Lagos, 05 de Fevereiro de 2017
sobre A Nova Era
A Nova Era – a da Espiritualidade – já nasceu.
Bem-vinda!
Tem sido bem difícil a transição, mas acredito
que agora tudo vai ser mais fácil, apesar de já estar na casa dos sessenta. O
tempo passa...
Lagos, 21 de Março de 2017
Sobre Dia Mundial da Poesia 2017
Neste Dia
Mundial da Poesia deste ano – 2017 – escolhi continuar com a Lírica de Luís
Vaz de Camões (1524 – 1580). Comemorando este dia, escolhi as redondilhas. Das que mais gostei,
saliento estas que venho partilhar convosco:
1.ª
redondilha – A
Dona Francisca de Aragão
Que
lhe mandou glosar este verso: “Mas, porém, a que cuidados?”
Tanto maiores tormentos
foram sempre os que sofri
daquilo que cabe em mi
que não sei que pensamentos
são os para que nasci.
Quando vejo este meu peito
A perigos arriscados
Inclinado, bem suspeito
Que a cuidados sou sujeito.
Mas, porém, a que cuidados?
Que vindes em mim buscar,
Cuidados, que sou cativo?
Eu não tenho que vos dar;
Se vindes a me matar
Já há muito que não vivo.
Se vindes porque me dais
Tormentos desesperados
Eu, que sempre sofri mais
Não digo que não venhais.
Mas, porém, a quê, cuidados?
Se as penas que Amor me deu
Vêm por tão suaves meios
Não há que temer receios
Que vale um cuidado meu
Por mil descansos alheios.
Ter nuns olhos tão fermosos
Os sentidos enlevados
Bem sei que em baixos estados
São cuidados perigosos,
Mas, porém, ah! Que cuidados!=
2.ª redondilha: voltas a mote alheio
Menina
fermosa
Dizei
de que vem
Serdes
rigorosa
A
quem vos quer bem?
Não sei quem assela
Vossa fermosura
Que quem é tão dura
Não pode ser bela.
Vós sereis fermosa,
Mas a razão tem
Que quem é irosa
não parece bem.
A mostra é de bela
As obras são cruas;
Pois qual destas duas
Ficará na sela?
Se ficar irosa
Não vos está bem;
Fique antes fermosa
que mais força tem.
O Amor fermoso
Se pinta e se chama.
Se é Amor, ama;
Se ama, é piedoso.
Diz agora a glosa
Que este texto tem
Que quem é fermosa
Há-de querer bem.
Havei dó, menina,
Dessa fermosura;
Que, se a terra é dura,
Seca-se a bonina.
Sede piedosa,
Não veja ninguém
Que por rigorosa
Percais tanto bem.=
3.ª redondilha: voltas a mote alheio
Pequenos contentamentos
I buscar quem contenteis
Que
a mim não me conheceis.
Os gostos que tantas dores
Fizeram já valer menos
Nãos os aceita pequenos
Quem nunca teve maiores;
Bem parecem vãos favores,
Pois tão tarde me quereis
Que inda me não conheceis.
Ofereceis-me alegria
Tendo-me já cego e mouco;
É baixeza aceitar pouco
Quem tanto vos merecia.
Ide-vos por outra via,
Pois o bem que me deveis
Nunca mo satisfareis.=
4.ª redondilha: Ao desconcerto do mundo
Os bons vi sempre passar
No mundo graves tormentos
E para mais me espantar
Os maus vi sempre nadar
Em mar de contentamentos.
Cuidando alcançar assim
O bem tão mal ordenado
Fui mau, mas fui castigado.
Assim que, só para mim,
Anda o mundo concertado.=
5.ª redondilha: voltas a cantiga alheia
Lá
na fonte está Leonor
Lavando
a talha e chorando
Às
amigas perguntando:
-
Vistes lá o meu amor?
Posto o pensamento nele
Porque a tudo Amor obriga
Cantava, mas a cantiga
Eram suspiros por ele.
Nisto estava Leonor
O seu desejo enganando
Às amigas perguntando:
- Vistes lá o meu amor?
O rosto sobre uma mão
Os olhos no chão pregados
Que de chorar já cansados
Algum descanso lhe dão.
Desta sorte Leonor
Suspende de quando em quando
Sua dor e a si tornando
Mais pesada sente a dor.
Não deita dos olhos água
Que não quer que a dor se
abrande
Amor porque em mágoa grande
Seca as lágrimas a mágoa.
Depois que de seu amor
Soube novas perguntando
De improviso a vi chorando.
Olhai que extremos de dor!=
6.ª redondilha: voltas a mote
Que
vistes, meus olhos?
Meus
olhos, que vistes
Que
vos vejo tristes?
Vejo-vos chorosos
De Amor agravados
Tanto enamorados
Quanto mais queixosos.
Ora, meus mimosos,
Dizei-me: que vistes
Que vos vejo tristes?
Dizei-me, meus olhos,
Quem vos agravou?
Quem vos trespassou
Com duros abrolhos?
Por certo que em molhos
Nunca vi, se aí vistes
Lágrimas tão tristes.
Se chorais de Amor
Suas esperanças
Ditosas lembranças
Mais ditosa dor!
Mas se é desfavor
Dizei-me o que vistes
E não sereis tristes.
Porém, se em enganos
Viveis enganados
Não queirais cuidados
De quem vêm tais danos.
Deixai passar anos
Com o bem que vistes
E não sereis tristes.=
Lagos, 06 de Maio de 2017
sobre Parecer Estar e Não Estar
Há pouco tempo, escutei está história na
televisão de que gostei muito.
Numa catequese, o padre da paróquia pergunta a
um dos catequizandos:
- E Jesus? Onde está Jesus?
A criança olha para a cruz que está sobre o
estrado e diz:
- Jesus
está na cruz.
Uma nova pergunta, olhando para o sacrário:
- E no sacrário? Quem está no sacrário?
A criança responde:
- Jesus!
Então o padre faz-lhe uma nova pergunta:
- Então há dois Jesus?
Responde a criança prontamente:
- Não;
na cruz, Jesus parece que está, mas não está e no sacrário, Jesus parece que
não está, mas está.
Sábia explicação a desta criança.
Também quando o nosso ente querido parece que
está no caixão, mas não está, não. Está exactamente onde parece que não está.=
Lagos, 13 de Maio de 2017
sobre Ponto de Viragem na Minha
Vida
Sinto que hoje é um dia especial também na
minha vida. Hoje comemoram-se cem
anos sobre a aparição de Maria em Fátima. Tenho muita esperança!=
Lagos, 28 de Maio de 2017
sobre Ele Vê-me!
Hoje ouvi uma história muito bonita.
Passa-se durante a Procissão do Senhor SANTO
CRISTO nos Açores.
É muita a gente que se aglomera nos passeios ao
passar da procissão. Uma mãe tem o seu filho de três anos ao colo; não porque
quer que ele veja os andores e todo o cortejo que é lindo, pois o seu filho é
cego. Ela prefere assim para evitar que o pisem e empurrem…
- Mamã,
põe-me a ver o Senhor Santo Cristo.
A mãe não lhe disse nada e virou-se para o
andor do Senhor Santo Cristo. Ficou tão emocionada que as lágrimas desataram a
deslizar pelo seu rosto e esqueceu-se da procissão e de acompanhar com olhar
aquele andor…
- Mamã, põe-me a ver o Senhor Santo Cristo.
A mãe sem conseguir conter as lágrimas,
diz-lhe:
= Filho, tu não podes ver o Senhor Santo
Cristo!
O filho responde-lhe de imediato:
- Eu não
o vejo, mas ELE vê-me!
Assim é. As obras da fé…
“Fala de Jesus Cristo quando te perguntarem,
mas vive de tal maneira que te perguntem por ele.”
Lagos, 20 de Setembro de 2017
sobre O Poder da Oração
Venho partilhar
convosco uma estória de que gostei muito.
Duas vizinhas
tinham um grave problema: uma era muito piedosa e a outra muito maldosa. Esta ocupava
o seu tempo a inventar possibilidades de magoar, ofender, destruir a sua
vizinha piedosa; isso dava-lhe gozo.
Por sua
vez, a vizinha piedosa rezava incessantemente pela sua vizinha para que ela
passasse a ser boa e pudessem conviver em amizade, mas sem grande sucesso,
parecia-lhe.
Um dia,
a vizinha maldosa morre e a vizinha piedosa suspira de alívio; finalmente as suas
preces tinham sido atendidas e afirmou “Descanse em paz!” e continuou fazendo a
sua vida.
Elas eram
pouco mais ou menos da mesma idade e poucos anos depois a vizinha piedosa
também faleceu. Chega ao céu feliz!
Procura um
lugar para si e para grande surpresa sua quem encontra lá?
A sua
vizinha que era maldosa.
A oração
tem muita força e a vizinha maldosa, pela sua oração, já era boa e tinha
conseguido o mesmo lugar que ela e eram de novo vizinhas.
A vida
tem destas coisas!