sábado, 30 de abril de 2016

JUBILEU DOS ADOLESCENTES

JUBILEU EXTRAORDINÁRIO DA MISERICÓRDIA
HOMILIA DO PAPA FRANCISCO
Praça São Pedro
Domingo, 24 de Abril de 2016


 «Por isto é que todos conhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros» (Jo 13, 35).
Queridos adolescentes, que grande responsabilidade nos confia hoje o Senhor! Diz-nos que as pessoas reconhecerão os discípulos de Jesus Cristo pelo modo como se amam entre si. Por outras palavras, o AMOR é o bilhete de identidade do cristão, é o único «documento» válido para sermos reconhecidos como discípulos de Jesus Cristo. O único documento válido. Se este documento perde a validade e não se volta a renová-lo, deixamos de ser testemunhas do Mestre. Por isso vos pergunto: Quereis acolher o convite de Jesus Cristo para ser seus discípulos? Quereis ser seus amigos fiéis? O verdadeiro amigo de Jesus Cristo distingue-se essencialmente pelo amor concreto; não um amor «nas nuvens», não; o amor concreto que brilha na sua vida. O amor é sempre concreto. Quem não é concreto e fala de amor, faz uma telenovela, um romance televisivo. Quereis viver este amor que Ele nos dá? Quereis ou não? Procuremos então frequentar a sua escola, que é uma escola de vida, para aprender a amar. E este é um trabalho de todos os dias: aprender a amar.
Antes de mais nada, amar é belo, é o caminho para sermos felizes. Mas não é fácil: é exigente, requer esforço. Pensemos, por exemplo, quando recebemos uma prenda: isto torna-nos felizes; mas, para preparar aquela prenda, houve pessoas generosas que dedicaram tempo e esforço; e assim dando-nos algo, deram-nos também um pouco de si mesmas, algo de que souberam privar-se. Pensemos também na prenda que vos deram os vossos pais e animadores, permitindo-vos vir a Roma para este Jubileu que vos é consagrado. Projetaram, organizaram, prepararam tudo para vós: e isto dava-lhes alegria, embora tenham talvez renunciado a uma viagem para eles. Esta é a dimensão concreta do amor. De facto, amar quer dizer dar... e não só coisas materiais, mas algo de nós mesmos: o próprio tempo, a própria amizade, as próprias capacidades.
Olhemos para o Senhor que é imbatível em generosidade. D'Ele recebemos tantos dons e, todos os dias, deveremos agradecer-Lhe... Gostaria de vos perguntar: Agradeceis ao Senhor todos os dias? Mesmo que nos esqueçamos, Ele não Se esquece de nos oferecer cada dia um dom especial; não se trata de uma prenda que se possa ter materialmente nas mãos e usar, mas de um dom maior, um dom para a vida. Que nos oferece o Senhor? Oferece-nos uma amizade fiel, dom de que nunca nos privará. O Senhor é o amigo para sempre. Mesmo se O decepcionas e te afastas d'Ele, Jesus Cristo continua a amar-te e a permanecer junto de ti, continua a crer em ti mais de quanto crês tu em ti próprio. Esta é a dimensão concreta do amor que Jesus Cristo nos ensina. E isto é muito importante! Pois a principal ameaça que impede de crescer como se deve, é ninguém se importar contigo – e isto é triste - é quando sentes que te deixam de lado. Ao contrário, o Senhor está sempre contigo e sente-Se contente em estar contigo. Como fez com os seus jovens discípulos, fixa-te nos olhos e chama-te para O seguir, «fazer-te ao largo» e «lançar as redes» confiado na sua palavra, ou seja, a pôr a render os teus talentos na vida, juntamente com Ele, sem medo. Jesus Cristo espera pacientemente por ti, aguarda uma resposta, espera o teu «sim».
Queridos adolescentes, na vossa idade, surge também em vós, de modo novo, o desejo de vos afeiçoardes e de receberdes afecto. Se fordes assíduos à escola do Senhor, Ele ensinar-vos-á a tornar mais belos também o afecto e a ternura. Colocar-vos-á no coração um intuito bom: querer bem sem me apoderar, amar as pessoas sem querer possuí-las, mas deixando-as livres. Pois o amor é livre! Não existe verdadeiro amor que não seja livre! É a liberdade que nos deixa o Senhor quando nos ama. Ele sempre está perto de nós. De facto, existe sempre a tentação de poluir o afecto com a pretensão instintiva de agarrar, «possuir» aquilo de que se gosta e isto é egoísmo. A própria cultura consumista agrava esta tendência. Mas, se se aperta muito uma coisa, esta mirra-se, estraga-se: depois fica-se decepcionado, com um vazio dentro. Se ouvirdes a voz do Senhor, revelar-vos-á o segredo da ternura: cuidar da outra pessoa, o que significa respeitá-la, protegê-la e esperar por ela. E essa é a dimensão concreta da ternura e do amor.
Nestes anos de juventude, sentis também um grande desejo de liberdade. Muitos dir-vos-ão que ser livre significa fazer aquilo que se quer. Mas a isto é preciso saber dizer não. Se tu não sabes dizer não, não és livre. Livre é aquele que sabe dizer sim e sabe dizer não. A liberdade não é poder fazer sempre aquilo que me apetece: isto torna-nos fechados, distantes, impede-nos de ser amigos abertos e sinceros; não é verdade que, quando eu estou bem, tudo está bem. Não, não é verdade. Ao contrário, a liberdade é o dom de poder escolher o bem: esta é a liberdade. E é livre quem escolhe o bem, quem procura aquilo que agrada a Deus, ainda que custe; não é fácil. Mas penso que vós, jovens, não tendes medo dos esforços, sois corajosos! Só com opções corajosas e fortes é que se realizam os sonhos maiores, os sonhos pelos quais vale a pena gastar a vida. Opções corajosas e fortes! Não vos contenteis com a mediocridade, com «deixar correr» ficando cómodos e sentados; não vos fieis de quem vos distrai da verdadeira riqueza que sois vós, dizendo que a vida só é bela se se possuir muitas coisas; desconfiai de quem quer fazer-vos crer que valeis quando vos mascarais de fortes, como os heróis dos filmes, ou quando vestis pela última moda. A vossa felicidade não tem preço nem se comercializa; não é uma "app" que se descarrega no telemóvel: nem a versão mais actualizada vos poderá ajudar a tornar-vos livres e grandes no amor. A liberdade é outra coisa.
Com efeito, o amor é o dom livre de quem tem o coração aberto; o amor é uma responsabilidade, mas uma responsabilidade maravilhosa que dura toda a vida; é o compromisso diário de quem sabe realizar grandes sonhos. Ai dos jovens que não sabem sonhar, que não ousam sonhar! Se um jovem, na vossa idade, não é capaz de sonhar, já se aposentou, não serve. O amor nutre-se de confiança, respeito, perdão. O amor não se realiza falando dele, mas quando o vivemos: não é uma poesia suave que se aprende de memória, mas uma opção de vida a pôr em prática! Como podemos crescer no amor? Também nisto o segredo é o Senhor: Jesus Cristo dá-Se-nos a Si mesmo na Missa, oferece-nos o perdão e a paz na Confissão. Aí aprendemos a acolher o seu Amor, a assumi-lo, a repô-lo em circulação no mundo. E quando parece exigente amar, quando é difícil dizer não àquilo que é errado, erguei os olhos para a cruz de Jesus Cristo, abraçai-a e não largueis a sua mão que vos conduz para o alto e vos levanta quando caís. Na vida, sempre se cai porque somos pecadores, somos fracos. Mas temos a mão de Jesus Cristo que nos ergue, que nos levanta. Jesus Cristo quer-nos de pé! Aquela bela palavra que Jesus Cristo dizia aos paralíticos: «Levanta-te». Deus criou-nos para estarmos de pé. Existe uma bela canção que os alpinos cantam quando sobem. A canção diz assim: «na arte de subir, importante não é o não cair, mas o não permanecer caído»! Ter a coragem de levantar-se, de nos deixarmos reerguer pela mão de Jesus. E esta mão muitas vezes chega até nós pela mão de um amigo, pela mão dos pais, pela mão daqueles que nos acompanham na vida. O próprio Jesus em pessoa está ali. Levantai-vos! Deus quer-nos de pé, sempre de pé!
Sei que sois capazes de gestos de grande amizade e bondade. Sois chamados a construir o futuro assim: juntamente com os outros e para os outros, jamais contra outro qualquer! Não se constrói «contra»: isto chama-se destruição. Fareis coisas maravilhosas se vos preparardes bem já desde agora, vivendo plenamente esta vossa idade tão rica de dons e sem ter medo do esforço. Fazei como os campeões desportivos, que alcançam altas metas treinando-se, humilde e duramente, todos os dias. O vosso programa diário sejam as obras de misericórdia: treinai-vos com entusiasmo nelas para vos tornardes campeões de vida, campeões de amor! Assim sereis reconhecidos como discípulos de Jesus Cristo. Assim tereis o bilhete de identidade de cristãos. E garanto-vos: a vossa alegria será completa!

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5.º – Tempo de Poesia

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sábado, 23 de abril de 2016

ORDENAÇÕES SACERDOTAIS

HOMILIA DO PAPA FRANCISCO
Basílica Vaticana
Domingo 17 de Abril de 2016

 Caríssimos irmãos!
Estes nossos filhos e irmãos foram chamados à ordem do presbiterado. Como bem sabeis o Senhor Jesus Cristo é o único Sumo Sacerdote do Novo Testamento, mas n’Ele também todo o povo santo de Deus foi constituído povo sacerdotal. Todavia entre todos os seus discípulos, o Senhor Jesus Cristo quer escolher alguns deles em particular para que, exercendo publicamente na Igreja em seu nome o ofício sacerdotal a favor de todos os homens e mulheres, continuem a sua missão pessoal de mestre, sacerdote e pastor.
Depois de madura reflexão, estamos agora para elevar à ordem dos presbíteros estes nossos irmãos, a fim de que ao serviço de Jesus Cristo, Mestre, Sacerdote, Pastor cooperem para edificar o Corpo de Cristo que é a Igreja em Povo de Deus e Templo santo do Espírito.
Com efeito, eles serão configurados com Jesus Cristo Sumo e Eterno Sacerdote, isto é, serão consagrados como verdadeiros sacerdotes do Novo Testamento e com este título, que os une no sacerdócio ao seu Bispo, serão pregadores do Evangelho, Pastores do Povo de Deus e presidirão às acções de culto, especialmente na celebração do sacrifício do Senhor.
Quanto a vós, filhos e irmãos dilectíssimos que estais para ser promovidos à ordem do presbiterado, considerai que, exercendo o ministério da Sagrada Doutrina, participareis da missão de Jesus Cristo, único Mestre. Dispensai a todos a Palavra de Deus, aquela Palavra que vós próprios recebestes com alegria. Fazei memória da vossa história, daquele dom da Palavra que o Senhor vos concedeu através da mãe, da avó — como diz são Paulo — dos catequistas e de toda a Igreja. Lede e meditai assiduamente a Palavra do Senhor para acreditar naquilo que lestes, ensinar o que aprendestes na fé e viver quanto ensinastes.
Por conseguinte, que a vossa doutrina seja alimento para o Povo de Deus, o perfume da vossa vida seja alegria e amparo para os fiéis de Jesus Cristo, a fim de que com a palavra e com o exemplo — palavra e exemplo caminham juntos — edifiqueis a casa de Deus que é a Igreja. Continuareis a obra santificadora de Jesus Cristo. Mediante o vosso ministério, o sacrifício espiritual dos fiéis é tornado perfeito porque unido ao sacrifício de Jesus Cristo que pelas vossas mãos, em nome de toda a Igreja, é oferecido de maneira incruenta sobre o altar na celebração dos Santos Mistérios.
Portanto reconhecei aquilo que fazeis. Imitai o que celebrais para que, participando do mistério da morte e ressurreição do Senhor, leveis a morte de Jesus Cristo nos vossos membros e caminheis com Ele em novidade de vida. Tende em vós mesmos a morte de Jesus Cristo e caminhai com Jesus Cristo em novidade de vida. Sem a cruz nunca encontrareis o verdadeiro Jesus e uma cruz sem Cristo não tem sentido.
Com o Baptismo agregareis novos fiéis ao Povo de Deus. Com o Sacramento da Penitência perdoareis os pecados em nome de Jesus Cristo e da Igreja. E, por favor, em nome do mesmo Jesus Cristo, o Senhor, e em nome da Igreja, peço-vos que sejais misericordiosos, muito misericordiosos. Com o óleo santo dareis alívio aos enfermos. Celebrando os ritos sagrados e elevando nas várias horas do dia a oração de louvor e de súplica, sereis a voz do Povo de Deus e da humanidade inteira.
Cientes de terdes sido escolhidos entre os homens. Escolhidos, não vos esqueçais disto. Escolhidos! Foi o Senhor quem vos chamou, um por um. Escolhidos entre os homens e constituídos em seu favor e não em meu favor!
Em comunhão filial com o vosso Bispo, comprometei-vos a unir os fiéis numa única família — para os conduzir a Deus Pai por meio de Jesus Cristo no Espírito Santo. Tende sempre diante dos olhos o exemplo do Bom Pastor que não veio para ser servido, mas para servir; para procurar e salvar aquilo que estava perdido.


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sábado, 16 de abril de 2016

MISSA NO "CENTRO ALETTI"

Papa Francisco
MISSA NO "CENTRO ALETTI"
Capela "Redemptoris Mater"
sexta-feira, abril 8, 2016
[ Multimedia ]

 (A partir de: L'Osservatore Romano , E todos os dias, Ano CLVI, n.082, 2016/04/10)
A estrada de serviço
O caminho do cristão não é para alpinistas ou aqueles que seguem o deus do dinheiro e buscam oportunidades de se mostrarem na frente dos outros: o testemunho de Jesus Cristo pede humildade, humilhação, mesmo perseguição e sofrimento. O Papa Francisco lembrou durante a missa celebrada no Vaticano, na capela Redemptoris Mater na tarde desta sexta-feira, 8 de Abril. 
A ocasião foi oferecida pelo vigésimo quinto aniversário do centro de estudo e pesquisa Ezio Aletti, fundado pelo jesuíta Marko Ivan Rupnik imediatamente após a queda dos regimes comunistas na Europa Oriental e os vinte anos de vida do Ateliê de Arte Espiritual ligado ao Centro e denominado em memória do Cardeal Tomáš Špidlík. Entre os muitos concelebrantes estavam o Pai Rupnik (autor, entre outras coisas, dos mosaicos que decoram a capela no Palácio Apostólico) e o jesuíta Milan Zust, superior da comunidade religiosa do Centro. Havia cerca de oitenta pessoas.
Após a liturgia do dia, o Papa continuou a sua reflexão iniciada em missas recentes celebradas em Santa Marta e aprofundou o conceito de testemunho cristão. Um testemunho que - como também apontou pela passagem dos Actos dos Apóstolos que narra a prisão de Pedro e João, após a cura do homem coxo em Jerusalém - leva a graça do Espírito Santo. Ninguém pode dar testemunho sozinho. Juntamente com o Espírito, o cristão também será capaz de sofrer afronta e perseguição no ensino e proclamando que Jesus é o Cristo.
Não devemos - explicou o Papa - pensar numa espécie de espiritualidade masoquista que acolhe o sofrimento e a dor, mas temos de reconhecer e fazer a sua própria espiritualidade do Reino de Deus, que é encontrada em Jesus Cristo que nunca toma a estrada da glória: quando eles querem fazê-lo rei, ele retirou-se para a montanha. O seu exemplo é o da humildade, do despojamento, do serviço: somente aqueles que seguem este caminho podem encontrar paz e felicidade. Portanto mesmo aqueles que não são chamados a viver a experiência da perseguição e derramar o sangue pela fé e ainda vivem tranquilamente sem julgar, em mansidão, humanamente falando, perdem e não ganham. Em suma, numa hipotética "declaração", o testemunho é sempre uma perda. Mas, além disso, não se é cristão a ganhar posições aos olhos do mundo.
A lição, concluiu ele, é Maria. Neste sentido, Francisco contou como ele gosta de recitar o rosário diante do ícone de Nossa Senhora e do Menino, em que Maria parece estar no centro, quando na verdade ela usa as mãos como uma espécie de escada através da qual Jesus pode descer para ser um de nós. O centro é sempre Jesus Cristo que desceu para caminhar com os homens. Aí você está convidado a seguir o mesmo caminho do serviço.


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sábado, 9 de abril de 2016

JUBILEU DA DIVINA MISERICÓRDIA

JUBILEU DA DIVINA MISERICÓRDIA
HOMILIA DO PAPA FRANCISCO
Praça São Pedro
Domingo, 3 de Abril de 2016

 «Muitos outros sinais miraculosos realizou ainda Jesus Cristo na presença dos seus discípulos, que não estão escritos neste livro» (Jo20, 30). O Evangelho é o livro da misericórdia de Deus que havemos de ler e reler porque tudo o que Jesus Cristo disse e fez é expressão da misericórdia do Pai. Nem tudo, porém foi escrito; o Evangelho da misericórdia permanece um livro aberto, onde se há-de continuar a escrever os sinais dos discípulos de Jesus Cristo, gestos concretos de amor, que são o melhor testemunho da misericórdia. Todos somos chamados a tornar-nos escritores viventes do Evangelho, portadores da Boa Nova a cada homem e mulher de hoje. Podemos fazê-lo praticando as obras corporais e espirituais de misericórdia que são o estilo de vida do cristão. Através destes gestos simples e vigorosos, mesmo se por vezes invisíveis, podemos visitar aqueles que passam necessidade, levando a ternura e a consolação de Deus. Deste modo damos continuidade ao que fez Jesus Cristo no dia de Páscoa quando derramou nos corações assustados dos discípulos a misericórdia do Pai, efundindo sobre eles o Espírito Santo que perdoa os pecados e dá a alegria.
Mas, na narração que ouvimos, aparece um contraste evidente: por um lado, temos o medo dos discípulos que fecham as portas da casa; por outro, temos a missão, por parte de Jesus Cristo que os envia ao mundo para levarem o anúncio do perdão. O mesmo contraste se pode verificar também em nós: uma luta interior entre o fechamento do coração e a chamada do amor para abrir as portas fechadas e sair de nós mesmos. Jesus Cristo, que por amor entrou nas portas fechadas do pecado, da morte e da mansão dos mortos, deseja entrar também em cada um para abrir de par em par as portas fechadas do coração. Ele que venceu, com a ressurreição, o medo e o temor que nos algemam, quer escancarar as nossas portas fechadas e enviar-nos. A estrada que o Mestre ressuscitado nos aponta é estrada de sentido único, segue-se apenas numa direcção: sair de nós mesmos, sair para testemunhar a força sanadora do amor que nos conquistou. Muitas vezes vemos, diante de nós, uma humanidade ferida e assustada que tem as cicatrizes do sofrimento e da incerteza. Hoje, face ao seu doloroso clamor de misericórdia e paz, ouçamos como que dirigido a cada um de nós o convite feito confiadamente por Jesus Cristo: «Assim como o Pai Me enviou também Eu vos envio a vós (Jo 20, 21).
Cada doença pode encontrar na misericórdia de Deus um auxílio eficaz. Com efeito, a sua misericórdia não se detém à distância: quer vir ao encontro de todas as pobrezas e libertar de tantas formas de escravidão que afligem o nosso mundo. Quer alcançar as feridas de cada um para medicá-las. Ser apóstolos de misericórdia significa tocar e acariciar as suas chagas, presentes hoje também no corpo e na alma de muitos dos seus irmãos e irmãs. Ao cuidar destas chagas, professamos Jesus Cristo, tornamo-Lo presente e vivo; permitimos a outros que palpem a sua misericórdia e O reconheçam. Eis a missão que nos é confiada. Inúmeras pessoas pedem para ser escutadas e compreendidas. O Evangelho da misericórdia que se deve anunciar e escrever na vida, procura pessoas com o coração paciente e aberto, «bons samaritanos» que conhecem a compaixão e o silêncio perante o mistério do irmão e da irmã; pede servos generosos e alegres que amam gratuitamente sem nada pretender em troca.
«A paz esteja convosco!» (Jo 20, 21): é a saudação que Jesus Cristo leva aos seus discípulos; é a mesma paz que esperam os homens e mulheres do nosso tempo. Não é uma paz negociada nem a suspensão de algo errado: é a sua paz, a paz que brota do coração do Ressuscitado, a paz que venceu o pecado, a morte e o medo. É a paz que não divide, mas une; é a paz que não nos deixa sozinhos, mas faz-nos sentir acolhidos e amados; é a paz que sobrevive no sofrimento e faz florescer a esperança. Esta paz, como no dia de Páscoa, nasce e renasce sempre do perdão de Deus que tira a ansiedade do coração. Ser portadora da sua paz: esta é a missão confiada à Igreja no dia de Páscoa. Nascemos em Jesus Cristo como instrumentos de reconciliação para levar a todos o perdão do Pai, para revelar o seu rosto de amor nos sinais da misericórdia.
No Salmo Responsorial, foi proclamado: «O seu amor é para sempre» (118/117, 2). É verdade, a misericórdia de Deus é eterna; não acaba, não se esgota, não se dá por vencida diante das portas fechadas e nunca se cansa. Neste «para sempre», encontramos apoio nos momentos de provação e fraqueza porque temos a certeza de que Deus não nos abandona: permanece connosco para sempre. Agradecemos-Lhe este amor tão grande que nos é impossível compreender. É tão grande! Peçamos a graça de nunca nos cansarmos de tomar a misericórdia de Deus e levá-la pelo mundo: peçamos para ser misericordiosos, a fim de irradiar por todo o lado a força do Evangelho, para escrever aquelas páginas do Evangelho que o apóstolo João não escreveu.

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