sábado, 20 de fevereiro de 2016

VIAGEM APOSTÓLICA DO PAPA FRANCISCO AO MÉXICO

SANTA MISSA
HOMILIA DO SANTO PADRE
Área da Feira de Ciudad Juárez
Quarta-feira, 17 de Fevereiro de 2016

 A glória de Deus é a vida do homem: dizia Santo Ireneu, no século II; uma afirmação que continua a ressoar no coração da Igreja. A glória do Pai é a vida dos seus filhos. Não há maior glória para um pai do que ver a realização dos seus; não há maior satisfação do que vê-los avançar, vê-los crescer e desenvolver-se. Assim o atesta a primeira Leitura que escutámos e nos falava de Nínive, uma grande cidade que se estava autodestruindo em consequência da opressão e degradação, da violência e injustiça. A grande capital tinha os dias contados, pois não era mais tolerável a violência nela gerada. Então aparece o Senhor movendo o coração de Jonas; aparece o Pai convidando e enviando o seu mensageiro. Jonas é chamado para receber uma missão: Vai lá! Porque, «dentro de quarenta dias, Nínive será destruída» (Jn 3, 4). Vai! Ajuda-os a compreender que, com esta forma de comportar-se, regular-se, organizar-se, a única coisa que estão a gerar é morte e destruição, sofrimento e opressão. Faz-lhes ver que não há vida para ninguém, nem para o rei nem para o súbdito, nem para os campos nem para o gado. Vai e anuncia que eles se habituaram de tal maneira à degradação que perderam a sensibilidade perante o sofrimento. Vai e diz-lhes que a injustiça se apoderou do seu olhar. Por isso Jonas parte; Deus envia-o para pôr em evidência o que estava a acontecer; envia-o para despertar um povo inebriado de si mesmo.
Neste texto, encontramo-nos perante o mistério da misericórdia divina. A misericórdia sempre rejeita o mal, tomando muito a sério o ser humano; sempre faz apelo à bondade de cada pessoa, mesmo que esteja adormecida, anestesiada. Longe de aniquilar, como muitas vezes pretendemos ou queremos fazê-lo, a misericórdia aproxima-se de cada situação para a transformar a partir de dentro. Isto é precisamente o mistério da misericórdia divina: aproxima-se e convida à conversão, convida ao arrependimento; convida a ver o dano que está a ser causado a todos os níveis. A misericórdia sempre entra no mal para o transformar. É o mistério de Deus nosso Pai: envia o seu Filho que penetrou no mal, fez-Se pecado para transformar o mal. Esta é a sua misericórdia.
O rei ouviu, os habitantes da cidade reagiram e foi decretado o arrependimento. A misericórdia de Deus entrou no coração, revelando e manifestando algo que é a nossa certeza e a nossa esperança: há sempre a possibilidade de mudar, estamos a tempo de reagir e transformar, modificar e alterar, converter aquilo que nos está a destruir como povo, o que nos está a degradar como humanidade. A misericórdia anima-nos a olhar o presente e confiar naquilo que, de são e bom, está escondido em cada coração. A misericórdia de Deus é o nosso escudo e a nossa fortaleza.
Jonas ajudou a ver, a tomar consciência. Que se passa depois? O seu apelo encontra homens e mulheres capazes de se arrependerem, capazes de chorar: deplorar a injustiça, deplorar a degradação, deplorar a opressão. São as lágrimas que podem abrir o caminho à transformação; são as lágrimas que podem abrandar o coração, são as lágrimas que podem purificar o olhar e ajudar a ver a espiral de pecado em que muitas vezes se está enredado. São as lágrimas que conseguem sensibilizar o olhar e a atitude endurecida e, sobretudo adormecida, perante o sofrimento alheio. São as lágrimas que podem gerar uma ruptura capaz de nos abrir à conversão. Foi assim com Pedro, depois de ter renegado Jesus Cristo; chorou e as lágrimas abriram-lhe o coração.
Hoje esta palavra ressoa vigorosamente no meio de nós; esta palavra é a voz que clama no deserto e nos convida à conversão. Neste Ano da Misericórdia, quero implorar convosco neste lugar a misericórdia divina, quero pedir convosco o dom das lágrimas, o dom da conversão.
Aqui em Ciudad Juarez, como noutras áreas fronteiriças, concentram-se milhares de migrantes da América Central e de outros países, sem esquecer tantos mexicanos que procuram também passar para «o outro lado». Uma passagem, um caminho carregado de injustiças terríveis: escravizados, sequestrados, objectos de extorsão, muitos irmãos nossos acabam vítimas do tráfico humano.
Não podemos negar a crise humanitária que, nos últimos anos, levou à migração de milhares de pessoas quer por via ferroviária ou rodoviária quer mesmo a pé, atravessando centenas de quilómetros de montanhas, desertos, caminhos inóspitos. Hoje, esta tragédia humana que é a migração forçada, tornou-se um fenómeno global. Esta crise que se pode medir em números, queremos medi-la por nomes, por histórias, por famílias. São irmãos e irmãs que partem, forçados pela pobreza e a violência, pelo narcotráfico e o crime organizado. No meio de tantas lacunas legais, estende-se uma rede que apanha e destrói sempre os mais pobres. À pobreza que já sofrem, vem juntar-se o sofrimento de todas estas formas de violência. Uma injustiça que se radicaliza ainda mais contra os jovens: como «carne de canhão», eles vêem-se perseguidos e ameaçados quando tentam sair da espiral de violência e do inferno das drogas. E que dizer de tantas mulheres a quem arrebataram injustamente a vida?
Peçamos ao Senhor Deus, o dom da conversão, o dom das lágrimas. Peçamos-Lhe a graça de ter o coração aberto, como os Ninivitas, ao seu apelo no rosto sofredor de tantos homens e mulheres. Não mais morte nem exploração! Há sempre tempo para mudar, há sempre uma via de saída e sempre há uma oportunidade, é sempre tempo para implorar a misericórdia do Pai.
Hoje, como sucedeu no tempo de Jonas, também apostamos na conversão; há sinais que se tornam luz no caminho e anúncio de salvação. Conheço o trabalho de muitas organizações da sociedade civil em favor dos direitos dos migrantes. Estou a par também do trabalho generoso de muitas irmãs religiosas, de religiosos e sacerdotes, de leigos votados ao acompanhamento e à defesa da vida. Prestam ajuda na vanguarda, muitas vezes arriscando a própria vida. Com a sua vida, são profetas de misericórdia, são o coração compreensivo e os pés da Igreja que acompanha, que abre os seus braços e apoia.
É tempo de conversão, é tempo de salvação, é tempo de misericórdia. Por isso, juntamente com o sofrimento de tantos rostos, digamos: «Pela vossa imensa compaixão e misericórdia, Senhor, tende piedade de nós (...), purificai-nos dos nossos pecados e criai em nós um coração puro, um espírito novo» (cf. Sal 51/50, 3.4.12).
E daqui, neste momento, desejo saudar também os nossos queridos irmãos e irmãs que nos acompanham em simultâneo do outro lado da fronteira, especialmente aqueles que estão congregados no Estádio da Universidade de El Paso (conhecido como o Sun Bowl) sob a guia do seu bispo, D. Mark Seitz. Com a ajuda da tecnologia, podemos rezar, cantar e celebrar juntos este amor misericordioso que o Senhor nos dá e que nenhuma fronteira nos pode impedir de partilhar. Obrigado, irmãos e irmãs de El Paso, por nos fazerdes sentir uma só família e a mesma comunidade cristã.


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Os meus filmes

1.º – As Amendoeiras em Flor e o Corridinho Algarvio.wmv           http://www.youtube.com/watch?v=NtaRei5qj9M&feature=youtu.be
2.º – O Cemitério de Lagos
3.º – Lagos e a sua Costa Dourada
4.º – Natal de 2012
5.º – Tempo de Poesia

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sábado, 13 de fevereiro de 2016

JUBILEU EXTRAORDINÁRIO DA MISERICÓRDIA

JUBILEU EXTRAORDINÁRIO DA MISERICÓRDIA
HOMILIA DO PAPA FRANCISCO
Basílica Vaticana
Quarta-feira de Cinzas, 10 de Fevereiro de 2016

 No início do caminho quaresmal, a Palavra de Deus dirige à Igreja e a cada um de nós dois convites.
O primeiro é o de são Paulo: «Reconciliai-vos com Deus!» (2 Cor 5, 20). Não é simplesmente um bom conselho paternal nem sequer apenas uma sugestão; trata-se de uma verdadeira súplica em nome de Jesus Cristo: «Em nome de Cristo, vos rogamos: reconciliai-vos com Deus!» (ibidem). Por que motivo um apelo tão solene e urgente? Porque Jesus Cristo sabe quanto somos frágeis e pecadores, conhece a debilidade do nosso coração; vê-o ferido pelo mal que cometemos e padecemos; sabe quanta necessidade temos do perdão, sabe que temos necessidade de nos sentirmos amados para fazer o bem. Sozinhos não somos capazes: por isso o Apóstolo não nos pede para fazer algo, mas para nos reconciliarmos com Deus para lhe permitir que nos perdoe, com confiança porque «Deus é maior do que o nosso coração» (1 Jo 3, 20). Ele vence o pecado e tira-nos das misérias quando lhas confiamos. Depende de nós se nos reconhecemos necessitados de misericórdia: é o primeiro passo do caminho cristão; trata-se de entrar através da porta aberta que é Jesus Cristo, onde Ele mesmo, o Salvador, nos espera e nos oferece uma vida nova e jubilosa.
Pode haver alguns obstáculos que fecham as portas do coração. Há a tentação de blindar as portas, ou seja, de conviver com o próprio pecado, minimizando-o, justificando-se sempre, pensando que não somos piores do que os outros; mas assim fecham-se as trancas da alma e permanecemos fechados dentro, prisioneiros do mal. Outro obstáculo é a vergonha de abrir a porta secreta do coração. Na realidade, a vergonha é um bom sintoma porque indica que desejamos separar-nos do mal; no entanto, nunca deve transformar-se em receio ou medo. E existe uma terceira insídia, a de nos afastarmos da porta: isto acontece quando nos escondemos nas nossas misérias, quando cogitamos continuamente, unindo entre si os aspectos negativos, a ponto de nos afundarmos nos meandros mais obscuros da alma. Então tornamo-nos até familiares com a tristeza que não queremos, desanimamos e tornamo-nos mais frágeis diante das tentações. Isto acontece porque permanecemos sozinhos connosco mesmos, fechando-nos e evitando a luz; entretanto só a graça do Senhor nos liberta. Então deixemo-nos reconciliar, ouçamos Jesus que, a quantos se sentem cansados e oprimidos, diz «vinde a mim» (Mt 11, 28). Não permaneçamos em nós mesmos, mas vamos ter com Ele! Ali há alívio e paz.
Nesta celebração estão presentes os Missionários da Misericórdia para receber o mandato de ser sinais e instrumentos do perdão de Deus. Caros irmãos, que vós possais ajudar a abrir as portas dos corações, a superar a vergonha e a não evitar a luz. Que as vossas mãos abençoem e aliviem com paternidade os irmãos e as irmãs; que através de vós o olhar e as mãos do Pai pousem sobre os filhos e curem as suas feridas!
Há um segundo convite de Deus que, por intermédio do profeta Joel, diz: «Voltai a mim com todo o vosso coração» (2, 12). Se devemos voltar, é porque nos afastamos. É o mistério do pecado: afastamo-nos de Deus, dos outros, de nós mesmos. Não é difícil dar-nos conta disto: todos nós vemos como temos dificuldade de confiar verdadeiramente e sem medo em Deus; como é árduo amar o próximo, em vez de pensar mal dele; quanto nos custa agir para o nosso verdadeiro bem, enquanto somos atraídos e seduzidos por muitas realidades materiais que esvaecem e no final nos empobrecem. Ao lado desta história de pecado, Jesus Cristo inaugurou uma história de salvação. O Evangelho que inaugura a Quaresma convida-nos a ser os seus protagonistas, abrangendo três recursos, três remédios que curam do pecado (cf. Mt 6, 1-6.16-18).
Em primeiro lugar, a oração, expressão de abertura e de confiança no Senhor: é o encontro pessoal com Ele que abrevia as distâncias criadas pelo pecado. Rezar significa dizer: «Não sou autossuficiente, tenho necessidade de ti, Tu és a minha vida e a minha salvação». Em segundo lugar, a caridade, para superar a estraneidade em relação aos outros. Com efeito, o verdadeiro amor não é um gesto exterior, não é oferecer algo de modo paternalista para sossegar a consciência, mas acolher quantos têm necessidade do nosso tempo, da nossa amizade e da nossa ajuda. É viver o serviço, vencendo a tentação de nos satisfazermos. Em terceiro lugar, o jejum, a penitência, para nos libertarmos das dependências daquilo que passa e para procurarmos ser mais sensíveis e misericordiosos. Trata-se de um convite à simplicidade e à partilha: tirar algo da nossa mesa e dos nossos bens para voltar a encontrar o verdadeiro bem da liberdade.
«Voltai a mim — diz o Senhor — voltai com todo o vosso coração»: não somente com alguns gestos externos, mas do fundo de nós mesmos. Com efeito, Jesus Cristo chama-nos a viver a oração, a caridade e a penitência com coerência e autenticidade, superando a hipocrisia. Que a Quaresma seja um tempo de benéfica «poda» da falsidade, da mundanidade e da indiferença: para não pensarmos que tudo está bem se eu estou bem; para compreendermos que o que conta não é a aprovação, a busca do sucesso ou do consenso, mas a purificação do coração e da vida; para voltarmos a encontrar a identidade cristã, ou seja, o amor que serve, não o egoísmo que se serve. Coloquemo-nos a caminho juntos, como Igreja, recebendo as Cinzas — também nós voltaremos a ser cinzas — mantendo fixo o olhar no Crucificado. Amando-nos, Ele convida-nos a deixar-nos reconciliar com Deus e a voltarmos a Ele, para nos reencontrarmos a nós mesmos.


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sábado, 6 de fevereiro de 2016

FESTA DA APRESENTAÇÃO DO SENHOR E XX JORNADA MUNDIAL DA VIDA CONSAGRADA

HOMILIA DO PAPA FRANCISCO
Basílica Vaticana
Terça-feira, 2 de Fevereiro de 2016




Diante do nosso olhar apresenta-se um acontecimento simples, humilde e grande: Maria e José levam Jesus ao templo de Jerusalém. Trata-se de uma criança como muitas, mas é única: é o Unigénito que veio para todos. Este Menino trouxe-nos a misericórdia e a ternura de Deus: Jesus constitui o semblante da Misericórdia do Pai. É este ícone que o Evangelho nos oferece no encerramento do Ano da Vida Consagrada, um ano vivido com grande entusiasmo. Agora como um rio, ele conflui no mar da misericórdia, neste imenso mistério de amor que continuamos a experimentar através do Jubileu extraordinário.
A festividade de hoje, sobretudo no Oriente, é denominada festa do encontro. Com efeito, no Evangelho que foi proclamado vemos vários encontros (cf. Lc 2, 22-40). No templo, Jesus vem ao nosso encontro, enquanto nós vamos ao seu encontro. Contemplamos o encontro com o velho Simeão, que representa a expectativa fiel de Israel e a exultação do coração pelo cumprimento das antigas promessas. Admiramos também o encontro com a idosa profetisa Ana que, ao ver o Menino, exulta de alegria e louva a Deus. Simeão e Ana representam a espera e a profecia, Jesus é a novidade e o cumprimento: Ele apresenta-se-nos como a perene surpresa de Deus; neste Menino que nasceu para todos encontram-se o passado, feito de memória e de promessa, e o futuro, repleto de esperança.
Nisto podemos ver o início da vida consagrada. Os consagrados e as consagradas são chamados, antes de tudo, a ser homens e mulheres do encontro. Com efeito, a vocação não começa a partir de um nosso programa, pensado de modo «teórico», mas de uma graça do Senhor que nos alcança, através de um encontro que muda a vida. Quem encontra realmente Jesus não pode permanecer como antes. Ele é a novidade que renova tudo. Quem vive este encontro transforma-se em testemunha e torna possível o encontro para os outros; e faz-se também promotor da cultura do encontro, evitando a auto-referencialidade, que nos leva a permanecer fechados em nós mesmos.
O trecho da Carta aos Hebreus, que ouvimos, recorda-nos que o próprio Jesus, para vir ao nosso encontro, não hesitou em compartilhar a nossa condição humana: «Porquanto os filhos participam da mesma natureza, da mesma carne e do mesmo sangue, também Ele [Cristo] se tornou partícipe» (2, 14). Jesus não nos salvou «a partir de fora», não permaneceu fora do nosso drama, mas quis participar na nossa vida. Os consagrados e as consagradas são chamados a ser um sinal concreto e profético desta proximidade de Deus, desta partilha da condição de fragilidade, de pecado e de feridas do homem do nosso tempo. Todas as formas de vida consagrada, cada uma segundo as suas características, são chamadas a estar em condição permanente de missão, compartilhando «as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem» (Gaudium et spes, 1).
O Evangelho diz-nos também que «o pai e a mãe [de Jesus] estavam admirados com aquilo que dele se dizia» (v. 33). José e Maria conservam a surpresa deste encontro, cheio de luz e de esperança para todos os povos. E também nós, como cristãos e como pessoas consagradas, somos guardiões da surpresa. Um enlevo que deve ser sempre renovado; ai da rotina na vida espiritual; ai de nós se cristalizarmos os nossos carismas numa doutrina abstracta: os carismas dos fundadores — como eu já disse outras vezes — não devem ser fechadas numa garrafa, não são peças de museu. Os nossos fundadores foram impelidos pelo Espírito e não tiveram medo de sujar as próprias mãos na vida quotidiana, com os problemas do povo, percorrendo com coragem as periferias geográficas e existenciais. Não se detiveram diante dos obstáculos e das incompreensões dos outros, porque conservaram no seu coração a surpresa do encontro com Cristo. Não domesticaram a graça do Evangelho; sempre conservaram no coração uma sadia inquietação pelo Senhor, um intenso desejo de o levar aos outros, como fizeram Maria e José no templo. Hoje, também nós somos chamados a fazer escolhas proféticas e corajosas.
Enfim, da festa de hoje nós aprendemos a viver a gratidão pelo encontro com Jesus e pelo dom da vocação para a vida consagrada. Agradecimento, acção de graças: Eucaristia. Como é bonito quando encontramos o rosto feliz de pessoas consagradas, talvez já numa idade avançada como Simeão ou Ana, contentes e cheias de gratidão pela própria vocação. Esta é uma palavra que pode resumir tudo aquilo que vivemos neste Ano da Vida Consagrada: gratidão pela dádiva do Espírito Santo, que anima sempre a Igreja através dos vários carismas.
O Evangelho conclui-se com esta expressão: «O menino crescia e fortificava-se: estava cheio de sabedoria e a graça de Deus estava com Ele» (v. 40). Possa o Senhor Jesus, pela intercessão maternal de Maria, crescer em nós, aumentando em cada um o desejo do encontro, a preservação da surpresa e a alegria da gratidão. Então, também outros serão atraídos pela sua luz e poderão encontrar a misericórdia do Pai.




Saudação do Santo Padre no final da Santa Missa, no adro da Basílica de São Pedro:
Muito obrigado, caros irmãos e irmãs consagrados! Participastes na Eucaristia num clima ou pouco fresco, mas o coração arde!
Obrigado por concluirmos assim, todos juntos, este Ano da Vida Consagrada. Ide em frente! Cada um de nós ocupa um lugar, desempenha uma tarefa na Igreja. Por favor, não vos esqueçais da primeira vocação, do primeiro apelo. Fazei memória! E com o mesmo amor com o qual fostes chamados, hoje o Senhor continua a interpelar-vos. Não diminuais, não abaixeis aquela beleza, aquela surpresa do primeiro chamamento. E depois continuai a trabalhar. É bom continuar. O principal é rezar. O «núcleo» da vida consagrada é a oração: rezar! E assim envelhecer, mas envelhecer como o vinho bom!
Digo-vos algo. Gosto muito de me encontrar com religiosas ou religiosos idosos, mas com os olhos que reluzem, porque conservam aceso o fogo da vida espiritual. Aquele fogo não se apagou, não se apagou! Ide em frente hoje, todos os dias, e continuai a trabalhar e a olhar para o porvir com esperança, pedindo sempre ao Senhor que nos mande novas vocações, de tal modo que a nossa obra de consagração possa progredir. A memória: não vos esqueçais da primeira chamada! O trabalho de todos os dias e depois a esperança de ir em frente e semear o bem, a fim de que quantos vierem atrás de nós possam receber a herança que nós lhes deixaremos.
Agora, oremos a Nossa Senhora.
Ave Maria... [Bênção].
Boa noite e rezai por mim!



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