sábado, 25 de junho de 2016

Apontar o Dedo

Lagos, 18 de Junho de 2016
sobre Apontar o Dedo
Hoje, no programa “Olhar o Mundo”, escutei uma estória, mas muito verdadeira que me deixou fascinada pela capacidade dos antigos de falar por parábolas. Era mais ou menos assim:
“Numa planície da América do Norte, habitava uma tribo e nela havia um menino de sete anos muito curioso e observador. Ele observou que aquele homem que ele conhecia desde sempre e que era um bom homem, muito amigo e sempre pronto a ajudar, bom pai andava ultimamente a ser perseguido por um jovem que parece sentia sempre prazer em o humilhar e provocar. O homem, desta vez decidiu reagir e pôr um ponto final naquela situação. Quando o jovem se aproximou para o agarrar e molestar, ele agarrou-lhe no braço com ambas as mãos, fê-lo rodopiar e atirou-o ao chão onde este ficou sem se mexer.
O menino não conseguia compreender como o homem tinha reagido daquela maneira agressiva e decide ir pedir esclarecimento ao chefe da tribo.
ü Grande Chefe, porque é que há homens bons e homens maus?
Ø Sabes, é que nós temos dentro de nós lobos: lobos bons e lobos maus.
ü E porque é que os homens bons, às vezes, podem ser maus?
Ø Porque cada um de nós tem um lobo bom e um lobo mau dentro de si e cada um deles tenta dominar o homem.
ü E qual deles é que ganha o homem: o lobo bom ou o lobo mau?

Ø Isso depende de o homem alimentar mais o lobo bom ou o lobo mau”.
Ø Grande Chefe, o Raposa Cinzenta é …
Ø Espera, antes de apontares o dedo a alguém pensa bem! Sabes, quando se está a apontar um dedo a alguém, três dedos estão a ser apontados para ti.  
O menino baixou os olhos e pensou. Ele não tinha nada de mal que lhe pudesse ser apontado, disse para consigo; olhou novamente para a sua mão e o dedo que aponta. ”É verdade que tenho três dedos apontados para mim. O Grande Chefe é que sabe!” - disse para si.
Levantou-se pesaroso e, de cabeça baixa, foi caminhando para a sua tenda. = 



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VIAGEM APOSTÓLICA DO PAPA FRANCISCO À ARMÉNIA

SANTA MISSA
HOMILIA DO SANTO PADRE
Praça Vartanants em Gyumri
Sábado, 25 de junho de 2016

 «Levantarão os antigos escombros, restaurarão as cidades destruídas» (Is 61, 4). Nestes lugares, amados irmãos e irmãs, podemos dizer que se realizaram as palavras do profeta Isaías que ouvimos. Depois das devastações terríveis do terramoto, estamos aqui hoje para dar graças a Deus por tudo o que foi reconstruído.
Mas poderíamos também questionar-nos: Que nos convida o Senhor a construir hoje na vida? E sobretudo: Sobre que alicerce nos chama a construir a nossa vida? Procurando responder a esta pergunta, gostaria de propor-vos três alicerces estáveis sobre os quais podemos incansavelmente edificar e reedificar a vida cristã.
O primeiro alicerce é a memória. Uma graça que devemos pedir é a de saber recuperar a memória, a memória daquilo que o Senhor realizou em nós e por nós: trazer à mente que Ele, como diz o Evangelho de hoje, não nos esqueceu, mas «recordou-Se» (Lc 1, 72) de nós: escolheu-nos, amou-nos, chamou-nos e perdoou-nos; na nossa história pessoal de amor com ele, houve grandes acontecimentos que se devem reavivar com a mente e o coração. Mas há também outra memória a salvaguardar: a memória do povo. De facto, os povos têm uma memória como as pessoas. E a memória do vosso povo é muito antiga e preciosa. Nas vossas vozes, ressoam as dos Santos sábios do passado; nas vossas palavras, há o eco de quem criou o vosso alfabeto com a finalidade de anunciar a Palavra de Deus; nos vossos cânticos, misturam-se os gemidos e as alegrias da vossa história. Pensando em tudo isto, certamente podereis reconhecer a presença de Deus: Ele não vos deixou sozinhos. Mesmo no meio de adversidades tremendas, poderemos dizer, com o Evangelho de hoje, que o Senhor visitou o vosso povo (cf. Lc 1, 68): recordou-Se da vossa fidelidade ao Evangelho, das primícias da vossa fé, de todos aqueles que testemunharam, mesmo à custa do sangue, que o amor de Deus vale mais que a vida (cf. Sal 63, 4). É bom para vós poderdes lembrar, com gratidão, que a fé cristã se tornou a respiração do vosso povo e o coração da sua memória.
E a  constitui também a esperança para o vosso futuro, a luz no caminho da vida, sendo ela o segundo alicerce de que gostaria de vos falar. Há sempre um perigo que pode fazer esmorecer a luz da fé: é a tentação de a reduzir a algo do passado, algo importante mas próprio de outros tempos, como se a fé fosse um belo livro de miniaturas que se deve conservar num museu. Mas ela, se for encerrada nos arquivos da história, perde a sua força transformadora, a sua vivacidade, a sua abertura positiva aos outros. Ao contrário, a fé nasce e renasce do encontro vivificante com Jesus Cristo, da experiência da sua misericórdia que ilumina todas as situações da vida. Far-nos-á bem reavivar cada dia este encontro vivo com o Senhor. Far-nos-á bem ler a Palavra de Deus e abrir-nos, em silenciosa oração, ao seu amor. Far-nos-á bem deixar que o encontro com a ternura do Senhor acenda a alegria no coração: uma alegria maior do que a tristeza, uma alegria que perdura mesmo no meio da dor, transformando-se em paz. Tudo isto renova a vida, torna-a livre e dócil às surpresas, pronta e disponível para o Senhor e para os outros. E pode acontecer também que Jesus Cristo nos chame a segui-Lo mais de perto, a entregar a vida a Ele e aos irmãos: se vos convidar, especialmente a vós jovens, não tenhais medo, dizei-Lhe «sim». Ele conhece-nos, ama-nos de verdade e deseja libertar o coração dos fardos do medo e do orgulho. Abrindo espaço a Ele, tornamo-nos capazes de irradiar amor. Desta forma, podereis dar continuidade à vossa grande história de evangelização, de que a Igreja e o mundo precisam nestes tempos conturbados, mas que são também os tempos da misericórdia.
O terceiro alicerce, depois da memória e da fé, é precisamente o amor misericordioso: é sobre esta rocha, a rocha do amor recebido de Deus e oferecido ao próximo, que se baseia a vida do discípulo de Jesus Cristo. E é vivendo a caridade que rejuvenesce e se torna atraente o rosto da Igreja. O amor concreto é o cartão-de-visita do cristão: outras maneiras de se apresentar podem ser enganadoras e até inúteis, pois todos saberão que somos seus discípulos por isto: se nos amarmos uns aos outros (cf. Jo 13, 35). Somos chamados, antes de mais nada, a construir e reconstruir incansavelmente vias de comunhão, a edificar pontes de união e a superar as barreiras de separação. Que os crentes dêem sempre o exemplo, colaborando entre si no respeito recíproco e no diálogo, sabendo que «a única competição possível entre os discípulos do Senhor é a de verificar quem é capaz de oferecer o amor maior» [João Paulo II, Homilia, 27 de setembro de 2001:Insegnamenti, XXIV/2 (2001), 478].
Na primeira leitura, o profeta Isaías recordou-nos que o espírito do Senhor repousa sobre quem leva a boa-nova aos miseráveis, cura as chagas dos corações despedaçados e consola os aflitos (cf. 61, 1-2). Deus habita no coração de quem ama; Deus habita onde se ama, especialmente onde se cuida, com coragem e compaixão, dos frágeis e dos pobres. Há tanta necessidade disto: há necessidade de cristãos que não se deixem abater pelas fadigas nem desanimem com as adversidades, mas estejam disponíveis e abertos, prontos a servir; há necessidade de homens de boa vontade que efetivamente, e não apenas em palavras, ajudem os irmãos e as irmãs em dificuldade; há necessidade de sociedades mais justas, onde cada um possa gozar de vida digna a começar por um trabalho justamente remunerado.
Entretanto poderíamos questionar-nos: Como é possível tornar-se misericordioso, com todos os defeitos e misérias que cada um vê dentro de si e ao seu redor? Gostaria aqui de me inspirar num exemplo concreto, num grande arauto da misericórdia divina, que propus à atenção de todos ao incluí-lo entre os Doutores da Igreja universal: São Gregório de Narek, palavra e voz da Arménia. É difícil encontrar alguém como ele, capaz de medir as misérias abissais que se podem esconder no coração do ser humano. Mas ele sempre colocou em diálogo as misérias humanas e a misericórdia de Deus, elevando uma ardente súplica feita de lágrimas e confiança no Senhor, «dador dos dons, a bondade por natureza (...), voz de consolação, anúncio de conforto, impulso de alegria, (...) ternura incomparável, misericórdia transbordante, (...) beijo de salvação» (Livro das lamentações, 3,1), na certeza de que «jamais é ofuscada pelas trevas da ira a luz da [sua] misericórdia» (ibid., 16, 1). Gregório de Narek é um mestre de vida porque nos ensina que é importante, em primeiro lugar, reconhecermo-nos necessitados de misericórdia e depois, perante as misérias e as feridas que individuarmos, não nos fecharmos em nós mesmos, mas abrir-nos, com sinceridade e confiança, ao Senhor, «Deus vizinho, ternura de Bondade» (ibid., 17, 2), «cheio de amor pelo homem, (...) fogo que queima o restolho do pecado» (ibid., 16, 2).
Por fim gostaria de invocar, com as suas palavras, a misericórdia divina e o dom de nunca nos cansarmos de amar: Espírito Santo, «poderoso protector, intercessor e pacificador, nós Vos dirigimos as nossas súplicas (...). Concedei-nos a graça de nos estimularmos à caridade e às boas obras (...). Espírito de doçura, de compaixão, de amor pelo ser humano e de misericórdia, (...) Vós que nada mais sois senão misericórdia, (...) tende piedade de nós, Senhor nosso Deus, segundo a vossa grande misericórdia» (Hino de Pentecostes).

No final desta Celebração, desejo expressar viva gratidão ao Catholicos Karekin II e ao Arcebispo Minassian pelas amáveis palavras que me dirigiram, bem como ao Patriarca Ghabroyan e aos Bispos presentes, aos sacerdotes e às Autoridades que nos acolheram.
Agradeço a todos vós que viestes participar, chegando a Gyumri de diferentes regiões e mesmo da vizinha Geórgia. Quero, de modo particular, saudar aqueles que, com tanta generosidade e amor concreto, ajudam os necessitados. Penso sobretudo no hospital de Ashotsk, inaugurado há vinte e cinco anos e conhecido como o «Hospital do Papa»: nascido do coração de São João Paulo II, é ainda uma presença muito importante e próxima de quem sofre; penso nas obras animadas pela comunidade católica local, pelas Irmãs Arménias da Imaculada Conceição e pelas Missionárias da Caridade da Beata Madre Teresa de Calcutá.
Que a Virgem Maria, nossa Mãe, sempre vos acompanhe e guie os passos de todos pelo caminho da fraternidade e da paz. 


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sábado, 18 de junho de 2016

JUBILEU DOS DOENTES E DAS PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIÊNCIA

JUBILEU EXTRAORDINÁRIO DA MISERICÓRDIA
HOMILIA DO PAPA FRANCISCO
Praça São Pedro
Domingo, 12 de junho de 2016

 «Estou crucificado com Jesus Cristo; já não sou eu que vivo, mas é Jesus Cristo que vive em mim» (Gal 2, 19). O apóstolo Paulo usa palavras muito fortes para expressar o mistério da vida cristã: tudo se resume ao dinamismo pascal de morte e ressurreição recebido no Baptismo. De facto, cada um, pela imersão na água, é como se tivesse morrido e fosse sepultado com Jesus Cristo (cf. Rm 6, 3-4) e, quando reemerge dela, manifesta a vida nova no Espírito Santo. Esta condição de renascidos envolve a vida inteira, em todos os seus aspectos; também a doença, o sofrimento e a morte ficam inseridos em Jesus Cristo, encontrando n’Ele o seu sentido último. No dia de hoje, jornada jubilar dedicada a todos aqueles que carregam os sinais da doença e da deficiência, esta Palavra de vida tem uma ressonância especial na nossa assembleia.
Na realidade todos nós, mais cedo ou mais tarde, somos chamados a encarar e, às vezes, a lutar contra as fragilidades e as doenças, nossas e alheias. E como são diferentes os rostos com que se apresentam estas experiências, tão típica e dramaticamente humanas! Mas sempre nos colocam, de forma mais aguda e premente, a questão do sentido da vida. Perante isso, no nosso íntimo, pode algumas vezes sobrevir uma atitude cínica, como se fosse possível resolver tudo suportando ou contando apenas com as próprias forças; outras vezes, pelo contrário, coloca-se toda a confiança nas descobertas da ciência, pensando que certamente deverá haver, nalgum lugar da Terra, um remédio capaz de curar a doença. Infelizmente não é assim e ainda que existisse tal remédio, seria acessível a muito poucas pessoas.
A natureza humana, ferida pelo pecado, traz inscrita em si mesma a realidade da limitação. Conhecemos a objecção que se levanta, sobretudo nestes tempos, à vista de uma vida marcada por graves limitações físicas; considera-se que é impossível ser feliz uma pessoa enferma ou deficiente porque incapaz de realizar o estilo de vida imposto pela cultura do prazer e da diversão. Num tempo como o nosso, em que o cuidado do corpo se tornou um mito de massa e consequentemente um negócio, aquilo que é imperfeito deve ser ocultado porque atenta contra a felicidade e a serenidade dos privilegiados e põe em crise o modelo dominante. É melhor manter tais pessoas segregadas em qualquer «recinto» – eventualmente dourado – ou em «reservas» criadas por um compassivo assistencialismo para não estorvar o ritmo dum bem-estar falso. Por vezes chega-se a sustentar que é melhor desembaraçar-se o mais rapidamente possível de tais pessoas porque se tornam um encargo financeiro insuportável em tempos de crise. Na realidade, porém como é grande a ilusão em que vive o homem de hoje, quando fecha os olhos à enfermidade e à deficiência! Não compreende o verdadeiro sentido da vida, que inclui também a aceitação do sofrimento e da limitação. O mundo não se torna melhor quando se compõe apenas de pessoas aparentemente «perfeitas» (para não dizer «maquilhadas»), mas quando crescem a solidariedade, a mútua aceitação e o respeito entre os seres humanos. Como são verdadeiras as palavras do Apóstolo: «O que há de fraco no mundo é que Deus escolheu para confundir o que é forte» (1 Cor 1, 27)!
O Evangelho deste domingo (Lc 7, 36 – 8, 3) apresenta também uma situação particular de fraqueza. A mulher pecadora é julgada e marginalizada pelos circunstantes, mas Jesus Cristo acolhe-a e defende-a «porque muito amou» (v. 47). Tal é a conclusão de Jesus Cristo, atento como está ao sofrimento e às lágrimas daquela pessoa. A sua ternura é sinal do amor que Deus reserva àqueles que sofrem e são excluídos. Não existe apenas o sofrimento físico; entre as patologias mais frequentes nos dias de hoje conta-se uma que tem a ver precisamente com o espírito: é um sofrimento que envolve a alma tornando-a triste porque carente de amor. A patologia da tristeza. Quando se experimenta a decepção ou a traição nas relações importantes, então descobrimo-nos vulneráveis, fracos e sem defesas. Consequentemente torna-se muito forte a tentação de se fechar em si mesmo e corre-se o risco de perder a ocasião da vida: amar apesar de tudo. Amar apesar de tudo.
Aliás a felicidade que deseja cada um pode exprimir-se de muitos modos, mas só é possível alcançá-la se se for capaz de amar. Esta é a estrada. É sempre uma questão de amor, não há outra estrada. O verdadeiro desafio é o de quem ama mais. Quantas pessoas com deficiência e enfermas se reabrem à vida, logo que descobrem que são amadas! E quão grande amor pode brotar de um coração, mesmo só através de um sorriso! A terapia do sorriso. Então a própria fragilidade pode tornar-se conforto e apoio para a nossa solidão. Jesus Cristo, na sua paixão, amou-nos até ao fim (cf. Jo 13, 1); na cruz, revelou o Amor que se dá sem limites. Que poderíamos nós censurar a Deus, nas nossas enfermidades e tribulações, que não esteja já impresso no rosto do seu Filho crucificado? Ao seu sofrimento físico, juntam-se a zombaria, a marginalização e a lástima, enquanto Ele responde com a misericórdia que a todos acolhe e perdoa: «fomos curados pelas suas chagas» (Is 53, 5; 1 Ped 2, 24). Jesus Cristo é o médico que cura com o remédio do amor porque toma sobre Si o nosso sofrimento e redime-o. Sabemos que Deus pode compreender as nossas enfermidades porque Ele mesmo foi pessoalmente provado por elas (cf. Heb 4, 15).
O modo como vivemos a doença e a deficiência é indicação do amor que estamos dispostos a oferecer. A forma como enfrentamos o sofrimento e a limitação é critério da nossa liberdade em dar sentido às experiências da vida, mesmo quando nos parecem absurdas e não merecidas. Por isso, não nos deixemos turbar por estas tribulações (cf. 1 Ts 3, 3). Sabemos que, na fraqueza, podemos tornar-nos fortes (cf. 2 Cor 12, 10) e receber a graça de completar em nós o que falta dos sofrimentos de Jesus Cristo em favor do seu corpo que é a Igreja (cf. Col 1, 24); um corpo que, à imagem do corpo do Senhor ressuscitado, conserva as chagas, sinal da dura luta que trava, mas chagas transfiguradas para sempre pelo Amor.


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sábado, 11 de junho de 2016

SANTA MISSA E CANONIZAÇÃO DOS BEATOS ESTANISLAU DE JESUS MARIA E MARIA ELIZABETH HESSELBLAD


HOMILIA DO PAPA FRANCISCO
Praça São Pedro 
Domingo, 5 de junho de 2016

 A Palavra de Deus que ouvimos conduz-nos para o acontecimento central da fé: a vitória de Deus sobre o sofrimento e a morte. É o Evangelho da esperança que brota do mistério pascal de Jesus Cristo, que irradia do seu rosto, revelador de Deus Pai consolador dos aflitos. É uma Palavra que nos chama a permanecer intimamente unidos à paixão de Jesus Cristo Nosso Senhor, para que se manifeste em nós o poder da sua ressurreição.
Realmente, na Paixão de Jesus Cristo, temos a resposta de Deus ao grito angustiado e, às vezes, indignado que a experiência do sofrimento e da morte suscita em nós. É preciso não fugir da Cruz, mas permanecer lá, como fez a Virgem Mãe que, sofrendo juntamente com Jesus Cristo, recebeu a graça de esperar para além de toda a esperança (cf. Rm 4, 18).
Esta foi também a experiência de Estanislau de Jesus Maria e de Maria Isabel Hesselblad que hoje são proclamados Santos: permaneceram intimamente unidos à paixão de Jesus Cristo e neles manifestou-se o poder da sua ressurreição.
A primeira leitura e o Evangelho deste domingo apresentam-nos precisamente dois sinais prodigiosos de ressurreição: o primeiro realizado pelo profeta Elias; o segundo, por Jesus Cristo. Nos dois casos, os mortos são filhos ainda muito novos de mulheres viúvas, os quais são devolvidos, vivos, à respectiva mãe.
A viúva de Sarepta – uma mulher não-judia que no entanto hospedara em sua casa o profeta Elias – está indignada com o profeta e com Deus porque, precisamente enquanto Elias estava lá hospedado, o bebé dela adoecera e agora expirou nos seus braços. Então Elias disse àquela mulher: «Dá-me o teu filho» (1 Re 17, 19). Esta é uma palavra-chave: exprime a atitude de Deus face à nossa morte (em todas as suas formas). Não diz: «Fica com ela, arranja-te!»; mas: «Dá-ma a Mim». Com efeito, o profeta toma o menino e leva-o para o quarto de cima e lá sozinho, em oração, «luta com Deus», fazendo-Lhe ver o absurdo daquela morte. E o Senhor escutou a voz de Elias porque, na realidade, era Ele próprio a falar e agir no profeta. Era Ele que, pela boca de Elias, dissera à mulher: «Dá-me o teu filho». E agora era Ele que o devolvia, vivo, à mãe.
A ternura de Deus revela-se plenamente em Jesus Cristo. Ouvimos narrar, no Evangelho (Lc 7, 11-17), como Ele sentiu «grande compaixão» (v. 13) por aquela viúva de Naim, na Galileia, que acompanhava à sepultura o seu único filho, ainda adolescente. Mas Jesus Cristo aproxima-Se, toca no caixão, para o cortejo fúnebre e certamente terá acariciado o rosto banhado de lágrimas daquela pobre mãe. «Não chores» – diz-lhe Ele (Lc 7, 13), como se lhe pedisse: «Dá-me o teu filho». Jesus Cristo pede para Si mesmo a nossa morte, para nos libertar e devolver-nos a vida. E de facto, aquele rapaz acordou como que de um sono profundo e começou novamente a falar. E Jesus Cristo «entregou-o à sua mãe» (v. 15). Não é um mago! É a ternura de Deus incarnada; n’Ele actua a imensa compaixão do Pai.
E uma espécie de ressurreição se dá também com o apóstolo Paulo, que de inimigo e perseguidor feroz dos cristãos se torna testemunha e arauto do Evangelho (cf. Gal 1, 13-17). Esta mudança radical não foi obra dele, mas dom da misericórdia de Deus que o «escolheu» e «chamou pela sua graça» e, «nele», quis revelar o seu Filho para que O anunciasse entre os gentios (vv. 15-16). Paulo diz que aprouve a Deus revelar o Filho não só a ele, mas nele, isto é, quase imprimindo na sua pessoa, carne e espírito, a morte e a ressurreição de Jesus Cristo. Assim o apóstolo será não só um mensageiro, mas antes de tudo uma testemunha.
E também com os pecadores, um a um, Jesus Cristo não cessa de fazer resplandecer a vitória da graça que dá a vida. E hoje, como todos os dias, diz à Mãe-Igreja: «Dá-me os teus filhos» que somos todos nós. Toma sobre Si os nossos pecados, tira-no-los e devolve-nos, vivos, à própria Igreja. E isto acontece de maneira especial durante este Ano Santo da Misericórdia.
Hoje, a Igreja mostra-nos dois dos seus filhos que são testemunhas exemplares deste mistério de ressurreição. Ambos podem cantar eternamente, com as palavras do salmista: «Vós convertestes o meu pranto em festa; Senhor, meu Deus, eu Vos louvarei para sempre» (Sal 30/29, 12). E todos juntos, unimos as nossas vozes, dizendo: «Eu Vos louvarei, Senhor, porque me salvastes» (refrão do Salmo Responsorial).


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