sábado, 30 de janeiro de 2016

25-01-2016 » Homilia Papa Francisco na Festa da Conversão de São Paulo Apóstolo

HOMILIA DO PAPA FRANCISCO
Basílica de São Paulo Fora dos Muros
segunda-feira, 25 de Janeiro de 2016
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 "Eu sou o menor dos apóstolos [...] porque persegui a Igreja de Deus. Mas pela graça de Deus, sou o que sou e a sua graça para comigo não foi frustrada em mim " (1 Coríntios 15: 9-10). Assim Paulo resume o significado de sua conversão. Esta que aconteceu após o encontro fulgurante com Jesus ressuscitado (cf. 1 Coríntios 9: 1) na estrada de Jerusalém a Damasco, não é principalmente uma mudança moral, mas uma experiência transformadora da graça de Jesus e, ao mesmo tempo, o apelo para uma nova missão: a de anunciar a todos aquele Jesus, a quem antes perseguia, hostilizando os seus discípulos. Nesse momento, de facto, Paulo entende que entre Jesus eternamente vivo e os seus seguidores há uma união real e transcendente: Jesus vive e está presente neles e eles vivem n’Ele. A vocação para ser apóstolo não se fundamenta nos méritos humanos de Paulo que se considera "insignificante" e "indigno", mas na infinita bondade de Deus que o escolheu e lhe confiou o ministério.
Uma compreensão semelhante ao que aconteceu na estrada para Damasco é testemunhada por São Paulo também na Primeira Carta a Timóteo: "Agradeço a Cristo Jesus, nosso Senhor, que me fez capaz, confiou em mim e me entregou este ministério; a mim que antes era um blasfemo, um perseguidor e um insolente. Mas Deus teve misericórdia de mim porque eu não sabia o que fazia, pois estava longe da fé; no entanto, a graça de nosso Senhor transbordou em mim assim como a fé e o Amor que têm a sua origem em Cristo Jesus "(1: 12-14). A misericórdia superabundante de Deus é a única razão, na qual se funda o ministério de Paulo e é, ao mesmo tempo, o que o apóstolo tem de anunciar a todos.
A experiência de São Paulo é semelhante à das comunidades, às quais o apóstolo São Pedro dirige a sua Primeira Carta. São Pedro dirige-se aos membros de comunidades pequenas e frágeis, expostas à ameaça de perseguições e aplica-lhes os títulos gloriosos atribuídos ao Povo Santo de Deus: "geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo conquistado para Deus "(1 Pt 2: 9). Para esses primeiros cristãos, como actualmente para todos nós, baptizados, é motivo de conforto e de admiração constante saber que fomos escolhidos para fazer parte do projecto de salvação de Deus, posto em prática por Jesus Cristo e a sua Igreja. "Senhor, porquê exactamente eu?" "Porquê nós?". Alcançamos aqui o mistério da misericórdia e da escolha de Deus: o Pai ama todos e a todos quer salvar e, por isso chama alguns, "conquistando-os" com a Sua Graça, para que, através deles, o seu Amor possa chegar a todos. A missão de todo o Povo de Deus é proclamar as maravilhas do Senhor, a primeira missão do Mistério Pascal de Jesus Cristo, por meio do qual já passámos das trevas do pecado e da morte ao esplendor da vida nova e eterna ( cf. 1 Pd 2, 10).
À luz da Palavra de Deus que escutámos e que nos guiou durante esta Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, realmente podemos dizer que todos os crentes em Jesus Cristo são "chamados a proclamar as maravilhas de Deus" (cf. .1 Pedro 2: 9). Mas além das diferenças que ainda nos separam, reconheçamos com alegria que na origem da vida cristã, há sempre um apelo, cujo autor é o próprio Deus. Nós podemos avançar no caminho para a plena comunhão visível entre os cristãos não só quando nos aproximamos uns dos outros, mas sobretudo na medida em que nos convertemos ao Senhor que, por Sua Graça, nos escolhe e nos chama a sermos seus discípulos. E converter-se significa deixar que o Senhor viva e trabalhe em nós. Por este motivo, quando os cristãos de diferentes Igrejas escutam juntos a Palavra de Deus e tratam de a pôr em prática, dão passos realmente importantes em direcção à unidade. E não é só o apelo que nos une; nós também partilhamos a mesma missão: proclamar a todos as obras maravilhosas de Deus. Como São Paulo e como os fiéis a quem escreve São Pedro, nós também não podemos deixar de anunciar o Amor misericordioso que nos conquistou e transformou. Enquanto estamos no caminho rumo à plena comunhão entre nós, já podemos desenvolver múltiplas formas de colaboração, trabalhar juntos para promover a difusão do Evangelho. E caminhando e trabalhando juntos, nos apercebemos de que estamos unidos no nome do Senhor. A unidade se faz caminhando.
Neste Ano Jubilar Extraordinário da Misericórdia, tenhamos bem presente que não pode haver uma autêntica busca da unidade dos cristãos sem plenamente confiarmos na misericórdia do Pai. Em primeiro lugar, peçamos perdão pelo pecado das nossas divisões que são uma ferida aberta no Corpo de Jesus Cristo. Como Bispo de Roma e Pastor da Igreja Católica, quero invocar a misericórdia e o perdão para os comportamentos não evangélicos por parte dos católicos aos cristãos das outras Igrejas. Ao mesmo tempo, convido todos os irmãos e irmãs católicos a perdoar, se hoje ou no passado, foram ofendidos por outros cristãos. Nós não podemos apagar o que foi, mas não vamos permitir que o peso das culpas do passado continue a contaminar os nossos relacionamentos. A misericórdia de Deus vai renovar as nossas relações.
Neste clima de intensa oração, saúdo fraternalmente a Sua Eminência, o Metropolita Gennadios, representante do Patriarcado Ecuménico de Constantinopla, Sua Graça David Moxon, representante pessoal em Roma do arcebispo de Canterbury e todos os representantes das diversas Igrejas e Comunidades eclesiais de Roma aqui reunidos esta noite. Com eles nós passamos pela Porta Santa desta Basílica para recordar que a única porta que nos conduz à salvação é Jesus Cristo, nosso Senhor, o rosto misericordioso do Pai. Dirijo também uma cordial saudação aos jovens ortodoxos e ortodoxos orientais que estudam cá, em Roma, com o apoio da Comissão para a Colaboração Cultural com as Igrejas Ortodoxas que trabalha no Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos assim como aos alunos do Instituto Ecuménico de Bossey, em visita a Roma para aprofundar o seu conhecimento da Igreja Católica.
Queridos irmãos e irmãs, unamo-nos à oração que Jesus Cristo dirigiu ao Pai: "Que todos sejam um [...] para que o mundo creia" (Jo 17, 21). A unidade é dom da misericórdia de Deus Pai. Aqui, junto ao túmulo de São Paulo, apóstolo e mártir, preservado nesta esplêndida Basílica, sentimos que o nosso humilde pedido é apoiado pela intercessão dos muitos mártires cristãos de ontem e de hoje. Eles responderam generosamente ao apelo do Senhor, eles deram fiel testemunho, com a sua vida, das maravilhas que Deus fez por nós e já experimentam a plena comunhão na presença de Deus Pai. Apoiados no seu exemplo - este exemplo que faz o ecumenismo de sangue - e confortados pela sua intercessão, dirigimos a Deus a nossa humilde oração.



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