profundidade do que os
outros seguidores. Judas pegou nas trinta moedas de prata e foi
comprar um bom terreno para resolver a sua vidinha certamente; mas
...) precipitou-se de
cabeça para baixo
(neste terreno, com
uma corda atada aos pés e ao ramo de uma árvore onde estava).
Rebentou pelo meio e
todas as suas entranhas e sangue se espalharam. (Tinha
cinquenta e um anos segundo o calendário da época e do local.)
O facto chegou ao conhecimento de todos os habitantes de Jerusalém,
a tal ponto que esse terreno foi chamado na língua deles 'Campo de
Sangue'.” (Actos
1,16-19)
“Jesus
Cristo afirmou-lhes:
- Chegou
a hora de se revelar a glória do Filho do Homem. Em verdade, em
verdade vos digo: se o grão de trigo, lançado à terra, não
morrer, fica ele só; mas, se morrer, dá muito fruto.
Quem
se ama a si próprio, perde-se; quem se preocupa com o seu próximo
neste mundo, assegura para si a vida eterna. Se alguém Me serve, que
Me siga e onde Eu estiver, aí estará também o Meu servo. Se alguém
Me servir, o Pai há-de honrá-l’O.
Agora
a Minha alma está perturbada. E que hei-de Eu dizer? Pai, livra-Me
desta hora? Mas precisamente para esta hora é que Eu vim! Pai,
manifesta a Tua glória!
Veio
então uma voz do Céu:
«Já
a manifestei e voltarei a manifestá-la!»
Entre
as pessoas presentes que escutaram, uns diziam que tinha sido um
trovão; outros diziam:
«Foi
um anjo que Lhe falou.»
Jesus
Cristo afirmou: -
Esta
voz não veio por causa de Mim, mas por amor de vós. Agora é o
julgamento deste mundo; agora é que o dominador deste mundo vai ser
lançado fora. E eu, quando for erguido da terra, atrairei todos a
Mim.
Dizia
isto dando a entender de que espécie de morte havia de morrer.
Aquela gente respondeu-Lhe:
- Nós
aprendemos na Torá que o Messias permanece vivo para sempre. Como
afirmas Tu que o Filho do Homem tem de ser erguido? Mas, quem é
afinal esse Filho do Homem?
Jesus
Cristo respondeu-lhes:
- Por
um pouco de tempo ainda a Luz4
está no meio de vós. Caminhai, enquanto tendes a Luz de modo que as
trevas não vos apanhem; pois quem caminha nas trevas, não sabe para
onde vai. Enquanto tendes a Luz, crede na Luz para vos tornardes
filhos da Luz.”
(S. João 12,20-36)
- “Jesus Cristo levantou a voz e disse: - Quem crê em Mim, não é em Mim que crê, mas sim n’Aquele que Me enviou. Eu vim ao mundo como luz para que todo o que crê em Mim, não fique nas trevas.
Se
alguém ouve as Minhas palavras e não as cumpre, não sou Eu que o
julgo, pois não vim para condenar o mundo, mas sim para o salvar.
Quem Me rejeita e não aceita as Minhas palavras, tem quem o julgue:
a Palavra que Eu anunciei; essa é que o há-de julgar no último dia
porque Eu não falei por Mim mesmo, mas o Pai, que Me enviou, é que
Me encarregou do que devo dizer e anunciar. E Eu bem sei que este Seu
mandato traz consigo a Vida Eterna. Por isso, as coisas que Eu
anuncio, anuncio-as tal como o Pai as disse a Mim.”
(S. João 12,44-50)
- “Enquanto comiam, Jesus Cristo, tomando uma taça deu graças e disse: - Tomai e reparti entre vós, pois digo-vos que não tornarei a beber do fruto da videira até chegar o Reino de Deus.
Jesus
Cristo tomou então o pão e, depois de pronunciar a bênção,
partiu-o e deu-o aos Seus discípulos dizendo:
-
Tomai, comei: isto é o Meu Corpo que vai ser entregue por vós.
Fazei isto em Minha memória.
Depois
da ceia, tomou o cálice, deu graças e entregou-o aos Seus
discípulos dizendo:
-
Bebei dele todos. Este é o Meu Sangue, sangue
da Nova Aliança,
que vai ser derramado por muitos para perdão dos pecados. Eu vos
digo: Não beberei mais deste produto da videira até ao dia em que
beber o vinho novo convosco no Reino de Meu Pai.”
(S. Mateus 26,26-29; S.
Lucas 22,14-20)
- “Filhinhos, já pouco tempo vou estar convosco. Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros assim como Eu vos amei. Por isto é que todos conhecerão que sois Meus discípulos: se vos amardes uns aos outros.
Jesus
Cristo levantou-se da mesa, tirou o manto, tomou uma toalha e atou-a
à cintura. Depois deitou água na bacia e começou a lavar os pés
aos discípulos e a enxugá-los com a toalha que atara à cintura.
Chegou
então a Simão Pedro e este disse-Lhe:
-
Senhor, Tu é que me lavas os pés?
Jesus
Cristo respondeu-lhe:
- O
que Eu estou a fazer, tu não o entendes por agora, mas hás-de
compreendê-lo depois.
Disse-Lhe
Pedro: - Não!
Tu nunca me hás-de lavar os pés!
Respondeu-lhe
Jesus Cristo: - Se
Eu não tos lavar, nada terás a ver coMigo.
Disse-Lhe
então Simão Pedro:
- Ó
Senhor, não só os pés, mas também as mãos e a cabeça!
Respondeu-lhe
Jesus Cristo: - Quem
tomou banho
(do Céu), não
precisa de lavar senão os pés, pois está todo limpo. Vós estais
limpos, mas não todos.
Depois
de lhes ter lavado os pés e de ter posto o manto, voltou a sentar-se
à mesa e disse-lhes:
- Compreendeis
o que vos fiz? Vós chamais-Me MESTRE e SENHOR e dizeis bem porque o
sou. Ora, se Eu, que sou o MESTRE e o SENHOR vos lavei os pés,
também vós vos deveis lavar os pés uns aos outros. Na verdade,
dei-vos o exemplo para que, assim como Eu vos fiz, vós façais
também.
Em
verdade, em verdade, vos digo: não
é o servo mais do que o seu senhor;
nem
o enviado mais do que aquele que o envia.
Uma
vez que sabeis isto, sereis felizes,
se o puserdes em prática.
Não
se perturbe o vosso coração. Na Casa de Meu Pai há muitas moradas.
Se assim não fosse, como teria dito Eu que vos vou preparar um
lugar? (isto
é, um mundo. O mundo dos seres humanos onde Jesus Cristo é Senhor e
Rei.) E
quando Eu tiver ido e vos tiver preparado lugar, virei novamente e
hei-de levar-vos para
junto de Mim a fim de que, onde Eu estou, vós estejais também.
E
para onde Eu vou, vós sabeis o caminho.
Eu
sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém pode ir ao Pai senão por
Mim. Se ficastes a conhecer-Me, conhecereis também o Meu Pai e já o
conheceis, pois estais a vê-l’O.
Quem Me vê; vê o
Pai. Eu estou no Pai e o Pai está em Mim.
As
coisas que Eu vos digo, não as manifesto por Mim mesmo: é o Pai
que, estando em Mim, realiza as Suas obras. Eu vou para o Pai e o que
pedirdes em Meu nome, Eu o farei de modo que, no Filho, se manifeste
a glória do Pai. Se Me pedirdes alguma coisa em Meu nome, Eu o
farei.
Se
Me tendes amor, cumprireis os Meus ensinamentos e Eu apelarei ao Pai
e Ele vos dará o
Espírito da Verdade.
Ele
dará testemunho a Meu favor. E vós também haveis de dar testemunho
porque estais coMigo desde o princípio (da
Sua evangelização).
O Espírito da Verdade há-de guiar-vos para a verdade completa. Ele
não falará por Si próprio; mas há-de dar-vos a conhecer quanto
ouvir e anunciar-vos o que há-de vir. Ele há-de manifestar a Minha
glória porque receberá do que é Meu e vo-lo dará a conhecer. Tudo
o que Pai tem, é Meu.
Se
alguém Me tem amor, há-de guardar a Minha Palavra. O Meu Pai o
amará e nós viremos a ele e nele faremos morada. A Palavra que vos
dou, não é Minha, mas é do Pai que Me enviou.
Quem
não Me tem amor, não guarda a Minha Palavra.
O
Espírito Santo
que
o Pai enviará em Meu nome, Esse é que vos ensinará tudo e há-de
recordar-vos tudo o que Eu vos disse. Quando Ele vier, dará ao mundo
provas irrefutáveis de uma culpa, de uma inocência e de um
julgamento: de uma culpa, pois não creram em Mim; de uma inocência,
pois Eu vou para o Pai
(se tivesse pecado, teria sido destruído pela morte e não teria
acesso ao Pai); de
um julgamento, pois o príncipe deste mundo ficou condenado (porque
condenou um inocente).
Deixo-vos
(o Espírito da) Paz;
dou-vos
a Minha Paz.
Não
vos deixarei orfãos. Eu voltarei a vós!
- “Está a chegar a hora em que já não vos falarei por comparações, mas claramente vos darei a conhecer o que se refere ao Pai. Nesse dia apresentareis, em Meu nome, os vossos pedidos ao Pai. Não vos digo que rogarei por vós ao Pai, pois é o próprio Pai que vos AMA porque vós já Me tendes amor e já credes que Eu saí de Deus. Saí do Pai e vim ao mundo; agora deixo o mundo e vou para o Pai.
Eis
que vem a hora – e já chegou – em que sereis dispersos cada um
por seu lado e Me deixareis só; se bem que Eu não esteja só porque
o Pai está coMigo. Anunciei-vos estas coisas para que, em Mim,
tenhais a paz. No mundo tereis tribulações, mas tende
confiança.
Eu já venci o mundo.1)
1)
Já venceu o mundo porque não caiu em nenhum tipo de pecado e assim
ficou livre e inocente de qualquer culpa e quem O condenou, fosse do
que fosse, ficou condenado porque condenou um inocente, condenou por
maldade, por mentira, por instigação do mal que no(a) próprio
habita; mas a culpa mantém-se porque condenou.
Assim
falou Jesus Cristo. Depois, levantando os olhos ao céu, exclamou:
Pai, chegou a hora!
Manifesta a glória
do Teu Filho de modo que o Teu Filho manifeste a Tua glória, segundo
o poder que Lhe deste sobre toda a humanidade a fim de que dê a vida
eterna a todos os que Lhe entregaste.
Esta é a Vida
Eterna:
Que Te conheçam a
Ti, único Deus Verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem Tu enviaste.
Eu manifestei a Tua
glória na Terra, levando a cabo a obra que Me deste a realizar. E
agora Tu, ó Pai, mostra a Minha glória junto de Ti, aquela glória
que Eu tinha junto de Ti, antes do mundo existir.
Dei-Te a conhecer a
todos que, do meio do mundo, Me deste. Eles eram Teus e Tu mos
entregaste e têm guardado a Tua Palavra. Agora ficaram a saber que
tudo quanto Me deste, vem de Ti, pois as palavras que Me
transmitiste, Eu lhas tenho transmitido. Eles receberam-nas e
reconheceram verdadeiramente que Eu vim de Ti e creram que Tu Me
enviaste.
É por eles que Eu
rogo. Não rogo pelo mundo, mas por aqueles que Me confiaste porque
são Teus. Tudo o que é Meu, é Teu e o que é Teu é Meu e neles se
manifesta a Minha glória.
Doravante já não
estou no mundo, mas eles estão no mundo e Eu vou para Ti. Pai Santo,
Tu que a Mim Te deste; guarda-os em Ti para serem um só como Nós
somos!
Enquanto estava com
eles, Eu guardava-os em Ti; em Ti que a Mim Te deste. Guardei-os e
nenhum deles se perdeu a não ser o homem da perdição, cumprindo-se
assim a Escritura.
Mas agora vou para Ti
e, ainda no mundo, digo isto para que eles tenham em si a plenitude
da Minha alegria. Entreguei-lhes a Tua Palavra e o mundo odiou-os
porque eles não são do mundo como também Eu não sou do mundo. Não
Te peço que os tires do mundo, mas que os livres do Maligno. De
facto, eles não são do mundo como também Eu não sou do mundo.
Faz que eles sejam
Teus inteiramente por meio da Verdade; a Verdade é a Tua Palavra.
Assim como Tu Me enviaste ao mundo; também Eu os envio ao mundo e
por eles totalmente Me entrego para que também eles fiquem a ser
Teus inteiramente, por meio da Verdade.
Não rogo só por
eles, mas também por aqueles que hão-de crer em Mim por meio da sua
palavra para que todos sejam um só como Tu, Pai, estás em Mim e Eu
em Ti; para que assim eles estejam em Nós e o mundo creia que Tu Me
enviaste.
Eu dei-lhes a glória
que Tu Me deste de modo que sejam um como Nós somos Um. Eu neles e
Tu em Mim para
que eles cheguem à perfeição da unidade
e assim o mundo reconheça que Tu Me enviaste e que os amaste a eles
como a Mim.
Pai, quero que onde
Eu estiver estejam também coMigo aqueles que Tu Me confiaste para
que contemplem a Minha glória; a glória que Me deste por Me teres
amado antes da criação do mundo.
Pai Justo, o mundo
não Te conheceu, mas Eu conheci-Te e estes reconheceram que Tu Me
enviaste. Eu dei-lhes a conhecer quem Tu és e continuarei a dar-Te a
conhecer a fim de que o AMOR que Me tiveste, esteja neles e Eu esteja
neles também.
Está
a chegar o príncipe deste mundo. Ele nada pode contra Mim, mas o
mundo tem de saber que Eu amo o Pai e actuo como o Pai Me mandou.
Levantai-vos, vamo-nos daqui!” (S.
João 12,20-17,26)
- “Depois de cantarem os salmos, Jesus Cristo saiu então para o Monte das Oliveiras como era Seu costume, após a ceia. Os discípulos seguiram também com Ele. Quando chegaram ao local, Jesus Cristo afastou-se deles a distância de um tiro de pedra aproximadamente e pôs-se a rezar. Então, vindo do Céu, apareceu-Lhe um anjo que O confortava.
Depois
de rezar, foi ter com os discípulos e encontrou-os a dormir. Ainda
estava Ele a falar, quando surgiu uma multidão de gente. Um dos
doze, Judas Iscariotes, caminhava à sua frente e aproximou-se de
Jesus Cristo para O beijar como era costume dos discípulos.
Depois
disse aos que tinham vindo contra Ele, aos sumos sacerdotes, aos
oficiais dos templos e aos anciãos:
-
Saístes com espadas e varapaus como se fosseis ao encontro de um
salteador. Estive convosco todos os dias no templo e não me
deitastes as mãos. Esta é a vossa hora e o domínio das trevas.
Então
a multidão apoderou-se de Jesus Cristo e levaram-n’O para a casa
do sumo sacerdote. Pedro seguia longe e depois sentou-se no meio da
multidão à volta de uma fogueira. (...) enquanto Pedro negava
conhecer Jesus Cristo, um galo cantou. Jesus Cristo, voltando-Se,
fixou os Seus olhos em Pedro e este recordou-se das palavras de Jesus
Cristo e, vindo para fora, chorou amargamente.
Entretanto
os que guardavam Jesus Cristo, troçavam d’Ele e maltratavam-n’O
e proferiam muitos insultos.
Quando
amanheceu, reuniu-se o Conselho dos anciãos do povo, sumos
sacerdotes e doutores da Torá, que o levaram ao seu tribunal.
Depois
levantaram-se todos e levaram-n’O a Pilatos e começaram a
acusá-l’O. Depois Pilatos envia Jesus Cristo a Herodes que também
se encontrava em Jerusalém nesses dias.
Ao
ver Jesus Cristo, Herodes ficou extremamente satisfeito, pois havia
bastante tempo que O queria ver devido ao que ouvia dizer d’Ele,
esperando que fizesse algum milagre na sua presença.
Os
sumos sacerdotes e os doutores da Torá que lá estavam, acusavam-n’O
com veemência. Herodes, com os seus oficiais, tratou-O com desprezo
e, por troça, mandou-O cobrir com uma capa vistosa, enviando-O de
novo a Pilatos. Nesse dia, Herodes e Pilatos ficaram amigos, pois
eram inimigos um do outro.
Pilatos
convocou os sumos sacerdotes, os chefes e o povo e disse-lhes:
-
Não encontrei em Jesus Cristo nenhum dos crimes de que O acusais.
Herodes tão-pouco. Como vedes, Ele não praticou nada que mereça a
morte. (...)”
(S. Lucas 22,39-23,24)
Jesus
Cristo ainda era mais importante do que qualquer um de nós porque
Ele era e é de Deus.
Sabemos
mais: sabemos que, no sinédrio, Caifás e apoiantes decidiram matar
Jesus Cristo com o
pretexto de que os
Seus ensinamentos e o chamar-Se Filho de Deus levariam a que o
imperador romano invadisse e destruísse a Palestina como medida de
retaliação. Matando
Jesus Cristo justificariam a sua obediência a Roma e ao imperador.
Deram aquela morte atroz a Jesus Cristo e que aconteceu?
Apesar
de estar escrito nas palavras de Jesus Cristo “... ressuscite
dos mortos”
como revela o Antigo
Testamento; actualmente sabemos muito mais. Sabemos que Jesus
Cristo, porque nasceu, era e é (porque continua Vivo) uma União de
vários seres que só se apartaram do ser natural quando Jesus Cristo
tomou o vinagre e afirmou «Tudo
está consumado!»;
inclinou a cabeça e entregou o Seu espírito a Deus.
Quando
os soldados chegaram a Jesus Cristo, o
Seu corpo já não tinha vida;
mas, mesmo assim, um dos soldados espetou-Lhe uma lança no peito do
lado esquerdo, donde jorrou sangue e água, devido à suspensão da
cruz. Porquê lado esquerdo?
Porque
os soldados são pessoas treinadas para matar e é sempre no lado
esquerdo que espetam a lança para cortarem a aorta donde jorra mais
sangue devido à sua largura e a morte do adversário é mais rápida.
Ele já estava morto; por isso não havia motivo para o fazerem de
outra maneira. O seu objectivo era ficarem com a certeza que Ele
morreu realmente; não fosse Ele estar em coma.
Jesus
Cristo esteve sempre lúcido; o seu corpo movendo-Se pelas ruas,
depois a suspensão na cruz. Jesus Cristo esteve completo na Sua
totalidade até ao momento em que entregou o Seu espírito a Deus.
Nessa altura, a voz, o Seu ser espiritual, a Sua Alma apartaram-Se.
Jesus Cristo tinha quarenta e seis anos de idade segundo o calendário
local e da época, a caminho dos quarenta e sete.
Restaram
na cruz os Seus ossos materiais e o Seu ser natural. A morte não
estava n’Ele, pois não há relatos de qualquer doença ou sinais
de doença; então o Seu ser natural estava saudável.
Após
ter sido deixado no sepulcro, que aconteceu?
Como
os ossos celestes regressaram ao seu mundo, os ossos naturais
esfumaram-se, ficaram em nada e Ele ganhou a leveza.
Entretanto
os Seus ossos celestes regressaram ao ser natural de Jesus Cristo que
recebeu novamente a Sua voz, o Seu ser espiritual, a Sua alma porque
nenhum a morte teve possibilidade de destruir; mas agora o Seu corpo
estava adaptado ao mundo aéreo enquanto que antes da morte o Seu
corpo estava adaptado ao mundo da Terra. A totalidade de Jesus Cristo
volta a existir e Ele passa para o mundo dos Vivos deixando apenas as
ligaduras no sepulcro.
Deus
manifestou a Sua DOR pelo
que fizeram ao Seu Filho:
Assim era pleno dia e escureceu completamente, isto é, toda a luz se
evadiu do interior da abóbada celeste do planeta Terra. Houve na
mesma hora um tremor de terra de tal ordem que toda a terra se fendeu
e o templo partiu-se ao meio:
- “Por volta do meio-dia as trevas cobriram toda a região até às três horas da tarde. O sol tinha-se eclipsado e o véu do templo rasgou-se ao meio. Dando um forte grito Jesus Cristo exclamou: - Pai, nas tuas mãos entrego o Meu espírito. Dito isto expirou.” (S. Lucas 23,44-46)
S.
Mateus, um dos doze apóstolos que acompanhavam Jesus Cristo, dá-nos
o seguinte testemunho ocular:
- “Jesus Cristo, clamando outra vez com voz forte, expirou.
Então
o véu do templo rasgou-se em dois, de alto a baixo. A terra tremeu e
as rochas fenderam-se. Abriram-se os túmulos e muitos corpos de
santos, que estavam mortos, ressuscitaram saindo dos túmulos, depois
da ressurreição de Jesus Cristo,
entraram na cidade santa e apareceram a muitos. O centurião e os
guardas que com ele guardavam Jesus Cristo, vendo o tremor de terra e
o que estava a acontecer, ficaram apavorados e disseram:
-
Este era verdadeiramente o Filho de Deus!”
(S. Mateus 27,51-56)
Tudo isto se passa na
sexta-feira à tarde, véspera da Páscoa Judaica e, portanto para S.
Mateus a ressurreição de Jesus Cristo aconteceu imediatamente após
a morte do Seu corpo físico naquela sexta-feira. No entanto Ele só
se dirigiu aos Seus discípulos no domingo seguinte logo desde
manhãzinha.
Naquela
sexta-feira houve a libertação
de todos os seres que faziam parte da totalidade – Jesus Cristo.
Deus
quis que este mundo soubesse que teve pleno conhecimento de quem e de
tudo o que fizeram ao Seu Filho. Então Ele não ressuscitou dos
mortos porque Ele esteve sempre Vivo e na própria Sexta-Feira Santa
a Sua totalidade dispersou-se e passou deste mundo material em que
vivemos para o mundo dos Vivos, paralelo a este e no primeiro dia da
semana a Sua totalidade voltou a existir, a unir-se e durante
quarenta dias frequentou os dois mundos e na Quinta-Feira da Ascensão
subiu ao alto dos céus para viver para sempre também entre os
Vivos.
Ele
agora era o Ressuscitado.
A
Nova Era estava inaugurada com sucesso!
Passados
catorze-dezasseis
anos a
Judeia torna-se província romana governada só por romanos. Passados
quarenta
anos, duas
gerações, no ano
setenta, Jerusalém
foi invadida pelas hostes romanas e o templo completamente desfeito e
não mais foi reconstruído e um incêndio de enormes dimensões
destruiu completamente toda a cidade.
Parece que os romanos não
ficaram tão agradecidos pela morte de Jesus Cristo como os judeus
esperavam que acontecesse.
Deus
não queria que fizessem o que fizeram ao Seu Filho, mas não tinha
outra saída para poder resgatar a humanidade, aqueles(as) que o
quisessem, às trevas.
Parece-me
importante salientar a diferença de tratamento e de relacionamento
com Jesus Cristo dependendo de Ele se encontrar na Galileia, em
Israel e em Jerusalém, na Judeia. É fácil encontrar essa diferença
de carácter entre as duas regiões nestes testemunhos.
2- Jesus Cristo segundo S. João
“No
princípio era o Verbo e o Verbo estava em Deus e o Verbo era Deus.
No princípio Ele estava em Deus. Por Ele é que tudo começou a
existir e sem Ele nada veio à existência.
N’Ele
é que estava a Vida de tudo o que veio a existir.
E
a Vida era a Luz dos seres humanos.
A
Luz brilhou nas trevas, mas as trevas não a receberam.
Apareceu
um homem enviado por Deus que se chamava João. Este vinha como
testemunha para dar testemunho da Luz e todos crerem por meio dele.
Ele não era a Luz, mas vinha para dar testemunho da Luz.
O
Verbo era a Luz verdadeira que, ao vir ao mundo, a todo o ser humano
ilumina.
Ele
estava no mundo e por Ele o mundo veio à existência, mas o mundo
não O aceitou.
Veio
ao que era Seu e os Seus não O receberam; mas a quantos O receberam,
aos que n’Ele crêem, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de
Deus. Estes não nasceram de laços de sangue nem de um impulso da
carne nem da vontade de um homem, mas sim de Deus.
E
o Verbo fez-se Homem e veio habitar connosco.
E
nós contemplámos a Sua glória, a glória que tem como Filho do
Pai, cheio de Graça e de Verdade.
João
Baptista deu testemunho d’Ele ao clamar:
«Este
era Aquele de quem eu disse: O que vem depois de mim, passou-me à
frente porque existia antes de mim.»
Sim,
todos nós participamos da Sua plenitude, recebendo graças sobre
graças. É que a Lei foi dada por Moisés, mas a Graça e a Verdade
vieram-nos por Jesus Cristo.
A
Deus, o Filho que está com Deus e o Pai, foram Eles que O deram a
conhecer.” (S.
João 1,1-18)
Eis
o evangelista S. João!
Nasceu
em Betsaida, localidade nas margens do Mar da Galileia. Com o seu
irmão Tiago e também Pedro formava o grupo predilecto de Jesus
Cristo. Estes quatro primeiros discípulos eram pescadores,
analfabetos, judeus e galileus. João assistiu à ressurreição de
Jairo e à transfiguração de Jesus Cristo no Monte Tabor. João foi
convidado por Jesus Cristo a rezar durante a Sua agonia no monte das
Oliveiras. É ele quem está o tempo todo junto de Jesus Cristo na
cruz nunca O abandonando.
Foi
o apóstolo que mais amou Jesus Cristo, seu Mestre e Senhor. Irmão
do apóstolo Tiago e ambos filhos de Zebedeu. São dois dos primeiros
quatro discípulos que Jesus Cristo chamou. Adolescente,
juntou-se ao grupo e por isso nunca foi tomado muito a sério, quando
enfrentava algum do grupo ou quando enfrentava fariseus ou doutores
da Torá, no seu amor fervoroso pelo Mestre.
É
o discípulo amado. Pode-se afirmar que João é o discípulo que
mais penetrou no mistério de Jesus Cristo e que mais intensamente
viveu o Amor do Coração de Jesus Cristo; é aquele que pousa a sua
cabeça sobre o peito de Jesus Cristo aquando da tristeza do anúncio
da traição de Judas Escariotes na Última Ceia.
Ele
era inseparável de Jesus Cristo. Onde o Mestre estava, João tinha
de estar. Ele não tomou notas, mas presenciou tudo. É uma
testemunha e o seu testemunho é precioso, apesar da dificuldade em
localizar no tempo cronológico porque não tomou notas na primeira
fase da evangelização de Jesus Cristo.
João
foi o último dos apóstolos a falecer, de morte natural, já
centenário, durante o reinado do imperador Trajano, na cidade de
Éfeso, Grécia.
No
entanto, quando Jesus Cristo regressa da Lusitânia naquele Domingo
de Ramos (para os futuros cristãos) tudo passa a ser diferente para
João:
1º
- Não é mais um adolescente, mas um homem feito;
2º
- Como apóstolo dos primeiros e testemunha presencial de tudo da
vida e evangelização de Jesus Cristo; certamente o grupo dos
discípulos e apóstolos envidaram esforços para que ele aprendesse
a ler e aprendesse as escrituras.
3º
- Assim, nesta segunda fase, o apóstolo João já toma notas; não
de tudo para escrever uma biografia como fazia S. Mateus; mas das
palavras, da Mensagem de Jesus Cristo e nisso utilizou o papel que
lhe era fornecido. Atesta esta afirmação o facto de haver
afirmações de Jesus Cristo idênticas em lugares e tempos
diferentes como é próprio do discurso oral e não é próprio de um
trabalho escrito de memória. Ele usou apontamentos que foi tomando
ao acompanhar o Mestre e Senhor. Assim ele transmite-nos o que mais
nenhum evangelista conseguiu transmitir, tão completamente.
4º
- No entanto, João é tímido; não gosta de ser figura pública,
prefere o anonimato dos pequenos grupos. Assim se justifica lhe ter
Jesus Cristo entregado Sua mãe ao seu cuidado quando estava na cruz.
E João ter aceitado e cumprido, tendo certamente casado e tido
família que pudesse cuidar de Maria e dele próprio. Assim se
justifica também a vida longa que viveu. Foi sempre manso e humilde
de coração com o sentido da responsabilidade que assumiu do Senhor.
E
com esta personalidade, o apóstolo João só escreve o seu evangelho
quando já mais ninguém escreve e porque, apesar de tudo o que foi
escrito, ele tem algo que mais ninguém disse ou escreveu e por isso
sente que precisa de escrever o seu evangelho. Já com a idade bem
avançada, João ainda demonstra na sua escrita a admiração e o
Amor que sempre sentiu pelo Senhor e pela Sua causa e a jovialidade
da sua mente, apesar da sabedoria que os anos lhe foram trazendo. O
evangelho de S. João é publicado entre os anos 90 e 100 da nossa
era. João escreveu o seu Evangelho, mas também três Cartas e o
Livro – Apocalipse.
- “No dia seguinte, João Baptista, ao ver Jesus CRISTO, que se dirigia para ele, exclamou:
-
Eis
o Cordeiro de Deus, que tira os pecados do mundo! É Aquele de quem
eu disse: «Depois de mim, vem um Homem que me passou à frente
porque existia antes de mim.» Eu não O conhecia bem; mas foi para
Ele se manifestar a Israel que eu vim baptizar com água.
E
João Baptista testemunhou:
- Vi
o Espírito que descia do céu como uma pomba e permanecia sobre Ele.
Eu não O conhecia, mas quem me enviou a baptizar com água é que me
disse: «Aquele sobre quem virdes descer o Espírito e pousar sobre
Ele é O que baptiza com o Espírito Santo.» Eu vi e dou testemunho
de que Este
é o Filho de Deus.
(...)
Ouvindo-o falar assim
dois dos discípulos de João Baptista seguiram Jesus Cristo. Jesus
Cristo voltou-Se e perguntou-lhes:
- Que
pretendeis?
Eles
disseram-Lhe: -
Mestre,
onde moras?
-
Vinde
e vereis. –
respondeu-lhes Jesus
Cristo.
Eles
foram, viram e ficaram com Ele logo nesse dia. Era ao cair da tarde.
Filipe
encontrou Natanael e disse-lhe:
- Encontrámos
Aquele sobre quem escreveram Moisés e os Profetas na Torá. Jesus,
filho de José de Nazaré.
Então
disse-lhe Natanael: -
De
Nazaré pode vir alguma coisa boa?
Filipe
respondeu-lhe: - Vem
e verás!
Jesus
Cristo viu Natanael que vinha ao Seu encontro e disse-lhe:
- Aí
vem um verdadeiro israelita, em quem não há fingimento.
Disse-Lhe
Natanael: - Donde
me conheces?
Respondeu-lhe
Jesus Cristo: - Antes
de Filipe te chamar, Eu vi-te quando estavas debaixo da figueira!
Respondeu-Lhe
Natanael: - Mestre,
Tu és o Filho de Deus! Tu és o Rei de Israel!
Respondeu-lhe
Jesus Cristo: - Tu
crês por Eu te ter dito: «Vi-te debaixo da figueira? Hás-de ver
coisas maiores do que estas. Em verdade, em verdade vos digo: vereis
o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo do céu por meio
do Filho do Homem.1)»
(S. João 1,29-51)
1)
Jesus Cristo está a referir-Se ao período entre o Domingo da
Ressurreição e a Quinta-Feira da Ascensão.
- “Entre os fariseus havia um homem chamado Nicodemos, um chefe dos judeus. Veio ter com Jesus Cristo de noite e disse-Lhe:
-
Mestre,
nós sabemos que Tu vieste da parte de Deus como Mestre porque
ninguém pode realizar os sinais portentosos que Tu fazes se Deus não
estiver com Ele.
Jesus
Cristo disse-lhe: -
Em
verdade, em verdade te digo: quem não nascer do Alto não pode ver o
Reino de Deus.
Perguntou-Lhe
Nicodemos: - Como
pode um homem nascer, sendo velho? Porventura poderá entrar no
ventre de sua mãe outra vez e nascer?
Jesus
Cristo respondeu-lhe:
- Quem
não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de
Deus. Aquilo que nasce da carne é carne e aquilo que nasce do
Espírito é espírito. O vento sopra onde quer e tu ouves a sua voz,
mas não sabes de onde vem nem para onde vai. Assim acontece com todo
aquele que nasceu do Espírito.
Nicodemos
interveio: - Como
pode ser isso?
Jesus
Cristo respondeu-lhe:
- Tu
és mestre em Israel e não sabes estas coisas?
Nós
falamos do que sabemos e damos testemunho do que vimos, mas vós não
aceitais o nosso testemunho. Se vos falei das coisas da Terra e não
credes, como é que haveis de crer quando vos falar das coisas do
céu? Pois ninguém subiu ao céu a não ser Aquele que desceu do
Céu, o Filho do Homem. É necessário que o Filho do Homem seja
erguido ao alto a fim de que todo o que crê n’Ele tenha a Vida
Eterna. Tanto amou Deus o mundo que lhe entregou o Seu Filho a fim de
que todo aquele que crê n’Ele não se perca, mas tenha a vida
eterna. Quem n’Ele crê, não é condenado; mas quem não crê, já
está condenado por não crer no Filho do Homem. E a condenação
está nisto: a Luz veio ao mundo e os seres humanos preferiram as
trevas à Luz porque as suas obras eram más. De facto, quem pratica
o mal, odeia a Luz e não se aproxima da Luz para que as suas acções
não sejam desmascaradas. Mas quem pratica a verdade, aproxima-se da
Luz de modo a tornar-se claro que os seus actos são feitos segundo
Deus.”
(S. João 3,1-21)
- “Junto à cruz de Jesus Cristo estiveram o tempo todo, de pé, apenas Sua Mãe, a irmã de Sua Mãe – Maria, esposa de Clopas, Maria Madalena e o apóstolo João, irmão de Tiago.
Aquele
que viu estas coisas é que dá testemunho delas e o seu testemunho é
verdadeiro. E ele bem sabe que diz a verdade para vós crerdes
também.
Depois
disto acontecer, ao cair da tarde daquela sexta-feira, José de
Arimateia que era discípulo de Jesus Cristo, mas secretamente por
medo das autoridades judaicas; pediu a Pilatos que lhe deixasse levar
o corpo de Jesus Cristo e Pilatos permitiu-lho.
Veio,
pois e retirou o corpo de Jesus Cristo. Nicodemos, aquele que antes
tinha ido ter com Jesus Cristo de noite, apareceu também trazendo
uma mistura de perto de cem libras de mirra e aloés. Tomaram então
o corpo de Jesus Cristo e envolveram-no em panos de linho com os
perfumes, segundo o costume dos judeus. No sítio em que Jesus Cristo
tinha sido crucificado havia um horto e, no horto, um túmulo novo
onde ainda ninguém tinha sido sepultado. Como para os judeus era o
Dia da Preparação da Páscoa e o túmulo estava perto, foi ali que
puseram o corpo de Jesus Cristo.” (S.
João 18,1-19,42)
- “José de Arimateia tomou o corpo de Jesus Cristo, envolveu-o num lençol limpo e depositou-o num túmulo novo que tinha mandado talhar na rocha. Depois rolou uma grande pedra contra a porta do túmulo e retirou-se. Maria Madalena (de Magdala) e MARIA (mãe de Jesus Cristo) estavam ali sentadas em frente do sepulcro.
No
dia seguinte, sábado que era o dia a seguir ao da Preparação da
Páscoa, os sumos sacerdotes e os fariseus reuniram-se com Pilatos e
disseram-lhe: -
Senhor,
lembrámo-nos de que Aquele impostor disse, ainda em vida, «três
dias depois hei-de ressuscitar.» Por isso ordena que o sepulcro seja
guardado até ao terceiro dia; não venham os discípulos roubá-l’O
e dizer ao povo «ressuscitou dos mortos». Seria a última impostura
pior do que a primeira.
Pilatos
respondeu-lhes: -
Tendes
guardas. Ide e guardai-O como entenderdes.
E
eles foram pôr o sepulcro em segurança, selando a pedra e
confiando-o à vigilância dos guardas.
Terminado
o sábado, ao romper do primeiro dia da semana, Maria Madalena, a
quem Jesus Cristo tinha expulsado sete demónios; MARIA e Salomé
compraram perfumes e foram visitar o sepulcro. Nisto houve um grande
terramoto e o anjo do Senhor, descendo do Céu, aproximou-se e
removeu a pedra, sentando-se sobre ela. O seu aspecto era como o de
um relâmpago e a sua túnica era branca como a neve. Os guardas, com
medo dele, puseram-se a tremer e ficaram como mortos; mas o anjo
tomou a palavra e disse às mulheres:
-
Não
tenhais medo. Sei que buscais Jesus Cristo, o crucificado. Não está
aqui, pois ressuscitou como havia dito. Vinde, vede o lugar onde
jazia e ide depressa dizer aos Seus discípulos «Ele ressuscitou dos
mortos e vai à vossa frente para a Galileia. Lá o vereis! Eis o que
tinha para vos dizer.1)
1)
Como anteriormente, na qualidade de Mestre e Senhor, Jesus Cristo
enviava à Sua frente discípulos. Também agora, com o mesmo
estatuto no Céu, envia um anjo aos Seus discípulos a anunciar a Sua
presença próxima.
Enquanto
elas iam a caminho, alguns dos guardas foram à cidade participar aos
sumos sacerdotes tudo o que tinha acontecido. Eles reuniram-se com os
anciãos e, depois de terem deliberado, deram muito dinheiro aos
soldados, recomendando-lhes:
- Dizei
isto: «de noite, enquanto dormíamos, os Seus discípulos vieram e
roubaram-n’O.» e, se o caso chegar aos ouvidos do governador, nós
o convenceremos e faremos com que vos deixe tranquilos.
Recebendo
o dinheiro, eles fizeram como lhes tinham ensinado. E esta mentira
divulgou-se entre os judeus até ao dia de hoje.
(dia em que o apóstolo S. Mateus está a escrever este texto.)
Então,
ouvindo o relato das mulheres, Simão Pedro e João, irmão de Tiago,
correram para o sepulcro; João tomou a dianteira e chegou primeiro
ao sepulcro. O João inclinou-se para observar e reparou que os panos
de linho estavam espalmados no chão, mas não entrou. Entretanto
chegou Simão Pedro. Este entrou para o túmulo e ficou admirado ao
ver os panos de linho espalmados no chão; ao passo que o lenço que
estivera em volta da cabeça de Jesus Cristo, não estava espalmado
no chão juntamente com os panos de linho, mas de outro modo,
enrolado noutra posição.
Então
é que João entrou para o túmulo e viu e começou a crer, pois
ainda não tinha entendido a Escritura, segundo a qual Jesus Cristo
devia ressuscitar dos mortos. A seguir, Pedro e João regressaram a
casa.
(Maria
Madalena (de Magdala) deve ter corrido atrás de Pedro e João em
direcção ao sepulcro e outras mulheres devem tê-los seguido
também), mas Maria
Madalena, quando chegou, ficou do lado de fora, a chorar. Pedro e
João partiram e ela ficou a chorar e, sem parar de chorar,
debruçou-se para dentro do sepulcro e contemplou dois anjos vestidos
de branco, sentados onde tinha estado o corpo de Jesus Cristo: um à
cabeceira e outro aos pés. Perguntaram-lhe:
-
Mulher, porque choras?
Ela
respondeu: - Porque
levaram o meu SENHOR e não sei onde O puseram.
Dito
isto, voltou-se para trás e viu Jesus Cristo, de pé; mas não se
deu conta que era Ele. E Jesus Cristo disse-lhe:
- Mulher,
porque choras? Quem procuras?
Ela,
pensando que era o encarregado do horto, disse-lhe:
-
Senhor,
se foste tu que O tiraste, diz-me onde o puseste que eu vou
buscá-l’O.
Disse-lhe
Jesus Cristo: -
Maria!
Ela,
aproximando-se, exclamou:
- Mestre!
Jesus
Cristo disse-lhe: -
Não
Me detenhas, pois ainda não subi para o Pai; mas vai ter com os meus
irmãos e diz-lhes: «Subo para Meu Pai que é vosso Pai; subo para o
Meu Deus que é o vosso Deus.»
Maria
Madalena foi e contou o que Jesus Cristo lhe tinha dito.
As
mulheres, cheias de temor e grande alegria, afastaram-se rapidamente
do sepulcro e correram a dar a notícia aos outros discípulos. Jesus
Cristo surgiu no caminho delas e disse-lhes:
-
Salvé!
Elas
aproximaram-se, acariciaram-Lhe os pés e prostraram-se diante d’Ele.
Jesus Cristo disse-lhes:
-
Não
temais! Ide anunciar aos meus irmãos que partam para a Galileia. Lá
Me verão.
- “Nesse mesmo dia, domingo, dois dos discípulos iam a caminho de uma aldeia chamada Emaús que ficava a sessenta estádios de Jerusalém e conversavam entre si sobre tudo o que acontecera. Enquanto conversavam e discutiam, aproximou-se deles o próprio Jesus Cristo e pôs-Se com eles a caminho; os seus olhos, porém estavam impedidos de O reconhecer.1)
1)
Também é difícil para a nossa consciência reconhecer que, a
conversar connosco e a caminhar connosco está alguém, de quem
presenciámos a morte.
Disse-lhes
Jesus Cristo: - Que
palavras são essas que trocais entre vós enquanto caminhais?
Pararam
entristecidos e um deles, chamado Cléofas, respondeu:
-
Tu és o único forasteiro em Jerusalém a ignorar o que lá se
passou nestes dias!
Perguntou-lhes
Jesus Cristo: - Que
foi?
Responderam-Lhe:
- O
que se refere a Jesus de Nazaré, profeta poderoso em obras e
palavras diante de Deus e de todo o povo, como os sumos sacerdotes e
os nossos chefes O entregaram para ser condenado à morte e
crucificado. Nós esperávamos que fosse Ele o que viria redimir
Israel; mas, com tudo isto, já lá vai o terceiro dia desde que se
deram estas coisas. É verdade que algumas mulheres do nosso grupo
nos deixaram perturbados porque foram ao sepulcro de madrugada e, não
achando o Seu corpo, vieram dizer que lhes apareceram uns anjos que
afirmavam que Ele vivia. Então alguns dos nossos foram ao sepulcro e
encontraram tudo como as mulheres tinham dito, mas a Ele, não O
viram.
Jesus
Cristo disse-lhes então:
- Ó
homens sem inteligência e lentos de espírito para crer em tudo
quanto os profetas anunciaram! Não tinha o Messias de sofrer essas
coisas para entrar na Sua glória?
E
começando por Moisés e, seguindo por todos os Profetas,
explicou-lhes, em todas as Escrituras, tudo o que Lhe dizia respeito.
Ao
chegarem perto da aldeia para onde iam, fez menção de seguir para
diante. Os outros, porém insistiam com Ele, dizendo:
- Fica
connosco, pois a noite vai caindo e o dia já está no ocaso.
Entrou
Ele para ficar com eles e quando se pôs à mesa, tomou o pão,
pronunciou a benção e, depois de o partir, entregou-lho. Então os
seus olhos abriram-se e reconheceram-n’O, mas Ele desapareceu da
sua presença nesse momento.
Disseram
então um para o outro:
- Não
nos ardia o coração quando Ele nos falava pelo caminho e nos
explicava as Escrituras?
Levantando-se,
voltaram imediatamente para Jerusalém e encontraram reunidos os Onze
e os seus companheiros que lhes disseram:
- Realmente
o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!
E
eles contaram o que lhes tinha acontecido pelo caminho e como Jesus
Cristo Se lhes dera a conhecer ao partir o pão.
Enquanto
isto diziam, Jesus Cristo apresentou-Se no meio deles
(...) (S. Lucas 24,13-36)
- “Ao anoitecer deste dia, o primeiro da semana (domingo), em Jerusalém, estavam fechadas todas as portas do lugar onde os discípulos se encontravam com medo das autoridades judaicas. Veio Jesus Cristo, pôs-Se no meio deles e disse-lhes: - A paz seja convosco!
Dominados
pelo espanto e pelo temor, julgavam ver um espírito.
Disse-lhes
então: - Por
que estais perturbados e por que surgem tais dúvidas nos vossos
corações? Vede as Minhas mãos e os Meus pés! Sou Eu mesmo.
Tocai-Me e olhai que um espírito não tem carne nem ossos como
verificais que Eu tenho.
Dizendo
isto, mostrou-lhes as mãos e os pés.
Os
discípulos encheram-se de alegria por verem o Senhor e Ele voltou a
dizer-lhes: - A
paz seja convosco! Assim como o Pai Me enviou também Eu vos envio a
vós.
Entretanto
permanecei na cidade até serdes revestidos com a força do Alto.
Tomé,
um dos Doze, a quem chamavam o Gémeo, não estava com eles nesta
altura. Quando se encontraram, os discípulos disseram-lhe:
-
Vimos o Senhor!
Mas
Tomé respondeu-lhes:
- Se
eu não vir o sinal dos pregos nas Suas mãos e não meter o meu dedo
nesse sinal dos pregos e a minha mão no Seu peito; não acredito!
Oito
dias depois, no domingo seguinte, em Jerusalém, estavam os
discípulos outra vez dentro de casa e desta vez o Tomé estava com
eles. Estando as portas fechadas, Jesus Cristo veio, pôs-Se no meio
deles e disse:
-
A paz seja convosco!
Depois
dirigiu-Se a Tomé: -
Olha
as Minhas mãos. Chega cá o teu dedo! Estende a tua mão e põe-na
no Meu peito e não sejas incrédulo, mas fiel.
Tomé
respondeu-Lhe: - Meu
Senhor e meu Deus!
Disse-lhe
Jesus Cristo: -
Porque
Me viste, acreditaste. Felizes os que crêem sem terem visto.
Ele
perguntou-lhes: -
Tendes
aí alguma coisa que se coma?
Deram-Lhe
um bocado de peixe grelhado e, tomando-o, comeu-o diante deles. (...)
Depois
disse-lhes: - Assim
está escrito que o Messias havia de sofrer e ressuscitar dentre os
mortos ao terceiro dia; que havia de ser anunciada, em Seu nome,
a conversão para o
perdão dos pecados a todos os povos,
começando
por Jerusalém. Vós sois as testemunhas destas coisas e Eu vou
enviar sobre vós o que o Meu Pai prometeu.
No
decurso da refeição que partilhava com os discípulos, ordenou-lhes
que não se afastassem de Jerusalém, mas que esperassem lá o
Prometido do Pai. Então perguntaram-Lhe:
- Senhor, é agora que vais restaurar o Reino de Israel?
Jesus Cristo respondeu-lhes:
- Não
vos compete saber os tempos nem os momentos que o Pai fixou com a Sua
autoridade; mas ides receber uma força, a do Espírito Santo, que
descerá sobre vós e sereis Minhas testemunhas em Jerusalém, por
toda a Judeia e Samaria e até aos confins do mundo.
Em
seguida soprou sobre eles e disse-lhes:
-
Recebei
o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, estes
ficarão perdoados. Àqueles a quem os retiverdes, ficarão retidos.
Algum
tempo depois, Jesus Cristo apareceu outra vez aos discípulos junto
do Lago de Tiberíades e manifestou-Se deste modo:
Estavam
juntos Simão Pedro, Tomé, o Gémeo, Natanael, os filhos de Zebedeu
e outros dois discípulos.
Disse-lhes
Simão Pedro: - Vou
pescar.
Eles
responderam-lhe: -
Nós
também vamos contigo.
Saíram
e subiram para o barco, mas naquela noite não apanharam nada. Ao
romper do dia, Jesus Cristo apresentou-Se na margem, mas os
discípulos não O reconheceram.(
porque já O imaginavam no Céu, bem longe deste mundo.)
Jesus
Cristo disse-lhes então:
- Rapazes,
tendes alguma coisa para comer?
Eles
responderam-Lhe: -
Não.
Disse-lhes
Jesus Cristo: -
Lançai
a rede para o lado direito do barco e haveis de encontrar.
Lançaram-na
e, devido à grande quantidade de peixes, já não tinham forças
para a arrastar. Então João, irmão de Tiago, disse a Pedro:
- É
o Senhor!
Simão
Pedro, ao ouvir que era o Senhor, apertou o saio porque estava sem
mais roupa e lançou-se à água. Os outros discípulos vieram no
barco, puxando a rede com os peixes. Com efeito, não estavam longe
de terra, mas apenas a uns noventa metros.
Ao
saltarem para terra, viram
umas brasas preparadas com peixe em cima e pão.
Jesus Cristo disse-lhes:
-
Trazei dos peixes que apanhastes agora.
Simão
Pedro subiu à barca e puxou a rede para terra cheia de peixes
grandes: cento e cinquenta e três. Apesar de serem tantos a rede não
se rompeu. Disse-lhes Jesus Cristo:
- Vinde
almoçar!
Nenhum
dos discípulos se atrevia a perguntar «Quem és Tu?» porque bem
sabiam que era o Senhor. Jesus Cristo aproximou-se, tomou o pão e
deu-lho, fazendo o mesmo com o peixe.
Depois
de terem comido Jesus Cristo perguntou a Simão Pedro:
- Simão, filho de João, tu amas-Me mais de que estes?
Pedro
respondeu: - Sim,
Senhor, Tu sabes que eu gosto mesmo de Ti.
Jesus
Cristo disse-lhe: -
Apascenta
os Meus cordeiros.
Voltou
Jesus Cristo a perguntar a Pedro uma segunda vez:
- Simão, filho de João, tu amas-Me?
Pedro
respondeu: - Sim,
Senhor, Tu sabes que eu gosto mesmo de Ti.
Jesus
Cristo disse-lhe: -
Apascenta
as minhas ovelhas.
E
perguntou-lhe Jesus Cristo pela terceira vez:
- Simão, filho de João, tu gostas mesmo de Mim?
Pedro
ficou triste por Jesus Cristo lhe ter perguntado três vezes e
respondeu-Lhe: -
Senhor,
Tu sabes tudo; Tu bem sabes que eu gosto mesmo de Ti!
E
Jesus Cristo disse-lhe:
- Apascenta
as Minhas ovelhas. Em verdade te digo: quando eras mais novo, tu
mesmo atavas o cinto e ias para onde querias, mas, quando fores
velho, estenderás as mãos e outro te há-de atar o cinto e levar
para onde não queres.
E
disse isto para indicar o género de morte com que ele havia de dar
glória a Deus. Depois destas palavras acrescentou.
– Segue-Me!
Pedro
voltou-se e viu João, irmão de Tiago, e perguntou a Jesus Cristo:
- Senhor,
e que vai ser deste?
Jesus
Cristo respondeu-lhe:
- E
se Eu quiser que ele fique até Eu voltar, que tens tu com isso? Tu,
segue-Me!”
Esta
já foi a terceira vez que Jesus Cristo apareceu aos Seus discípulos,
depois de ter ressuscitado dos mortos. (S. João 21,1-25)
Na
Quinta-feira da Ascensão de Jesus Cristo ao Céu, todos os
discípulos se reuniram no monte das Oliveiras, em Betânia, perto de
Jerusalém, indicado por Jesus Cristo, e eis que Jesus Cristo lhes
aparece vindo do céu
e,
- (...)erguendo as mãos, abençoou-os. Enquanto os abençoava, disse-lhes:
-
Foi-Me
dado todo o poder no Céu e na Terra. Ide,
pois e em todos os povos fazei discípulos, baptizando-os em nome do
Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinando-os a cumprir tudo
quanto vos tenho ensinado. Sabei que estarei
sempre convosco
até ao fim dos tempos.
Então
separou-se deles e elevava-se ao Céu e eles, depois de se terem
prostrado diante d’Ele e adorado, viram de repente, dois homens
vestidos de branco que lhes disseram:
-
Homens
da Galileia, porque estais assim a olhar para o céu? Esse
Jesus que subiu para o Céu virá da mesma maneira
como agora O vistes partir para o Céu.
Desceram
então do monte das Oliveiras, situado perto de Jerusalém, à
distância de uma caminhada de sábado e voltaram para Jerusalém com
grande alegria e estavam continuamente no templo a bendizer a Deus e
a orar.” (S.
Mateus 28; Actos 1)
Podemos
perguntar-nos: - Porque é que neste período, entre a ressurreição
e a ascensão de Jesus Cristo, os relatos não são tão coincidentes
entre os evangelistas?
Na
minha modesta opinião há dois motivos cruciais:
1º
- A dispersão e isolamento dos discípulos de Jesus Cristo, depois
de tudo o que aconteceu ao Mestre e Senhor e a perseguição que lhes
era movida;
2º
- Cada um deles transmite apenas o essencial e sobre o qual não tem
dúvidas porque é um assunto muito difícil de abordar tanto na
evangelização como na catequese daqueles tempos e daquelas gentes.
- “As mulheres que foram ao sepulcro e também as outras mulheres que estavam com os discípulos-homens contavam o acontecimento aos apóstolos, (portanto as que presenciaram foram contando aos que iam surgindo e estas(es) juntavam-se às primeiras também a contar o ocorrido, tudo ao mesmo tempo) mas as suas palavras pareceram-lhes um desvario e eles não acreditaram nelas.” (S. Lucas 24,8-12)
- “Muitos outros sinais miraculosos realizou ainda Jesus Cristo na presença dos Seus discípulos que não estão escritos neste livro.
Estes,
porém foram escritos para crerdes que Jesus Cristo é o Messias, o
Filho de Deus e crendo, tenhais a Vida n’Ele.
Este
é o discípulo que dá testemunho destas coisas e que as escreveu. E
nós sabemos que o seu testemunho é verdadeiro.
Há
ainda muitas outras coisas que Jesus Cristo fez. Se
elas fossem escritas,
uma por uma, penso que o
mundo não teria espaço para os livros
que se deveriam escrever.”
(S. João 20,30-21,25)
A Ressurreição no tempo da Igreja Primitiva
As
primeiras comunidades cristãs viveram tempos de grande perseguição
que tinham por objectivo a sua destruição. Eu acredito que Maria,
mãe de Jesus Cristo, sabia a data do nascimento do Seu Filho pela
pessoa que Ele era, apesar de ser natural que as pessoas desta época
não soubessem datas de nascimento nem idade. Na minha adolescência,
quando a televisão entrevistava as pessoas do interior de Portugal,
estas nunca sabiam a data do seu nascimento nem a sua idade. Os
calendários e os registos escritos eram luxo mesmo dos mais
privilegiados.
No
entanto, também acredito que esta data fosse apenas do conhecimento
de muito poucos pelo perigo que haveria se essa data se divulgasse e
as pessoas fossem presas por se juntarem a comemorá-la.
Assim
quando o Cristianismo foi oficializado pelo imperador Constantino que
promulgou o Édito de Milão em 313 concedendo aos cristãos a
liberdade de prática religiosa, também devido ao facto das lutas
internas que aconteceram com a morte dos defensores
da prática cristã,
pois há testemunhos de que D. Eusébio, Bispo de Cesareia, luta
contra o messianismo revolucionário dos núcleos proféticos
cristãos e defende a ordem imperial agora também supostamente
cristã e que se impõe ao povo cristão, foi esta facção que
venceu. Deste modo, muito
do conhecimento e da prática cristã também se perdeu.
Acredito que muitos do império romano passaram a fazer parte das
comunidades cristãs para as irem destruindo e descaracterizando por
dentro.
Por
outro lado, com a liberdade da prática religiosa dos cristãos era
urgente ter datas para comemorar e a data do nascimento de Jesus
Cristo era uma delas. À falta de conhecimento sobre o assunto e com
os conhecimentos rudimentares da época, os responsáveis da Igreja
da altura encontram o ano que deu início à nossa era.
Actualmente
há indícios de ter havido um recenseamento no Império romano, na
Palestina, seis anos antes do estabelecido pelos responsáveis da
Igreja Cristã. Após quatrocentos anos e sem qualquer referência,
cometer um erro de seis anos (aproximadamente) é insignificante.
No
entanto, agora há que ter em atenção isso e falar a verdade e
fazer correcções. Possivelmente não terá sido mesmo nesse ano o
recenseamento romano em Belém, mas certamente muito próximo, pois
demorava vários anos a realização de um recenseamento por todo o
império. Jesus Cristo tinha trinta e seis anosde idade, segundo o
calendário local daquela época, quando foi baptizado por João
Baptista – início da idade madura para os homens atualmente. Há
que tomar também atenção à diferença de calendários: na altura,
naquela região usava-se o calendário lunar; nós usamos o
calendário solar.
Tomamos
conhecimento com a Igreja Cristã primitiva, com o livro Actos
dos Apóstolos
escrito por S.
Lucas por volta do
ano oitenta, depois de ter escrito o Evangelho que muitos estudiosos
datam dos anos setenta.
Um
dos pontos fundamentais dos Actos dos Apóstolos é a passagem do
judaísmo para o cristianismo. S. Lucas, homem da unidade e da
comunhão, discípulo de S. Paulo, apela a que os cristãos
espalhados pelo mundo se conduzam pela exemplaridade da comunidade de
Jerusalém.
1.“Por
aqueles dias, (após
a Ascensão de Jesus Cristo ao Céu) Pedro
levantou-se no meio dos irmãos – encontravam-se reunidas cerca de
cento e vinte pessoas – e disse:
-
Irmãos,
era necessário que se cumprisse o que o Espírito Santo anunciou na
Escritura pela boca de David a respeito de Judas Iscariotes, que foi
o guia dos que prenderam Jesus Cristo. Ele efectivamente era um dos
nossos e tinha recebido uma parte do nosso ministério. Esse homem,
depois de ter adquirido um terreno com o salário do seu crime,
(isto é, as trinta
moedas de prata por ter entregado Jesus Cristo)
precipitou-se
de cabeça para baixo. Rebentou pelo meio e todas as suas entranhas
se espalharam. O facto chegou ao conhecimento de todos os habitantes
de Jerusalém, a tal ponto que esse terreno foi chamado na língua
deles Campo de Sangue.
Portanto,
de entre os homens que nos acompanharam durante todo o tempo em que o
Senhor Jesus Cristo viveu no meio de nós, (...) é indispensável
que um deles se torne, connosco, testemunha da Sua ressurreição.
Designaram dois, (...) fizeram uma oração, depois tiraram à sorte
e a sorte caiu em Matias, que foi incluído entre os onze apóstolos.
Cinquenta
dias depois da Páscoa
(judaica e cristã) era
(e é) o Dia
de Pentecostes e
todos se encontravam
reunidos no mesmo lugar.
De
repente, ressoou, vindo do céu, um som comparável ao de forte
rajada de vento que encheu toda a casa onde eles se encontravam.
Viram
então aparecer umas línguas de fogo que se iam dividindo e poisou
uma sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e
começaram a falar outras línguas, conforme o Espírito lhes
inspirava que se exprimissem.
Ora
residiam em Jerusalém, judeus piedosos provenientes de todas as
nações que há debaixo do céu. Ao ouvir aquele ruído, a multidão
reuniu-se e ficou estupefacta, pois cada um os ouvia falar na sua
própria língua.
Atónitos
e maravilhados, diziam:
-
Mas
esses que estão a falar não são todos galileus? Que se passa então
para que cada um de nós os oiça falar na nossa língua materna?
1)
1)
O dom de falar outras línguas significa a capacidade que os
apóstolos tinham de se fazer entender perante outros povos. Assim
Deus restabelece no Pentecostes a
unidade de linguagem
que se tinha desfeito com Babel, prefigurando a universalidade da
Mensagem Cristã. Os apóstolos falavam a sua língua materna, mas
com Deus presente, cada um dos ouvintes escutava o que os apóstolos
diziam na sua própria língua. Com Deus todos os seres, incluindo
seres humanos, se entendem e ouvem na sua própria língua, pois Deus
é comunicação.
Estavam
todos assombrados e, sem saber o que pensar, diziam uns aos outros:
- Que
significa isto?
Outros,
por sua vez, diziam:
- Estão
cheios de vinho doce.
De
pé, com os onze, Pedro ergueu a voz e dirigiu-lhes estas palavras:
- (...)
Ouvindo
estas palavras, ficaram emocionados até ao fundo do coração e
perguntaram a Pedro e aos outros apóstolos:
- Que havemos de fazer, irmãos?
Pedro
respondeu-lhes: -
Convertei-vos
e peça cada um o baptismo em nome de Jesus Cristo para a remissão
dos pecados. Recebereis então o Espírito Santo.
(...)
Os
que aceitaram a sua palavra, receberam o baptismo e, naquele dia,
juntaram-se a eles cerca de três mil pessoas. (...)
Louvavam
Deus e tinham a simpatia de todo o povo. E o Senhor aumentava, todos
os dias, o número dos que tinham entrado no caminho da salvação.
Estando
Pedro e João a falar ao povo, surgiram os sacerdotes, o oficial do
templo e os saduceus, irritados por vê-los a ensinar o povo e a
anunciar, na Pessoa de Jesus Cristo, a ressurreição dos mortos.
Deitaram-lhes as mãos e prenderam-nos até ao dia seguinte, pois já
era tarde. No entanto, muitos dos que tinham ouvido a Palavra,
abraçaram a fé e o número dos crentes elevou-se a cerca de cinco
mil. (...)
Chamaram-nos
então e impuseram-lhes a proibição formal de falar ou ensinar em
nome de Jesus Cristo. Mas Pedro e João responderam-lhes:
- Julgai
vós mesmos se é justo, diante de Deus, obedecer
a vós primeiro do que a Deus.
Quanto a nós, não podemos deixar de afirmar o que vimos e ouvimos.
(...)
Logo que foram postos
em liberdade, foram ter com os seus e contaram-lhes tudo quanto os
sumos sacerdotes e os anciãos lhes tinham dito. Depois, ergueram a
voz a Deus e numa só alma, rezaram: (...)
Tinham
acabado de orar quando o lugar onde se encontravam reunidos
estremeceu e todos ficaram cheios do Espírito Santo, começando a
anunciar a Palavra de Deus com desassombro. (...)
Entretanto,
pela intervenção dos apóstolos, faziam-se muitos milagres e
prodígios no meio do povo.
Sempre
em maior número, ajuntavam-se em massa, homens e mulheres
acreditando no Senhor a tal ponto que traziam os doentes para as ruas
e colocavam-nos em enxergas e catres a fim de que, à passagem de
Pedro, ao menos a sua sombra cobrisse alguns deles. A multidão vinha
também das cidades próximas de Jerusalém, transportando enfermos e
atormentados por espíritos malignos e todos eram curados.
Surgiu
então o sumo sacerdote com o seu séquito, o partido dos saduceus;
encheram-se de inveja e deitaram mão aos apóstolos, metendo-os na
prisão pública. (...)
Enraivecidos
com a linguagem dos apóstolos decidiram matá-los. Ergueu-se então
no sinédrio um fariseu chamado Gamaliel, doutor da Torá, respeitado
pelo povo. Mandou sair os acusados por uns momentos e, tomando a
palavra, disse:
-
Homens
de Israel, tende cuidado com o que ides fazer a esses homens! (...)
Se o seu empreendimento é dos homens, esta obra acabará por si
própria; mas se vem de Deus, não conseguireis destruí-los sem
correrdes o risco de entrardes
em guerra contra Deus.
(...)
Todos
os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar e de
anunciar a Boa Nova de Jesus Cristo.
Como
o número dos discípulos ia aumentando os Doze convocaram a
assembleia dos discípulos e disseram:
-
Não
convém deixarmos a Palavra de Deus para servirmos às mesas. Irmãos,
é melhor procurardes entre vós sete homens de boa reputação,
cheios de Deus e de sabedoria e confiar-lhes-emos essa tarefa.
A
proposta agradou a toda a assembleia e escolheram (...). Foram
apresentados aos apóstolos que, depois de orarem, lhes impuseram as
mãos. (...)
No
mesmo dia, uma terrível perseguição caiu sobre a Igreja Cristã de
Jerusalém. À excepção dos apóstolos, todos se dispersaram pelas
terras da Judeia e da Samaria.
Quanto
a Saulo, devastava a Igreja: ia de casa em casa, arrastava homens e
mulheres e entregava-os à prisão. Saulo, respirando ameaças e
mortes contra os discípulos do Senhor foi ter com o sumo sacerdote e
pediu-lhe cartas para as sinagogas de Damasco a fim de que, se
encontrasse homens e mulheres cristãos, os trouxesse algemados para
Jerusalém.
Estava
a caminho e já próximo de Damasco, quando se viu subitamente
envolvido por uma
intensa luz
vinda do Céu. Caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia:
-
Saulo, Saulo, por que Me persegues?
Ele
perguntou: - Quem
és tu, Senhor?
Respondeu:
- Eu
sou Jesus a quem tu persegues. Ergue-te; entra na cidade e dir-te-ão
o que tens de fazer.
Os
seus companheiros de viagem tinham-se detido, emudecidos, ouvindo a
voz, mas sem verem ninguém. Saulo ergueu-se do chão, mas, embora
tivesse os olhos abertos, não via nada.
Foi necessário levar
Saulo pela mão e assim entrou em Damasco onde passou três dias sem
ver, sem comer nem beber.
Havia
em Damasco um discípulo chamado Ananias. O Senhor disse-lhe numa
visão: - Ananias!
Respondeu:
- Aqui
estou, Senhor.
O
Senhor prosseguiu: -
Levanta-te,
vai a casa de Judas, na rua Direita e pergunta por um homem chamado
Saulo de Tarso que está a orar neste momento.
Ananias
respondeu: - Senhor,
tenho ouvido muita gente falar desse homem e contar todo o mal que
ele tem feito aos teus santos em Jerusalém. E agora está aqui com
plenos poderes dos sumos sacerdotes para prender todos quantos
invocam o Teu nome.
Mas
o Senhor disse-lhe: -
Vai,
pois esse
homem é instrumento da minha escolha
para levar o Meu nome aos pagãos, reis e filhos de Israel. Eu mesmo
lhe hei-de mostrar quanto ele tem de sofrer pelo Meu nome.
Entretanto
Saulo viu, numa visão, um homem de nome Ananias, entrar e impor-lhe
as mãos para ele recuperar a visão.
Então
Ananias partiu, entrou na dita casa, impôs as mãos sobre Saulo e
disse: -
Saulo, meu irmão, foi o Senhor que me enviou, esse Jesus Cristo que
te apareceu no caminho em que vinhas para recuperares a visão e
ficares cheio do Espírito Santo.
Nesse
instante, caíram-lhe dos olhos uma espécie de escamas e recuperou a
visão.5
Depois levantou-se e recebeu o baptismo.
Depois
de se ter alimentado, voltaram-lhe as forças e passou alguns dias
com os discípulos em Damasco. Começou então a proclamar nas
sinagogas que Jesus Cristo era o Filho de Deus.(...)
Então
estendendo a mão, Paulo – chamado Saulo antes da conversão –
começou a sua defesa:
-
Sinto-me
feliz, ó rei Agripa, por ter de me defender hoje diante de ti, das
acusações apresentadas pelos judeus contra mim, tanto mais que
estás ao corrente de todos os costumes e controvérsias dos judeus.
Rogo-te, por isso, que me ouças com paciência.
A
minha vida, a partir da mocidade, tal como decorreu desde os
primeiros tempos, no meu povo em Jerusalém, conhecem-na todos os
judeus. Eles conhecem-me de longa data e, se quiserem, podem atestar
que eu vivi, como fariseu, segundo o partido mais severo da nossa
religião. E agora, encontro-me aqui a ser julgado por causa da minha
esperança na promessa feita por Deus a nossos pais, promessa que as
nossas doze tribos esperam ver realizada, servindo Deus, noite e dia,
continuamente. É a respeito dessa esperança, ó rei, que os judeus
me acusam. Por que é que, entre vós, se afigura incrível que Deus
ressuscite os mortos?
Quanto
a mim, julguei dever levantar grande oposição ao nome de Jesus de
Nazaré. E foi precisamente o que fiz em Jerusalém: com o pleno
assentimento dos sumos sacerdotes, meti na prisão grande número de
santos e, quando eram mortos, eu dava o meu assentimento.
Muitas
vezes ia de sinagoga em sinagoga e obrigava-os
a blasfemar
à força
de torturas.
Num excesso de fúria contra eles, perseguia-os até nas cidades
estrangeiras. Foi assim que, indo para Damasco com poder e delegação
dos sumos sacerdotes, vi no caminho, ó rei, uma
luz vinda do céu, mais brilhante do que o sol,
que refulgia em volta de mim e dos que me acompanhavam.
Caímos
todos por terra e eu ouvi uma voz dizer-me em língua hebraica:
-
Saulo,
Saulo, por que me persegues? É duro para ti “recalcitrar contra o
aguilhão”
(provérbio grego)?
Perguntei:
- Quem
és tu, Senhor?
E
o Senhor respondeu: -
Eu
sou Jesus que tu persegues. Ergue-te e firma-te nos pés, pois para
isto te apareci: para te constituir servo e testemunha do que acabas
de ver e do que ainda te hei-de mostrar. Livrar-te-ei do povo e dos
pagãos aos quais vou enviar-te para lhes abrires os olhos e fazê-los
passar das trevas à luz e da sujeição de Satanás para Deus.
Alcançarão assim o perdão dos pecados e a parte que lhes cabe na
herança juntamente com os santificados pela fé em Mim.
Desde
então, ó rei Agripa, não resisti à visão celeste. Pelo
contrário, aos habitantes de Damasco, em primeiro lugar, depois aos
de Jerusalém e de toda a região da Judeia, em seguida aos pagãos,
preguei que se arrependessem e voltassem para Deus, fazendo obras
dignas de tal arrependimento. Eis o motivo por que os judeus se
apoderaram de mim no templo e tentaram matar-me.
(...)
Paulo
permaneceu dois anos inteiros no alojamento que alugara em Roma, onde
recebia todos os que iam procurá-lo anunciando o Reino de Deus e
ensinando o que diz respeito ao Senhor Jesus Cristo com o maior
desassombro e sem impedimento.
(Actos 1,4-28,31)
Que hei-de fazer para alcançar a Vida?
“Não
cometas adultério;
Não
mates (nenhum ser);
Não
roubes;
Não
levantes falsos testemunhos;
Honra
teu pai e tua mãe.” (S. Lucas 18,20)
Cartas de S. Paulo
S.
Paulo, de famílias da classe mais elevada entre os judeus, faz a sua
própria autobiografia como acima está registado e dela podemos
destacar:
«Sou
um judeu de Tarso, cidadão de uma bem conhecida cidade da Cilícia.
Fui circuncidado ao oitavo dia, eu que sou da raça de Israel, da
tribo de Benjamim, hebreu, filho de hebreus. Fui educado e instruído
por Gamaliel em todo o rigor da Torá de nossos pais e cheio de zelo
pelas coisas de Deus.
Eu
sou o menor dos apóstolos e não sou digno de ser chamado apóstolo,
pois persegui a Igreja de Deus, mas pela Graça, sou o que sou e a
Graça que Ele me deu, não foi inútil em mim.»
S.
Paulo fez inúmeras viagens fundando comunidades cristãs. No termo
da sua vida pôde afirmar com toda a verdade:
«Quanto
a mim estou preparado para o sacrifício e o tempo da minha partida
chegou. Combati o bom combate; terminei a minha carreira; guardei a
fé. Nada me resta, senão receber a coroa da justiça que o Senhor,
Justo Juiz, me dará.»
S.
Paulo percorreu milhares de quilómetros anunciando, de cidade em
cidade, o Evangelho da Morte e Ressurreição de Jesus Cristo. Não
lhe interessou escrever sobre a vida de Jesus Cristo, mas sobre os
Seus ensinamentos. As Cartas eram o único meio ao seu alcance para
comunicar com as comunidades recentemente formadas por ele, no
intervalo entre a sua estada em cada uma delas. Entre as cartas de S.
Paulo estão os primeiros escritos cristãos que chegaram até nós.
Há, pois uma íntima relação entre as Cartas e a geografia das
primeiras comunidades cristãs dos anos 50-60.
A
grande preocupação de S. Paulo consiste em levar o Evangelho,
pregado nas comunidades da Palestina para o mundo grego-romano. A
passagem da cultura semita para a cultura helenista deve-se sobretudo
a S. Paulo que levou o Evangelho até às mais remotas regiões do
império romano.
A
evangelizar, S. Paulo escrevia assim:
«Faço-vos
saber, irmãos, que o Evangelho por mim anunciado, não o conheci à
maneira humana; pois eu não o recebi nem aprendi de homem algum, mas
por uma revelação de Jesus Cristo.
Ouvistes
falar do meu procedimento outrora no judaísmo: com que excesso de
zelo, perseguia a Igreja de Deus e procurava destruí-la. E no
judaísmo ultrapassava a muitos dos compatriotas da minha idade, tão
zeloso eu era das tradições dos meus pais.
Mas,
quando aprouve a Deus – que me escolheu desde o seio de minha mãe
e me chamou pela Sua Graça – revelar o Seu Filho em mim para que O
anuncie como Evangelho entre os gentios, não fui logo consultar
criatura humana alguma, nem subi a Jerusalém para ir ter com os que
se tornaram apóstolos antes de mim. Parti, sim, para a Arábia e
voltei outra vez a Damasco.
A
seguir, passados três anos, subi a Jerusalém para conhecer a Cefas
(Pedro)
e fiquei com ele durante quinze dias. Mas não vi nenhum outro
apóstolo a não ser Tiago, o irmão do Senhor. O que vos escrevo,
digo-o diante de Deus: não estou a mentir.
Seguidamente,
fui para as regiões da Síria e da Cilícia. Mas não era
pessoalmente conhecido das Igrejas de Jesus Cristo que estão na
Judeia. Apenas tinham ouvido dizer:
- Aquele
que nos perseguia outrora, anuncia agora como Evangelho, a fé que
então destruía.
E
por causa de mim, glorificavam Deus.
São
hebreus? Também eu. São israelitas? Também eu. São descendentes
de Abraão? Também eu. São ministros de Jesus Cristo? – falo a
delirar – eu ainda mais: muito mais pelos trabalhos, muito mais
pelas prisões, imensamente mais pelos açoites, muitas vezes em
perigo de morte.
Cinco
vezes recebi dos judeus os quarenta açoites menos um. Três vezes
fui flagelado com vergastadas, uma vez apedrejado, três vezes
naufraguei e passei uma noite e um dia no alto mar.
Viagens
a pé sem conta, perigos nos rios, perigos de salteadores, perigos da
parte dos meus irmãos de raça, perigos da parte dos pagãos,
perigos na cidade, perigos no deserto, perigos no mar, perigos da
parte dos falsos irmãos
(na fé; já naquele tempo!)!
Trabalhos e duras fadigas, muitas noites sem dormir, fome e sede,
frequentes jejuns, frio e nudez!
Além
de outras coisas, a minha preocupação quotidiana: a solicitude por
todas as Igrejas! Quem é fraco sem que eu o seja também? Quem
tropeça sem que eu me sinta queimar de dor?
Se
é mesmo preciso gloriar-se, é da minha fraqueza que me gloriarei. O
Deus e Pai do Senhor Jesus Cristo, que é bendito para sempre, sabe
que não minto.»
Morreu
degolado em Roma no ano 66.
2.Gostaria
de recordar a Carta
de S. Paulo aos Romanos
capítulos
I e II e
transcrevo-a:
“De
facto, a
ira de Deus, vinda do céu, revela-se contra toda a impiedade e
injustiça dos seres humanos que, com injustiça reprimem a Verdade;
porquanto o que de Deus se pode conhecer está à vista de todos
porque Deus lho manifestou. Por isso, não se podem desculpar
porque,
tendo conhecimento de Deus, não O glorificaram nem Lhe agradeceram
como a Deus é devido.
Afirmando-se como sábios,
tornaram-se loucos e trocaram a glória de Deus por figuras
corruptíveis humanas e de outros seres vivos. Por isso Deus, de
acordo com os apetites dos seus corações,
os entregou à impureza de tal modo que os seus corpos se degradaram
(adoeceram e
morreram). Foi por
isso que Deus os entregou
a paixões degradantes. Assim as mulheres trocaram as relações
naturais por outras contra a natureza e os homens, deixando as
relações naturais com a mulher, inflamaram-se em desejos de uns
pelos outros, praticando homens com homens.
Porque
negaram Deus,
Deus os entregou a uma inteligência
sem discernimento.
É assim que fazem o que não devem:
- Estão repletos de toda a espécie de injustiça, perversidade, ambição, maldade; cheios de inveja, homicídios, discórdia, falsidade, malícia;
- São difamadores, maldizentes, inimigos de Deus, insolentes, orgulhosos, arrogantes, engenhosos para o mal, rebeldes para os pais, estúpidos, desleais, inclementes, impiedosos.
Esses,
muito embora conheçam
a Sentença
de Deus de
que são dignos de morte os que tais coisas praticam – não só as
fazem - como até
aprovam os que
as praticam.
Por
isso não tem desculpa quem se arma em juiz. Ao julgar o outro,
condena-se
a si próprio porque pratica as mesmas coisas que condena nos outros
e
Deus
retribuirá a cada um segundo as suas obras,
pois para Deus
ninguém tem estatuto especial. Quem não pratica a Lei do
AMOR-do-coração não pode ficar com Ele, pois alguma entidade o
reclamará devido às obras que escolheu fazer. Deus só pode e só
quer ficar com aqueles que o acolheram no coração.
Todos
os que sem lei viveram, sem lei morrerão; todos os que sob a Lei
(em Igreja de todos
os crentes - 'Faz aos outros o que queres para ti, é isso que
receberás') pecaram,
pela Lei serão julgados. Quando
há gentios que, não tendo a Lei, a praticam por inclinação
natural; eles próprios são lei
(são Igreja). Eles
mostram que o que a Lei manda praticar, está escrito nos seus
corações, tendo ainda o testemunho da sua consciência tal como os
seus pensamentos.”
(Romanos 1-2)
- “Nós sabemos que tudo o que a Torá diz - é dito para que os que estão sob a Torá - para que toda a língua se cale e todos se reconheçam culpados perante Deus. Pelas obras da Lei ninguém será justificado perante Deus.
A
justiça de Deus manifestou-se para todos os crentes mediante a fé
em Nosso Senhor Jesus Cristo. Todos, sem o merecerem, são
justificados pela Graça de Deus, em virtude da redenção realizada
em Jesus Cristo. Deus mostra assim a Sua justiça porque Ele é Justo
e justifica quem tem fé em Jesus Cristo. A fé é gratuita, de tal
modo que a Promessa se mantém válida para todos os crentes. Uma vez
que fomos justificados pela fé, estamos em paz com Deus por Nosso
Senhor Jesus Cristo. Sabemos que a tribulação produz a paciência,
a paciência a firmeza e a firmeza a esperança. A esperança não
engana porque o Amor de Deus foi derramado nos nossos corações pelo
Espírito Santo que nos foi dado.
Sabemos
que Jesus Cristo, ressuscitado de entre os mortos, já não morrerá;
a morte não tem mais domínio sobre Ele. Assim vós também,
considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Jesus
Cristo. Portanto, considerai-vos mortos para o pecado porque estais
sob a Graça de Deus. Assim tornastes-vos servos de Deus; produzis
frutos que levam à santificação e o resultado é a vida eterna.
(...)
Os
que vivem de acordo com a carne, aspiram às coisas da carne; mas os
que vivem de acordo com o Espírito Santo, aspiram às coisas de
Deus. De facto, a carne aspira ao que conduz à morte; mas o Espírito
Santo aspira ao que dá vida e paz.
É
verdade o que vou dizer em Jesus Cristo; não minto, pois é a minha
consciência que, pelo Espírito Santo, disto me dá testemunho:
tenho uma grande tristeza e uma dor contínua no meu coração:
desejaria ser
amaldiçoado, ser eu próprio separado de Jesus Cristo pelo bem dos
meus irmãos, os da minha raça segundo a carne.
Deus que está acima
de todas as coisas, bendito seja Ele pelos séculos! Amén.
(Romanos 3,1-9,5)
- “Que o vosso amor seja sincero. Detestai o mal e apegai-vos ao bem. Sede afectuosos uns para com os outros no amor fraterno. Entregai-vos ao serviço do Senhor. Sede alegres na esperança, pacientes na tribulação, perseverantes na oração. Partilhai com os santos que passam necessidade; aproveitai todas as ocasiões para serdes hospitaleiros. (...)
Não
pagueis a ninguém o mal com o mal; interessai-vos pelo que é bom
diante de todos. Tanto quanto seja possível e de vós dependa, vivei
em paz com todos. Não vos vingueis por vós próprios, mas deixai
que seja Deus a castigar, pois está escrito:
É
a Mim que compete punir,
Eu
é que hei-de retribuir,
diz o Senhor Deus.
Não
te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem.
Não
fiqueis a dever nada a ninguém a não ser isto: amai-vos uns aos
outros; pois quem ama o próximo, cumpre plenamente a Lei.
Como
quem vive em pleno dia, comportemo-nos honestamente; nada de
comezainas e bebedeiras; nada de devassidão e libertinagens; nada de
discórdias e invejas.
Quer
vivamos, quer morramos; é ao Senhor que pertencemos. Foi para isto
que Jesus Cristo morreu e voltou à Vida: para ser Senhor tanto dos
mortos como dos vivos.
Tu,
por que julgas o teu irmão?
Tu,
por que desprezas o teu irmão?
Cada
um de nós terá de dar contas de si mesmo a Deus.
Deixemo-nos
de julgar uns aos outros!
Agora
como não tenho mais campo de acção nestas regiões e há muitos
anos que ando com tão grande desejo de ir ter convosco, quando for
de viagem para a Lusitânia; ao passar por aí, espero ver-vos.”
1)
(Romanos 12,9-16,26)
1)
Esta Carta aos Romanos foi escrita durante o inverno de 55-56 em
Corinto, Acaia. Portanto está S. Paulo a realizar a sua terceira
viagem entre os anos 53 e 57 e tenciona ir, pela primeira vez a
Lusitânia. Assim acredito que, entre 56 e 59 passou pela comunidade
da Lusitânia e terá levado uma carta de S. Tiago para Jerusalém, a
dar testemunho de si e da sua comunidade aos apóstolos em Jerusalém,
já que Jerusalém era a sede da cristandade para a igreja primitiva.
S. Tiago na Lusitânia e S. Paulo devem ser da mesma geração e,
portanto esta carta é escrita por S. Tiago que fundou estas
comunidades na Lusitânia com Jesus Cristo. Os estudiosos apontam
duas datas; eu acredito que tenha sido escrita entre 57-58 e todas as
diferenças entre esta carta e as outras cartas das outras
comunidades tem a ver com o isolamento em que esta comunidade vivia;
talvez uma certa mágoa por se sentir abandonada por Jesus Cristo, já
que Ele partiu e não mais tiveram notícias d’Ele e o suporte
desta comunidade cristã era a evangelização feita por Jesus Cristo
enquanto viveu entre eles e a Torá.
Parece-me
que a comunidade da Lusitânia se deve ter mantido secreta, isto é,
só do conhecimento de muito poucos para ser preservada das
perseguições. Foi intenção de Jesus Cristo e os apóstolos
mantiveram-na.
No
ano 59, S. Paulo parte de Jerusalém para Roma, prisioneiro, depois é
libertado e passa o resto dos seus dias em Roma morrendo lá,
decapitado, no ano 66.
- “Quando chegámos a Jerusalém, os irmãos receberam-nos com alegria. No dia seguinte, Paulo foi connosco a casa de Tiago e todos os anciãos aí se reuniram. Depois de os saudar, começou a expor, minuciosamente, tudo quanto Deus havia feito entre os pagãos pelo seu (de Paulo) ministério. Quando acabaram de o ouvir, deram glória a Deus e disseram-lhe: (...)” (Com esta última ida de S. Paulo a Jerusalém encerra-se a sua actividade missionária que também aí a tinha iniciado a seguir à Assembleia; mas não a sua evangelização.) (Actos 21,17-20)
- “Escrevi que não deveis associar-vos com quem, dizendo-se irmão, seja devasso, avarento, idólatra, caluniador, beberrão ou ladrão. Com estes, nem sequer deveis comer.” (1 Coríntios 5,11)
- “Tudo me é permitido, mas nem tudo me é conveniente e eu não me farei escravo de nada. O corpo não é para a impureza, mas para o Senhor e o Senhor é para o corpo. Quem se une ao Senhor, forma com Ele um só Corpo. Fugi da impureza. Aqueles(as) que o Senhor purificou, mesmo cá na Terra, são como os anjos; então que vivam essa condição que é de grande Graça divina e agradeçam a Deus tão grande Graça. Aqueles que ainda não foram tocados por tamanha Graça, terão de sujeitar-se aos apelos terrenos e aguentar as consequências dos seus actos. Agora aqueles(as) abençoados que procuram, sem necessitarem, os apelos terrenos destruindo a Graça que neles habitava, (...) fizeram a sua escolha e têm e terão as consequências inerentes.
Não
sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo que habita em
vós? Fostes comprados (às
trevas) por um alto
preço! Glorificai, pois Deus no vosso corpo.
Penso
que seria bom o homem abster-se de mulher; mas, para evitar o perigo
da incontinência, cada homem tenha sua mulher e cada mulher, o seu
marido. O marido cumpra o dever conjugal para com a sua esposa e a
esposa faça o mesmo para com o seu marido. A esposa não deve dispor
do seu próprio corpo (isto
é, satisfazer-se a si própria),
mas o marido; e do mesmo modo, o marido não deve dispor do seu
próprio corpo (isto
é, satisfazer-se a si próprio),
mas a esposa. Não vos recuseis um ao outro, a não ser de
mútuo
acordo e
por algum tempo, para vos dedicardes à oração. Depois voltai de
novo um para o outro, para que Satanás não vos tente devido à
vossa incapacidade de abstinência. Digo isto como concessão e não
como ordem. Desejaria
que todos fossem como
eu, mas cada um
recebe de Deus o seu próprio carisma,
um de uma maneira,
outro de outra.
Aos
solteiros(as) e aos viúvos(as) digo que é bom para eles ficarem
como eu; mas, se
não podem guardar castidade, casem-se;
pois é melhor casar-se do que ficar abrasado
(e cometer o pior de todos os crimes contra
natura e pior ainda
contra crianças). (...)
Mas
se o não-crente quiser separar-se, que se separe. Deus chamou-vos
para viverdes em paz.
Com efeito, ó esposa,
talvez possas
salvar o teu marido. E tu, ó marido, talvez possas salvar a tua
esposa.” (1
Coríntios 6,12-7,16)
- “Não vos surpreendeu nenhuma tentação que tivesse ultrapassado a medida humana. Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados acima das vossas forças; mas, com a tentação, vos dará meios de sair dela e a força para a suportar.” (1 Coríntios 10,13)
- “Com efeito, eu recebi do Senhor o que também vos transmiti: na noite em que foi entregue, o Senhor Jesus Cristo tomou o pão e, depois de dar graças, partiu-o e disse: «Isto é o Meu corpo que é entregue por vós; fazei isto em memória de Mim.»
Do
mesmo modo, depois da ceia, tomou o cálice e disse:
«Este cálice é a
Nova
Aliança no
Meu sangue, todas as vezes que dele beberdes. Fazei-o em memória de
Mim.»
Assim
todo aquele que comer o pão ou beber do cálice do Senhor
indignamente será réu do corpo e sangue do Senhor. Portanto
examine-se cada um a si próprio e só então coma deste pão e beba
deste vinho, pois aquele que come e bebe, sem distinguir o corpo do
Senhor; come e bebe a própria condenação.
Se
nos
examinássemos a nós mesmos,
não seríamos julgados; mas, quando somos julgados pelo Senhor, Ele
corrige-nos para não sermos condenados pelo/com o mundo.”
(1 Coríntios 11,23-11,22)
- “Ninguém pode dizer «Jesus Cristo é o Senhor», senão pelo Espírito Santo.
Há
diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo; há diversidade de
serviços, mas o Senhor é o mesmo; há diversos modos de agir, mas é
o mesmo Deus que realiza tudo em todos. A cada um é dada a
manifestação do Espírito para proveito comum. A um é dada, pela
acção do Espírito, uma palavra de sabedoria; a outro, uma palavra
de ciência segundo o mesmo Espírito; a outro, a fé no mesmo
Espírito; a outro, o dom das curas no único Espírito; a outro, o
poder de fazer milagres; a outro, a profecia; a outro, o
discernimento; a outro, a variedade de línguas; a outro, por fim, a
interpretação das línguas. Tudo isto, porém o realiza o único e
mesmo Espírito, distribuindo a cada um conforme Lhe apraz. (...)
De
facto, num só Espírito, fomos todos baptizados para formar um só
corpo: judeus e gregos, escravos ou livres e todos bebemos de um só
Espírito (o Espírito
de Deus). O corpo é
um só e tem muitos membros e todos os membros do corpo, apesar de
serem muitos, constituem um só Corpo. Assim também todos nós em
Jesus Cristo. Quanto mais fracos parecem ser os membros do corpo
tanto mais são necessários e aqueles que parecem os menos honrosos
do corpo, a esses rodeamos de maior honra.
Cântico do Amor
Ainda
que eu fale as línguas dos humanos e dos anjos,
Se
não tiver amor, sou um bronze que soa
Ou
um címbalo que retine.-
Ainda
que eu tenha o dom da profecia
E
conheça todos os mistérios e toda a ciência,
Ainda que eu tenha tão
grande fé que transporte montanhas,
Se
não tiver amor, nada sou.-
Ainda
que eu distribua todos os meus bens
E
entregue o meu corpo para ser queimado,
Se
não tiver amor, de nada me aproveita.-
O
amor é paciente,
O
amor é prestável, não é invejoso,
não
é arrogante nem orgulhoso;
nada
faz de inconveniente,
não
procura o seu próprio interesse,
não
se irrita nem guarda ressentimento.
Não
se alegra com a injustiça,
Mas
rejubila com a verdade.
Tudo
desculpa, tudo crê,
Tudo
espera, tudo suporta.-
O
amor jamais passará.
As
profecias terão seu fim,
O
dom das línguas terminará
E
a ciência vai ser inútil;
Pois
o meu conhecimento é imperfeito
E
também imperfeita é a nossa profecia.
Mas,
quando vier o que é Perfeito,
O
que é imperfeito desaparecerá.-
Quando
eu era criança,
Falava
como criança, pensava como criança,
Raciocinava
como criança.
Mas,
quando me tornei homem,
Deixei
o que era próprio de criança.-
Agora
vemos como num espelho, de maneira difusa;
Depois,
veremos o Senhor 1)
face a face.
Agora
conheço de modo imperfeito;
Depois
conhecerei como sou conhecido.
Agora
permanecem estes três dons:
A
fé, a esperança e o amor;
Mas
o maior de todos é o Amor.”
(1 Coríntios 12,3-13,13)
1)
Só Jesus Cristo podemos ver face a face. Deus, não podemos ver
porque é invisível. Quem diz querer ver Deus face a face, vai ver o
sol bem de perto (o ser celeste desse homem/mulher) e todo ele,
quanto mais perto, mais derrete; então os olhos ...
- “Jesus Cristo ressuscitou dos mortos como Primeiro dos que morreram. Como todos morrem em Adão também em Jesus Cristo todos voltarão a receber a Vida.
Nem
toda a carne é a mesma carne, mas uma é a dos seres humanos, outra
a dos animais, outra a dos pássaros, outra a dos peixes (por
isso só são irmãos,
os da mesma espécie. É perigoso falar de outra maneira).
Há corpos celestes e corpos terrestres, mas um é o esplendor dos
corpos celestes e outro o esplendor dos terrestres. Um é o esplendor
do sol; outro o da lua e outro o das estrelas e até uma estrela
difere da outra em esplendor. Assim também acontece com a
ressurreição dos mortos: semeado corruptível, o corpo ressuscitado
é incorruptível.
O
primeiro homem foi o terreno; o homem espiritual vem depois e vem do
céu. Assim como trazemos a imagem do ser humano terreno assim
levaremos a imagem do ser humano celeste. O ser humano terreno não
pode herdar o reino de Deus.
Vou
revelar-vos um mistério:
Nem
todos morreremos, mas todos seremos transformados;
num instante, num abrir e fechar de olhos ao som da trombeta final os
mortos ressuscitarão incorruptíveis e nós seremos transformados. É
necessário que este corpo corruptível se revista de
incorruptibilidade e que este corpo mortal se revista de
imortalidade.
Assim,
meus queridos irmãos, sede firmes e progredi sempre na obra do
Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é inútil no Senhor.
(1 Coríntios 15,39-15,58)
- “O primeiro homem nascido é natural (semelhante aos outros seres vivos); foi tirado da Terra. Depois é que veio o homem espiritual, do Céu. O homem que veio da Terra é o modelo dos homens naturais; o homem que veio do Céu é o modelo dos homens celestes. Assim como trazemos em nós a imagem do homem natural; procuremos trazer também em nós a imagem do homem celeste.” (1 Coríntios 15,45-49)
Este
texto é bastante elucidativo. Quando nascemos, trazemos em nós a
imagem do homem ou da mulher da Terra. Depois, se nos prepararmos
conscientemente para isso, receberemos a imagem-pessoa do homem ou da
mulher celeste. Assim também há uma alma de Jesus Cristo (porque
nasceu) e que nos mostra o caminho para o Reino de Jesus Cristo que é
o ser celeste - pessoa de Jesus Cristo - e o corpo natural de Jesus
Cristo está entre os Vivos que cohabitam a superfície da Terra
connosco porque Ele ressuscitou; portanto tudo n’Ele era da Vida e
por isso Ele foi levado para o mundo do Vivos: a Sua Alma da Vida; a
Sua Aura do Amor de Cristo e o Seu Espírito e a Luz – Jesus do
Mundo da Luz (…) e Jesus Cristo tem também a veste branca. Ele é
o Rei deste mundo, do Mundo dos Vivos, seres humanos que dançam,
trabalham e vivem no seu mundo sobre a Terra.
Jesus
Cristo foi verdadeiro homem e verdadeiro Filho de Deus porque Ele era
homem, filho de mulher e com um ser natural semelhante ao nosso
fisicamente, mas muito próximo do ser celeste. Ele era o Filho do
Homem (do Céu) e também o Filho de Deus. Há testemunhos na Bíblia
de que, quem se aproximava d’Ele ficava logo curado e Ele sentia
isso. Ninguém recebe o Filho do Deus, senão quem de direito. A Vida
do Pai é diferente. No Céu, há o Pai, o Filho e o Espírito Santo
que são Espírito em cada um dos mundos e também há o Pai do Céu.
Deus é Deus e está acima de todos os mundos.
- “Não nos pregamos a nós mesmos, mas a Jesus Cristo. Porque Deus disse: «Das trevas brilhe a luz» foi quem brilhou nos nossos corações para irradiar o conhecimento da glória de Deus que resplandece na face de Jesus Cristo.
Trazemos,
porém este tesouro em vasos de barro (nosso
corpo material) para que se veja que este extraordinário
poder é de Deus e não é nosso. Em tudo somos atribulados, mas não
esmagados; confundidos, mas não desesperados; perseguidos, mas não
abandonados; abatidos, mas não destruídos.
Animados
do mesmo espírito de fé, conforme o que está escrito: acreditei e
por isso falei, também nós acreditamos e por isso falamos, sabendo
que Aquele que ressuscitou o Senhor Jesus Cristo também nos há-de
ressuscitar com Jesus Cristo e nos fará comparecer diante d’Ele
junto de vós.
Mesmo
que em nós, o ser humano exterior vá caminhando para a ruína, o
ser humano interior renova-se dia após dia.
Sabemos,
com efeito, que, quando a nossa morada terrestre, a nossa tenda,
(corpo visível)
for destruída, temos uma habitação no céu, obra de Deus, uma Casa
Eterna, não construída por mãos humanas.
Com
efeito, todos havemos de comparecer perante o tribunal de Deus afim
de que cada um receba conforme aquilo que fez de bem ou de mal
enquanto estava no corpo.
Compenetrados
do Amor de Deus e do Senhor, procuramos transmitir a vós a
necessidade de viver plenamente transparentes diante de uns e outros
e diante de Deus. Se alguém está em Jesus Cristo, é uma nova
criação. Tudo isto vem de Deus que nos reconciliou conSigo por meio
de Jesus Cristo e nos confiou o ministério da reconciliação.
Porque
nós somos o templo de Deus e como Ele mesmo disse:
«Habitarei e andarei no meio deles, Eu serei o seu Deus e eles serão
o Meu povo. Por isso saí do meio deles e afastai-vos. Não toqueis
no que é impuro e Eu vos acolherei e serei para vós um Pai e vós
sereis para Mim filhos e filhas.»
Não
causámos dano a ninguém, não defraudámos ninguém, não
explorámos ninguém. Tenho muita confiança em vós e de vós muito
orgulho.” (2
Coríntios 4,5-7,4)
- “Porventura cometi alguma falta ao humilhar-me para vos exaltar quando vos anunciei gratuitamente o Evangelho de Deus? Despojei outras Igrejas, recebendo delas para vos servir e, encontrando-me necessitado no meio de vós, não fui pesado a ninguém, pois os irmãos da Macedónia é que proveram às minhas necessidades. Em tudo me guardei de vos ser molesto e continuarei a fazê-lo.
O
que faço, continuarei a fazê-lo para não dar pretexto àqueles que
o
buscam. Esses tais são falsos apóstolos
(acredito que se esteja a referir a Tiago, irmão por Maria de Jesus
Cristo), obreiros
fraudulentos, disfarçados de apóstolos de Jesus Cristo. E não é
de estranhar! Também Satanás se disfarça de anjo da luz. Não é
por isso grande coisa se os seus ministros se disfarçarem de
servidores da justiça. O
fim deles será conforme às suas obras.
Recorrerei
às visões e
revelações
do Senhor. Sei de um homem (ele
próprio, S. Paulo) em
Jesus Cristo que, há catorze anos foi arrebatado até ao terceiro
céu. E sei que esse homem foi arrebatado até ao Paraíso
(cidade dentro de muralhas com casas senhoriais individuais e muita
vegetação, pássaros, muita paz, muita beleza onde habitam famílias
humanas com filhos) e
ouviu palavras inefáveis que não é permitido a um homem repetir.
Desse
homem gloriar-me-ei
(S. Paulo, homem celeste).
Por
vós é que eu deveria ter sido recomendado, pois em nada fui
inferior a esses superapóstolos, embora eu nada seja. Os sinais
distintivos do apóstolo
(S. Paulo) realizaram-se
entre vós por uma paciência a toda a prova, por sinais, milagres e
prodígios. Em que fostes, na verdade, inferiores às outras Igrejas
a não ser que pessoalmente não vos fui pesado?”
(2 Coríntios 11,7-12,13)
- “Estou admirado de quão depressa vos afastais daquele (o próprio S. Paulo) que vos chamou pela graça de Jesus Cristo, para seguirdes outro Evangelho. Que outro não há; o que há, é certa gente que vos perturba e quer perverter o Evangelho de Jesus Cristo.
Faço-vos
saber, irmãos, que o Evangelho por mim anunciado, não o conheci à
maneira humana, pois eu não o recebi de homem algum, mas por
revelação de Jesus Cristo. (...)
Catorze
anos depois, subi outra vez a Jerusalém com Barnabé e Tito. Mas
subi devido a
uma revelação.
Ora
por causa de uns intrusos, falsos irmãos, esses que furtivamente se
intrometeram a espiar a nossa liberdade, aquela que temos em Jesus
Cristo a fim de nos reduzirem à escravidão ...
Mas,
quanto àqueles que eram considerados como autoridades, a mim nada me
impuseram. Tendo visto que me tinha sido confiada a evangelização
dos incircuncisos como a Pedro a dos circuncisos e tendo reconhecido
a graça que me havia sido dada; Tiago, Pedro e João, que eram
considerados as colunas, deram-nos a mão direita, a mim e a Barnabé,
em sinal de comunhão para irmos nós aos gentios e eles aos
circuncisos. Só nos disseram que nos devíamos lembrar dos pobres –
o que procurei fazê-lo com o maior empenho.
Quando
Pedro veio para Antioquia, opus-me frontalmente a ele porque, antes
de terem chegado umas pessoas da parte de Tiago (irmão
do Senhor) (judaizantes extremistas)
Pedro comia com os gentios; mas quando eles chegaram, Pedro
retirava-se e separava-se com medo dos partidários da circuncisão.
E com ele também os outros judeus agiram hipocritamente de tal modo
que até Barnabé foi arrastado pela hipocrisia deles.
Quando
vi que não procediam de acordo com a verdade do Evangelho, disse a
Pedro diante de todos:
- Se
tu, sendo judeu, vives segundo os costumes gentios e não judaicos,
como te atreves a forçar os gentios a viver como judeus?
Sabemos
que o ser humano não é justificado pelas obras da Lei, mas
unicamente pela fé em Jesus Cristo. Eu pela Lei (de
Deus) morri para a Lei (Torá)
a fim de viver para Deus. Já não sou eu que vivo; mas é Jesus
Cristo que vive em mim e a vida que tenho na carne, vivo-a na fé do
Filho de Deus que me amou e a Si mesmo se entregou por mim.
Antes
de chegar (o
dom da) a fé,
estávamos prisioneiros da Lei (Torá),
estávamos fechados. A Lei tornou-se nosso pedagogo até Jesus Cristo
para que fôssemos justificados pela fé. Todos nós somos filhos de
Deus em Jesus Cristo mediante a fé; pois todos os que são
baptizados em Jesus Cristo, revestiram-se de Jesus Cristo mediante a
fé. Sendo de Jesus Cristo, somos descendência de Abraão, herdeiros
segundo a promessa.
Durante
todo o tempo em que o herdeiro é criança, em nada difere de um
escravo, apesar de ser senhor de tudo. Também nós, quando éramos
crianças, estávamos
sob o domínio dos elementos do mundo,
a eles sujeitos como escravos. Quando chegou a plenitude dos tempos,
Deus enviou o Seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sob o domínio
da Lei, para resgatar os que se encontravam sob o domínio da Lei a
fim de recebermos a adopção de filhos. Deste modo, já não somos
escravos da Lei, mas filhos de Deus e, sendo filhos, somos herdeiros
do Reino pela Graça de Deus.
Irmãos,
foi para a liberdade que fostes chamados.
Ama
o teu próximo como a ti mesmo.
As
obras da carne são: fornicação, impureza, devassidão, idolatria,
feitiçaria, inimizades, contenda, ciúme, fúrias, ambições,
discórdias, partidarismos, invejas, bebedeiras, orgias, coisas
semelhantes a estas. Os que praticarem tais coisas não herdarão o
Reino de Deus.
Por
outro lado, os frutos das obras do Espírito Santo são: amor,
alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão,
autodomínio.
Não
vos enganeis: de
Deus ninguém zomba.
Pois o que cada
um semear também o há-de colher:
quem semear na própria carne, da carne colherá a deterioração;
quem semear no Espírito Santo, d’Ele colherá a vida eterna.
Não
nos cansemos de fazer o bem que a seu tempo o colheremos. Pratiquemos
o bem para com todos, mas principalmente para com os irmãos na fé.”
(Gálatas 1,6-6,10)
A prática cristã dos baptizados
- “Mas em Jesus Cristo, vós, que estáveis longe, agora estais perto pelo sangue de Jesus Cristo.
Ele
é a nossa Paz. Ele que, dos dois povos, fez um só e destruiu o muro
da separação, a inimizade. Na Sua carne anulou a Lei que contém os
mandamentos em prescrições para, a partir do judeu e do pagão,
criar em Si próprio, um ser humano novo, fazendo a paz e, para os
reconciliar com Deus, num só Corpo, por meio da cruz, matando assim
a inimizade. É por Ele, que num só Espírito, temos acesso ao Pai.
É
por isso que eu dobro os joelhos ao Pai, do qual recebe toda a
família nos Céus e na Terra. Que Ele vos conceda, de acordo com a
riqueza da Sua glória, que sejais cheios de Amor, pelo Seu Espírito,
para que se robusteça em vós o ser humano interior. Que Jesus
Cristo, pela fé, habite nos vossos corações; que estejais
enraizados e alicerçados no Amor para terdes a capacidade de
apreender, com todos os santos, qual a largura, o comprimento, a
altura e a profundidade ... a capacidade de conhecer o amor de Jesus
Cristo que ultrapassa todo o conhecimento para que sejais repletos
até receberdes toda a plenitude de Deus.
Peço-vos
que procedais de um modo digno do chamamento que recebestes; com toda
a humildade e mansidão, com paciência; suportando-vos uns aos
outros no Amor e esforçando-vos por manter a união com Deus,
mediante o vínculo da Paz.
Há
um só Corpo e um só Deus assim como a vossa vocação vos chamou a
uma só esperança;
Um
só Senhor, uma só fé, um só baptismo;
Um
só Pai, Filho,
Espírito Santo;
Que
reina sobre todos,
Age
sobre todos e permanece em todos.
Mas
a cada um de nós foi dada a Graça segundo a medida do dom de Jesus
Cristo.
Jesus
Cristo
constituiu
apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres para que
preparassem os santos para uma actividade de serviço para a
construção do Corpo de Cristo Jesus – a Igreja – até que
cheguemos todos à
unidade da Fé e do Conhecimento do
FILHO DE DEUS, ao
ser humano adulto, à medida completa da plenitude de Jesus Cristo.
Não
volteis a proceder (conversão)
como procedem os gentios
no vazio da sua mente:
Vivem obscurecidos no
pensamento,
Alienados da Vida de Deus
Devido à ignorância que
neles existe
Ao endurecimento do seu
coração;
Tornados insensíveis
A si mesmos se entregam à
libertinagem,
Até chegarem a praticar toda
a espécie de impureza, na ganância.
Vós, que fostes baptizados e
instruídos conforme a Verdade que está em Jesus
Cristo, relativamente à conduta,
Deveis despir-vos do homem
velho, corrompido por desejos enganadores;
Deveis renovar-vos pela
transformação do Espírito que anima a vossa mente;
Deveis revestir-vos do homem
novo que foi criado em conformidade com Deus,
Na Justiça e na santidade,
próprias da Verdade.
Despi-vos da mentira e diga
cada um a verdade ao seu próximo;
Se vos irardes, não pequei;
que o sol não se ponha sobre o vosso ressentimento;
Não deis espaço algum ao
diabo.
Aquele que roubava, deixe de
roubar e esforce-se por trabalhar com as suas próprias mãos,
fazendo o bem.
Nenhuma palavra desagradável
saia da vossa boca, mas apenas a que for boa, que edifique
sempre que necessário para que seja uma graça para aqueles que a
escutam. Não ofendais o Espírito Santo, selo com o qual fostes
marcados para o dia da redenção.
Toda a espécie de azedume,
raiva, ira, gritaria e injúria desapareça de vós, juntamente com
toda a maldade. Sede bondosos uns para com os outros, compassivos,
perdoai-vos mutuamente como também Deus vos perdoou em Cristo Jesus.
Prostituição e qualquer
espécie de impureza ou ganância nem sequer se fale entre vós como
é próprio dos santos. Também não haja palavras obscenas,
insensatas ou grosseiras; haja sim acção de graças.
Podeis ter a certeza: nenhum
fornicador, impuro ou ganancioso tem herança no Reino de Deus e de
Jesus Cristo. São
estas coisas que provocam a ira de Deus.
Não vos embriagueis com
vinho (e narcóticos)
que leva à vida
desregrada, mas deixai-vos encher pelo Espírito de Deus. Cantai
salmos, hinos e cânticos espirituais; cantai e louvai sem cessar,
agradecei tudo a Deus em nome de Jesus Cristo.
Revesti-vos da armadura de
Deus para terdes a capacidade de vos defenderdes das maquinações do
diabo. Não é contra os seres humanos que temos de lutar, mas contra
os principados, as autoridades, os dominadores deste mundo de trevas
e contra os espíritos do mal que estão nos céus.
Mantende-vos firmes
tendo cingido os vossos rins com a verdade,
vestido a couraça da justiça
e calçado os pés com a prontidão
para anunciar o Evangelho da paz. Tomai o escudo da Fé
com a qual tereis a capacidade de apagar todas as setas incendiadas
do maligno. Recebei ainda o capacete da salvação
e a espada do Espírito de Deus – a Sua
Palavra.
Servi-vos de toda a espécie
de orações
e preces;
orai em todo o tempo a Deus. Vigiai com toda a perseverança e com
preces por
todos os santos.
(Efésios 2,13-6,23)
- “Deus é minha testemunha de quanto anseio por todos vós com a afeição de Jesus Cristo. É por isto que eu rezo: para que aumente o vosso amor ainda mais e mais em sabedoria e toda a espécie de discernimento para vos poderdes decidir pelo que mais convém.
Se
tem algum valor uma exortação em nome de Jesus Cristo ou um
conforto afectuoso ou uma solidariedade no Espírito de Deus ou algum
afecto e compaixão; então fazei com que seja completa a minha
alegria:
Procurai
ter os mesmos sentimentos, assumindo o mesmo amor, unidos numa só
alma, tendo um só sentimento;
Nada
façais por ambição nem por vaidade; mas, com humildade, considerai
os outros superiores a vós próprios, não tendo cada um em mira os
próprios interesses, mas todos e cada um exactamente os interesses
dos outros.
Por
isso, meus caríssimos, trabalhai com temor e tremor pela vossa
salvação. É Deus quem, segundo o Seu desígnio, opera em vós o
querer e o agir. Fazei tudo sem murmurações nem discussões para
serdes irrepreensíveis e íntegros, filhos
de Deus sem mancha,
no meio de uma geração corrompida. Nela
brilhais como astros no mundo.
Conservai
a Palavra da Vida. Para mim será um motivo de glória para o dia de
Jesus Cristo por não ter corrido em vão nem me ter esforçado em
vão.
Tudo
quanto para mim era ganho, isso mesmo considerei perda por causa de
Jesus Cristo; por causa da maravilha que é o conhecimento de Jesus
Cristo, meu Senhor. Assim conhecê-l’O, a Ele, na força da Sua
Ressurreição e na comunhão dos Seus sofrimentos para ver se atinjo
a ressurreição de entre os mortos. Não que eu já o tenha
alcançado ou já seja perfeito; mas corro para ver se O alcanço, já
que fui alcançado por Jesus Cristo.
O
Senhor está próximo!
Por
nada vos deixeis inquietar. Pelo contrário, em tudo, pela oração e
pela prece, apresentai os vossos pedidos a Deus em acção de graças.
Então a paz de Deus que ultrapassa toda a inteligência, guardará
os vossos corações e os vossos pensamentos em Jesus Cristo.
De
resto, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é nobre, tudo o
que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é
respeitável, tudo o que possa ser virtude e mereça louvor; tende
isso em mente. Tudo o que aprendestes e recebestes, ouvistes de mim e
vistes em mim; ponde em prática. Então o Deus da Paz estará
convosco.”
(Filipenses 1,9-4,23)
- “Agora alegro-me nos sofrimentos que suporto por vós na minha carne e que falta às tribulações de Jesus Cristo pelo Seu Corpo que é a Igreja. Foi dela que me tornei servidor, segundo a missão que Deus me confiou para vosso benefício: levar à plena realização a Palavra de Deus, o mistério escondido ao longo das gerações e que agora Deus manifestou aos seus santos. Deus quis dar-lhes a conhecer a imensa riqueza da glória deste mistério entre os gentios: Jesus Cristo entre vós, a esperança da glória!
É
a Ele que anunciamos, admoestando e ensinando todos e cada um com
toda a sabedoria para apresentar a Deus todos na sua perfeição em
Jesus Cristo.
É
para isso mesmo que eu trabalho, lutando com a força que Ele me dá
e que actua poderosamente em mim. (...)
Tenham
ânimo nos vossos corações, vivendo bem unidos no amor e assim
atinjam toda a riqueza que é a plena compreensão; o conhecimento do
mistério de Deus: Jesus Cristo em quem estão escondidos todos os
tesouros da sabedoria e do conhecimento.
Digo isto para que
ninguém vos engane com discursos sedutores.
Não
vos deixeis condenar por ninguém no que toca à comida e à bebida
ou a respeito de uma festa, de uma Lua Nova ou de um sábado. Tudo
isto não é mais do que uma sombra das coisas que hão-de vir; a
realidade está em Jesus Cristo.
Não
vos deixeis inferiorizar por quem quer que seja que se deleite com
práticas de devoção ou culto dos anjos. É gente que, dando toda a
atenção às suas visões, em vão se ufana com a sua inteligência
carnal. Aspirai às coisas do alto e não às coisas da Terra.
Rejeitai: ira, raiva, maldade, injúria, palavras grosseiras saídas
da vossa boca. Não mintais uns aos outros.
Na
Nova Criação já não há grego nem judeu, circunciso ou
incircunciso, bárbaro, cita, escravo, livre, mas Jesus Cristo que é
tudo e está em todos. Como eleitos de Deus, santos e amados,
revesti-vos de sentimentos de misericórdia, de bondade, de
humildade, de mansidão, de paciência, suportando-vos uns aos outros
e perdoando-vos mutuamente.
A
Palavra de Jesus Cristo habite em vós com toda a sua riqueza:
ensinai-vos e admoestai-vos uns aos outros com toda a sabedoria.
Cantai a Deus nos vossos corações, o vosso reconhecimento, com
salmos, hinos e cânticos inspirados.”
(Colossenses 1,24-4,5)
- “A vontade de Deus é a vossa santificação e que vos afasteis da devassidão; que cada um de vós saiba possuir o seu corpo em santidade e honra. Que ninguém, nesta matéria, defraude e se aproveite do seu irmão (fornicação) porque o Senhor vinga tudo isto. (praticamente dois mil anos de clarificação) Deus não nos chamou à impureza, mas à santidade. Quem despreza estes preceitos não despreza um homem, mas o próprio Deus que vos dá o Espírito Santo.” (1 Tessalonicenses 4,3-12)
- “Mas, vós, irmãos, não andai nas trevas de modo que esse dia vos surpreenda como um ladrão. Todos vós sois filhos da luz e filhos do dia. Nós não somos da noite nem das trevas. Os que dormem, dormem de noite e os que se embriagam, embriagam-se de noite. Nós que somos do dia, sejamos sóbrios. Quer durmamos, quer estejamos vigilantes; vivamos unidos a Jesus Cristo.” (I Tessalonicenses 5,1-10)
Portanto
a noite não é para os filhos de Deus andarem activos, mas sim para
os filhos das trevas andarem activos. A noite, muito menos é para
baptizar cristãos. Os cristãos são filhos do dia com afectos.
Baptizar à noite é entregar filhos de Deus às trevas. Há culpados
e há inocentes que sofrem!
- “Corrigi os indisciplinados,
- encorajai os desanimados,
- amparai os fracos,
- sede pacientes com todos.
- Prestai atenção a que ninguém pague o mal com o mal; procurai antes fazer sempre o bem uns para com os outros e para com todos.
- Sede sempre alegres.
- Orai sem cessar e agradecei tudo.
- Examinai tudo, guardai o que é bom.
- Afastai-vos de toda a espécie de mal.
- Não apagueis o Espírito de Deus em vós (pela prática do mal por pensamentos, palavras, actos e omissões).
Esta
é a vontade de Deus a vosso respeito em Jesus Cristo.”
(1
Tessalonicenses 5,12-24)
- “Irmãos, afastai-vos de todo o irmão que leva uma vida desregrada e oposta à tradição que de nós recebestes.
Nós
não comemos o pão de graça, às custas de ninguém, mas com
esforço e canseira, trabalhámos de noite e dia para não sermos um
peso para nenhum de vós.”
(2 Tessalonicenses
3,6-15)
- “Recomendo que se façam preces, orações, súplicas e acções de graças por todos, pelos reis e por todos os que estão constituídos em autoridade a fim de que levemos uma vida serena e tranquila com toda a piedade e dignidade. Isto é agradável diante de Deus que quer que todos sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade.
Quero
que os homens orem em todo o lugar, erguendo as mãos puras, sem ira
nem altercação. Do mesmo modo as mulheres usem trajes decentes,
adornem-se com pudor e modéstia.(...)
Se
alguém aspira ao episcopado, deseja um excelente ofício; mas é
necessário que o
bispo
seja irrepreensível,
marido de uma só mulher, sóbrio, ponderado, de bons costumes,
hospitaleiro, capaz de ensinar; que não seja dado ao vinho, nem
violento, mas condescendente, pacífico, desinteressado, que governa
bem a sua própria casa, mantendo os filhos submissos, com toda a
dignidade. Que não seja neófito, (isto
é, recentemente baptizado) para
que não se ensoberbeça e caia na mesma condenação do diabo. É
necessário que goze de boa reputação entre os de fora para não
cair no descrédito e nas ciladas do diabo.
Do
mesmo modo, os
diáconos
sejam pessoas dignas,
sem duplicidade, não inclinados ao excesso de vinho, nem ávidos de
lucros desonestos. Guardem o mistério da fé numa consciência pura.
Seja bem analisada a sua vida e, se forem irrepreensíveis, exerçam
o diaconado. Os diáconos sejam maridos de uma só mulher, capazes de
dirigir bem os filhos e a própria casa. Aqueles que cumprirem bem o
diaconado, adquirem uma posição honrosa e autoridade em questões
de fé em Jesus Cristo.
O
Espírito de Deus diz abertamente que, nos últimos tempos, alguns
hão-de renegar a fé, a religião, dando ouvidos a espíritos
enganadores e a doutrinas diabólicas, seduzidos pela hipocrisia de
mentirosos cuja consciência foi marcada com ferro em brasa.
Proibirão o casamento e o uso de alimentos que Deus criou para serem
consumidos em acção de graças pelos que têm fé e conhecem a
Verdade.
Ninguém
escarneça da tua juventude. Sê modelo para os fiéis na palavra, na
conduta, no amor, na fé, na castidade. Não descures o carisma que
está em ti e que te foi dado através de uma profecia e com a
imposição das mãos dos presbíteros. Toma a peito estas coisas e
persevera nelas a fim de que o teu progresso seja manifesto a todos.
Cuida de ti mesmo e da doutrina porque,
agindo assim,
salvar-te-ás e aos que te ouvirem.
Os
presbíteros
que exercem bem a
presidência sejam julgados dignos de dupla honra, principalmente os
que trabalham na pregação e no ensino. Aos que cometem faltas,
repreende-os na presença de todos para que também os demais se
encham de temor. Observa estas regras com imparcialidade, nada
fazendo por favoritismo.
Não
imponhas as mãos a ninguém precipitadamente, nem te tornes cúmplice
de pecados alheios. Conserva-te puro. Enquanto os pecados de alguns
são manifestos, mesmo antes de serem submetidos a juízo; os de
outros só aparecem depois. Também as boas obras são manifestas e
aquelas que não o são, não podem permanecer sempre ocultas.
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Se
alguém ensinar outra doutrina e não aderir às sãs palavras de
Nosso Senhor Jesus Cristo e ao ensinamento conforme à piedade, é um
obcecado pelo orgulho, um ignorante, um espírito doentio dado a
querelas e contendas.
Daí nascem as invejas, rixas, injúrias, suspeitas maldosas,
altercações entre gente de espírito corrompido e desprovidos de
verdade que julgam ser a piedade uma fonte de lucro.
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Os
que querem enriquecer caem na tentação, na armadilha e em múltiplos
desejos insensatos e nocivos que os precipitam na ruína e na
perdição. A raiz de todos os males é a ganância do dinheiro.
Tu,
homem de Deus, procura antes a justiça, a piedade, a fé, o amor, a
perseverança, a mansidão. Combate o bom combate da fé; conquista a
vida eterna para a qual foste chamado e da qual fizeste uma bela
profissão na presença de muitas testemunhas.
Aos
ricos deste mundo recomenda que não sejam orgulhosos nem ponham a
sua esperança na riqueza incerta, mas em Deus. Que pratiquem o bem,
se enriqueçam de boas obras, sejam generosos, capazes de partilhar.
Deste modo acumularão um bom tesouro no céu para o futuro a fim de
conquistarem a verdadeira Vida.”
(1 Timóteo 2,8-6,19)
- “Deus não nos concedeu um espírito de timidez, mas de fortaleza, de amor e de bom senso.
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Como
sabes, todos os da Ásia me abandonaram. Que Deus mostre a Sua
misericórdia para com a família de Onesíforo que tantas vezes me
confortou e não se envergonhou das minhas cadeias. Pelo contrário,
quando chegou a Roma, procurou-me afanosamente até me encontrar.
Vem
ter comigo quanto antes, pois Demas abandonou-me. Preferiu o mundo
presente e foi para Tessalónica. Crescente foi para a Galácia e
Tito para a Dalmácia. Apenas Lucas (médico
e evangelista) está
comigo. Traz contigo Marcos, pois será de grande ajuda no
ministério. Quanto a Tíquico, enviei-o a Éfeso. Quando vieres,
traz o manto que deixei em Tróade, em casa de Carpo, bem como os
livros, especialmente os pergaminhos.
Alexandre,
o fundidor de cobre, causou-me muitos danos. Toma cuidado com ele,
pois muito se tem oposto ao nosso ensinamento.
Na
minha primeira defesa, ninguém esteve ao meu lado. Todos me
abandonaram. O Senhor, porém esteve comigo e deu-me forças a fim de
que, por meu intermédio, a Boa Nova fosse plenamente proclamada e
todos os gentios a escutassem. O Senhor me livrará de todo o mal e
me levará a salvo para o Seu Reino Celeste.
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Toda
a Escritura é inspirada por Deus adequada para ensinar, refutar,
corrigir e educar na justiça a fim de que aquele que é de Deus seja
perfeito e esteja preparado para toda a obra boa.
Virão
tempos em que o ensinamento salutar não será aceite, mas as pessoas
acumularão mestres que lhes encham os ouvidos com o que elas desejam
ouvir. Desviarão os ouvidos da verdade e divagarão ao sabor de
fábulas.
Quanto
a mim, já estou pronto para oferecer-me como sacrifício;
avizinha-se o tempo da minha libertação. Combati o bom combate,
terminei a corrida, permaneci fiel. A partir de agora, já me aguarda
a merecida coroa, que me entregará, naquele dia, o Senhor, justo
Juiz e não somente a mim, mas a todos os que anseiam pela Sua
vinda.”
(2 Timóteo 1,7-4,18)
- “Deixei-te em Creta para acabares de organizar o que ainda falta e para colocares presbíteros em cada cidade e bispo de acordo com as minhas instruções.
Há
muitos insubordinados, palradores e sedutores, sobretudo entre os da
circuncisão. Transtornam famílias inteiras, ensinando o que não
devem, tendo em vista o lucro desonesto.
Repreende-os
severamente para que tenham uma fé sã, não dando ouvidos a fábulas
judaicas e a preceitos de homens que se afastaram da Verdade. Tu,
porém ensina o que é conforme à sã doutrina.
Os
anciãos
sejam sóbrios,
dignos, prudentes, firmes na fé, na caridade e na paciência. As
anciãs tenham um comportamento reverente, não sejam caluniadoras
nem escravas do vinho, mas mestras da virtude a fim de ensinarem as
jovens a amarem os maridos e os filhos, a serem prudentes, castas,
boas donas de casa e dóceis aos maridos, de modo que a Palavra de
Deus não seja difamada.
Sejam
submissos e obedientes aos governantes e autoridades, que estejam
prontos para qualquer boa obra, que não digam mal de ninguém, nem
sejam conflituosos, mas sejam afáveis, mostrando sempre amabilidade
para com todos.
Quando
se manifestou a bondade de Deus, Nosso Salvador e o Seu Amor para com
todos, Ele salvou-nos, não em virtude das obras de justiça que
tivéssemos praticado, mas da Sua misericórdia, mediante um novo
nascimento e renovação do Espírito Santo que Ele derramou
abundantemente sobre nós por Jesus Cristo, Nosso Salvador, a fim de
que, justificados pela Sua Graça, nos tornemos, segundo a nossa
esperança, herdeiros da Vida Eterna. Evita as discussões
insensatas, as genealogias bem como as contendas legalistas, pois são
inúteis e vãs.”
(Tito 1,5-3,15)
- “Todo o sumo sacerdote, escolhido de entre os homens, é constituído em favor dos homens nas suas relações com Deus para oferecer dons e sacrifícios pelos pecados. Ele pode ser compreensivo para com os ignorantes e os transviados porque também ele está revestido de fraqueza. Por isso deve oferecer sacrifícios pelos próprios pecados e pelos do seu povo. Ninguém atribui a si próprio esta honra (de ser sacerdote), senão quem foi chamado por Deus como Aarão. Assim também não foi Jesus Cristo que tomou para Si a glória de Se tornar sumo sacerdote; deu-Lha Aquele que disse: “Tu és Meu Filho, hoje mesmo Te gerei” e noutro lugar: “Tu és Sacerdote para sempre segundo a ordem de Melquisedec.” (Hebreus 5,1-6)
Fala-se
de homens
com a mentalidade da
época como, por
exemplo, nos afirma S. Mateus: x homens não contando as mulheres e
crianças. S. Paulo, com certeza, não foge à regra: homens, não
contando com as mulheres; Estas só servem para os serviços menores
como limpeza por exemplo.
- “Os sacerdotes da antiga aliança sucederam-se em grande número porque a morte os impedia de durar sempre. Jesus Cristo, que permanece eternamente, possui um sacerdócio eterno. Por isso pode salvar para sempre aqueles que por Seu intermédio, se aproximam de Deus porque vive perpetuamente para interceder por eles. Tal era, na verdade, o sumo sacerdote que nos convinha: santo, inocente, sem mancha, separado dos pecadores e elevado acima dos céus; que não tem necessidade, como os sumos sacerdotes, de oferecer todos os dias sacrifícios, primeiro pelos próprios pecados, depois pelos pecados do povo; porque o fez de uma só vez para sempre quando Se ofereceu a Si mesmo. A Torá constitui sumos sacerdotes, homens revestidos de fraqueza, mas a Palavra do juramento, posterior à Torá, estabeleceu o Filho, Sumo Sacerdote Perfeito para sempre.” (Hebreus 7,23-28)
- “É para vossa correcção que sofreis. Deus trata-vos como filhos e qual é o filho a quem o pai não corrige?
Se
estais isentos da correcção, da qual todos participam, então não
sois filhos. Deus corrige-nos para nosso bem, para nos fazer
participantes da Sua santidade. É certo que toda a correcção, no
momento em que é aplicada, não parece ser motivo de alegria, mas de
tristeza. Mais tarde, esta correcção de Deus produz um fruto de paz
e de justiça nos que foram exercitados por ela.
Procurai
a paz e a santidade, sem a qual ninguém verá o Senhor.”
(Hebreus 12,7-15)
Carta
de S. Tiago
3.
“Irmãos,
considerai como uma enorme alegria o estardes rodeados de provações
de toda a ordem, tendo em conta que a prova a que é submetida a
vossa fé, produz a constância. Mas a constância tem de se
exercitar até ao fim, de modo a serdes perfeitos e irrepreensíveis
sem falhar em nada.
Se
algum de vós tem falta de sabedoria que a peça a Deus que a todos
dá generosamente e, sem recriminações, ser-lhe-á dada. Mas peça-a
com fé e sem hesitar.
Feliz
aquele(a) que resiste à tentação porque, depois de ter sido posto
à prova, receberá a coroa da Vida que o Senhor prometeu aos que O
amam.
Não
vos enganeis, meus amados irmãos, toda a boa dádiva e todo o dom
perfeito vêm do alto. Cada um seja pronto para ouvir, lento para
falar e lento para se irar. Rejeitai toda a imundície e todo o
vestígio de malícia e recebei com mansidão a Palavra em vós
semeada, a qual pode salvar as vossas almas; mas tendes de a pôr em
prática. Aquele(a) que medita com atenção a lei perfeita, a lei da
liberdade e nela persevera, esse encontrará a felicidade ao pô-la
em prática.
Se
alguém se considera uma pessoa piedosa, mas não refreia a sua
língua, enganando assim o seu coração, a sua religião é vazia. A
religião pura e sem mácula diante d’Aquele que é Deus e Pai é
esta: visitar os órfãos e as viúvas e não se deixar contaminar
pelo mundo.
Meus
irmãos, não tenteis conciliar a fé em Nosso Senhor Jesus Cristo
glorioso com a acepção de pessoas. Se cumpris: Ama o próximo como
a ti mesmo, procedeis bem; mas, se fazeis acepção de pessoas,
cometeis um pecado e a lei cristã condena-vos como transgressores.
Falai
e procedei como pessoas que hão-de ser julgadas segundo
a lei da liberdade porque quem não pratica a misericórdia, será
julgado sem misericórdia; mas a misericórdia não teme julgamento.
Poderá
alguém alegar sensatamente: «Tu
tens fé e eu tenho as obras».
Mostra-me a tua fé sem obras que eu, pelas minhas obras,
mostrar-te-ei a minha fé. Vede, pois como se fica justificado pelas
obras e não somente pela fé. De que aproveita, irmãos, que alguém
diga que tem fé, se não tiver obras de fé? Acaso essa fé poderá
salvá-lo? A fé, sem obras, está completamente morta.
Meus
irmãos, não haja muitos entre vós que pretendam ser mestres,
sabendo que nós teremos um julgamento mais severo, pois todos nós
falhamos com frequência. Se alguém não peca pela palavra, esse é
perfeito, capaz de dominar todo o seu corpo.
Existe
alguém, entre vós, que seja sábio e entendido? Mostre então pelo
seu bom procedimento, que as suas obras estão repassadas da mansidão
própria da sabedoria. Mas, se tendes no vosso coração uma inveja
amarga e um espírito dado a contendas, não vos vanglorieis nem
falseeis a verdade. Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas a
terrena, a da natureza corrompida, a diabólica. A sabedoria que vem
do alto é, em primeiro lugar, pura; depois é pacífica, indulgente,
dócil, cheia de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem
hipocrisia e é com a paz que uma colheita de justiça é semeada
pelos obreiros da paz.
Cobiçais
e nada tendes. Então matais! Roeis-vos de inveja e nada conseguis.
Então lutais e guerreais-vos. Não tendes porque não pedis. Pedis e
não recebeis porque pedis mal
(porque pedem o mal para os outros), para satisfazer
os vossos egoísmos.
Não
faleis mal uns dos outros, irmãos. Quem fala mal de um irmão e o
julga, está a falar mal da lei cristã e a julgá-la. Ora, se tu
julgas a lei, já não és cumpridor da lei, mas seu juiz. Há um só
legislador e juiz; Aquele que pode salvar e condenar. Mas quem és tu
para julgar o teu próximo?
Sobretudo,
meus irmãos, não jureis nem pelo Céu nem pela Terra, nem façais
qualquer outro juramento. Que o vosso 'sim' seja 'sim' e o vosso
'não' seja 'não' para não incorrerdes em condenação.
Está
alguém, entre vós, aflito? Recorra à oração.
Está
alguém contente? Cante salmos.
Algum
de vós está doente? Chame os presbíteros da Igreja e que estes
orem sobre eles, ungindo-o com óleo em nome do Senhor. A oração da
fé salvará o doente e o Senhor o aliviará; e, se tiver cometido
pecados, ser-lhe-ão perdoados.
Confessai,
pois os pecados uns aos outros e orai uns pelos outros para serdes
curados. Se algum de vós se extravia de verdade e alguém o
converte, saiba que aquele que converte um pecador do seu erro
salvará da morte a sua alma e obterá o perdão de muitos pecados.”
(Tiago
1,2-5,20)
Cartas
de S. Pedro
4.Pedro é o nome que Jesus Cristo atribuiu ao pescador galileu Simão, natural de Betsaida e irmão do apóstolo André. Dos apóstolos, é o mais conhecido pelo lugar que ocupou no grupo dos Doze. A sua adesão a Jesus Cristo é total: «Senhor, a quem iremos? Só Tu tens palavras de Vida Eterna. Nós acreditamos e sabemos que Tu és o Santo de Deus.»
Apesar do seu entusiasmo por Jesus Cristo, negou o seu Senhor por três vezes. Jesus Cristo deu a Pedro a chefia da Sua Igreja: «Tu és Pedro e sobre esta Pedra edificarei a Minha Igreja. Dar-te-ei as chaves do Reino dos Céus e tudo o que ligares na Terra, ficará ligado no céu e tudo o que desligares na Terra, será desligado no céu.»
Assim
Pedro Simão foi o primeiro Papa para toda a cristandade.
Segundo
a tradição, Pedro foi crucificado de cabeça para baixo, (a seu
pedido, pois não se achava digno de morrer como Nosso Senhor Jesus
Cristo) durante a perseguição do imperador romano Nero, nas colinas
chamadas do Vaticano, onde foi sepultado. Sobre o seu túmulo foi
construída uma basílica pelo imperador Constantino; mais tarde,
substituída pela actual basílica de S. Pedro, iniciada no século
XVI.
“Assim como é santo Aquele que vos chamou, sede santos, vós também, em todo o vosso proceder, conforme diz a Escritura:
Sede
santos porque Eu sou Santo.
Se
invocais como Pai Aquele que, com imparcialidade,
julga cada um segundo as suas obras, comportai-vos com temor durante
o tempo da vossa peregrinação, sabendo que fostes resgatados da
vossa vã maneira de viver herdada dos vossos pais, não a preço de
bens corruptíveis, ouro ou prata, mas pelo Sangue precioso de Nosso
Senhor Jesus Cristo, manifestado nos últimos tempos por causa de vós
que, por meio d’Ele, tendes a fé em Deus, que O ressuscitou dos
mortos e O glorificou a fim de que a vossa fé e a vossa esperança
estejam postas em Deus.
Tende,
entre os gentios, um comportamento exemplar, de modo que,
ao
acusarem-vos de malfeitores,
vendo
as vossas boas obras,
acabem por dar glória
a Deus no dia da Sua visita.
Respeitai
todos, amai os irmãos, temei a Deus, honrai o rei.
Que
nenhum de vós tenha de sofrer por ser homicida, ladrão, malfeitor
ou por se intrometer na vida alheia. Mas, se sofre por ser cristão,
não se envergonhe, antes glorifique a Deus por ter este nome.
Aos
presbíteros,
dirijo-vos esta
exortação:
Apascentai
o rebanho de Deus que vos foi confiado, governando-o, não à força,
mas de boa vontade, tal como Deus quer; não por um mesquinho
espírito de lucro, mas com zelo; não com um poder autoritário
sobre a herança do Senhor, mas como modelos do rebanho.”
(1 Pedro 1,15-5,14)
- “Deveis pôr todo o empenho em juntar à vossa fé a virtude; à virtude o conhecimento; ao conhecimento a temperança; à temperança a paciência; à paciência a piedade; à piedade o amor aos irmãos e ao amor aos irmãos a caridade.
É
que tenho por meu dever – enquanto estiver nesta tenda (corpo
visível) – manter-vos alerta com os meus avisos, pois
sei que em breve terei de deixá-la, conforme Nosso Senhor Jesus
Cristo mo deu a conhecer. E cuidarei que, mesmo depois da minha
partida, possais conservar sempre a lembrança destas coisas. (...)
Assim
como houve entre o povo de Israel falsos profetas assim também
haverá entre vós falsos mestres. Introduzirão disfarçadamente
heresias perniciosas e, indo ao ponto de negar o Senhor que nos
resgatou, atrairão sobre si mesmos uma rápida perdição. Muitos
hão-de segui-los na sua libertinagem e, por causa deles, o caminho
da Verdade será blasfemado, movidos pela cobiça, hão-de
explorar-vos com palavras enganadoras.
Mas a sua condenação não perde pela demora e a sua ruína não
dorme.” (2 Pedro
1,5-3,18)
Cartas
de S. João
“Filhinhos, estamos na
última hora. Ouvistes dizer que há-de vir um AntiCristo. Pois bem,
já apareceram muitos antiCristos, por isso reconhecemos que é a
última hora.
Eles
saíram de entre nós, mas não eram dos nossos porque, se tivessem
sido dos nossos, teriam permanecido connosco; mas aconteceu assim
para que ficasse claro que nenhum deles é dos nossos. Vós, porém
tendes uma unção recebida do Santo e todos estais instruídos.
Quem é o mentiroso, senão
aquele que nega que Jesus é o Cristo? Esse é o antiCristo, aquele
que nega o Pai e igualmente o Filho. Todo aquele que nega o Filho,
fica também sem o Pai; aquele que confessa o Filho, tem também o
Pai. Se permanecermos no Filho e no Pai alcançaremos a Vida Eterna.
A
unção que d’Ele recebestes, permanece em vós e não tendes
necessidade de que ninguém vos ensine. Tal como a Sua unção vos
ensina acerca de todas as coisas – e ela é verdadeira e não
engana – permanecei n’Ele de acordo com o que Ele ensinou.
Quem
pratica a justiça é justo como Ele é Justo. Quem comete o pecado é
do diabo porque o diabo peca desde a origem. Todo aquele que nasceu
de Deus, não comete pecado porque o germe divino permanece nele e
assim não tem tendência para o pecado. Todo aquele que não pratica
a justiça, não é de Deus, nem aquele que não ama o seu irmão.
Nós somos de Deus. Quem conhece Deus, ouve-nos; quem não é de Deus
não nos ouve (porque
o mal tapa-lhe os ouvidos e o pensamento.)
É por isto que se reconhece o espírito da verdade e o espírito do
erro.
Nós
conhecemos o amor que Deus nos tem porque cremos n’Ele. Deus é
Amor e quem permanece no Amor, permanece em Deus e DEUS N’Ele. No
amor não há temor. Pelo contrário, o perfeito amor lança fora o
temor. De facto, o temor pressupõe castigo e quem teme não é
perfeito no amor. (O
amor é comunhão, leva à comunhão. O temor pressupõe egoísmo e
tendência para o mal, não declarada pelo receio do castigo. Então
a escolha é o mal e, por conseguinte, não está com Deus. Amamos
porque Ele nos ama primeiro e principalmente; isto é, nós amamos
porque Deus derramou e derrama o Seu Amor em nós. Só porque temos o
Amor de Deus em nós, nós amamos o nosso semelhante e tudo o que nos
rodeia. Todo aquele que disser «amo-te» e não crer em Deus, não
ter o Amor de Deus em si; mente.
Mente descaradamente ao seu par, aos filhos porque o que sente é
posse, possui e destrói, permanecendo no egoísmo. Não tem o Amor
em si! Por isso, quem não ama o seu semelhante, não ama Deus.)
(1 João 2,18-5-21)
Carta
de Judas 1)
1)
Judas, irmão de Tiago e ambos filhos de Maria e José; assim irmãos
de Jesus Cristo por Maria.
6.“Entre
vós, infiltraram-se certos homens que há já muito estão
condenados; uns ímpios que convertem em libertinagem a graça de
Deus e negam Jesus Cristo, nosso único Soberano e Senhor.
Eles
falam impiamente do que desconhecem e, quanto ao que conhecem por
instinto natural; isso só lhes serve para se corromperem. Eles são
um escândalo nos vossos ágapes (refeições
eucarísticas),
banqueteando-se
convosco sem respeito nenhum; o que fazem é cevar-se.
São murmuradores,
queixosos da sua sorte, gente que vive ao sabor das suas paixões. Da
sua boca saem palavras pomposas para adularem as pessoas em vista do
seu próprio interesse. Eles são os que semeiam divisões, pessoas
guiadas pelos instintos, pessoas que não têm o Espírito de Deus.”
(Judas 1,4-25)
Problemas da Igreja Primitiva
Através
das Cartas escritas ou a comunidades ou a presbíteros é fácil
fazer uma viagem pelas Igrejas Cristãs dos primeiros sessenta –
setenta anos de vida cristã e nos apercebermos dos problemas que
esta Igreja Cristã teve logo de enfrentar.
Problemas
internos
1º
grande problema: Circuncisão:
sim ou não para os cristãos?
Os
verdadeiros apóstolos, fiéis a Jesus Cristo, afirmam: - Isso
é um falso problema. A salvação não depende desse facto.
Judeo-cristãos querem circuncidar os seus filhos; pois que o façam.
Cristãos convertidos do paganismo não querem circuncidar os seus
filhos; pois não o façam. É um assunto da ordem natural e que não
ofende a ordem espiritual.∆
2º
grande problema: o dízimo:
sim ou não para os cristãos?
Para
a Igreja Cristã do ocidente, fundada por S. Paulo, o dízimo não
existe. Cada um contribui para as necessidades da sua comunidade e
das outras comunidades de acordo com as suas possibilidades e a sua
vontade.
Para
a Igreja Cristã do oriente, da responsabilidade de judeo-cristãos e
judaizantes extremistas, praticava-se o dízimo, apesar de Pedro não
optar por esta medida, mas também não se opunha. De tal maneira que
apóstolos foram ter com as comunidades ocidentais para instalar esta
medida e desautorizar S. Paulo, que criticou veementemente as suas
comunidades por acatarem estes apóstolos, indo contra a sua
doutrina. Acredito que foi esta insistência por parte da Igreja
oriental que terá levado S. Paulo a fazer aquela grande colecta por
toda a igreja ocidental a favor da Igreja de Jerusalém.
Na
minha opinião de leiga, acho que S. Paulo é que está correcto e a
sua atitude é a correcta para a Igreja Cristã actual.∆
3º
grande problema: O local
de reunião e de culto
dos cristãos.
A
primeira opção era a sinagoga porque tinham acesso às Escrituras
que nem todas as comunidades tinham. No entanto, cada vez era menos
possível utilizá-las por serem expulsos, quando identificados e
também perseguidos e mortos. Era sempre um risco muito grande.
O
lugar mais comum era a casa mais desafogada de alguns dos cristãos
que se ofereciam para acolher.
Depois
do culto cristão passar a ser oficial e aceite no império romano;
passaram a ser usados os fóruns ou tribunais para esta actividade de
culto cristão e depois estes foram adoptados como modelos para criar
as primeiras igrejas cristãs.
Actualmente
a igreja cristã já obedece a vários modelos; esperemos que todos
eles obedeçam aos cânones cristãos para a optimização do fim
último destes lugares.∆
4º
problema: A refeição
eucarística.
Muitas
vezes os apóstolos detectaram que entre os fiéis que participavam
nesta refeição, estavam ateus com o intuito de se empanturrarem e,
ainda por cima, ironizarem com o que presenciavam e escutavam. Os
nicolaítas ou seguidores de um certo Nicolau eram partidários de
uma tendência gnóstica e libertina nas comunidades cristãs de
Éfeso e Pérgamo. Esta era uma das muitas heresias no interior da
Igreja primitiva deste tempo.∆
5º
problema: A conversão.
O
baptismo faz os fiéis receberem a Graça de Deus e o Espírito
Santo, mas há necessidade de, por vontade e escolha própria,
passarem do egoísmo à comunhão de irmãos; ao amor e caridade. Só
aqui termina a conversão e se passa à fé adulta e a praticar só o
bem e só as boas obras.∆
Problemas
externos
- Perseguições, maus tratos, assassínios da parte de judeus e pagãos com o objectivo de exterminar a Igreja cristã.
- Por volta do ano 95, o imperador Domiciano investe com todo o seu poder contra as Igrejas cristãs da Ásia com o objectivo de as exterminar definitivamente.∆
A Ressurreição nos textos apocalípticos
O
apóstolo e evangelista S. João escreve o livro Apocalipse
em Patmos – pequena ilha no Mar Egeu – onde se encontra
desterrado por causa da perseguição de judeus e soldados romanos ao
serviço do imperador aos cristãos com o objectivo de os destruírem.
Este
livro trata da Revelação de Jesus Cristo da Palavra de Deus
revelada à humanidade. Este livro surge com a decadência do império
romano e as guerras da Palestina que levaram à destruição do
Templo e de Jerusalém e às perseguições de todo o tipo e de
vários inimigos contra a Igreja cristã que servia de bode
expiatório para todos os males que estavam a acontecer.
Por
tudo isto considerava-se esta época o fim dos tempos e adivinhava-se
uma revolução global com uma radical mudança no modo de ser e de
viver. Tudo isto decorre entre os anos sessenta e o início do
segundo século – era mesmo os fins dos tempos daquela era cósmica.
O
Apocalipse exprime a fé da Igreja da segunda geração cristã. É o
tempo dos discípulos dos apóstolos. Deus é o único Senhor da
História, apesar das forças conjugadas de todos os senhores deste
mundo. No meio desta História, a Igreja aparece como espaço
litúrgico onde o Cordeiro Pascal da primeira Sexta-Feira Santa para
os cristãos tem presença permanente, fazendo da comunidade o céu
na Terra. Assim este livro confere a certeza absoluta na bondade de
Deus que se manifestou no Filho, abrindo ao leitor crente um caminho
de esperança sem fim. ∆
- Jesus Cristo afirma-nos: “Olha que Eu estou à porta e bato: se alguém ouvir a Minha voz e abrir a porta, Eu entrarei na sua casa e cearei com Ele e ele comigo.”
(Apocalipse 3,20)
- “O Espírito de Deus diz abertamente que, nos últimos tempos, alguns hão-de renegar a fé, a religião, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas diabólicas, seduzidos pela hipocrisia de mentirosos cuja consciência foi marcada com ferro em brasa. Proibirão o casamento e o uso de alimentos que Deus criou para serem consumidos em acção de graças pelos que têm fé e conhecem a Verdade.”
(1 Timóteo
2,8-6,19)
- “Fica sabendo que, nos últimos dias, surgirão tempos difíceis. As pessoas tornar-se-ão egoístas, interesseiras, arrogantes, soberbas, blasfemas, desrespeitadoras dos pais, ingratas, ímpias, sem coração, implacáveis, caluniadoras, descontroladas, desumanas, inimigas do bem, traidoras, insolentes, orgulhosas e mais amigas dos prazeres do que de Deus. Conservarão uma aparência de piedade, mas negarão a sua essência. Procura evitar essa gente. Esses perversos e impostores irão de mal a pior, extraviando os outros e extraviando-se a si próprios.” (2 Timóteo 1,7-4,18)
- “Assim como houve entre o povo de Israel falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos mestres. Introduzirão disfarçadamente heresias perniciosas e, indo ao ponto de negar o Senhor que nos resgatou, atrairão sobre si mesmos uma rápida perdição. Muitos hão-de segui-los na sua libertinagem e, por causa deles, o caminho da Verdade será blasfemado, movidos pela cobiça, hão-de explorar-vos com palavras enganadoras. Mas a sua condenação não perde pela demora e a sua ruína não dorme.” (2 Pedro 1,5-3,18)
- “Vou revelar-vos um mistério:
Nem
todos morreremos, mas todos seremos transformados;
num instante, num abrir e fechar de olhos, ao som da trombeta final,
os mortos ressuscitarão incorruptíveis e nós seremos
transformados. É necessário que este corpo corruptível se revista
de incorruptibilidade e que este corpo mortal se revista de
imortalidade.
Assim,
meus queridos irmãos, sede firmes e progredi sempre na obra do
Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é inútil no Senhor.
(1 Coríntios 15,39-15,58)
- “Não queremos, irmãos, deixar-vos na ignorância a respeito dos defuntos. Se acreditamos que Jesus Cristo morreu e ressuscitou; do mesmo modo Deus levará com Jesus Cristo os que em Jesus Cristo tiverem morrido. Eis o que temos para vos dizer, segundo a Palavra do Senhor: Nós, os vivos, os que ficarmos para a vinda do Senhor, não precederemos os que tiverem morrido.
Ao
sinal dado, à voz do Arcanjo e ao som da trombeta divina, o próprio
Senhor descerá do Céu
(não nascerá de novo; todos vê-l’O-ão e falarão com Ele como
aconteceu após a Sua Ressurreição porque o Seu Espírito procurará
a Sua Alma e ao juntarem-se as partes que O compõem, Ele
materializar-se-á novamente) e
os mortos em Jesus Cristo ressuscitarão primeiro.(Isto
é, os que partiram, mas com Jesus Cristo; nascerão novamente para
terem mais uma oportunidade de passar para níveis melhores passando
pela vida material sem qualquer vício e quando partirem, irão para
o mundo dos ressuscitados com Jesus Cristo - Primeiro de todos os
ressuscitados - e estarão com Ele quando os que viverem na vida
material, na Terra, forem arrebatados para junto de Jesus Cristo e/ou
de Maria, dos irmãos e irmãs.)
Em
seguida, nós, os que estivermos vivos, seremos arrebatados
juntamente com eles para as nuvens, para irmos ao encontro do Senhor
nos ares e assim estaremos sempre com o Senhor.”
(I Tessalonicenses 4,13-18)
- “Ele nos libertou do poder das trevas e nos transferiu para o reino do Seu Filho muito amado, no qual temos a redenção, o perdão dos pecados. Jesus Cristo é a imagem de Deus (que é) invisível (e os Seus dons que nos entrega, também). Ele é anterior a todas as coisas e n’Ele tudo subsiste. Ele é a cabeça da Igreja que é o Seu corpo. Em tudo Ele teve o primeiro lugar (isto é, em tudo Ele antecedeu todos os outros) (...) e por Ele foram reconciliadas consigo todas as coisas, estabelecendo a paz pelo sangue da Sua cruz com todas as criaturas na Terra e nos céus.” (Colossenses 1,12-20)
- “Naqueles dias, depois de uma grande aflição, o sol escurecerá e a lua não dará a sua claridade; as estrelas cairão do céu e as forças que há nos céus serão abaladas. Então hão-de ver o Filho do Homem vir sobre as nuvens com grande poder e glória. Ele mandará os anjos para reunir os seus eleitos dos quatro pontos cardeais, da extremidade da Terra à extremidade do céu.
Assim,
quando virdes acontecer estas coisas, sabei que o Filho do Homem está
perto, está mesmo à porta.”
(S. Marcos 13,24-32)
- “Pedro disse a Jesus Cristo: - Nós deixámos tudo e seguimos-Te. Qual será a nossa recompensa?
♥
No
dia da regeneração de todas as coisas, quando o Filho do Homem se
sentar no seu trono de glória; vós, que Me seguistes, haveis de
sentar-vos em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel.
Todo
aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos ou
campos por causa do Meu nome, receberá cem vezes mais e terá por
herança a Vida Eterna. Muitos dos primeiros (da
Igreja)
serão os últimos (a
entrar no Reino do Céu);
muitos dos últimos (da
Igreja) serão
os primeiros (a
entrar no Reino do Céu.) (S.Mateus 19,27-30)
- “Vi um trono magnífico e branco e alguém sentado nele. (...) O que estava sentado no trono afirmou: «Eu renovo todas as coisas.» E acrescentou: «Escreve porque estas palavras são dignas de fé e verdadeiras.» E disse-me ainda: «Eu sou o Alfa e o Omega, o Princípio e o Fim. Ao que tiver sede, Eu lhe darei a beber gratuitamente da nascente da água da Vida. (...) Eu serei o seu Deus e ele será o Meu Filho. (...)” (Apocalipse 20,11-21,8)
- “Um dos sete anjos dirigiu-se a mim e disse: «Vem cá. Vou mostrar-te a noiva, a esposa do Cordeiro.» transportou-me em espírito a uma grande e alta montanha e mostrou-me a cidade santa. (...) E a cidade tão pouco necessita de sol ou de lua para a iluminar, pois a glória de Deus a ilumina e a sua lâmpada é o Cordeiro.” (Apocalipse 21,9-22,5)
- “«Eis que Eu venho em breve.»
Eu,
João, é que vi e ouvi estas coisas. (...)
O
anjo acrescentou: «Não
escondas as palavras da profecia deste livro, pois o tempo está
próximo. Que o injusto continue a cometer injustiças; que o impuro
continue a cometer acções impuras; o que é honrado continue a ser
honrado e o que é santo, santifique-se ainda mais.»
Eu,
Jesus, enviei o meu anjo para vos anunciar estas coisas acerca das
Igrejas.
(...) (Apocalipse
22,6-21)
- “Ei-l’O que vem entre as nuvens e todos os olhos O verão, mesmo aqueles que O trespassaram; e por isso hão-de lamentar-se todas as tribos da Terra. Sim. Amen. Eu sou o Alfa e o Omega, diz o Senhor Deus, Aquele que é, que era e que há-de vir, o Senhor do Universo.” (Apocalipse 1,6-8)
O terceiro milénio e a ressurreição
Nós
sabemos que os seres que fazem parte daqueles que viveram na Graça
de Deus, foram levados para o Mundo dos Vivos, a outra parte do
planeta Terra: os mais conhecidos são os de Elias, de Jesus Cristo,
de Maria.
Sabendo
que os ressuscitados são aqueles que conseguiram preservar com Vida
as suas almas e espíritos que voltam a reunir-se, juntar-se no mundo
de Jesus Cristo e/ou Maria. Muitas vezes dou por mim a perguntar-me:
-
E o ser natural que é arrebatado; que lhe acontece no Mundo dos
Vivos?
Cheguei
à conclusão de que no Mundo de Jesus Cristo e Maria voltam a
reunir-se todos os seres que faziam aquela identidade e permaneceram
com Vida, incluindo o seu ser natural. Aliás, a transformação
interior que sentimos passar-se deve ter a ver com a preservação do
ser natural. Por isso é tão importante confiarmos em Deus e na Sua
Família Celeste e deixarmos acontecer quando temos a certeza de
estarmos com aqueles com quem queremos ficar.
Assim
compreende-se as palavras de Jesus Cristo nas primeiras aparições:
“-
A paz esteja
convosco!”
Dominados pelo espanto e cheios de temor, julgavam estar a ver um
espírito (isto é, o manto).
Disse-lhes
então Jesus Cristo:
-
Por que estais
perturbados e por que surgem dúvidas nos vossos corações? Vede as
Minhas mãos e os Meus pés: sou Eu mesmo. Tocai-me e olhai que um
espírito não tem carne nem ossos como verificais que Eu tenho.(...)
Tendes
aí alguma coisa que se coma?”
(S.Lucas 24,36-43)
Não
é por necessidade física que Jesus Cristo pede alimento, mas para
lhes provar que pode comer, pois a alma e a pessoa celeste precisam
de alimento, mas com um intervalo muito maior e é menor a quantidade
de alimento. Só Lucas é capaz de narrar este episódio. Penso que a
missão principal de Lucas foi essa: dar a conhecer aquilo que os
evangelistas não foram capazes de transmitir porque não tinham
chegado a compreender e a aceitar.
Epílogo
Por
agora, este meu trabalho está completo, mas é muito mais obra
divina do que obra minha; por isso será necessário atualizá-lo
sempre que surgirem novos conhecimentos que nos são revelados.
É
uma obra de Amor e assim espero que dê muito fruto.
Destina-se
àqueles que desejam encontrar o que aqui é revelado. Só para eles
este trabalho tem valor e interesse.
Fiz
uma pesquisa exaustiva e tentei ordenar este trabalho da maneira que
me pareceu mais correcta.
Fi-lo
com Amor e com Amor vo-lo entrego!
Lagos,
19 de Julho de 2012
Bibliografia
Nova Bíblia dos
Capuchinhos
– para o Terceiro Milénio,
Difusora Bíblica,
1ª edição: Novembro de 1998; Fátima/Lisboa.❐
4
O universo da Luz exige sempre um bode expiatório para se dar por
todos. Eu sou e escolhi o universo do Dia
com Afectos.
Aí somos felizes, com vida tranquila e boa-hora na partida. Todos
lutam pela salvação e todos partilham na medida das suas
possibilidades.
5
Por que é que Saulo ficou sem ver? Porque perseguia Aquele que,
por palavras, esperava. Ficou cego porque se recusava a ver a
Verdade; porque não aceitava a vontade de Deus nem os seus tempos.