segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Meu Querido Menino

Venho partilhar convosco este poema sobre o Natal tão significativo.

Meu querido menino

Estamos no Natal e Tu és o Natal.
Quem o sabe?
Quem o sente?
Quem o testemunha?
Envergonho-me de ter de confessar
Que eu sei
Eu sinto (às vezes),
Mas eu não testemunho.
E a prova está na minha conformidade com
Tanta fome,
Tanta guerra,
Tanta exploração,
Tanta hipocrisia.

E a prova está em que vou avançando pela estrada
Sem ver quem está na berma;
Quem foi arrumado pelo mais forte
Ou pelo mais hábil;
Quem chora porque não tem casa,
Nem trabalho,
Nem carinho,
Nem ninguém;
Quem mói, amargurado, o abandono dos pais
Ou o abandono dos filhos;
Quem nunca se sentiu estimulado
Com um sorriso,
Um parabéns,
Uma flor.

Então celebramos Natal sem Natal
Porque o Natal é
Atenção,
Sorriso,
Partilha;
O Natal é
Justiça,
Caridade,
Amor;
O Natal é
Parar, ver e ouvir
Com os olhos do coração;
O Natal é
Ajudar a levantar e andar;
O Natal é
Fornecer razões de viver e de esperar;
O Natal é
Cantar a Vida.

Porque o Natal és Tu.
Sem Ti não há Natal.
Então ...
Então é verdade; tristemente verdade.
Isto que nós celebramos com
Tanta festa,
Tanta corrida,
Tantas prendas,
Tantas saudações,
Tantos votos,
Tanta música,
Tantos gastos,...
Isto não é Natal.
Não pode ser Natal.
Natal, Meu Menino, só Tu.

Setúbal, Maio de 1998
Escrito por D. Manuel Martins
Bispo Emérito de Setúbal

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