sábado, 23 de fevereiro de 2013

Parábola: Os Trabalhadores da Vinha (4)


A Quaresma e o Exame de Consciência

Nesta Quaresma, venho partilhar convosco a Parábola dos Trabalhadores da Vinha e o que escutei recentemente numa homilia, da qual gostei muito e da mesma destaco:

"Ultimamente repete-se muito 'Não digas a Deus quão grandes são os teus problemas, mas diz aos teus grandes problemas quão omnipotente é Deus.'

Também destaco 'Recentemente um avião de passageiros teve um grave problema ao aterrar e foi graças ao controlo e perícia do seu piloto que o avião conseguiu aterrar sem perdas de vidas. Quando o avião estava já na pista e as portas se abriram para os passageiros saírem; estes levantaram-se dos seus lugares e ovacionaram longamente em agradecimento o piloto que lhes tinha salvado as suas vidas.
Poucos dias depois, veio a saber-se que aquele piloto tinha problemas de alcoolismo e outras dependências e sozinho não estava a conseguir põr-lhes um fim. Então alguns desses passageiros contactaram amigos e uma instituição especializada que organizou um programa adequado a este homem e à sua vida profissional e atualmente já está qase completamente recuperado.'
Recordo estes factos apenas para mencionar que todos precisamos uns dos outros, sejam eles do nosso grupo ou não; muitas vezes não são. Ninguém é autossuficiente. Aquele homem conseguiu salvar tantas vidas, mas sozinho não estava a conseguir salvar a sua."

Parábola dos Trabalhadores da Vinha

Um proprietário saiu ao romper da manhã a fim de contratar trabalhadores para a sua vinha. Ajustou com eles um denário (moeda corrente na altura na Palestina) por dia e enviou-os para a sua vinha. Saiu depois pelas nove horas, viu outros na praça que estavam sem trabalho e disse-lhes:
  • Ide também para a minha vinha e tereis o salário que for justo.
Eles foram. Saiu o proprietário de novo por volta do meio-dia e das três da tarde e fez o mesmo. Saindo pelas cinco horas da tarde encontrou ainda outros que ali estavam e perguntou-lhes:
  • Porque ficais aqui todo o dia sem trabalhar?
Responderam-lhe: - É que ninguém nos contratou.
Então o proprietário disse-lhes: - Ide também para a minha vinha.
Ao entardecer, o dono da vinha disse ao capataz: - Chama os trabalhadores e paga-lhes o salário começando pelos últimos até aos primeiros.
Vieram os das cinco horas da tarde e receberam um denário cada um. Vieram, por seu turno, os primeiros e julgaram que iam receber mais, mas receberam, também eles, um denário cada um. Depois de o terem recebido, começaram a murmurar contra o proprietário dizendo:
  • Estes últimos só trabalharam uma hora e destes-lhes a mesma paga que a nós que suportámos o cansaço do dia e o seu calor.
O proprietário respondeu a um deles:
  • Em nada te prejudico, meu amigo. Não foi um denário que nós ajustámos? Leva então o que te é devido e segue o teu caminho, pois eu quero dar a este último tanto como a ti. Ou não me será permitido dispor dos meus bens como eu entender? Será que tens inveja por eu ser bom?
Assim os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos porque muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos.” (S. Mateus 20, 1-16)

BIBLIOGRAFIA: Nova Bíblia dos Capuchinhos, Difusora Bíblica, Lisboa/Fátima, 1.ª edição: Novembro de 1998.

Comentário
A parábola Os Trabalhadores da Vinha que Jesus Cristo nos deixou, poderia ser tida em consideração nos casos de redestribuição do rendimento por parte do Estado.
Então temos um proprietário que precisa de trabalhadores para colher os produtos que a sua propriedade lhe concedeu. Os trabalhadores iniciam o seu trabalho a diferentes horas do dia e, portanto a quantidade de trabalho cedida ao patrão é diferente, mas o patrão paga igual a todos. Nós podemos perguntar:
  • Porque terá agido assim aquele proprietário, já que o normal e justo seria que ele pagasse a cada um segundo o que tivesse produzido?
Ainda hoje, passados dois mil anos, esta é uma das principais exigências dos trabalhadores certamente porque os patrões ainda estão reticentes e têm dificuldade em aceitar esta regra que foi exigida por trabalhadores a este proprietário há dois mil anos. Só que este proprietário peca, segundo os primeiros trabalhadores, por excesso, pois dá a quem trabalhou poucas horas o mesmo que a quem trabalhou o dia todo e, por isso, segundo os primeiros trabalhadores é injusto.
Então aquele proprietário é
injusto, segundo os primeiros trabalhadores;
idiota, segundo os outros proprietários (egoístas);
misericordioso, segundo os últimos trabalhadores, Deus e Jesus Cristo. Porquê? Porque cada um daqueles trabalhadores tem uma família a sustentar e despesas a pagar, como os primeiros trabalhadores, independentemente do trabalho que conseguiu arranjar.

E o Estado? Como deve ser o Estado? Um capataz justo, egoísta ou misericordioso que pensa, não apenas no desempregado, mas também no agregado familiar que depende dele?
Esta pode ser a primeira perspectiva desta parábola porque podemos encontrar outras perspectivas. Uma segunda perspectiva pode ser compararmos

o proprietário da vinha = Deus

o capataz = Jesus Cristo

os primeiros trabalhadores = os primeiros crentes a chegarem à Casa de DEUS ou do Pai;

os últimos trabalhadores = os últimos crentes a chegarem à Casa de DEUS ou do Pai.

Os primeiros crentes que chegaram à Casa de DEUS ou do Pai antes sofreram muito, foram mártires enquanto viveram na Terra, não porque Deus assim o quis, mas porque os das trevas que viviam e dominavam a Terra queriam continuar a viver no seu egoísmo e prazer e queriam Deus bem distante deles; a quem se recorre só para as necessidades.
Os últimos crentes que ressuscitaram, na Terra, passaram por menos porque, em primeiro lugar, já tinham a experiência vivida dos primeiros e isso serviu-lhes de orientação e base para continuar o seu testemunho. Também, à medida que o tempo vai passando, a fé é mais esclarecida e o relacionamento com Deus e com o Pai é mais próximo porque já têm muitos seus pares, já se relacionam mais pela solidariedade e misericórdia do que pelo egoísmo e, portanto existe uma maior protecção, um maior entendimento da missão de cada um. Também há cada vez mais pessoas de fé e convertidas e estas não praticam o mal. Então os últimos têm uma vida mais calma e tranquila relativamente aos primeiros e conhecem Deus, o Pai, o Espírito Santo, Jesus Cristo, ... e assim já conseguem perdoar as injustiças e livrar-se da vingança.
No entanto, o lugar que Deus tem para os primeiros é o mesmo que tem para os últimos: a ressurreição como pessoas livres com Jesus Cristo na Casa de Deus porque a Casa do Pai se situa na Casa de Deus.
Uma terceira perspectiva pode ser a análise da atitude dos trabalhadores. O proprietário pagou a cada um o que tinha com ele ajustado, mas os primeiros trabalhadores foram reclamar porque trabalharam mais do que os outros e os últimos sentiram-se abençoados porque aquele proprietário era generoso, compreendeu o seu dilema e foi bom.
Primeiro erro – reclamar, regatear com Deus. Ninguém tem esse direito porque só Ele é Senhor de toda a Verdade e só Ele é Justo e Jesus Cristo secunda-O. Essa atitude leva-os à expulsão e à morte, pois não podem ressuscitar porque nos seus corações não há a Lei do Amor-Comunhão, a misericórdia – condição sine qua non, mas sim o egoísmo. É por causa do seu egoísmo que reclamam com o patrão. Os últimos serão os primeiros porque, se nos primeiros abunda o sentido de justiça para si; nos últimos já abunda o amor-comunhão, a equidade, a misericórdia e o perdão porque já estavam criadas as condições para que estes se pudessem relacionar com Deus e o Pai. Estes últimos são os que alcançam (os seus corpos celestes) a ressurreição e a vida eterna com Jesus Cristo, … na construção de uma Igreja feliz na Casa de DEUS.
Como muitos dos que alcançaram a Vida cá na Terra não conseguiram perdoar quando os das trevas os tentaram; não puderam ser escolhidos, isto é, não puderam alcançar a ressurreição e foram destruídos. Assim muito poucos são aqueles que vivem eternamente na felicidade e liberdade plenas. Só aqueles que conseguem perdoar sempre, sempre e em qualquer circunstância, entregando sempre tudo o que lhe fazem de bem ou de mal a Deus por intermédio dos Seus colaboradores. Isto só se consegue porque os nosso corações são aliviados de toda a dor e recebem alegria, VIDA, amizade, perdão, misericórdia … Por nós mesmos nunca o conseguiremos. Assim é!

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