domingo, 2 de outubro de 2016

VIAGEM APOSTÓLICA DO PAPA FRANCISCO NA GEÓRGIA E NO AZERBAIJÃO

SANTA MISSA
HOMILIA DO SANTO PADRE
Estádio M. Meskhi-Tbilissi
Sábado, 1 de outubro de 2016


Entre os muitos tesouros deste belo país destaca-se o grande valor das mulheres. Elas ", escreveu a Santa Teresinha do Menino Jesus, cuja memória fazemos hoje – ' amam a Deus em número muito superior ao dos homens" (escritos autobiográficos, manuscrito A, 66). Cá na Geórgia, são muitas as avós e mães que continuam a preservar e transmitir a fé, semeada nesta terra por Santo Nino e trazem a água fresca da consolação de Deus em tantas situações de conflito e de deserto.
Isto nos ajuda a compreender a beleza do que o Senhor nos diz na Primeira Leitura de hoje: «como a mãe conforta o seu filho, eu vos consolarei "(Is 66,13). Como uma mãe toma sobre si as amarguras e trabalhos dos seus filhos assim Deus ama tomar conta dos nossos pecados e das nossas preocupações; Ele, que nos conhece e nos ama infinitamente, é sensível à nossa oração e sabe secar as nossas lágrimas. Protegendo-nos, sempre se comove e enternece com amor visceral porque, além do mal de que somos capazes, somos seus filhos; deseja pegar-nos em seus braços, proteger-nos, libertar-nos dos perigos e do mal. Deixemos ressoar em nossos corações estas palavras que hoje nos são dirigidas: "Como mãe, eu vos consolarei."
O consolo de que precisamos, entre as turbulências e vicissitudes da vida, é a presença de Deus no nosso coração. Porque a Sua presença em nós é a fonte da verdadeira consolação, que permanece, que nos livra do mal, traz a paz e faz crescer a alegria. Por este motivo, se queremos viver consolados, precisamos dar espaço ao Senhor nas nossas vidas. E para que o senhor habite permanentemente em nós, temos de abrir a porta e não mantê-lo fora de nós. São os portões da Consolação que devemos manter sempre abertos porque Jesus Cristo ama lá entrar: o Evangelho lido todos os dias e trazido sempre connosco, a oração silenciosa e de adoração, a Confissão, a Eucaristia. Por estes portões, o Senhor entra e dá um novo sabor às coisas. Mas quando a porta do coração se fecha, a sua Luz não vem e permanecemos no escuro. Então nos acostumamos ao pessimismo, a coisas que não vão embora, a realidades que nunca mudam. E acabamos por nos fecharmos na tristeza, no sótão da angústia, só dentro de nós. Se, pelo contrário, abrimos as portas da consolação de par em par, entra a luz do Senhor!
Mas Deus não nos conforta somente no coração; o profeta Isaías de facto acrescenta: "Em Jerusalém serão consolados " (66,13). Em Jerusalém, a cidade de Deus, na Comunidade: quando estamos unidos, quando há comunhão entre nós, a consolação de Deus age. Na Igreja há consolo, é a Casa da Consolação: aqui é que Deus deseja consolar. Podemos nos questionar: eu, que estou na Igreja, sou portador da Consolação de Deus? Sei aceitar os outros como hóspedes e consolar quem vejo cansado e decepcionado? Mesmo quando submetidos à aflições e fechamentos, o cristão é sempre chamado a infundir esperança a quem se demitiu de viver, a reanimar aqueles que estão desanimados, a trazer a luz de Jesus Cristo, o calor da Sua presença, o restauro do Seu perdão. Muitos sofrem, experimentam provações e injustiças, vivem em ansiedade. Precisam da unção do coração, desta consolação do Senhor que não tira os problemas, mas dá o poder do Amor para poder trazer consigo a dor em paz. Receber e trazer consigo a consolação de Deus: esta missão da Igreja é urgente. 
Querido irmãos e irmãs, sentamo-nos chamados a isto: a não nos fecharmos em nós ou sobre o que se passa à nossa volta ou lamentarmos alguma desarmonia que vemos entre nós. Não é bom nos acostumarmos a um "microclima" de Igreja fechada; é bom partilhar amplos horizontes, abrir horizontes de esperança, viver a coragem humilde de abrir as portas e sair de nós.
Há, no entanto, uma condição funda para receber a consolação de Deus, que a sua Palavra hoje nos recorda: tornarmo-nos pequenos como crianças (cf. Mt 18,3-4), sermos "como um bebé nos braços de sua mãe" (Sal 130,2). Para receber o amor de Deus, é necessária esta dependência do coração: apenas os pequenos, na verdade, podem estar nos braços da mãe.
Quem se faz pequeno como uma criança – Jesus Cristo nos diz, "é o maior no Reino dos céus" (Mt 18,4). A verdadeira grandeza do homem é fazer-se pequeno aos olhos de Deus. Porque não se conhece Deus com pensamentos elevados e muito estudo, mas com a dependência de um coração humilde e confiante. Para ser grande para o Altíssimo não se precisa de acumular honras e prestígio, bens e sucessos terrenos, mas sair de si mesmo. A criança é propriamente aquela que não tem nada para dar e tem tudo a receber. É frágil, depende do pai e mãe. Quem se faz pequeno como uma criança torna-se pobre, mas rico de Deus.
As crianças, que não têm nenhuma dificuldade em entender Deus, têm tanto a nos ensinar: Diz-se que elas fazem grandes coisas com quem não lhes oferece resistência, que é simples e sincero, desprovido de duplicidade. O Evangelho nos mostra, onde se operam grandes maravilhas com pequenas coisas: com alguns pães e dois peixes (cf. Mt 14.15-20), com um grão de mostarda (cf. Mc 4,30 -32), com um grão de trigo que morre na terra (cf. Jn 12,24), com um único copo de água dado (cf. Mt 10,42), com duas moedas de uma pobre viúva (cf. LC 21.1-4) com a humildade de Maria, a servidora do Senhor (cf. LC 1,46 -55).
Eis a grandeza surpreendente de Deus, de um Deus cheio de surpresas e que ama as surpresas: nunca percamos o desejo e a confiança das surpresas de Deus! E faz bem nos recordarmos que estamos sempre e acima de tudo Seus filhos: não mestres da vida, mas filhos do Pai; não adultos autónomos e autossuficientes, mas sempre filhos que precisam de ser abraçados, de receber amor e perdão. Bem-aventuradas as comunidades cristãs que vivem esta simplicidade evangélica genuína! Pobres de meios económicos, estão ricos de Deus. Abençoados são os pastores que não usam a lógica do sucesso mundano, mas seguem a Lei do Amor: o acolhimento, a escuta, o serviço. Abençoada a Igreja que não se agarra aos critérios do funcionalismo e da eficiência organizacional e não presta atenção ao retorno da imagem. Pequeno e amado rebanho da Geórgia, que tanto se dedica à caridade e à formação, acolhe o incentivo do Bom Pastor, confia nele que te prende sobre os ombros e te consola!
Vou resumir estes pensamentos com algumas palavras de Santa Teresinha de Lisieux, que hoje nos recordamos. Ela nos mostra o seu "jeitinho" para Deus, "o abandono da criança, que adormece sem medo nos braços do seu pai" porque "Jesus Cristo não exige grandes gestos, mas somente confiança e gratidão" (escritos autobiográficos, manuscrito B, 1). Infelizmente - ela escreveu então e é verdade ainda hoje – Deus encontra “poucos corações que se abandonam a Ele sem reservas, que compreendem toda a ternura de Seu Amor infinito "(ibid). A jovem Santa e doutora da Igreja, no entanto, era especialista na ciência do Amor "(ibid.) e nos ensina que" a caridade perfeita consiste em aguentar os defeitos dos outros, em não se surpreender com as suas fraquezas, em ser edificado até nos mínimos actos de virtude que se os vê praticar»; também nos lembra que a "caridade não pode ficar fechada no fundo do coração" (manuscrito C, 12). Pedimos hoje, todos juntos, a graça de um coração simples, que acredita e vive no poder suave do Amor; pedimos para viver com a serena e total confiança na misericórdia de Deus.

SAUDAÇÃO AO FINAL DA SANTA MISSA
Sou grato a Monsenhor Yunus as suas amáveis palavras que me dirigiu em nome das comunidades latina, arménia e assíriocaldeia. Saúdo o Patriarca Sako e os Bispos caldeus, Monsenhor Minassian e quantos vieram da vizinha Arménia e todos vós, queridos fiéis de diferentes regiões da Geórgia. Agradeço ao Senhor Presidente, às autoridades, aos queridos amigos da Igreja Apostólica Armena e das denominações cristãs que se reuniram aqui e de um modo particular os fiéis da Igreja Ortodoxa Georgiana presentes. Entretanto peço-vos que, por favor, rezem por mim, eu vos garanto que me vou lembrar de todos vós e renovo os meus agradecimentos. Didi madloba! [Muito obrigado!]




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