VIAGEM APOSTÓLICA DO PAPA
FRANCISCO
NA GEÓRGIA E NO AZERBAIJÃO
(30 de setembro-2 outubro de 2016)
NA GEÓRGIA E NO AZERBAIJÃO
(30 de setembro-2 outubro de 2016)
SANTA MISSA NA IGREJA
DA IMACULADA
HOMILIA DO SANTO PADRE
Centro salesiano-Baku
Domingo, 2 de outubro de 2016
Domingo, 2 de outubro de 2016
A palavra de Deus mostra-nos os aspectos
essenciais da vida cristã, hoje, que são dois: fé e serviço. Falando
de fé, são abordados dois pedidos especiais de Deus.
O primeiro é que o profeta Habacuc, pedia a Deus para
intervir e restabelecer a justiça e paz que homens têm quebrado com violência,
brigas e contendas: "quanto tempo, ó Senhor, ele diz, vou pedir ajuda e
não ser atendido?» (Ab 1,2). Deus, respondendo-nos, não
intervém directamente, não resolve a situação de forma abrupta, não está presente
à força. Pelo contrário, convida-o a esperar pacientemente, sem nunca
perder a esperança; sobretudo, salienta a importância da fé. Porque o homem viverá pela sua fé (cf. Ab 2,4). Assim
Deus faz connosco também: não assegura os nossos desejos de mudar o mundo e os
outros imediatamente e continuamente, mas acima de tudo visa curar o coração, o meu coração, o teu coração,
o coração de cada um; Deus muda o
mundo, mudando os nossos corações e Ele não pode fazer isto sem nós. O
senhor deseja, de facto, que abramos a porta do coração, a fim de poder entrar nas
nossas vidas. E esta abertura para Ele, esta confiança n’Ele é
precisamente "a vitória que venceu o mundo: a nossa fé" (1 Jo 5,4). Porque, quando Deus
encontra um coração aberto e confiante, pode realizar maravilhas.
Mas ter fé, uma fé viva, não é fácil e
então surge o segundo pedido, aquele que, no Evangelho, os apóstolos fazem
ao Senhor, “Aumenta a nossa fé! " (Lc
17,6). É um bom pedido, uma oração que nós também podemos endereçar a
Deus todos os dias. Mas a resposta divina é surpreendente e mesmo assim
fica o pedido: "se tivesses fé...” É Ele que nos pede para termos fé. Porque a fé, que é um dom
de Deus, deve sempre ser pedida e também cultivada da nossa parte. Não é
uma força mágica que desce do céu, não um "dote" que se recebe uma
vez para sempre e nem mesmo é um superpoder que serve para resolver os
problemas da vida. Porque uma fé útil para satisfazer as nossas
necessidades seria uma fé egoísta, toda centrada em nós. A Fé não deve ser confundida com o estar
bem ou sentir-se bem, com o ser confortado no ânimo porque temos um pouco de
paz no coração. A fé é o fio de ouro que nos une ao Senhor, a pura alegria
de estar com Ele, de estar unido a Ele; é o dom que vale a vida inteira,
mas que dá frutos, se fizermos a nossa parte.
E qual é a nossa parte? Jesus Cristo faz-nos
perceber que é o serviço. No Evangelho,
de facto, o Senhor faz imediatamente às palavras sobre o poder da fé seguir aquelas
palavras do serviço. Fé e
serviço não podem ser separados, na verdade estão intimamente ligados, atados,
juntos. Para me explicar, gostaria de usar uma imagem para vós muito
familiar, que é a de um lindo tapete: os vossos tapetes são autênticas obras de
arte e provêm de uma história muito antiga. Mesmo a vida cristã de cada um de
vós vem de longe; é um dom que recebemos na Igreja e que vem do coração de
Deus, nosso Pai, que quer fazer de cada um de nós uma obra-prima da criação e
da história. Cada tapete, como bem sabem, é todo tecido de acordo com a
urdidura e a trama; só com esta estrutura, o conjunto resulta bem composto
e harmonioso. Assim é com a vida
cristã: vai sendo todos os dias pacientemente tecida numa trama e urdidura
bem definidas: a trama da fé e a urdidura do serviço. Quando a fé se liga
ao serviço, o coração permanece aberto e jovem e se expande a fazer o bem. Então a fé, como Jesus Cristo
diz no Evangelho, torna-se poderosa, faz maravilhas. Para caminharmos por
esta estrada, agora madura e tornada forte, a condição é manter-se sempre a fé unida ao serviço.
Mas o que é o serviço? Podemos pensar que consiste apenas em ser fiel às suas
funções ou fazer boas obras. Mas para Jesus Cristo é muito mais do que
isso. No Evangelho de hoje, Ele nos pede, mesmo com palavras muito fortes,
radicais, uma disponibilidade total, uma vida totalmente disponível, sem
cálculo e sem ajuda. Porque é Jesus Cristo tão exigente? Porque Ele nos
amou assim, sendo nosso servidor "até ao fim" (Jo 13,1), vindo
"para servir e dar a Sua vida" (Mc 10,45). E isto
acontece todas as vezes que celebramos a Eucaristia:
o Senhor está no meio de nós e, portanto nós podemos oferecer-nos para servi-lo
e amá-lo. É sempre Ele que nos precede, servindo-nos e amando-nos mais do que
podemos imaginar e merecer. Ele nos dá a Sua própria vida. E
convida-nos a imitá-lo, dizendo "se
alguém me quiser servir, siga-me" (Jo 12,26).
Portanto, não somos chamados a servir
apenas para obter uma recompensa, mas para imitar Jesus Cristo que se tornou nosso
servidor por Amor. E não somos chamados para servir a cada momento, mas para
viver servindo. O serviço é então um estilo de vida que engloba em si todo
o estilo de vida cristão: servir a
Deus na adoração e na oração; estar aberto e disponível; amar
concretamente o próximo; esforçar-se ansiosamente para o bem comum.
Não faltam para os crentes as tentações que nos levam para longe do
estilo de serviço e acabam por tornar a vida sem serviço. Aqui também
podemos destacar duas: uma é deixar arrefecer o coração. Um
coração morno fecha-se numa vida preguiçosa e sufoca o fogo do Amor. Quem é
tépido, vive para satisfazer uma vida confortável, que nunca está o suficiente
e nunca está satisfeito; gradualmente acaba por se conformar com uma vida
de mediocridade. O tépido reserva a Deus e aos outros "percentagens"
do seu tempo e do seu coração sem nunca exagerar, tentando sempre desviar-se. Assim
a sua vida perde sabor: torna-se como um chá que foi muito bom, mas que, depois
de arrefecido, já não se consegue beber. No entanto, estou convencido de
que vós, olhando para os exemplos daqueles que vos precedem na fé, não vão deixar
arrefecer o coração. Toda a Igreja que tem por vós uma simpatia especial, vos
olha e incentiva: sois um pequeno rebanho tão precioso aos olhos de Deus!
Uma segunda tentação, na qual se
pode cair não porque se é passivo, mas porque se é "muito activo": a do
pensar dos mestres, ocupados apenas para ganhar crédito e ser alguém. Assim
o serviço torna-se um meio, não um fim porque o fim é alcançar o
prestígio; em seguida, vem o poder, o desejo de ser grande. «Entre vós
- recorda Jesus Cristo a todos nós – não seja assim: mas quem quiser tornar-se
grande entre vós, faça-se vosso servidor "(Mt 20,26). Assim
se edifica e embeleza a Igreja. Retomo a imagem do tapete, aplicando-a à vossa
bela Comunidade: cada um de vós é como um lindo fio de seda, mas apenas se estiverem
bem entrançados os fios individuais se pode criar uma bela
composição; sozinhos, não se consegue. Permaneçam sempre unidos,
vivendo humildemente em caridade e alegria; o Senhor que cria harmonia nas
diferenças, cuidará de vós.
Que nos ajude a intercessão da Imaculada Virgem
e dos Santos, especialmente de Santa
Teresa de Calcutá, cujos frutos de fé e serviço estão no meio de vós. Acolhamos algumas das
suas palavras maravilhosas que resumem a mensagem de hoje: "o fruto da fé
é o Amor. O fruto do amor é o Serviço. O
fruto do serviço é a Paz» (O Caminho
Simples, introdução).
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Editrice Vaticana
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Os meus filmes
1.º
– As Amendoeiras em Flor e o Corridinho Algarvio.wmv http://www.youtube.com/watch?v=NtaRei5qj9M&feature=youtu.be
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– O Cemitério de Lagos
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– Lagos e a sua Costa Dourada
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das orações do terço; linda gravura da Senhora do Perpétuo
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