A
Quaresma e o Exame de Consciência
Nesta
Quaresma, venho partilhar convosco a Parábola dos Trabalhadores
da Vinha e o que escutei recentemente numa homilia, da qual
gostei muito e da mesma destaco:
"Ultimamente
repete-se muito 'Não digas a Deus quão grandes são os teus
problemas, mas diz aos teus grandes problemas quão omnipotente é
Deus.'
Também
destaco 'Recentemente um avião
de passageiros teve um grave problema ao aterrar e foi graças ao
controlo e perícia do seu piloto que o avião conseguiu aterrar sem
perdas de vidas. Quando o avião estava já na pista e as portas se
abriram para os passageiros saírem; estes levantaram-se dos seus
lugares e ovacionaram longamente em agradecimento o piloto que lhes
tinha salvado as suas vidas.
Poucos
dias depois, veio a saber-se que aquele piloto tinha problemas de
alcoolismo e outras dependências e sozinho não estava a conseguir
põr-lhes um fim. Então alguns desses passageiros contactaram amigos
e uma instituição especializada que organizou um programa adequado
a este homem e à sua vida profissional e atualmente já está qase
completamente recuperado.'
Recordo
estes factos apenas para mencionar que todos precisamos uns dos
outros, sejam eles do nosso grupo ou não; muitas vezes
não são. Ninguém é autossuficiente. Aquele homem conseguiu salvar
tantas vidas, mas sozinho não estava a conseguir salvar a sua."
Parábola dos Trabalhadores da Vinha
“Um
proprietário saiu ao romper da manhã a fim de contratar
trabalhadores para a sua vinha. Ajustou com eles um denário (moeda
corrente na altura na Palestina) por dia e enviou-os para a sua
vinha. Saiu depois pelas nove horas, viu outros na praça que estavam
sem trabalho e disse-lhes:
- Ide também para a minha vinha e tereis o salário que for justo.
Eles
foram. Saiu o proprietário de novo por volta do meio-dia e das três
da tarde e fez o mesmo. Saindo pelas cinco horas da tarde encontrou
ainda outros que ali estavam e perguntou-lhes:
- Porque ficais aqui todo o dia sem trabalhar?
Responderam-lhe:
- É que ninguém nos contratou.
Então
o proprietário disse-lhes: - Ide também para a minha vinha.
Ao
entardecer, o dono da vinha disse ao capataz: - Chama os
trabalhadores e paga-lhes o salário começando pelos últimos até
aos primeiros.
Vieram
os das cinco horas da tarde e receberam um denário cada um. Vieram,
por seu turno, os primeiros e julgaram que iam receber mais, mas
receberam, também eles, um denário cada um. Depois
de o terem recebido, começaram a
murmurar contra o proprietário dizendo:
- Estes últimos só trabalharam uma hora e destes-lhes a mesma paga que a nós que suportámos o cansaço do dia e o seu calor.
O
proprietário respondeu a um deles:
- Em nada te prejudico, meu amigo. Não foi um denário que nós ajustámos? Leva então o que te é devido e segue o teu caminho, pois eu quero dar a este último tanto como a ti. Ou não me será permitido dispor dos meus bens como eu entender? Será que tens inveja por eu ser bom?
Assim
os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos
porque muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos.” (S.
Mateus 20, 1-16)
BIBLIOGRAFIA: Nova Bíblia dos
Capuchinhos, Difusora Bíblica, Lisboa/Fátima, 1.ª edição:
Novembro de 1998.
Comentário
A parábola Os Trabalhadores
da Vinha que Jesus Cristo nos deixou, poderia ser tida em
consideração nos casos de redestribuição do rendimento por parte
do Estado.
Então temos um proprietário que
precisa de trabalhadores para colher os produtos que a sua
propriedade lhe concedeu. Os trabalhadores iniciam o seu trabalho a
diferentes horas do dia e, portanto a quantidade de trabalho cedida
ao patrão é diferente, mas o patrão paga igual a todos. Nós
podemos perguntar:
- Porque terá agido assim aquele proprietário, já que o normal e justo seria que ele pagasse a cada um segundo o que tivesse produzido?
Ainda hoje, passados dois mil
anos, esta é uma das principais exigências dos trabalhadores
certamente porque os patrões ainda estão reticentes e têm
dificuldade em aceitar esta regra que foi exigida por trabalhadores a
este proprietário há dois mil anos. Só que este proprietário
peca, segundo os primeiros trabalhadores, por excesso, pois dá a
quem trabalhou poucas horas o mesmo que a quem trabalhou o dia todo
e, por isso, segundo os primeiros trabalhadores é injusto.
Então aquele proprietário é
injusto, segundo os
primeiros trabalhadores;
idiota, segundo os outros
proprietários (egoístas);
misericordioso, segundo os
últimos trabalhadores, Deus e Jesus Cristo. Porquê? Porque cada um
daqueles trabalhadores tem uma família a sustentar e despesas a
pagar, como os primeiros trabalhadores, independentemente do trabalho
que conseguiu arranjar.
E o Estado? Como deve ser o
Estado? Um capataz justo, egoísta ou misericordioso que pensa, não
apenas no desempregado, mas também no agregado familiar que
depende dele?
Esta pode ser a primeira
perspectiva desta parábola porque podemos encontrar outras
perspectivas. Uma segunda perspectiva pode ser compararmos
o proprietário da vinha = Deus
o capataz = Jesus Cristo
os primeiros trabalhadores = os
primeiros crentes a chegarem à Casa de DEUS ou do Pai;
os últimos trabalhadores = os
últimos crentes a chegarem à Casa de DEUS ou do Pai.
Os primeiros crentes que chegaram
à Casa de DEUS ou do Pai antes sofreram muito, foram mártires
enquanto viveram na Terra, não porque Deus assim o quis, mas porque
os das trevas que viviam e dominavam a Terra queriam continuar a
viver no seu egoísmo e prazer e queriam Deus bem distante deles; a
quem se recorre só para as necessidades.
Os últimos crentes que
ressuscitaram, na Terra, passaram por menos porque, em primeiro
lugar, já tinham a experiência vivida dos primeiros e isso
serviu-lhes de orientação e base para continuar o seu testemunho.
Também, à medida que o tempo vai passando, a fé é mais
esclarecida e o relacionamento com Deus e com o Pai é mais próximo
porque já têm muitos seus pares, já se relacionam mais pela
solidariedade e misericórdia do que pelo egoísmo e, portanto existe
uma maior protecção, um maior entendimento da missão de cada um.
Também há cada vez mais pessoas de fé e convertidas e estas não
praticam o mal. Então os últimos têm uma vida mais calma e
tranquila relativamente aos primeiros e conhecem Deus, o Pai, o
Espírito Santo, Jesus Cristo, ... e assim já conseguem perdoar as
injustiças e livrar-se da vingança.
No entanto, o lugar que Deus tem
para os primeiros é o mesmo que tem para os últimos: a ressurreição
como pessoas livres com Jesus Cristo na Casa de Deus porque a Casa do
Pai se situa na Casa de Deus.
Uma terceira perspectiva pode ser
a análise da atitude dos trabalhadores. O proprietário pagou a cada
um o que tinha com ele ajustado, mas os primeiros trabalhadores foram
reclamar porque trabalharam mais do que os outros e os últimos
sentiram-se abençoados porque aquele proprietário era generoso,
compreendeu o seu dilema e foi bom.
Primeiro erro – reclamar,
regatear com Deus. Ninguém tem esse direito porque só Ele é Senhor
de toda a Verdade e só Ele é Justo e Jesus Cristo secunda-O. Essa
atitude leva-os à expulsão e à morte, pois não podem ressuscitar
porque nos seus corações não há a Lei do Amor-Comunhão, a
misericórdia – condição sine qua non, mas sim o egoísmo.
É por causa do seu egoísmo que reclamam com o patrão. Os últimos
serão os primeiros porque, se nos primeiros abunda o sentido de
justiça para si; nos últimos já abunda o amor-comunhão, a
equidade, a misericórdia e o perdão porque já estavam criadas as
condições para que estes se pudessem relacionar com Deus e o Pai.
Estes últimos são os que alcançam (os seus corpos celestes) a
ressurreição e a vida eterna com Jesus Cristo, … na construção
de uma Igreja feliz na Casa de DEUS.
Como muitos dos que alcançaram a
Vida cá na Terra não conseguiram perdoar quando os das trevas os
tentaram; não puderam ser escolhidos, isto é, não puderam alcançar
a ressurreição e foram destruídos. Assim muito poucos são aqueles
que vivem eternamente na felicidade e liberdade plenas. Só aqueles
que conseguem perdoar sempre, sempre e em qualquer circunstância,
entregando sempre tudo o que lhe fazem de bem ou de mal a Deus por
intermédio dos Seus colaboradores. Isto só se consegue porque os
nosso corações são aliviados de toda a dor e recebem alegria,
VIDA, amizade, perdão, misericórdia … Por nós mesmos nunca o
conseguiremos. Assim é!
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