domingo, 25 de setembro de 2016

sobre “O Apóstolo São Tomé e a Índia”


PRIMEIRA PARTE DA CRÓNICA

sobre “O Apóstolo São Tomé e a Índia - 1504”

CHRONICA DE D. MANOEL escrita por Damião de Goes e encomendada por Dom Rodrigo António de Noronha e Menezes; 1749; PDF - pp. 144 – 146

Capítulo XCVIII
Em que se declara donde estes cristãos de Cranganor trazem seu princípio e dos costumes e modo de religião que têm e da localização da cidade.

A cidade Cranganor é grande, situada na terra de Malabar a quatro léguas de Cochim, em frente de Calecut, ao longo da qual passa um rio que a cerca por algumas partes. Habitam nela gentios, mouros, judeus e cristãos. Tem relações com diferentes países e é muito conhecida. Vêm a ela mercadores da Síria, Egipto, Pérsia e Arábia por causa da muita pimenta que nela há.
Quando os portugueses chegaram à Índia, esta cidade era governada por os mesmos da terra num sistema de república, mas com obediência ao Samorii (= imperador), rei de Calecut. Depois que os governadores de Cranganor viram as suas coisas em declínio por causa da guerra que o rei de Calecut fazia aos portugueses, revoltaram-se sem mais lhe quererem obedecer. Os portugueses encontraram nos gentios os mesmos costumes e crenças que têm todos os outros de Malabar.
Os cristãos que nela moram, têm igrejas como as nossas e nos altares e paredes pintadas têm cruzes como os de Coulão sem nenhumas outras imagens nem sinos. O povo junta-se nas igrejas aos domingos, onde ouvem as pregações e os ofícios divinos. Ao seu Papa chamam católico. Este tem a sua residência na Caldeia com doze cardeais, dois patriarcas, arcebispos, bispos e outros prelados. Os sacerdotes trazem a tonsura em cruz e consagram o Corpo do Senhor em pão ázimo e com vinho de passas por não haver outro. Os seculares comungam separadamente o pão e o vinho consagrado como os sacerdotes. Baptizam os meninos aos quarenta dias, se não sucede perigo de morte. Confessam-se antes de tomar o Sacramento e em lugar da Extrema Unção que não usam, o sacerdote benze o enfermo. Quando entram nas igrejas lançam água benta sobre si; enterram os mortos ao modo da Igreja Romana. Os parentes e amigos, em lembrança do morto, comem todos juntos oito dias seguidos, dizendo sempre muitas orações pela alma do defunto, após as quais lhe fazem o saimento. Quando o que morre não faz testamento, sucede na administração dos bens o parente mais próximo. As mulheres do defunto tiram o seu dote aos bens do defunto, o qual por lei e costume que têm, perdem, isto é, voltam a entregá-lo, se se casam antes de um ano depois da morte do marido. Têm os mesmos Livros da Lei Velha e Nova que são recebidos no Cânone da Igreja Romana, escritos em língua hebraica e caldeia, os quais os seus doutores (de que há alguns bem doutos na Lei) lhes lêem em escolas públicas, principalmente os dos Profetas. Jejuam no Advento e na Quaresma no mesmo tempo que nós. Não comem coisa nenhuma nem bebem na véspera da Páscoa até ao dia. Têm pregadores que ordinariamente lhes pregam todo o ano. Têm livros de doutores que lhes explicam a Lei em que estudam. Guardam com muta devoção o Dia da Páscoa com duas oitavas e o Dia da Pascoela (domingo seguinte ao Domingo de Páscoa) com muita solenidade por, naquele dia, São Tomé ter metido a mão no lado de Nosso Senhor Jesus Cristo. Guardam com a mesma solenidade os dias da Ascensão, Pentecostes, Santíssima Trindade e Assunção de Nossa Senhora, o do nascimento de Nossa Senhora e da Sua Purificação, o do Natal, Epifania e todos os dias dos Apóstolos e domingos de todo o ano.
Têm dia intercalar para conta dos anos como os latinos. Os cristãos e gentios daquele reino fazem grandes festas no primeiro dia de Julho, em honra do bem-aventurado Apóstolo São Tomé. Têm mosteiros de monges que se vestem de panos pretos e da mesma ordem os há de freiras que vivem com muita observância, honestidade, castidade e pobreza tanto uns como os outros.
Os sacerdotes guardam castidade conjugal, morta a primeira esposa, não casam mais. No matrimónio, não pode haver entre eles afastamento por nenhum motivo, senão por falecimento do marido ou da esposa; bem ou mal, hão-de viver juntos até à morte. Estes costumes e crenças têm todos os cristãos que há desde Cranganor até Chormandel e Mailapur, onde jaz enterrado o Apóstolo São Tomé que pregou a Palavra de Nosso Senhor Jesus Cristo a estes de Cranganor e aos de Coulão e primeiro que a estes aos da ilha de Cocotorá como eles têm por suas lendas e livros autênticos. Para maior certeza, farei aqui menção do que Pero de Sequeira (homem a quem se pode dar crédito) me disse acerca da verificação deste Santo Apóstolo ser o primeiro que pregou a nossa fé católica naquelas partes que foi assim:
Servindo ele, no ano de 1544, o ofício de tesoureiro do Depósito em Cochim, veio ter àquela cidade um Bispo de Cranganor, de nome Jacobo, caldeu de nascimento, o qual por sua dignidade e honestidade, morava no mosteiro de Santo António, da ordem de São Francisco, onde adoeceu de enfermidade de que veio a falecer, e que Pero de Sequeira, por ter com ele alguma amizade, ia visitar muitas vezes. Este bom homem, vendo-se no extremo ponto da vida, com muita vergonha, lhe rogou que, se Deus fosse servido de o levar para si, quisesse o Pero de Sequeira usar uma esmola e caridade para com ele e com todos os cristãos da cidade de Cranganor: era que ele, por necessidade e por ser pobre, empenhara a um certo homem, que morava na serra, duas tábuas de cobre em que estavam talhados ao buril privilégios que os senhores daquela cidade deram ao bem-aventurado Apóstolo São Tomé para os cristãos que ele já então tinha convertido e para todos os que depois fossem convertidos e estas tábuas empenhara por vinte cruzados havia já alguns anos sem sua pobreza lhe dar lugar para as poder resgatar e lhe pedia, para consolação da sua alma, lhe pagasse a penhora e as guardasse porque se Deus lhe desse vida, ele lhe pagaria os vinte cruzados e morrendo o fariam os cristãos de Cranganor pelo muito que isso lhes importava.
Pero Sequeira, comovido com estas palavras, mandou um seu criado com o dinheiro, em companhia de um sacerdote, dos que acompanharam o bispo e que conhecia o homem que tinha as tábuas, que lhe trouxeram antes de falecer e por isso levou para o céu muita consolação.
Morto o bispo, Pero de Sequeira mostrou estas tábuas ao governador da Índia, que então era Martim Afonso de Sousa, que logo mandou buscar quem lesse o conteúdo delas, mas não se achou quem as entendesse pela antigüidade da escrita e evolução das línguas. Já desesperado, vieram-lhe a indicar um judeu que também vivia na serra, homem douto em muitas línguas e expert em línguas antigas, ao qual mandou as tábuas com cartas de recomendação do rei de Cochim, nas quais mandava que lhe declarasse o que elas continham. O judeu assim fez com muito trabalho porque a escrita era em três línguas – caldeu, malabar e árabe – e o estilo muito antigo, mas a substância dos privilégios não se continha em cada uma destas línguas, por si, senão em todas as três juntas, pondo uma palavra em adição caldeia e outra malabar e outra árabe. E nestas três línguas estavam as tábuas escritas e o seu texto que o judeu traduziu para a língua malabar, foi depois traduzido para a língua portuguesa.
Estas tábuas são de metal fino, de palmo e meio cada uma de comprimento e quatro dedos de largura, escritas em ambas as faces e enfiadas na parte superior com um fio de arame grosso. O que elas contêm é que “o rei que então reinava, dava de sua livre vontade ao Apóstolo São Tomé, que então residia em Cranganor, para edificar um templo naquela cidade, tantos côvados de elefante de terra em redondeza, medida que faz dez palmos que é uma braça de craveira. O Apóstolo edificou este templo no lugar que aquele rei lhe deu, que é no sítio onde está agora a nossa fortaleza, declarando mais que todos os cristãos que naquela redondeza edificassem casas, não pagassem nenhum tributo aos reis daquele reino. E ainda mais: que para sustento do templo, lhe fazia doação do quinto das mercadorias que trouxessem os mesmos cristãos àquela cidade, pela sua baía do porto que então era de grande trânsito, e este privilégio se lhes guarda até hoje.
Estas tábuas ficaram ao cuidado do mesmo Pero de Sequeira e depois do tesoureiro que o sucedeu, onde ao presente devem ainda estar; a tradução das quais mandou Pero de Sequeira em língua portuguesa ao rei D. João Terceiro que em santa glória haja e lhe foi dado, mas o que se fez desta tradução não pude saber nem se acha na Torre do Tombo, onde por razão a deveriam ter deixado como coisa digna de memória.=

Transcrita para o português actual por Maria Carmelita de Portugal

Lagos, 25 de Setembro de 2016

    



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sábado, 24 de setembro de 2016

200.º ANIVERSÁRIO DA GUARDA PAPAL DO VATICANO

SANTA MISSA POR OCASIÃO DO 200.º ANIVERSÁRIO DA GUARDA PAPAL DO VATICANO
HOMILIA DO PAPA FRANCISCO
Basílica Vaticana 
Domingo, 18 de setembro de 2016

 As leituras bíblicas deste domingo apresentam-nos três tipos de pessoas: o explorador, o trapaceiro e o homem fiel.
O explorador é aquele do qual nos fala o profeta Amós, na primeira leitura (cf. 8, 4-7): trata-se de uma pessoa obcecada por uma forma maníaca de lucro, até ao ponto de se sentir irritado e impaciente em relação aos dias litúrgicos de descanso porque interrompem o ritmo frenético do comércio. A sua única divindade é o dinheiro e o seu agir é dominado pela fraude e pela exploração. Quem paga as consequências são sobretudo os pobres e os indigentes, reduzidos à escravidão e cujo preço é igual ao de um par de sandálias (cf. v. 6).
Infelizmente é um tipo humano que se encontra em todas as épocas e até hoje existem muitos.
O trapaceiro é o homem que não conhece a fidelidade. O seu método consiste em fazer trapaças. É dele que nos fala o Evangelho, com a parábola do administrador desonesto (cf. Lc 16, 1-8). Como chegou este administrador ao ponto de enganar, de roubar ao seu patrão? De um dia para o outro? Não! Gradualmente. Talvez um dia concedendo uma gorjeta aqui, no dia seguinte com um suborno ali e assim, pouco a pouco, chega à corrupção. Na parábola, o senhor elogia o administrador desonesto pela sua astúcia (dom das trevas). Mas esta é uma astúcia totalmente mundana, fortemente pecadora que faz muito mal! Por outro lado, existe uma sabedoria cristã que leva a fazer as coisas com habilidade, mas não com o espírito do mundo: fazer as coisas com honestidade. E isto é bom! É o que diz Jesus Cristo quando convida a ser astutos como as serpentes e simples como as pombas: unir estas duas dimensões é uma graça do Espírito Santo, uma graça que devemos pedir. Até hoje existem muitos destes trapaceiros, corruptos... Impressiona-me ver como a corrupção está disseminada por toda a parte.
O terceiro é o homem fiel. Podemos encontrar o perfil do homem fiel na segunda leitura (cf. 1 Tm 2, 1-8). Com efeito, é aquele que segue Jesus Cristo, o qual se entregou a si mesmo em resgate por todos, dando o seu testemunho em conformidade com a vontade do Pai (cf. vv. 5-6). O homem fiel é um homem de oração, do dúplice sentido que reza pelo próximo (e deve rezar também e principalmente por si) e confia na prece dos outros por ele, para poder «levar uma vida calma e tranquila, digna e consagrada a Deus» (v. 2). O homem fiel pode caminhar de cabeça erguida.
Também o Evangelho nos fala do homem fiel: quem sabe ser fiel que o seja tanto nas coisas de pouca monta como nas grandes (cf. Lc 16, 10).
A Palavra de Deus leva-nos a uma escolha final: «Nenhum servidor pode servir a dois senhores: ou há-de odiar a um e amar o outro ou há-de estimar um e desprezar o outro» (Lc 16, 13). O trapaceiro gosta do engano e odeia a honestidade. O trapaceiro gosta de subornos, de pactos obscuros, daqueles acordos que se fazem na escuridão. E o pior é que ele se julga honesto. O trapaceiro gosta de dinheiro, gosta de riquezas: para ele as riquezas são um ídolo. Ele não se preocupa — como diz o profeta — em espezinhar os pobres. Os trapaceiros são aqueles que dispõem das grandes «indústrias de trabalho escravo». E hoje no mundo o trabalho escravo é um estilo de gestão.
Caros irmãos, vós que hoje celebrais a vossa missão, qual é a vossa tarefa? Vós que hoje celebrais duzentos anos de serviço, inclusive contra a fraude, contra os trapaceiros, contra os exploradores... Com as palavras de São Paulo podemos dizer: «Que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da Verdade» (1 Tm 2, 4). A vossa tarefa é evitar que se façam más acções como as do explorador e do trapaceiro. O vosso trabalho consiste em defender e promover a honestidade e, muitas vezes, sois mal pagos. Agradeço-vos a vossa vocação, estou-vos grato pelo trabalho que levais a cabo. Sei que muitas vezes deveis lutar contra as tentações de quantos vos querem «comprar» e sinto-me orgulhoso de saber que o vosso estilo é dizer: «Não, eu não faço isto». Agradeço-vos este serviço de dois séculos, enquanto desejo para todos vós que a sociedade do Estado do Vaticano, que a Santa Sé, desde o último até ao máximo, reconheçam o vosso serviço, um serviço de salvaguarda, um serviço que procura não apenas fazer com que as coisas funcionem de modo correcto, mas também de o fazer com caridade, com ternura e até arriscando a própria vida. Que o Senhor vos abençoe por tudo isto. Obrigado!


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domingo, 18 de setembro de 2016

MISSA E CANONIZAÇÃO DA BEATA MADRE TERESA DE CALCUTÁ

JUBILEU DOS OPERADORES E DOS VOLUNTÁRIOS DA MISERICÓRDIA
HOMILIA DO PAPA FRANCISCO
Praça São Pedro 
Domingo, 4 de setembro de 2016

 «Qual o homem que conhece os desígnios de Deus?» (Sab 9,13). Esta interrogação do Livro da Sabedoria que escutamos na primeira leitura, apresenta-nos a nossa vida como um mistério, cuja chave de interpretação não está em nossa posse. Os protagonistas da história são sempre dois: Deus de um lado e os homens do outro. A nossa missão é perceber a chamada de Deus e aceitar a sua vontade. Mas para aceitá-la sem hesitar, perguntemo-nos: qual é a vontade de Deus na minha vida?
No mesmo trecho do texto sapiencial encontramos a resposta: «Os homens foram instruídos no que é do Vosso agrado» (v 18). Para verificar a chamada de Deus, devemos perguntar-nos e entender o que Lhe agrada. Muitas vezes, os profetas anunciam o que é agradável ao Senhor. A sua mensagem encontra uma síntese maravilhosa na expressão: «Misericórdia quero e não sacrifício» (Os 6,6; Mt 9,13). Para Deus todas as obras de misericórdia são agradáveis porque no irmão que ajudamos, reconhecemos o rosto de Deus que ninguém pode ver (cf. Jo 1,18). E todas as vezes em que nos inclinamos às necessidades dos irmãos, damos de comer e beber a Jesus Cristo; vestimos, apoiamos e visitamos o Filho (de Deus) (cf. Mt 25,40). Em definitivo, tocamos a carne de Jesus Cristo.
Estamos chamados a pôr em prática o que pedimos na oração e professamos na . Não existe alternativa para a caridade: quem se põe ao serviço dos irmãos, embora não o saibamos, são aqueles que amam a Deus (cf. 1 Jo 3,16-18; Tg 2,14-18). A vida cristã, no entanto, não é uma simples ajuda oferecida nos momentos de necessidade. Se assim fosse, certamente seria um belo sentimento de solidariedade humana que provoca um benefício imediato, mas seria estéril porque careceria de raízes. O compromisso que o Senhor pede, pelo contrário, é o de uma vocação para a caridade com que cada discípulo de Jesus Cristo põe ao seu serviço a própria vida para crescer no amor todos os dias.
Escutamos no Evangelho que «seguiam com Jesus grandes multidões» (Lc 14,25). Hoje, a “grande multidão” é representada pelo vasto mundo do voluntariado, aqui reunido por ocasião do Jubileu da Misericórdia. Sois aquela multidão que segue o Mestre e que torna visível o seu amor concreto por cada pessoa. Repito-vos as palavras do apóstolo Paulo: «Tive grande alegria e consolação por causa do teu amor fraterno, pois reconfortaste os corações dos santos» (Flm 7). Quantos corações os voluntários confortam! Quantas mãos apoiam; quantas lágrimas enxugam; quanto amor é derramado no serviço escondido, humilde e desinteressado! Este serviço louvável dá voz à fé   dá voz a fé!   e manifesta a misericórdia do Pai que se faz próximo daqueles que passam necessidades.
Seguir Jesus Cristo é um compromisso sério e ao mesmo tempo alegre; exige radicalidade e coragem para reconhecer o divino Mestre no mais pobre e descartado da vida e colocar-se ao seu serviço. Para isso, os voluntários que servem os últimos e necessitados por amor de Jesus Cristo não esperam nenhum agradecimento ou gratificação, mas renunciam tudo isso porque encontraram o amor verdadeiro. E cada um pode dizer: “Como o Senhor veio até mim e se inclinou sobre mim na hora da necessidade assim vou ao seu encontro e me inclino sobre aqueles que perderam a fé ou vivem como se Deus não existisse, sobre os jovens sem valores e ideais, sobre as famílias em crise, sobre os enfermos e os prisioneiros, sobre os refugiados e imigrantes, sobre os fracos e desamparados no corpo e no espírito, sobre os menores abandonados à própria sorte, bem como sobre os idosos deixados sozinhos. Onde quer que haja uma mão estendida pedindo ajuda para levantar-se, ali deve estar a nossa presença e a presença da Igreja que apoia e dá esperança”. E fazê-lo com a memória viva da mão do Senhor estendida sobre mim quando eu estava por terra.
Madre Teresa, ao longo de toda a sua existência, foi uma dispensadora generosa da misericórdia divina, fazendo-se disponível a todos, através do acolhimento e da defesa da vida humana, dos nascituros e daqueles abandonados e descartados. Comprometeu-se na defesa da vida, proclamando incessantemente que «quem ainda não nasceu é o mais fraco, o menor, o mais miserável». Inclinou-se sobre as pessoas indefesas, deixadas moribundas à beira da estrada, reconhecendo a dignidade que Deus lhes dera; fez ouvir a sua voz aos poderosos da terra para que reconhecessem a sua culpa diante dos crimes  diante dos crimes!   da pobreza criada por eles mesmos. A misericórdia foi para ela o “sal” que dava sabor a todas as suas obras e a luz que iluminava a escuridão de todos aqueles que nem sequer tinham mais lágrimas para chorar pela sua pobreza e sofrimento.
A sua missão nas periferias das cidades e nas periferias existenciais permanece nos nossos dias como um testemunho eloquente da proximidade de Deus junto dos mais pobres entre os pobres. Hoje entrego a todo o mundo do voluntariado esta figura emblemática de mulher e de consagrada: que ela seja o vosso modelo de santidade! Parece-me que talvez teremos um pouco de dificuldade em chamá-la de Santa Teresa: a sua santidade é tão próxima de nós, tão tenra e fecunda que espontaneamente continuaremos a chamá-la de “Madre Teresa”. Que esta incansável agente de misericórdia nos ajude a entender mais e mais que o nosso único critério de acção é o amor gratuito, livre de qualquer ideologia e de qualquer vínculo e que é derramado sobre todos sem distinção de língua, cultura, raça ou religião. Madre Teresa gostava de dizer: «Talvez não fale a língua deles, mas posso sorrir». Levemos no coração o seu sorriso e o ofereçamos a quem encontremos no nosso caminho, especialmente àqueles que sofrem. Assim abriremos horizontes de alegria e de esperança numa humanidade tão desesperançada e necessitada de compreensão e ternura.

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domingo, 4 de setembro de 2016

Parábola sobre "O Conhecimento de Deus"

Lagos, 26 de Agosto de 2016

Hoje, no programa ECCLLESIA ouvi esta parábola de que gostei.
Parábola sobre O Conhecimento de Deus
Certo dia, o rei de um país do Médio Oriente desejou conhecer Deus e mandou publicar que seria recompensado quem lhe desse a conhecer Deus.
Foram vários os candidatos, mas nenhum o conseguiu até que chegou um pastor. O rei admirou-se de um pastor ter tal pretensão, mas isso ainda lhe aguçou mais o interesse para o pôr à prova.
- Eu quero muito conhecer Deus. Como tencionas mo dar a conhecer? – questionou ao pastor.
- Faça, Vossa Majestade, as perguntas de como gostaria de conhecer Deus. – respondeu-lhe o pastor.
- Pois bem, eu gostaria de ver Deus. – propôs-lhe o rei.
Então o pastor pediu ao rei para irem a uma varanda da qual se visse o sol. O rei assim fez. Abriu a porta envidraçada que dava para o terraço e saíram ambos os homens. O pastor fez então o seguinte desafio ao rei:
- Vossa Alteza, se quer ver Deus, olhe fixamente para o Sol.
O rei assim fez, mas rapidamente deixou de ver encandeado pela luz do sol.
- Eu não vejo! – disse o rei assustado, ao que o pastor respondeu:
- Vossa Majestade, se não vê o sol, como quer ver quem o criou? – concluiu o pastor. O rei ficou satisfeito por compreender que a Deus não se vê.
Depois o rei propôs outro desafio ao pastor:
- Se Deus está em tudo, o que estava antes de Deus?
O pastor pensou um pouco e pediu ao rei que se pusesse a contar. O rei assim fez : 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, … até que o pastor lhe disse “stop” e questionou o rei:
- Sua Alteza, começou a contar 1, 2, 3… e eu pergunto a Sua Alteza o que está antes do um”, já que começou a contar no número um?
O rei responde de imediato:
- Nada.
E o pastor conclui:
- Pois também antes de Deus não há nada.
O rei ficou muito contente porque percebeu muito bem o que o pastor quis dizer.
De seguida, o rei coloca a terceira questão ao pastor.
- O que faz Deus? – pergunta-lhe assim de repente.
O pastor pensa um pouco de que modo esclarecer o rei sobre esta questão e propõe-lhe o seguinte.
- Sua Alteza, vamos trocar de lugar. Vossa Majestade dá-me o seu manto e o trono para eu me sentar e eu dou-lhe a roupa que trago vestida e o lugar onde estou.
O rei concordou porque afinal queria era saber como o pastor se desenvencilhava da questão que lhe pôs. O pastor colocou o manto de rei sobre si e sentou-se no trono numa atitude majestática, enquanto o rei se pôs de joelhos como o pastor se encontrava para lhe dirigir a palavra.
Então, fazendo voz de rei, disse o pastor:
- Vede, meu rei, é isto que Deus faz: aos humildes exalta e aos poderosos põe de joelhos.
O rei fez um sorriso enigmático e disse ao pastor:

- Obrigado, agora já conheço Deus.=



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