domingo, 16 de outubro de 2016

SANTA MISSA E CANONIZAÇÃO DOS BEATOS

SANTA MISSA E CANONIZAÇÃO DOS BEATOS
Salomão Leclercq, José Sanchez del Río, Manuel González García, Ludovico Pavoni,
Afonso Maria Fusco, José Gabriel del Rosario Brochero, Elisabete da Santíssima Trindade
HOMILIA DO PAPA FRANCISCO
Praça São Pedro
Domingo, 16 de outubro de 2016

 Ao princípio da celebração de hoje, dirigimos esta oração ao Senhor: «Criai em nós um coração generoso e fie, para podermos servir-Vos, sem cessar, com lealdade e pureza de espírito» (Oração Coleta).
Sozinhos, não somos capazes de formar em nós um coração assim; só Deus pode fazê-lo e, por isso, Lho pedimos na oração, Lho suplicamos como um dom, como uma «criação» d’Ele. Desta forma, fomos introduzidos no tema da oração que aparece no centro das leituras bíblicas deste domingo e nos interpela também a nós aqui reunidos para a canonização de alguns Novos Santos e Santas. Estes alcançaram a meta, tiveram um coração generoso e fiel, graças à oração: rezaram com todas as forças, lutaram e venceram.
Rezaram… como Moisés que foi sobretudo homem de Deus, homem de oração. Hoje, no episódio da batalha contra Amalec, vemo-lo de pé no cimo da colina com os braços erguidos; mas de vez em quando, com o peso, caíam-lhe os braços e, nesses momentos, o povo perdia; então Aarão e Hur fizeram Moisés sentar-se numa pedra e sustentavam os seus braços erguidos até à vitória final.
Este é o estilo de vida espiritual que a Igreja nos pede: não para vencer a guerra, mas para vencer a paz!
No episódio de Moisés, há uma lição importante: o compromisso da oração exige que nos apoiemos uns aos outros. O cansaço é inevitável; por vezes, já não a conseguimos fazer, mas, com o apoio dos irmãos, a nossa oração pode continuar até que o Senhor leve a bom termo a sua obra.
Escrevendo a Timóteo, seu discípulo e colaborador, São Paulo recomenda-lhe que permaneça firme naquilo que aprendeu e crê firmemente (cf. 2 Tm 3, 14). Contudo também Timóteo não o conseguiria sozinho: não se vence a «batalha» da perseverança sem a oração. Não uma oração esporádica, intermitente, mas feita como Jesus Cristo ensina no Evangelho de hoje: «orar sempre, sem desfalecer» (Lc 18, 1). Esta é a maneira cristã de agir: ser firme na oração para se manter firme na fé e no testemunho. Entretanto, dentro de nós, surge uma voz: «Mas, Senhor, como é possível não nos cansarmos? Somos seres humanos; o próprio Moisés se cansou!» É verdade, cada um de nós cansa-se. Mas não estamos sozinhos, fazemos parte de um Corpo. Somos membros do Corpo de Jesus Cristo, a Igreja, cujos braços estão dia e noite erguidos para o céu, graças à presença de Jesus Cristo ressuscitado e do seu Espírito Santo. E só na Igreja e graças à oração da Igreja é que podemos permanecer firmes na fé e no testemunho.
Ouvimos a promessa de Jesus Cristo no Evangelho: Deus fará justiça aos seus eleitos que a Ele clamam dia e noite (cf. Lc 18, 7). Eis o mistério da oração: grita, não te canses e, se te cansares, pede ajuda para manteres as mãos erguidas. Esta é a oração que Jesus Cristo nos revelou e deu no Espírito Santo. Rezar não é refugiar-se num mundo ideal, não é evadir-se numa falsa tranquilidade egoísta. Pelo contrário, rezar é lutar e deixar que o próprio Espírito Santo reze em nós. É o Espírito Santo que nos ensina a rezar, guia na oração e faz rezar como filhos.
Os Santos são homens e mulheres que se entranham profundamente no mistério da oração. Homens e mulheres que lutam mediante a oração, deixando rezar e lutar neles o Espírito Santo; lutam até ao fim, com todas as suas forças e vencem, mas não sozinhos: o Senhor vence neles e com eles. Também estas sete testemunhas que hoje foram canonizadas, travaram o bom combate da fé e do amor através da oração. Por isso permaneceram firmes na fé, com o coração generoso e fiel. Que Deus nos conceda também a nós, pelo exemplo e intercessão delas, ser homens e mulheres de oração; gritar a Deus dia e noite, sem nos cansarmos; deixar que o Espírito Santo reze em nós e orar, apoiando-nos mutuamente para permanecermos com os braços erguidos até que vença a Misericórdia Divina.


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domingo, 9 de outubro de 2016

JUBILEU MARIANO

JUBILEU EXTRAORDINÁRIO DA MISERICÓRDIA
HOMILIA DO PAPA FRANCISCO
Praça São Pedro 
Domingo, 9 de outubro de 2016

 O Evangelho deste domingo convida-nos a reconhecer, com maravilha e gratidão, os dons de Deus. Ao longo da estrada que O leva à morte e à ressurreição, Jesus Cristo encontra dez leprosos que vêm ao seu encontro, param à distância e gritam o seu infortúnio àquele homem em quem a fé deles intuiu um possível salvador: «Jesus, Mestre, tem misericórdia de nós!» (Lc 17, 13). Estão doentes e procuram alguém que os cure. Em resposta, Jesus Cristo disse-lhes que fossem apresentar-se aos sacerdotes que, segundo a Lei, estavam encarregados de constatar uma eventual cura. Desta forma, não Se limita a fazer uma promessa, mas põe à prova a sua fé. Pois, naquele momento, os dez ainda não estão curados; recuperam a saúde enquanto vão a caminho, depois de ter obedecido à palavra de Jesus Cristo. Então todos, cheios de alegria, se apresentam aos sacerdotes e seguem depois pela sua estrada, mas esquecendo o Doador, ou seja, o Pai que os curou por meio de Jesus Cristo, seu Filho feito homem.
Apenas uma excepção: um samaritano, um estrangeiro que vive marginalizado do povo eleito, quase um pagão. Este homem não se contenta com ter obtido a cura através da sua própria , mas faz com que uma tal cura atinja a sua plenitude, voltando atrás para expressar a sua gratidão pelo dom recebido, reconhecendo em Jesus Cristo o verdadeiro Sacerdote que, depois de o ter erguido e salvado, pode fazê-lo caminhar, acolhendo-o entre os seus discípulos.
Como é importante saber agradecer, saber louvar por tudo aquilo que o Senhor faz por nós! Assim podemos perguntar-nos: somos capazes de dizer obrigado? Quantas vezes dizemos obrigado em família, na comunidade, na Igreja? Quantas vezes dizemos obrigado a quem nos ajuda, a quem está ao nosso lado, a quem nos acompanha na vida? Muitas vezes consideramos tudo como se nos fosse devido! E isto acontece também com Deus. É fácil ir ter com o Senhor para Lhe pedir qualquer coisa, mas voltar para Lhe agradecer... Por isso Jesus Cristo sublinha fortemente a falta dos nove leprosos ingratos: «Não foram dez os que ficaram purificados? Onde estão os outros nove? Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, senão este estrangeiro?» (Lc 17, 17-18).
Nesta Jornada Jubilar, é-nos proposto um modelo – antes, o modelo – a contemplar: Maria, a nossa Mãe. Depois de ter recebido o anúncio do Anjo, Ela deixou brotar do seu coração um cântico de louvor e agradecimento a Deus: «A minha alma glorifica o Senhor....» Peçamos a Nossa Senhora que nos ajude a entender que tudo é dom de Deus e a saber agradecer: então – garanto-vos eu – a nossa alegria será completa. Só aquele que sabe agradecer, experimenta a plenitude da alegria.
Para saber agradecer, é preciso também a humildade. Na primeira Leitura, ouvimos o caso singular de Naamã, comandante do exército do rei da Síria (cf. 2 Re 5, 14-17). Está leproso; para se curar, aceita a sugestão de uma pobre escrava e confia-se aos cuidados do profeta Eliseu que, para ele, é um inimigo. Naamã, porém, está disposto a humilhar-se. E dele, Eliseu não pretende nada; manda-o apenas mergulhar na água do rio Jordão. Esta exigência deixa Naamã perplexo, até mesmo contrariado: poderá porventura ser verdadeiramente um Deus, Aquele que pede coisas tão banais? E estava para voltar a casa, mas depois aceita mergulhar no Jordão e imediatamente fica curado.
O coração de Maria, mais do que qualquer outro, é um coração humilde e capaz de acolher os dons de Deus. E para Se fazer homem, Deus escolheu-A precisamente a Ela, uma jovem simples de Nazaré que não vivia nos palácios do poder e da riqueza, que não realizou feitos extraordinários. Interroguemo-nos – far-nos-á bem – se estamos dispostos a receber os dons de Deus ou preferimos antes fechar-nos nas seguranças materiais, nas seguranças intelectuais, nas seguranças dos nossos projectos.
É significativo que Naamã e o samaritano sejam dois estrangeiros. Quantos estrangeiros, incluindo pessoas de outras religiões, nos dão exemplo de valores que nós, às vezes, esquecemos ou negligenciamos! É verdade; quem vive a nosso lado, talvez desprezado e marginalizado porque estrangeiro, pode-nos ensinar como trilhar o caminho que o Senhor quer. Também a Mãe de Deus, juntamente com o esposo José, experimentou a separação da sua terra. Por muito tempo, também Ela foi estrangeira no Egipto, vivendo longe de parentes e amigos. Mas a sua fé soube vencer as dificuldades. Conservemos intimamente esta fé simples da Santíssima Mãe de Deus; peçamos-Lhe a graça de saber voltar sempre a Jesus Cristo e dizer-Lhe o nosso obrigado pelos inúmeros benefícios da sua misericórdia.


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domingo, 2 de outubro de 2016

SANTA MISSA NA IGREJA DA IMACULADA

SANTA MISSA NA IGREJA DA IMACULADA
HOMILIA DO SANTO PADRE
Centro salesiano-Baku
Domingo, 2 de outubro de 2016


A palavra de Deus mostra-nos os aspectos essenciais da vida cristã, hoje, que são dois: e serviço. Falando de fé, são abordados dois pedidos especiais de Deus.
O primeiro é que o profeta Habacuc, pedia a Deus para intervir e restabelecer a justiça e paz que homens têm quebrado com violência, brigas e contendas: "quanto tempo, ó Senhor, ele diz, vou pedir ajuda e não ser atendido?» (Ab 1,2). Deus, respondendo-nos, não intervém directamente, não resolve a situação de forma abrupta, não está presente à força. Pelo contrário, convida-o a esperar pacientemente, sem nunca perder a esperança; sobretudo, salienta a importância da . Porque o homem viverá pela sua fé (cf. Ab 2,4). Assim Deus faz connosco também: não assegura os nossos desejos de mudar o mundo e os outros imediatamente e continuamente, mas acima de tudo visa curar o coração, o meu coração, o teu coração, o coração de cada um; Deus muda o mundo, mudando os nossos corações e Ele não pode fazer isto sem nós. O senhor deseja, de facto, que abramos a porta do coração, a fim de poder entrar nas nossas vidas. E esta abertura para Ele, esta confiança n’Ele é precisamente "a vitória que venceu o mundo: a nossa fé" (1 Jo 5,4). Porque, quando Deus encontra um coração aberto e confiante, pode realizar maravilhas.
Mas ter fé, uma fé viva, não é fácil e então surge o segundo pedido, aquele que, no Evangelho, os apóstolos fazem ao Senhor, “Aumenta a nossa fé! " (Lc 17,6). É um bom pedido, uma oração que nós também podemos endereçar a Deus todos os dias. Mas a resposta divina é surpreendente e mesmo assim fica o pedido: "se tivesses fé...” É Ele que nos pede para termos fé. Porque a fé, que é um dom de Deus, deve sempre ser pedida e também cultivada da nossa parte. Não é uma força mágica que desce do céu, não um "dote" que se recebe uma vez para sempre e nem mesmo é um superpoder que serve para resolver os problemas da vida. Porque uma fé útil para satisfazer as nossas necessidades seria uma fé egoísta, toda centrada em nós. A não deve ser confundida com o estar bem ou sentir-se bem, com o ser confortado no ânimo porque temos um pouco de paz no coração. A fé é o fio de ouro que nos une ao Senhor, a pura alegria de estar com Ele, de estar unido a Ele; é o dom que vale a vida inteira, mas que dá frutos, se fizermos a nossa parte.
E qual é a nossa parte? Jesus Cristo faz-nos perceber que é o serviço. No Evangelho, de facto, o Senhor faz imediatamente às palavras sobre o poder da fé seguir aquelas palavras do serviço. Fé e serviço não podem ser separados, na verdade estão intimamente ligados, atados, juntos. Para me explicar, gostaria de usar uma imagem para vós muito familiar, que é a de um lindo tapete: os vossos tapetes são autênticas obras de arte e provêm de uma história muito antiga. Mesmo a vida cristã de cada um de vós vem de longe; é um dom que recebemos na Igreja e que vem do coração de Deus, nosso Pai, que quer fazer de cada um de nós uma obra-prima da criação e da história. Cada tapete, como bem sabem, é todo tecido de acordo com a urdidura e a trama; só com esta estrutura, o conjunto resulta bem composto e harmonioso. Assim é com a vida cristã: vai sendo todos os dias pacientemente tecida numa trama e urdidura bem definidas: a trama da fé e a urdidura do serviço. Quando a fé se liga ao serviço, o coração permanece aberto e jovem e se expande a fazer o bem. Então a fé, como Jesus Cristo diz no Evangelho, torna-se poderosa, faz maravilhas. Para caminharmos por esta estrada, agora madura e tornada forte, a condição é manter-se sempre a unida ao serviço.
Mas o que é o serviço? Podemos pensar que consiste apenas em ser fiel às suas funções ou fazer boas obras. Mas para Jesus Cristo é muito mais do que isso. No Evangelho de hoje, Ele nos pede, mesmo com palavras muito fortes, radicais, uma disponibilidade total, uma vida totalmente disponível, sem cálculo e sem ajuda. Porque é Jesus Cristo tão exigente? Porque Ele nos amou assim, sendo nosso servidor "até ao fim" (Jo 13,1), vindo "para servir e dar a Sua vida" (Mc 10,45). E isto acontece todas as vezes que celebramos a Eucaristia: o Senhor está no meio de nós e, portanto nós podemos oferecer-nos para servi-lo e amá-lo. É sempre Ele que nos precede, servindo-nos e amando-nos mais do que podemos imaginar e merecer. Ele nos dá a Sua própria vida. E convida-nos a imitá-lo, dizendo "se alguém me quiser servir, siga-me" (Jo 12,26).
Portanto, não somos chamados a servir apenas para obter uma recompensa, mas para imitar Jesus Cristo que se tornou nosso servidor por Amor. E não somos chamados para servir a cada momento, mas para viver servindo. O serviço é então um estilo de vida que engloba em si todo o estilo de vida cristão: servir a Deus na adoração e na oração; estar aberto e disponível; amar concretamente o próximo; esforçar-se ansiosamente para o bem comum.
Não faltam para os crentes as tentações que nos levam para longe do estilo de serviço e acabam por tornar a vida sem serviço. Aqui também podemos destacar duas: uma é deixar arrefecer o coração. Um coração morno fecha-se numa vida preguiçosa e sufoca o fogo do Amor. Quem é tépido, vive para satisfazer uma vida confortável, que nunca está o suficiente e nunca está satisfeito; gradualmente acaba por se conformar com uma vida de mediocridade. O tépido reserva a Deus e aos outros "percentagens" do seu tempo e do seu coração sem nunca exagerar, tentando sempre desviar-se. Assim a sua vida perde sabor: torna-se como um chá que foi muito bom, mas que, depois de arrefecido, já não se consegue beber. No entanto, estou convencido de que vós, olhando para os exemplos daqueles que vos precedem na fé, não vão deixar arrefecer o coração. Toda a Igreja que tem por vós uma simpatia especial, vos olha e incentiva: sois um pequeno rebanho tão precioso aos olhos de Deus!
Uma segunda tentação, na qual se pode cair não porque se é passivo, mas porque se é "muito activo": a do pensar dos mestres, ocupados apenas para ganhar crédito e ser alguém. Assim o serviço torna-se um meio, não um fim porque o fim é alcançar o prestígio; em seguida, vem o poder, o desejo de ser grande. «Entre vós - recorda Jesus Cristo a todos nós – não seja assim: mas quem quiser tornar-se grande entre vós, faça-se vosso servidor "(Mt 20,26). Assim se edifica e embeleza a Igreja. Retomo a imagem do tapete, aplicando-a à vossa bela Comunidade: cada um de vós é como um lindo fio de seda, mas apenas se estiverem bem entrançados os fios individuais se pode criar uma bela composição; sozinhos, não se consegue. Permaneçam sempre unidos, vivendo humildemente em caridade e alegria; o Senhor que cria harmonia nas diferenças, cuidará de vós.
Que nos ajude a intercessão da Imaculada Virgem e dos Santos, especialmente de Santa Teresa de Calcutá, cujos frutos de fé e serviço estão no meio de vós. Acolhamos algumas das suas palavras maravilhosas que resumem a mensagem de hoje: "o fruto da fé é o Amor. O fruto do amor é o Serviço. O fruto do serviço é a Paz» (O Caminho Simples, introdução).


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VIAGEM APOSTÓLICA DO PAPA FRANCISCO NA GEÓRGIA E NO AZERBAIJÃO

SANTA MISSA
HOMILIA DO SANTO PADRE
Estádio M. Meskhi-Tbilissi
Sábado, 1 de outubro de 2016


Entre os muitos tesouros deste belo país destaca-se o grande valor das mulheres. Elas ", escreveu a Santa Teresinha do Menino Jesus, cuja memória fazemos hoje – ' amam a Deus em número muito superior ao dos homens" (escritos autobiográficos, manuscrito A, 66). Cá na Geórgia, são muitas as avós e mães que continuam a preservar e transmitir a fé, semeada nesta terra por Santo Nino e trazem a água fresca da consolação de Deus em tantas situações de conflito e de deserto.
Isto nos ajuda a compreender a beleza do que o Senhor nos diz na Primeira Leitura de hoje: «como a mãe conforta o seu filho, eu vos consolarei "(Is 66,13). Como uma mãe toma sobre si as amarguras e trabalhos dos seus filhos assim Deus ama tomar conta dos nossos pecados e das nossas preocupações; Ele, que nos conhece e nos ama infinitamente, é sensível à nossa oração e sabe secar as nossas lágrimas. Protegendo-nos, sempre se comove e enternece com amor visceral porque, além do mal de que somos capazes, somos seus filhos; deseja pegar-nos em seus braços, proteger-nos, libertar-nos dos perigos e do mal. Deixemos ressoar em nossos corações estas palavras que hoje nos são dirigidas: "Como mãe, eu vos consolarei."
O consolo de que precisamos, entre as turbulências e vicissitudes da vida, é a presença de Deus no nosso coração. Porque a Sua presença em nós é a fonte da verdadeira consolação, que permanece, que nos livra do mal, traz a paz e faz crescer a alegria. Por este motivo, se queremos viver consolados, precisamos dar espaço ao Senhor nas nossas vidas. E para que o senhor habite permanentemente em nós, temos de abrir a porta e não mantê-lo fora de nós. São os portões da Consolação que devemos manter sempre abertos porque Jesus Cristo ama lá entrar: o Evangelho lido todos os dias e trazido sempre connosco, a oração silenciosa e de adoração, a Confissão, a Eucaristia. Por estes portões, o Senhor entra e dá um novo sabor às coisas. Mas quando a porta do coração se fecha, a sua Luz não vem e permanecemos no escuro. Então nos acostumamos ao pessimismo, a coisas que não vão embora, a realidades que nunca mudam. E acabamos por nos fecharmos na tristeza, no sótão da angústia, só dentro de nós. Se, pelo contrário, abrimos as portas da consolação de par em par, entra a luz do Senhor!
Mas Deus não nos conforta somente no coração; o profeta Isaías de facto acrescenta: "Em Jerusalém serão consolados " (66,13). Em Jerusalém, a cidade de Deus, na Comunidade: quando estamos unidos, quando há comunhão entre nós, a consolação de Deus age. Na Igreja há consolo, é a Casa da Consolação: aqui é que Deus deseja consolar. Podemos nos questionar: eu, que estou na Igreja, sou portador da Consolação de Deus? Sei aceitar os outros como hóspedes e consolar quem vejo cansado e decepcionado? Mesmo quando submetidos à aflições e fechamentos, o cristão é sempre chamado a infundir esperança a quem se demitiu de viver, a reanimar aqueles que estão desanimados, a trazer a luz de Jesus Cristo, o calor da Sua presença, o restauro do Seu perdão. Muitos sofrem, experimentam provações e injustiças, vivem em ansiedade. Precisam da unção do coração, desta consolação do Senhor que não tira os problemas, mas dá o poder do Amor para poder trazer consigo a dor em paz. Receber e trazer consigo a consolação de Deus: esta missão da Igreja é urgente. 
Querido irmãos e irmãs, sentamo-nos chamados a isto: a não nos fecharmos em nós ou sobre o que se passa à nossa volta ou lamentarmos alguma desarmonia que vemos entre nós. Não é bom nos acostumarmos a um "microclima" de Igreja fechada; é bom partilhar amplos horizontes, abrir horizontes de esperança, viver a coragem humilde de abrir as portas e sair de nós.
Há, no entanto, uma condição funda para receber a consolação de Deus, que a sua Palavra hoje nos recorda: tornarmo-nos pequenos como crianças (cf. Mt 18,3-4), sermos "como um bebé nos braços de sua mãe" (Sal 130,2). Para receber o amor de Deus, é necessária esta dependência do coração: apenas os pequenos, na verdade, podem estar nos braços da mãe.
Quem se faz pequeno como uma criança – Jesus Cristo nos diz, "é o maior no Reino dos céus" (Mt 18,4). A verdadeira grandeza do homem é fazer-se pequeno aos olhos de Deus. Porque não se conhece Deus com pensamentos elevados e muito estudo, mas com a dependência de um coração humilde e confiante. Para ser grande para o Altíssimo não se precisa de acumular honras e prestígio, bens e sucessos terrenos, mas sair de si mesmo. A criança é propriamente aquela que não tem nada para dar e tem tudo a receber. É frágil, depende do pai e mãe. Quem se faz pequeno como uma criança torna-se pobre, mas rico de Deus.
As crianças, que não têm nenhuma dificuldade em entender Deus, têm tanto a nos ensinar: Diz-se que elas fazem grandes coisas com quem não lhes oferece resistência, que é simples e sincero, desprovido de duplicidade. O Evangelho nos mostra, onde se operam grandes maravilhas com pequenas coisas: com alguns pães e dois peixes (cf. Mt 14.15-20), com um grão de mostarda (cf. Mc 4,30 -32), com um grão de trigo que morre na terra (cf. Jn 12,24), com um único copo de água dado (cf. Mt 10,42), com duas moedas de uma pobre viúva (cf. LC 21.1-4) com a humildade de Maria, a servidora do Senhor (cf. LC 1,46 -55).
Eis a grandeza surpreendente de Deus, de um Deus cheio de surpresas e que ama as surpresas: nunca percamos o desejo e a confiança das surpresas de Deus! E faz bem nos recordarmos que estamos sempre e acima de tudo Seus filhos: não mestres da vida, mas filhos do Pai; não adultos autónomos e autossuficientes, mas sempre filhos que precisam de ser abraçados, de receber amor e perdão. Bem-aventuradas as comunidades cristãs que vivem esta simplicidade evangélica genuína! Pobres de meios económicos, estão ricos de Deus. Abençoados são os pastores que não usam a lógica do sucesso mundano, mas seguem a Lei do Amor: o acolhimento, a escuta, o serviço. Abençoada a Igreja que não se agarra aos critérios do funcionalismo e da eficiência organizacional e não presta atenção ao retorno da imagem. Pequeno e amado rebanho da Geórgia, que tanto se dedica à caridade e à formação, acolhe o incentivo do Bom Pastor, confia nele que te prende sobre os ombros e te consola!
Vou resumir estes pensamentos com algumas palavras de Santa Teresinha de Lisieux, que hoje nos recordamos. Ela nos mostra o seu "jeitinho" para Deus, "o abandono da criança, que adormece sem medo nos braços do seu pai" porque "Jesus Cristo não exige grandes gestos, mas somente confiança e gratidão" (escritos autobiográficos, manuscrito B, 1). Infelizmente - ela escreveu então e é verdade ainda hoje – Deus encontra “poucos corações que se abandonam a Ele sem reservas, que compreendem toda a ternura de Seu Amor infinito "(ibid). A jovem Santa e doutora da Igreja, no entanto, era especialista na ciência do Amor "(ibid.) e nos ensina que" a caridade perfeita consiste em aguentar os defeitos dos outros, em não se surpreender com as suas fraquezas, em ser edificado até nos mínimos actos de virtude que se os vê praticar»; também nos lembra que a "caridade não pode ficar fechada no fundo do coração" (manuscrito C, 12). Pedimos hoje, todos juntos, a graça de um coração simples, que acredita e vive no poder suave do Amor; pedimos para viver com a serena e total confiança na misericórdia de Deus.

SAUDAÇÃO AO FINAL DA SANTA MISSA
Sou grato a Monsenhor Yunus as suas amáveis palavras que me dirigiu em nome das comunidades latina, arménia e assíriocaldeia. Saúdo o Patriarca Sako e os Bispos caldeus, Monsenhor Minassian e quantos vieram da vizinha Arménia e todos vós, queridos fiéis de diferentes regiões da Geórgia. Agradeço ao Senhor Presidente, às autoridades, aos queridos amigos da Igreja Apostólica Armena e das denominações cristãs que se reuniram aqui e de um modo particular os fiéis da Igreja Ortodoxa Georgiana presentes. Entretanto peço-vos que, por favor, rezem por mim, eu vos garanto que me vou lembrar de todos vós e renovo os meus agradecimentos. Didi madloba! [Muito obrigado!]




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